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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

terça-feira, junho 25, 2013

# Defesa da honra (deles)

David Dinis
Sol, 24 de Junho, 2013

Na última quarta-feira fui, em trabalho, a uma reunião da Comissão
Parlamentar de Acompanhamento da Troika. Uma reunião normal, de
organização de trabalhos – apenas com dois jornalistas a assistir. E
ali vi uma das maiores provas de decência humana de que me lembro, em
17 anos de jornalismo político.
O presidente da comissão é um socialista: Vieira da Silva. O
vice-presidente é um social-democrata, Miguel Frasquilho. Sem qualquer
pré-aviso mediático, Vieira da Silva puxou um tema à discussão: um
curto texto que tinha preparado para defender o seu adversário
político de uma série repetida de acusações de quem tem sido alvo.
«Sucessivas, repetidas e prolongadas», acrescentou. E pôs esse texto à
votação, de todos os partidos, para que toda a comissão assumisse a
defesa pública do deputado do PSD.
O caso deve-se a Paulo Morais, um ex-político que anda há um ano a
dizer, em crescendo, que há corrupção a rodos na política portuguesa.
Entre exemplos vários atirou contra Frasquilho. Porquê? Porque ele
trabalha também para o Banco Espírito Santo, que por sua vez
assessorou os chineses no processo de privatização da EDP. Sendo que
também pertence à comissão que, diz ele, devia fiscalizar essa mesma
privatização – que ele assume como «opaca». Está-se mesmo a ver, não
está? – lançou Paulo Morais, por exemplo numa entrevista ao jornal i.
A verdade é que não, não se está a ver, está-se a insinuar.
E não porque aquela comissão não tem nem a missão, nem as competências
para investigar as privatizações em curso. Não porque a questão da EDP
nunca foi tratada em nenhuma daquelas reuniões – nem sequer pelo PCP e
pelo BE. E, já agora, não porque Miguel Frasquilho sempre se recusou a
tratar, na Assembleia, matérias que se cruzem com o banco para o qual
trabalha.
Prova dessa lisura foi o que se passou a seguir. Fernando Medina, do
PS, fez-lhe um elogio rasgado («comportamento exemplar»). Luís
Fazenda, do Bloco de Esquerda, prontificou-se a subscrever o
comunicado.
Quanto a mim, resolvi escrever este texto não só porque o gesto de
dignidade é raro e meritório, mas sobretudo porque vivemos dias
perigosos.
Em tempo de austeridade é fácil semear a desconfiança e atacar os
políticos por igual, pegar em meias verdades e deitar lama sobre os
que estão na vida pública. É popular pegar em frases sonoras e dizer
que os políticos ganham demais, que estão rodeados de serventias e
que, para mais, só andam a tratar da sua vida e dos seus negócios.
Quem o diz não percebe – ou não quer perceber – que esse discurso nos
empurra para o abismo. Um dia acordaremos e só nos sobram os políticos
mal pagos, que vivem só e apenas da política e que não têm ideia do
que é a vida, o país ou sequer do que é gerir o Estado – e já
estivemos mais longe. Digo-vos mais: daí a que apareça alguém a propor
que se acabem com os partidos é um passo pequeno.
Por mim, pelo que conheço destes 17 anos de jornalismo e do
Parlamento, garanto-vos isto: há bons deputados, há bons políticos (e
até políticos bons) em Portugal, como aqueles que estavam na sala da
comissão na quarta-feira. Oxalá não desistam de lutar pelo bem
público, cada qual pelas suas ideias.

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quinta-feira, junho 20, 2013

# 100 dias do Papa Francisco: um balanço

http://www.snpcultura.org/os_primeiros_dias_do_papa_francisco.html

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quarta-feira, junho 19, 2013

# Número de refugiados atinge recorde em duas décadas

Por PÚBLICO 19/06/2013 - 09:01

Um refugiado novo a cada quatro segundos, diz relatório das Nações
Unidas, que contabilizou 7,6 milhões de novos refugiados no último
ano.

Afegãos são a maiora dos refugiados contabilizados pela ONU Fayaz Aziz/Reuters

Há 20 anos que o número de pessoas obrigadas a fugir do seu país não
era tão elevado, diz o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados
(ACNUR), liderado pelo antigo primeiro-ministro português António
Guterres. No final de 2012, este organismo contabilizava 45 milhões de
pessoas que tiveram de deixar o país natal devido a conflitos.

