/* Commented Backslash Hack hides rule from IE5-Mac \*/

PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

segunda-feira, outubro 31, 2005

#O Risoé o Melhor Indicador da Alma (Dostoievski)

Acho que, na maioria dos casos, quando uma pessoa se ri torna-se nojento
olharmos para ela. Manifesta-se no riso das pessoas, na maioria das vezes,
qualquer coisa de grosseiro que humilha a quem ri, embora essa pessoa quase
nunca saiba que efeito o seu riso provoca. Tal como não sabe (ninguém sabe,
aliás) a cara que faz quando dorme. Há quem mantenha no sono uma cara
inteligente, mas outros há que, embora inteligentes, fazem uma cara tão
estúpida a dormir que se torna ridícula.
Não sei por que tal acontece, apenas quero salientar que a pessoa que ri,
tal como a pessoa que dorme, não sabe a cara que faz. De uma maneira geral,
há muitíssimas pessoas que não sabem rir. Aliás, isso não é coisa que se
aprenda: é um dom, não se pode aperfeiçoar o riso. A não ser que nos
reeduquemos interiormente, que nos desenvolvamos para melhor e que
superemos os maus instintos do nosso carácter: então também o riso poderá
possivelmente mudar para melhor. A pessoa manifesta no riso aquilo que é, é
possível conhecermos num instante todos os seus segredos.
Mesmo o riso incontestavelmente inteligente é, às vezes, abominável. O riso
exige em primeiro lugar sinceridade, mas onde está a sinceridade das
pessoas? O riso exige a ausência de maldade, mas as pessoas, na maioria dos
casos, riem com maldade. Um riso sincero e sem maldade é uma pura alegria,
mas, nos tempos que correm, onde está a alegria? E poderão as pessoas ser
alegres?
A alegria é um dos mais reveladores traços humanos, basta a alegria para
revelar as pessoas dos pés à cabeça. Por vezes não há meio de percebermos o
carácter de uma pessoa, mas basta ela rir para lhe conhecermos o feitio
como às palmas das nossas mãos. Só as pessoas desenvolvidas do modo mais
elevado e feliz sabem ser contagiosamente alegres, de uma maneira
irresistível e benévola. Não falo de desenvolvimento intelectual, mas de
carácter, do homem como um todo. Portanto: se quiserdes compreender uma
pessoa e conhecer-lhe a alma não presteis atenção à sua maneira de se
calar, ou de falar, ou de chorar, ou de se emocionar com as ideias mais
nobres, olhai antes para ela quando se ri. Ri-se bem - é boa pessoa.

Observai depois todos os matizes: por exemplo, é preciso que o riso não
pareça estúpido, por mais alegre e ingénuo que seja. Mal detecteis a mais
pequena nota de estupidez num riso, ficai sabendo que a pessoa que assim ri
é intelectualmente limitada, apesar de deitar cá para fora um sem-fim de
ideias. Mesmo que o riso não seja estúpido, se vos parecer ridículo, nem
que seja um pouquinho, ficai sabendo que não há na pessoa que o ri uma
verdadeira dignidade, pelo menos uma dignidade suficiente. Por último,
notai que, mesmo que um riso seja contagioso mas por qualquer razão vos
pareça vulgar, também a natureza dessa pessoa é vulgar, que toda a nobreza
e espírito sublime que tínheis visto nela ou são fingidos ou imitados
inconscientemente, e que essa pessoa, no futuro, mudará inevitavelmente
para pior, dedicar-se-á ao «útil», abandonando sem pena as ideias nobres
como sendo erros e paixões da juventude.

(...) Apenas entendo que o riso é a mais certeira prova da alma. Olhai para
uma criança: só as crianças sabem rir com perfeição, por isso são
fascinantes. É abominável a criança que chora, mas a que ri alegremente é
um raio do paraíso, é o futuro do homem quando ele, finalmente, se tornar
tão puro e ingénuo como uma criança.

Fiodor Dostoievski, in 'O Adolescente'

Sent by: Flora Cousso

sexta-feira, outubro 28, 2005

#Pensamentos para o fim de semana...

