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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

quarta-feira, agosto 31, 2011

# Os pobres ( II ) - Eça de Queirós

" Todos tínhamos, com efeito, esquecido o pobre, nesta grande ilusão
e deslumbramento do progresso material que nos absorveu e obcecou
setenta anos.  Enganados pela ciência, embrulhados nas subtilezas
balofas da economia política, maravilhados como crianças pelas
habilidades da mecânica, durante setenta anos construímos
freneticamente vapores, caminhos de ferro, máquinas, fábricas,
telégrafos, uma imensa ferramentagem, imaginando que por ela
realizaríamos a felicidade definitiva dos homens e mal antevendo que
aos nossos pés, e por motivo mesmo dessa nova civilização utilitária,
se estava criando uma massa imensa de miséria humana, e que, com cada
pedaço de ferro que fundíamos e capitalizávamois, íamos criar mais um
pobre !  No fim destes setentas anos de martelar e de forjar, havia
com efeito alguns sujeitos muito gordos e muito ricos -  mas havia uma
multidão de famintos, mais faminta e maior que nenhuma que o mundo
vira desde o velho patriciado romano ".

          Eça de Queirós, in " Cartas Familiares de Paris ", 1895

segunda-feira, agosto 29, 2011

# Pulseiras electrónicas custam menos 33 euros por dia do que um recluso numa cadeia

29.08.2011 - 08:02 Por Lusa
http://www.publico.pt/Sociedade/pulseiras-electronicas-custam-menos-33-euros-por-dia-do-que-um-recluso-numa-cadeia_1509581?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29

O custo médio diário de um recluso no sistema prisional ronda os 50
euros (Nuno Ferreira Santos/arquivo)

Cada um dos 582 arguidos com pulseira electrónica, instrumento que
pode substituir as penas de prisão até dois anos ou a prisão
preventiva, custa ao Estado menos 33 euros por dia do que um recluso
numa cadeia.

Actualmente estão activadas 582 pulseiras (Vigilância Electrónica) e o
custo de cada uma é de 17,20 euros por dia, mais barato do que o custo
médio diário de um recluso no sistema prisional, que ronda os 50
euros, segundo os dados fornecidos pelo Ministério da Justiça à
agência Lusa.

Em termos globais, as 582 pessoas vigiadas através deste dispositivo
custam ao Estado cerca de dez mil euros por dia. Em contrapartida, os
11.921 reclusos que ocupam as cadeias portuguesas representam um
encargo diário de 596 mil euros.

Das 582 pessoas vigiadas através de pulseira, 173 estão na área do
Porto, das quais 122 estão obrigadas a permanecer na habitação como
medida de coacção, 37 foram condenadas a penas de prisão até dois anos
e 14 cometeram o crime de violência doméstica. Em Lisboa, este
dispositivo electrónico está aplicado em 136 pessoas, na sua quase
totalidade (119) como medida de coacção de obrigação de permanência na
habitação por ordem do tribunal. As restantes 17 foram condenadas a
pena de prisão (seis), cinco como forma de adaptação à liberdade
condicional e outras cinco por violência doméstica.

Nas restantes zonas do país, este dispositivo de controlo à distância
também está a ser utilizado: em Coimbra estão 81 pessoas, Setúbal 53,
Guarda 28, Ponta Delegada 24, Loulé 39 e Évora 18.

Os mesmos dados indicam que sete em cada cem pessoas sujeitas à
pulseira electrónica, por decisão judicial, infringiram as regras, mas
o número é bastante menor do que a média dos restantes países
europeus, que se situa nos 12 por cento.

As pulseiras electrónicas foram colocadas, numa fase experimental, a
arguidos da Grande Lisboa e depois do Grande Porto, passando a ter um
âmbito nacional em Março de 2005.

quarta-feira, agosto 03, 2011

# Chineses clonam um Ikea inteiro e 5 lojas da Apple!

Há um clone do Ikea na cidade das lojas falsas da Apple
02.08.2011 - 19:48 Por Daniel Almeida, com agências
http://economia.publico.pt/Noticia/ha-um-clone-do-ikea-na-cidade-das-lojas-falsas-da-apple_1505889

Depois de, recentemente, terem sido encontradas cinco lojas falsas da
Apple em Kunming, no sudoeste da China, agora foi tornado público que
a mesma cidade tem uma loja que imita a maior retalhista de mobiliário
do mundo, a Ikea.
O tema azul e amarelo faz parte da imagem da marca sueca

Desde o tradicional tema azul e amarelo, aos sinais, espaços
(inclusive um restaurante), peças de mobiliário e até mesmo aos sacos
e lápis miniaturas, tudo parece igual o Ikea, relata a agência
Reuters. Mas esta loja do sudoeste da China não pertence à
multinacional sueca.