Este número não inclui, porém, os refugiados sírios dos últimos seis
meses, assinala o ACNUR, o que significa que o número está
desactualizado. Em Março deste ano, contabilizava-se mais de um milhão
de refugiados sírios, que abandonaram o país devido à guerra civil. Na
mesma altura, Guterres dizia que se a tendência de então se mantiver,
o número de refugiados sírios (na maioria, são crianças) iria
"duplicar ou triplicar" até ao final de 2013.

O Afeganistão é a "capital" mundial dos refugiados, cenário que não
muda há 32 anos. É o país que mais refugiados fornece para as
estatísticas; 95% deles estão no Paquistão e no Irão.

De resto, 55% dos refugiados são provenientes de cinco países:
Afeganistao, Somália, Iraque, Síria e Sudão. Mesmo sem contar com os
novos refugiados sírios, a Síria entra nesta lista negra.

"São números verdadeiramente alarmantes. Reflectem o sofrimento
individual em larga escala e as dificuldades da comunidade
internacional para prevenir conflitos e promover soluções duradouras",
declarou Guterres.

Os 7,6 milhões de novos refugiados significam que há uma pessoa que
foge da catástrofe no seu país de origem a cada 4,1 segundos. "De cada
vez que piscamos os olhos, há mais uma pessoa que se sente obrigada a
fugir", salientou o líder do ACNUR.

Depois dos afegãos, os que mais engrossam a estatística são os
somalis, de acordo com o relatório agora divulgado (PDF em inglês), na
véspera do Dia Mundial do Refugiado, que se assinala a 20 de Junho.

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# Porto é o melhor destino europeu de 2013 para a Lonely Planet

A editora de guias de viagens colocou o Porto e o Vale do Douro no
topo da lista dos 10 melhores destinos europeus para 2013. A cidade é
apelidada de "vibrante capital das artes"

Texto de Ana Maria Henriques • 18/06/2013 - 20:05

Depois de sabermos que o jornal norte-americano "Huffington Post"
classificou o Douro como o melhor rio europeu, a Lonely Planet incluiu
o Porto no topo da lista de 10 destinos europeus a visitar em 2013.

Para Andy Murdock, autor do artigo no site da editora de guias de
viagem Lonely Planet, "o tamanho não é tudo" — assim se justifica que
a Europa, um continente muito mais pequeno que Ásia ou África, atraia
tantos visitantes de todo o mundo. No topo da lista 10 destinos
europeus imperdíveis em 2013 vem a cidade do Porto e o Vale do Douro.

"O Porto emergiu como uma vibrante capital das artes", escreve Andy
Murdock, salientando o facto de a cidade ser um destino de "grande
valor", com muitas novidades. "Na vanguarda da cena artística da
cidade está a zona de galerias da Rua Miguel Bombarda — mais viva por
altura das Inaugurações Simultâneas", continua o artigo.

Porto, "the next hot thing"

O Museu de Arte Contemporânea e o Parque de Serralves também são
mencionados como sítios a não perder, a par da Casa da Música, com
música "durante todo o ano, incluindo concertos gratuitos ao ar livre
no verão". Não podiam faltar as referências à comida, com os
restaurantes DOP e Yeatman.

As provas que as caves de Vinho do Porto promovem, "gratuitas ou com
uma cobrança mínima", são aconselhadas e o Vale do Douro é visto como
"uma região pitoresca" com "algumas das mais célebres vinhas de
Portugal". Os cruzeiros no rio e as viagens de comboio
cinematográficas nesta zona são escolhas que os viajantes apreciam.

"Tentamos apontar a próxima 'hot thing'", diz Andy Murdock. Há
destinos de que as pessoas "sempre ouviram falar" mas sobre os quais
pouco sabem. Da lista da Lonely Planet fazem parte Budapeste
(Hungria), o Norte da Islândia, Cinque Terre (Itália) Moravia
(República Checa), Berna (Suíça), Marselha (França), Croácia, Irlanda
do Norte e Copenhaga (Dinamarca).

http://p3.publico.pt/vicios/em-transito/8331/porto-e-o-melhor-destino-europeu-de-2013-para-lonely-planet

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segunda-feira, junho 17, 2013

# Venezuela, Honduras e Panamá premiados por luta contra a fome

Apesar dos avanços, exisem ainda 870 milhões de pessoas subnutridas em
todo o mundo

Os presidentes da Venezuela, Honduras e Panamá, Nicolás Maduro,
Porfirio Lobo e Ricardo Martinelli, respetivamente, receberam no
domingo, em Roma, diplomas da FAO pelo cumprimento dos objetivos do
"Desafio Fome Zero" nos seus países com dois anos de antecedência.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura
(FAO), atualmente dirigida pelo brasileiro José Graziano da Silva
reconheceu o feito alcançado por 38 países nos objetivos do "Desafio
Fome Zero", programa lançado em 2012 pelo secretário-geral das Nações
Unidas, Ban Ki-Moon, para cumprir até 2015.