"Todos vivemos sob o mesmo céu, mas ninguém tem o mesmo horizonte."
Anónimo

"As pessoas q mais admiro são aquelas que perseguem o seu sonho, estão
seguramente destinadas à felicidade."
Anónimo

"The world is a dangerous place to live in, not because of those who do
evil, but because of those who watch and let it happen."
Albert Einstein

#Mais de 2200 empresas (de 60países) que negociaram com o Iraque pagaram subornos

Siemens, Volvo e Daimler Chrysler, entre outras
Saddam recebeu milhões de dólares de empresas envolvidas num programa da
ONU
28.10.2005 - 09h38 Sofia Lorena, (PÚBLICO)
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1237109

Mais de 2200 empresas de pelo menos 60 países que negociaram com o Iraque
através do programa Petróleo por Alimentos das Nações Unidas, iniciado em
1996, pagaram subornos ao Governo de Saddam Hussein, concluiu o comité de
inquérito independente liderado por Paul Volcker.

No seu quinto e último relatório, um documento com 630 páginas ontem
divulgado, o comité revela que o regime lucrou 1800 milhões de dólares com
as manipulações de que foi alvo o programa.

De acordo com Volcker, ex-presidente da Reserva Federal americana que
chefiou durante um ano e meio uma equipa de investigadores, as empresas
referidas não estavam necessariamente ao corrente dos pagamentos ilícitos
de intermediários.

O inquérito nomeia ainda políticos que receberam favores do regime no
âmbito do seu combate às sanções internacionais. "Saddam escolheu favorecer
as empresas de nações e indivíduos que, com ou sem razão, sentiu que
poderiam ajudar nos seus esforços para pôr fim às sanções impostas no fim
da guerra do Golfo" de 1991, disse Volcker. Entre os mais de 60 países de
origem das empresas e indivíduos, muitos são russos ou franceses, mas
também chineses, dada essa política de favoritismo.

Empresas de outros países, nomeadamente norte-americanas, como a Bayoil,
envolveram-se através de companhias registadas em países "aceitáveis".

A Banca Nacional de Paris, que tinha a cargo a gestão das contas do
programa da ONU, envolveu-se, por seu turno, numa "situação de conflito de
interesses": geria as contas da ONU onde eram recebidos os fundos do
programa, mas servia também de garantia às empresas que participaram neste,
acabando por ter na sua posse provas de corrupção que não denunciou.

Segundo o relatório, no âmbito do Petróleo por Alimentos o Iraque vendeu um
total de 64.200 milhões de dólares de petróleo a 248 empresas. Destas, 139
pagaram ao regime somas ilícitas. Em retorno das exportações, Bagdad
comprou bens de primeira necessidade a 3614 empresas no valor de 34.500
milhões de dólares. Entre estas, o documento concluiu que 2253 pagaram
subornos.

O valor acumulado pelo regime - 1800 milhões de dólares - é, como nota
Volcker, muito inferior aos 11 mil milhões que lucrou nas vendas de
petróleo exteriores ao programa. Um investigador ouvido em antecipação pelo
New York Times refere que nos anos que precederam o programa, valores muito
mais elevados tinham sido lucrados com contrabando, beneficiando economias
de países aliados dos Estados Unidos, incluindo a Jordânia e a Turquia.

Responsabilidade da ONU

Entre os subornos pagos, o maior é o de 10 mil milhões de dólares gastos
pela empresa de comércio malaia Mastek. Nomes proeminentes incluem o
gigante alemão Siemens, o ramo de construção do grupo Volvo, e a empresa
germano-americana Daimler Chrysler.

Prevendo que a designação das emprensas envolvidas e a exposição das
"conspirações" internacionais vá chamar a atenção, Volcker disse esperar
que isso não obscureça que o mais importante é o que o relatório
"acrescenta à mesma história" e a história é que "são precisas reformas
profundas na ONU". "Na minha mente, esta parte da nossa investigação
reforça o facto de a própria ONU carregar grande parte da responsabilidade
e precisar de reformas", sublinhou.

Os relatório anteriores analisavam as actividades da ONU, concluindo que a
coordenação da instituição foi desadequada e, em alguns casos, corrupta, e
que o antigo director do programa, Benon V. Sevan, recebeu subornos, o que
este desmente.

#Amigo...

Mal nos conhecemos
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill

Sent by: Flora

quinta-feira, outubro 27, 2005

#Quando encontrar...