Com o nome "11 Furniture" (que, em chinês, soa praticamente igual ao
nome da empresa sueca neste país asiático), a loja de dez mil metros
quadrados e quatros andares procura, ao que tudo indica, imitar não
apenas o aspecto e o estilo, mas toda a experiência da marca Ikea.
Quanto às peças de mobiliário são feitas por encomenda, e não
empacotadas ao estilo da empresa sueca. Uma tendência que parece
marcar esta nova forma de pirataria que já chegou ao gigante asiático.

Este tipo de imitação "já acontece há 25 anos [na China]. A maioria
das marcas estrangeiras já foram falsificadas", apesar de os produtos
serem, em muitos casos, originais, explica Paul French, fundador da
empresa de consultoria de mercado "Access Asia", citado pela Euronews.

Em resposta à descoberta da loja em Kunming, o Ikea, que possui nove
lojas na China e pretende abrir entre uma a duas em cada ano, já fez
saber que tem equipas jurídicas a salvaguardar os direitos de
propriedade intelectual, quer ao nível global, quer local (em cada
país).

"Sendo uma das maiores companhias de mobiliário doméstico do mundo, a
Ikea considera crucial a protecção dos seus direitos de propriedade
intelectual", disse a subsidiária chinesa do Ikea, num comunicado
citado pela Reuters. Do lado da "11 Furniture" não houve qualquer
esclarecimento.

A descoberta da loja clone da retalhista de mobiliário e decoração
sueca na cidade de Kunming acontece depois de, na semana passada,
cinco lojas falsas da Apple terem sido encontradas na mesma
localidade. O facto levou as autoridades a investigarem 300 lojas de
material electrónico na cidade e a ordenar o encerramento de duas das
cinco lojas falsas, por falta de licença comercial.

segunda-feira, agosto 01, 2011

# Jovem sobrevivente do massacre na Noruega escreve carta ao terrorista: "Vamos combater o mal com o bem. E venceremos"

Ivar Benjamin Oesteboe perdeu cinco amigos
01.08.2011 - 12:56 Por PÚBLICO
http://www.publico.pt/Mundo/jovem-sobrevivente-do-massacre-na-noruega-escreve-carta-ao-terrorista_1505656

"Querido Anders Behring Breivik". É assim que começa a carta,
publicada esta segunda-feira pela AFP, escrita por um jovem
sobrevivente do massacre na ilha de Utoya.
"Não vamos responder ao mal com o mal, como gostarias. Vamos combater
o mal com o bem. E venceremos", diz a carta.
"Quero que saibas que falhaste", escreveu o jovem a Anders Behring
Breivik (Stoyan Nenov/REUTERS)

"Tu acreditas que venceste porque mataste os meus amigos e
companheiros. Acreditas que destruíste o partido trabalhista e as
pessoas que crêem numa sociedade multicultural", escreveu Ivar
Benjamin Oesteboe, 16 anos, o qual perdeu cinco amigos na carnificina.
"Quero que saibas que falhaste", frisou o jovem na sua carta publicada
no Facebook e reproduzida pelo jornal norueguês Dagbladet.

"Descreveste-te como um herói, um cavaleiro. Não és um herói. Mas uma
coisa é certa: criaste heróis. Em Utoya, nesse quente dia de Julho,
conseguiste criar alguns dos maiores heróis que jamais existiram no
mundo", continuou o adolescente.

Na ilha de Utoya a 22 de Julho, Ivar Benjamin e alguns dos seus
companheiros esconderam-se na margem do rio à espera que a polícia
chegasse enquanto ouviam os disparos. Breivik, mascarado de polícia,
enganou-os. "Chamamo-lo, agitando os braços. Estava a tentar acalmar
os jovens que o rodeavam e de repente, impassível, deu a volta e
começou a disparar contra todos", explicou Benjamin ao Dagbladet.

O jovem conseguiu salvar-se quando a polícia chegou à ilha mais de uma
hora e meia depois de o tiroteio ter começado. "Vou-te explicar como
funcionou o teu plano. Conseguiste ser o homem mais odiado da Noruega.
Muitos estão com raiva de ti; eu, não. Não tenho medo de ti. Não podes
alcançar-nos, somos maiores que tu", disse Ivar Benjamin no final da
sua carta.

Em Utoya, 69 pessoas, sobretudo jovens, perderam a vida e outras oito
morreram durante as explosões que ocorreram na capital do país, Oslo.
Dezenas de pessoas ficaram feridas no duplo ataque. O terrorista
justificou o massacre como uma guerra contra o Islão e a esquerda
multiculturalista.