Entre os objetivos do "Desafio Fome Zero", figuram o pleno acesso a
uma alimentação adequada, evitar a desnutrição das crianças, assegurar
a sustentabilidade do sistema alimentar, aumentar a produtividade ou
evitar o desperdício de alimentos.

Entre 38 estados, 20 cumpriram o chamado Objetivo de Desenvolvimento
do Milénio (ODM-1), de reduzir para metade a proporção de pessoas que
sofriam de fome entre 1990-1992 e entre 2010-2012, e os 18 restantes
cumpriram esse objetivo e o estipulado na Cimeira Mundial sobre a
Alimentação de reduzir para metade o número de pessoas desnutridas
desde 1996.

Apesar dos avanços, a FAO advertiu que a fome continua a ser um dos
problemas do planeta, com 870 milhões de pessoas subnutridas.

http://www.ionline.pt/artigos/mundo/venezuela-honduras-panama-premiados-luta-contra-fome

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terça-feira, junho 11, 2013

# Alemanha poupou 80 mil milhões de euros com queda dos juros da dívida

Por PÚBLICO e Lusa 11/06/2013 - 14:32

Governo, desde o início da crise financeira, em 2008, até 2013,
reduziu despesa com juros.


Berlim defende constitucionalidade da compra de dívida soberana pelo BCE

O governo alemão, da chanceler Angela Merkel poupou 80 mil milhões de
euros entre 2008 e 2013 devido à queda dos juros da dívida soberana
alemã, indica um estudo do Institute for the World Economy (IfW).

Segundo a Bloomberg, o estudo refere que o gasto com pagamentos de
juros da Alemanha em 2012 foi inferior em 10 mil milhões de euros em
relação à média dos gastos na década antes da crise, entre 1998 e
2007.

Este ano, as poupanças em juros para o governo federal alemão deverão
cifrar-se em 13 mil milhões de euros, adianta o estudo.

Importa recordar que a crise financeira levou muitos investores a ver
os títulos da dívida alemã como refúgio seguro, o que levou,
inclusive, as que algumas emissões fossem feitas com taxas de juro
negativas.

A queda dos juros da dívida soberana alemã é determinada pela baixa
dinâmica do ciclo económico na zona euro e pela política de baixas
taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), indicou o economista do
IfW, Jens Boysen-Hogrefe, a propósito do estudo, citado pela
Bloomberg.

Segundo Jens Boysen-Hogrefe, só o "efeito refúgio" contribuirá este
ano para uma poupança de três mil milhões de euros para o governo
alemão.

No entanto, o economista sublinha que "os ganhos destas baixas taxas
de juro da dívida soberana não devem ser interpretadas como um sinal
para aumentar o défice público alemão", alegando que "estes ganhos são
efeitos temporários e não representam uma melhoria estrutural do
orçamento".

A taxa de juro da dívida soberana da Alemanha a 10 anos estava nesta
terça-feira a 1,636% no mercado secundário às 12h10 em Lisboa, o valor
mais alto desde 20 de Fevereiro.

Os juros das dívidas soberanas da zona euro estavam hoje a subir em
todos os prazos no mercado secundário numa altura em que está pendente
uma decisão do Tribunal Constitucional alemão, que hoje começou a
avaliar a constitucionalidade do programa de compra de títulos
anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE).

Está previsto que hoje e na quarta-feira se realize uma audiência oral
sobre o programa Outright Monetary Transactions, OMT, (Transacções
Monetárias Abertas) no TC alemão, que posteriormente deverá decidir
numa data ainda não determinada, se, como alega o recurso subscrito
por mais de 37 mil cidadãos, a medida proposta pelo BCE excede o
mandato da autoridade monetária e invade competências nacionais.

O programa OMT do BCE consiste na compra sem limites de títulos no
mercado secundário pelo BCE para reduzir a pressão especulativa sobre
os títulos de dívida de países como Espanha e Itália, em troca de que
estes se comprometam a um severo programa de consolidação orçamental
com o fundo de resgate.