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar
por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da
sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso
entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o
dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos
se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a
vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te
mandou um presente divino - O Amor.
Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem
mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a
outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las
com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer
momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela
estivesse ali do seu lado...
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas
velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro
que está marcado para a noite...
Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa
ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim,
tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...
Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou
na sua vida. É uma dádiva.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou
encontram um amor verdadeiro.
Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o
amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do
dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O Amor.

Carlos Drummond de Andrade
Sent by: Flora

terça-feira, outubro 25, 2005

#Nas fronteiras europeias: morte de 6.300 imigrantes desde 1993

CEUTA AND MELILLA ARE EUROPE'S SHUT DOORS ON AFRICA.
And beyond a high double trench, FORTRESS EUROPE sits and watches the
ongoing tragedy of the "human avalanche".

Moroccan and Spanish authorities' repression against people attempting to
enter the Spanish enclaves of Ceuta (74.000 inhabitants) and Melilla
(68.000) has killed migrants in the name of protecting European borders. A
three-meters high trench separates Africa from the vanguard of Spain: Ceuta
and Melilla. Thousands of migrants have attempted crossing the barriers,
which prevent entrance into Spain. The majority got in, but some paid for
that with their own lives. On Thursday September 29th 2005, along the
double trench protecting Ceuta from the Moroccan surroundings, FIVE
MIGRANTS DIED. Another violent encounter occurred Monday October 3rd 2005,
between immigrants and Spanish border patrols. Some 350 of them succeeded
in crossing the barrier, leaving 135 persons wounded. A total of 14 DEATHS
have been documented since violence broke out.

The humanitarian organisation MSF has completed a report, in which it
blames Moroccan police and Spanish border guards for the violent
suppression against migrants.
"These people are trapped within an unjust and unheard-of circle of
violence from both sides, the Moroccan and the Spanish side. They can't
defense themselves in any way", says one of MSF volunteers in Morocco. The
report shows no indulgence towards the EU reaction to the tragic events.

European politicians are these days reacting in many ways. Their main
intention, though, remains the development of a common strategy to counter
"illegal" immigration, and a common legislature towards a policy of
exclusion. Morocco has been assigned, but has not yet received, ?40 million
from its Euro-Mediterranean partnership program to increase surveillance of
its southern borders. It is also possible that Spain could benefit from a
contribution from the plan for a Solidarity Fund for the joint borders of
the Member Sates. Morocco has already made an agreement with Spain on the
repatriation of illegal Moroccan immigrants in Spain. The European
Association for Human Rights says the Ceuta tragedy shows that Europe's
migration policy based on repressive measures to guarantee security is at a
dead end. It calls for an urgent debate on a European migratory policy
respectful of rights, physical integrity and people's dignity.

The names of those who died in this attempt of entering Europe will be
added to the UNITED "FATAL REALITIES OF FORTRESS EUROPE" list of deaths,
containing now over 6300 documented death cases.
Since 1993 UNITED has monitored the deadly results of the building of a
'Fortress Europe': border militarisation, unjust asylum laws, detention
policies, deportations and carrier sanctions. They are all linked to the
carrying out of decision taken on highest political level: the Schengen
treaty, the Dublin Convention and EU border control programs.

UNITED collects data on where and under which circumstances the refugees
die. The "FATAL REALITIES OF FORTRESS EUROPE" list of deaths is constantly
being updated and, being a strong testimony of the ongoing tragedy
occurring at Europe's borders, can be used to raise awareness, to campaign,
to lobby.

See http://www.unitedagainstracism.org - under campaigns/ refugee campaigns
Texto retirado de : http://www.ecclesia.pt/ocpm/

#Are religious societies better than secular ones?

Aqui fica um comentário (bastante crítico), que refere um estudo
interessante sobre a influencia da religião no bem da sociedade:

http://www.zmag.org/sustainers/content/2005-10/23monbiot.cfm

Texto Integral:

October 23, 2005 Better Off Without Him
By George Monbiot

Are religious societies better than secular ones? It should be an easy
question for athiests to answer. Most of those now seeking to blow people
up - whether with tanks and missiles or rucksacks and passenger planes - do
so in the name of God. In India, we see men whose religion forbids them to
harm insects setting light to human beings.