Sem chegar a ter sido posto em prática, a iniciativa do programa OMT,
anunciada pelo presidente do BCE, Mário Draghi, no ano passado,
conseguiu reduzir com êxito os diferenciais dos juros entre os títulos
espanhóis e italianos e os dos alemães, o denominado prémio de risco,
permitindo que estes países se financiem nos mercados a taxas de juros
mais razoáveis.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, sublinhou nos
arredores do TC, com sede em Karlsruhe (sudoeste do país), que o
Executivo da chanceler Ângela Merkel considera que o controverso
programa OMT se ajusta às funções do BCE.

"O governo alemão acredita que o BCE, com as suas decisões, se manteve
nos limites do seu mandato", assegurou o ministro, posicionando-se
contra os críticos, que consideram que o plano de compra de dívida
excede as competências de política monetária atribuídas ao BCE.

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# O que faz um Obstetra...

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segunda-feira, junho 03, 2013

# Já não há valores

por ANSELMO BORGES

Já não há valores! Aí está uma afirmação que se ouve constantemente,
vinda de ex-presidentes da República, bispos, professores, padres,
pais e mães, educadores. De quase toda a gente.

A afirmação, porém, não é verdadeira. Evidentemente, continua a haver
valores. Não é possível viver sem valores. Não há sociedade sem
valores. O que se passa é que mudou a escala de valores. A hierarquia
dos valores, agora, é outra.

Abraham Maslow estabeleceu uma famosa pirâmide: a pirâmide das
necessidades humanas. Segundo o psicólogo norte-americano, essas
necessidades têm uma hierarquia ascendente, que vai, portanto, da base
até aos níveis superiores. As necessidades básicas confundem-se com as
necessidades fisiológicas, condição de sobrevivência: respirar, comer,
beber, dormir, reproduzir-se. No segundo patamar, encontra-se a
necessidade de segurança, que tem a ver com a integridade do corpo, da
saúde, a salvaguarda dos bens e da propriedade. As necessidades de
pertença estão no terceiro plano e referem-se à necessidade de
identidade e de afecto; daí, a importância da amizade, do amor, da
vida familiar e grupal. O quarto nível é ocupado pelas necessidades de
estima, tanto no que se refere a si mesmo - auto-estima - como
confiança nos outros: estimar-se a si e aos outros e ser estimado e
respeitado pelos outros. No quinto nível, temos a realização pessoal,
com tudo o que isso implica de criatividade, ética, vida interior,
sentido e transcendência.

Evidentemente, esta escala é discutida e discutível, pois pode não ser
tão universal como pode parecer, não tendo na devida conta a sua
determinação histórica e cultural. No entanto, como escreveu Frédéric
Lenoir, parece possível "considerar estes cinco tipos de necessidades
como sendo todos, e com a mesma dignidade, condições do bem-estar, da
felicidade, da realização de si".

A esta escala de necessidades corresponde uma escala de valores. É
claro que as necessidades biológicas são as mais urgentes - sem a sua
satisfação, não se sobrevive -, mas isso não significa que sejam as
mais humanas, já que são partilhadas com os outros animais.

Valor vem de valere - vale, valete era a saudação romana: passa bem!,
passai bem! -, que significa ser forte, ter saúde, passar bem, estar
de saúde. E está em conexão com perguntas como: quanto custa isto?,
quanto vale?, qual o seu preço? No contexto desta conexão, percebe-se
que rapidamente venha à ideia a ligação ao dinheiro.

E não é o dinheiro um valor? A questão é saber se é o valor primeiro -
é o mais urgente, pois dele depende a salvaguarda da vida -, mas é o
mais humano, aquele que determina verdadeiramente a nossa realização
humana?

Jesus disse que havia incompatibilidade entre Deus e o Dinheiro: "não
podeis servir a dois senhores, a Deus e ao Dinheiro; ou a um ou a
outro." É evidente que Jesus não condena o dinheiro enquanto tal, isto
é, enquanto meio. Ele próprio teve de servir-se dele, ganhando a sua
vida através do trabalho. O que se passa é que a palavra utilizada no
Evangelho para dizer este dinheiro é Mamôn, isto é, o Dinheiro
divinizado e fim em si mesmo. De facto, não é possível servir o Deus
da Vida, que quer a vida de todos, e o Dinheiro enquanto ídolo. Quem
faz do dinheiro e da riqueza o objectivo essencial da sua vida de
certeza que fará muitas vítimas pelo caminho e impedirá muitos de
viver.