A 14th-century Pope with a 21st-century communications network sustains his
church's mission of persecuting gays and denying women ownership of their
bodies. Bishops and rabbis in Britain have just united in the cause of
prolonging human suffering, by opposing the legalisation of assisted
suicide. We know that the most dangerous human trait is an absence of
self-doubt, and that self-doubt is more likely to be absent from the mind
of the believer than the infidel.

But we also know that few religious governments have committed atrocities
on the scale of Hitler's, Mao's or Stalin's (though, given their more
limited means, the Spanish and British in the Americas, the British,
Germans and Belgians in Africa and the British in Australia and India could
be said to have done their best).

It is hard to dismiss Dostoyevsky's suspicion that "if God does not exist,
then everything is permissible."(1) Nor can we wholly disagree with the new
Pope when he warns that "we are moving towards a dictatorship of relativism
which ... has as its highest goal one's own ego and one's own desires."(2)

(We must trust, of course, that a man who has spent his life campaigning to
become God's go-between, and who now believes he is infallible, is immune
to such impulses).

The creationists in the United States might be as mad as a box of ferrets,
but what they claim to fear is the question which troubles almost everyone
who has stopped to think about it: if our lives have no purpose, why should
we care about other people's?

We know too, as Roy Hattersley argued in the Guardian last month, that
"good works ... are most likely to be performed by people who believe that
heaven exists. The correlation is so clear that it is impossible to doubt
that faith and charity go hand in hand."(3)

The only two heroes I have met are both Catholic missionaries. Joe Haas, an
Austrian I stayed with in the swamp forests of West Papua, had spent his
life acting as a human shield for the indigenous people of Indonesia: every
few months soldiers threatened to kill him when he prevented them from
murdering his parishioners and grabbing their land.(4)

Frei Adolfo, the German I met in the savannahs of north-eastern Brazil,
thought, when I first knocked on his door, that I was a gunman the ranchers
had sent for him. Yet still he opened it. With the other liberation
theologists in the Catholic church, he offered the only consistent support
to the peasants being attacked by landowners and the government.(5) If they
did not believe in God, these men would never have taken such risks for
other people.

Remarkably, no one, until now, has attempted systematically to answer the
question with which this column began. But in the current edition of the
Journal of Religion and Society, a researcher called Gregory Paul tests the
hypothesis propounded by evangelists in the Bush administration, that
religion is associated with lower rates of "lethal violence, suicide,
non-monogamous sexual activity and abortion". He compared data from 18
developed democracies, and discovered that the Christian fundamentalists
couldn't have got it more wrong.(6)

"In general, higher rates of belief in and worship of a creator correlate
with higher rates of homicide, juvenile and early adult mortality, STD
infection rates, teen pregnancy, and abortion ... None of the strongly
secularized, pro-evolution democracies is experiencing high levels of
measurable dysfunction."

Within the United States "the strongly theistic, anti-evolution South and
Midwest" have "markedly worse homicide, mortality, STD, youth pregnancy,
marital and related problems than the Northeast where ... secularization,
and acceptance of evolution approach European norms".

Three sets of findings stand out: the associations between religion -
especially absolute belief - and juvenile mortality, venereal disease and
adolescent abortion.

Paul's graphs show far higher rates of death among the under-5s in
Portugal, the US and Ireland and put the US - the most religious country in
his survey - in a league of its own for gonorrhea and syphilis. Strangest
of all for those who believe that Christian societies are "pro-life" is the
finding that "increasing adolescent abortion rates show positive
correlation with increasing belief and worship of a creator ... Claims that
secular cultures aggravate abortion rates (John Paul II) are therefore
contradicted by the quantitative data."(7)

These findings appear to match the studies of teenage pregnancy I've read.
The rich countries in which sexual abstinence campaigns, generally inspired
by religious belief, are strongest have the highest early pregnancy
rates(8). The US is the only rich nation with teenage pregnancy levels
comparable to those of developing nations: it has a worse record than
India, the Philippines and Rwanda(9). Because they're poorly educated about
sex and in denial about what they're doing (and so less likely to use
contraceptives), boys who participate in abstinence programmes are more
likely to get their partners pregnant than those who don't(10).