Continua a haver valores. Mas a sua hierarquia transtornou-se e o que
é meio tornou-se fim. E aí está o culto do bezerro de ouro, o egoísmo
feroz, a avareza, a ganância sem limites. Mas são o dinheiro e a
riqueza a finalidade última da vida? Os gregos apresentaram sabiamente
a famosa lenda do rei Midas: tudo o que tocasse transformar-se-ia em
ouro. Ora, quem ele tocou primeiro foi a filha. Depois, quando levava
algo à boca para comer, também se transformava em ouro. E viu a sua
desgraça trágica.

Precisamos é de repor uma escala decente de valores. Comecemos pela
justiça, em ligação com a verdade e a igualdade; junte-se-lhe a
liberdade, coroada pelo amor. Afinal, há gente riquíssima que é
infeliz e quem viva feliz na sobriedade.

in DN

1 de Junho

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sábado, junho 01, 2013

# 25% das crianças com um ano consomem refrigerantes

http://www.publico.pt/portugal/jornal/estudo-revela-que-25-das-criancas-com-um-ano-ja-consomem-refrigerantes-26620322

Por Andrea Cunha Freitas

01/06/2013 - 00:00

O aleitamento materno exclusivo é assegurado em média apenas até aos
três meses e meio de vida do bebé ENRIC VIVES RUBIO


Estudo sobre o padrão alimentar mostra que comem muita fruta e
vegetais e provam doces e refrigerantes muito cedo.

Para a maioria das pessoas, será difícil imaginar uma criança com
apenas um ano de vida a beber um refrigerante. Porém, de acordo com os
resultados preliminares do projecto EPACI Portugal 2012 - Estudo do
Padrão e de Crescimento na Infância, que serão divulgados hoje e que
para já se referem apenas às avaliações feitas na Região Norte, aos 12
meses 25% das crianças já provaram um refrigerante. Já as sobremesas
doces aparecem no prato das crianças pelos 13 meses (média), sendo que
50% experimentaram estes sabores entre os 12 e os 18 meses.
Felizmente, os pratos dos mais pequenos também têm uma boa quantidade
de frutas e vegetais. Porém, este bom indicador não será suficiente
para alterar a conclusão sobre o estado de nutrição destas crianças
que passam de uma sobrecarga ponderal (excesso de peso) de 4,3% ao
nascimento para 32,7% entre os 12 e os 36 meses.

O projecto EPACI Portugal 2012 vai avaliar, pela primeira vez, a forma
como crescem e como comem as crianças até aos três anos em Portugal.
"Actualmente, não temos nenhuma informação sobre esta fase importante
e decisiva a nível nacional ou europeu, era uma área em branco,
nebulosa", lamenta Carla Rêgo, a pediatra e mentora do projecto EPACI.
O inédito estudo - realizado pela Escola Superior de Biotecnologia
(ESB) da Católica do Porto com a Faculdade de Medicina (FMUP) e o
Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e o apoio da
Direcção-Geral de Saúde (DGS) - assenta na avaliação de mais de duas
mil crianças entre os 12 e os 36 meses de idade, de todo o país. Para
já, os resultados preliminares que são divulgados hoje correspondem
apenas às 721 crianças avaliadas na Região Norte, estando prevista
para Setembro a apresentação dos resultados nacionais. O processo de
avaliação envolve recolha de dados por entrevista aos cuidadores, mas
também medições e pesagens às crianças.

Os dados obtidos até agora mostram que até aos 12 meses de idade não
parece haver motivo para grandes preocupações sobre os hábitos
alimentares das crianças portuguesas. Destaca-se, no entanto, o facto
de o aleitamento materno exclusivo ser assegurado, em média, apenas
até aos três meses e meio de vida do lactente, ficando aquém da meta
dos seis meses estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. E há
ainda outro indicador menos positivo que revela que em 20% das
crianças o leite de vaca é introduzido antes dos 12 meses. Porém, nada
de muito grave até aqui. "Até esta fase dos 12 meses há uma vigilância
mais apertada, com consultas regulares, e uma orientação correcta dos
profissionais de saúde aos cuidadores que, em geral, cumprem o que
lhes é dito, até porque nesta altura existe uma fragilidade associada
à criança e um medo de errar", justifica Carla Rêgo.