Is it fair to blame all this on religion? While the rankings cannot reflect
national poverty - the US has the world's 4th highest GDP per head, Ireland
the 8th - the nations which do well in Paul's study also have higher levels
of social spending and distribution than those which do badly. Is this a
cause or an association? In other words, are religious societies less
likely to distribute wealth than secular ones?

In the US, where governments are still guided by the Puritan notions that
money is a sign that you've been chosen by God and poverty is a mark of
moral weakness, Christian belief seems to be at odds with the dispersal of
wealth. But the UK - one of the most secular societies in Paul's study - is
also one of the least inclusive, and does rather worse in his charts than
countries with similar levels of religion. The broad trend, however, looks
clear: "the more secular, pro-evolution democracies have ... come closest
to achieving practical "cultures of life"."(11)

I don't know whether these findings can be extrapolated to other countries
and other issues: the study doesn't look, for example, at whether religious
belief is associated with a nation's preparedness to go to war (though I
think we could hazard a pretty good guess) or whether religious countries
in the poor world are more violent and have weaker cultures of life than
secular ones. Nor - because, with the exception of Japan, the countries in
his study are predominantly Christian or post-Christian - is it clear
whether there's an association between social dysfunction and religion in
general or simply between social dysfunction and Christianity.

But if we are to accept the findings of this one - and so far only - wide
survey of belief and human welfare, the message to those who claim in any
sense to be pro-life is unequivocal. If you want people to behave as
Christians advocate, you should tell them that God does not exist.

www.monbiot.com
------------------------------------------------------------------------------------

O referido estudo (mais longo) está em
http://moses.creighton.edu/JRS/2005/2005-11.html

segunda-feira, outubro 24, 2005

#Citações de Madre Teresa de Calcutá

"Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de
amizade"

"O dever é uma coisa muito pessoal; decorre da necessidade de se entrar em
acção, e não da necessidade de insistir com os outros para que façam
qualquer coisa"

"A falta de amor é a maior de todas as pobrezas"

sexta-feira, outubro 21, 2005

#Elogio do amor (puro)

Quero fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível.
Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é
mais
barato, por causa da casa.
Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da
lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de
antemão,
fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se
sócios.
Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de
camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor
tornou-se
uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam
"praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do
amor
doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de
compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os
de
hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia,
são
uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo
bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides,
borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o
desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a
comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha.
Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a
pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso
"dá
lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos
casalinhos.
Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice,
facada, abraços, flores.
O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da
serenidade.
Amor é amor.
É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não
é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.
Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo
ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é
um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma
condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se
percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor
é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que
não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É
por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que
se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é
outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se
lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por
muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração
guarda
o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não
esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor
que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se
ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver
sozinho,
triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se
pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Sent by: Maria Rita

quinta-feira, outubro 20, 2005

#Como uma teoriaeconómica pode vencer uma bomba atómica

Prémio Nobel da Economia
Como uma teoria económica pode vencer uma bomba atómica

Tim Harford*/FT Economia Terça, 18 de Outubro de 2005

Thomas Schelling partilhou com o matemático Robert Aumann o Prémio Nobel da
Economia atribuído no passado dia 10 de Outubro.

"O acontecimento mais importante da segunda metade do século XX foi um que
não chegou a acontecer". Foi com estas palavras que Thomas Schelling
assinalou o "feito extraordinário" de 50 anos sem uma guerra nuclear.
Ninguém pode chamar a si os louros de tal feito, todavia, Schelling foi um
dos grandes responsáveis em impedir o Armageddon. Ajudou a evitar uma
guerra devido ao seu profundo conhecimento da mesma e, por ter transmitido,
de forma brilhante, estes conhecimentos aos outros - alterando o clima
intelectual, e servindo de inspiração a toda uma geração de pensadores
estratégicos -, evitou, quase por acidente, que a jovem disciplina da
teoria do jogo se tornasse irrelevante.

Schelling partilhou o Prémio Nobel da Economia com o matemático Robert
Aumann. O prémio, há muito merecido é, também, uma recompensa para alguém
que quase não realizou qualquer pesquisa na matéria.

A fórmula de Schelling para ganhar um Prémio Nobel sem realizar uma
pesquisa técnica é muito simples. Passa pela descoberta de aspectos não
visíveis dos puzzles do nosso dia-a-dia, que mais ninguém consegue ver, e
como conseguir iluminar as grandes questões actuais transformando-as na
prosa mais cintilante.

Antes de Schelling, a teoria do jogo não passava de uma análise matemática
das decisões interdependentes: um sindicato só convoca uma greve quando
acredita que o patronato vai responder com uma proposta mais favorável. É
como o 'bluff' no 'poker', que depende da nossa convicção, ou não, acerca
do bluff do adversário. A teoria do jogo e a bomba atómica "chegaram no
mesmo comboio", com a ajuda do matemático em questão, John von Neumann,
sendo que, os primeiros teóricos do jogo já tinham tentado utilizar esta
teoria como veículo para compreender a guerra nuclear. Todavia, a análise
destes últimos não foi a mais apropriada. Numa entrevista à Life, Neumann
afirmou que, "se alguém perguntar porque não os bombardeamos amanhã, eu
pergunto porque não hoje?".

O livro de Schelling de 1960, 'The Strategy of Conflit', revolucionou tanto
o pensamento estratégico como a teoria do jogo. Schelling pôs de parte os
conhecimentos matemáticos dos seus pares e aplicou a rigorosa teoria do
jogo a um mundo mais rico, onde as super-potências tentavam perceber os
sinais tácitos por trás das promessas e ameaças dos outros países. Provou
que, mesmo nas guerras mais mortíferas, existem inúmeros elementos em comum
e uma cooperação entre os inimigos. Com efeito, o surpreendente facto da
guerra-fria nunca ter chegado a "ficar quente" deve-se à cooperação do
século.

Alfred Marshall, o famoso economista, aconselhou outros economistas a
traduzir os seus estudos matemáticos para inglês ilustrando-os com exemplos
práticos. Apesar de Schelling insistir em relembrar este aspecto, a verdade
é que os conselhos de Marshall continuam a ser ignorados. Para explicar a
diferença entre uma repressão estável e instável, imaginou um duelo do
velho oeste, onde dois homens chegavam à conclusão que "se ambos tivessem a
certeza que iriam viver o tempo suficiente para ripostar certeiramente, não
haveria vantagem em sacar da arma e, muito menos, razão para recear que o
adversário fizesse o mesmo". Semelhante pensamento alterou a política
norte-americana de retaliação massiva face a qualquer agressão soviética,
em prol da manutenção da capacidade de um contra-ataque capaz de
desencorajar um ataque surpresa. O exemplo do duelo mostrou-se mais eficaz
do que o esperado.

As mudanças de pensamento de Schelling têm sido tão espectaculares que os
seus colegas, por vezes, pensam que perdeu o juízo. Durante uma longa
viagem de avião, os rabiscos feitos numa folha de papel ajudaram a
convencê-lo que a segregação racial extrema, muitas vezes visível nas
grandes cidades, poderia aparecer sem grande prejuízo para as diversas
raças. Como algumas famílias evitam estar rodeadas por várias etnias, é
provável que nasçam grande assimetrias fronteiriças, numa cidade
superpovoada por pessoas que até gostam de estar rodeadas por vizinhos de
outras raças. Trinta anos mais tarde, o método de Schelling tem sido
introduzido em computadores potentes, tornando-se um dos tópicos mais
procurados.

Schelling não se limita, apenas, a abordar questões "simpáticas". Também
elaborou métodos eficazes para os 'gangs' extorquirem dinheiro, estudou o
problema da crescente lista dos postais de Natal e como encontrar um
companheiro de viajem, perdido numa cidade desconhecida. Esta mistura
eclética é inseparável da sua capacidade para retirar aspectos positivos de
analogias pouco vulgares.

Schelling é um excelente transmissor de ideias económicas. Muitos dirão,
mesmo, que é o melhor. Só gostava que houvesse mais economistas a imitar os
seus métodos. A nossa mais-valia é que ele é inimitável.

*Autor de 'The Undercover Economist', e assina a coluna 'Dear Economist' no
FT magazine.

Sent by: Bruno Martinho

terça-feira, outubro 18, 2005

Frases

"Todas as éticas são evolutivas"
Equador Miguel Sousa Tavares

"Haverá sempre infelizes mas podemos acabar com os miseráveis",
Victor Hugo, no parlamento francês

"Não acrescentes dias à tua vida mas vida aos teus dias"

"A alma é aquilo que o corpo recusa"