Pais "descarrilam"

Mas, a partir deste 12 meses, o bom comportamento dos cuidadores
"descarrila", reconhece a pediatra e docente na FMUP e na ESB.
"Percebemos que quando se fala aos pais em iniciar a dieta familiar, o
que começa é a "desbunda" familiar", refere a especialista,
sublinhando que nesse momento as crianças começam a partilhar "os
erros" da família.

Os resultados do estudo espelham isso mesmo. A idade média para a
introdução dos refrigerantes com e sem gás nas crianças é os 18 meses,
sendo que 25% começam aos 12 meses (no caso dos refrigerantes sem gás)
e 25% provam sumos com gás aos 15 meses. No caso das sobremesas doces,
as primeiras provas acontecem em média pelos 13 meses (50%
introduziram estes sabores entre os 12 e 18 meses). "Incrível",
comenta a pediatra, que avisa: "A forma como se come nos primeiros
anos de vida é determinante para o risco de obesidade, doenças
cardiovasculares, diabetes, etc." Carla Rêgo também esclarece que o
"treino do paladar" é algo que não se faz de um dia para o outro. Por
vezes, é preciso dar o mesmo alimento dez vezes a uma criança para ela
"aprender" a gostar. "Os doces são fáceis, a criança está habituada ao
doce leite materno. O mais difícil são os ácidos, azedos e amargos",
diz a pediatra, que nota ainda que a decisiva etapa da "programação
metabólica" destas crianças começa quando ainda estão na barriga da
mãe.

Mas há mais. Entre os 12 e os 36 meses, 12,2% das crianças nunca
comeram vegetais no prato, 31,4% nunca provou cereais. O EPACI não é
um estudo sobre a obesidade, tal como sublinha Carla Rêgo, porém nesta
avaliação do padrão alimentar e de crescimento é tido em conta o
estado de nutrição da criança. E nesta tabela percebe-se que os casos
de "adequação nutricional" de uma criança passam de 92,3% ao
nascimento para 66,9% na data de avaliação (entre os 12 e 36 meses),
que na "sobrecarga ponderal" a evolução é desde os 4,3% aos 32,7% no
mesmo período e que na "obesidade" se parte do zero para os 7,1%. Esta
evolução é "altamente preocupante" e é ainda mais grave quando olhamos
para os resultados sobre a percepção que os pais têm dos seus filhos:
apenas 6% dos cuidadores consideram que a criança tem peso a mais, 14%
que têm peso a menos e 80% acham que os seus filhos estão bem. "Um
distúrbio brutal da imagem corporal", conclui Carla Rêgo.

Misturar o bom e o mau

Sobre a diversificação alimentar, ficamos a saber que acontece em
média aos cinco meses, embora existam casos de crianças que
experimentaram outros alimentos além do leite com apenas três meses de
vida. Os dados mostram ainda que 45% das crianças começam pela sopa e
45% pela papa. A carne chega em média pelos seis meses, o peixe pelos
oito, os vegetais na sopa pelos seis e no prato pelos 12. Boas
notícias? 93% consomem diariamente leite, 81% comem sopa de vegetais
pelo menos duas vezes por dia, 92,5% comem fruta todos os dias.

"Nos hábitos alimentares, Portugal costuma fazer isto, misturar o
muito bom com o muito mau", constata Pedro Graça, coordenador da
Plataforma contra a obesidade da DGS. Dos resultados, o especialista
destaca uma "reviravolta" decisiva. "Este estudo mostra que o papel
dos pais é decisivo. Pela primeira vez, diz-se às famílias que a culpa
também é delas. Nestas idades a responsabilidade não é das escolas,
das cantinas, da televisão ou do marketing. São os cuidadores - pais,
avós ou amas - que são responsáveis. É um alerta importante",
sublinha. Considerando que os dados sobre os doces e refrigerantes -
"quase venenos nestas idades" - são "assustadores", Pedro Graça
lamenta que "as desgraças comecem "tão cedo". "Os hábitos alimentares,
os gostos que se criam nesta altura mantêm-se para toda a vida",
alerta.

Carla Rêgo não usa a palavra culpa. "Há muita desinformação. É preciso
informar mais e melhor os cuidadores, que são, de facto, os
responsáveis por estes resultados. Poucas pessoas sabem, por exemplo,
que um refrigerante por dia pode significar quase dois quilos de
açúcar por mês".

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