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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

sexta-feira, abril 28, 2006

# Atentados terroristas fizeram mais de 14 mil mortos no ano passado

Estatísticas do Departamento de Estado norte-americano
Atentados terroristas fizeram mais de 14 mil mortos no ano passado (mais de metade das vítimas do terrorismo eram iraquianas)
28.04.2006 - 15h59 AFP
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1255529&idCanal=15

Mais de onze mil ataques terroristas foram registados em todo o mundo durante o ano passado, provocando 14.602 vítimas mortais, a maioria das quais no Iraque, revelam as estatísticas da Administração norte-americana.

Os números, que constam do relatório anual sobre terrorismo do Departamento de Estado norte-americano, revelam um aumento exponencial em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 651 atentados.

Contudo, o Centro Nacional Antiterrorismo, responsável pela recolha dos dados, explica que a grande diferença se deve ao facto de terem sido contabilizados todos os ataques registados no globo e não apenas os relativos ao "terrorismo internacional", ou seja, os que implicam cidadãos de pelo menos dois países.

Esta alteração metodológica permitiu incluir nas estatísticas os cerca de 3500 atentados cometidos durante 2005 no Iraque, dos quais resultaram 8300 mortos ? o que confirma o país como o mais instável do planeta.

Segundo os números do Departamento de Estado, cerca de três mil pessoas (20 por cento do total) morreram em resultado de atentados suicidas.

quinta-feira, abril 27, 2006

# Taxas de suicídio são das mais baixas da Europa

Taxas de suicídio são das mais baixas da Europa
http://jn.sapo.pt/2006/04/27/sociedade_e_vida/taxas_suicidio_das_mais_baixas_europ.html

Portugal é dos países europeus que tem das mais baixas taxas de suicídio, com uma média anual de seis em cada 100 mil habitantes, revelou o presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia (SPS).

Segundo o psiquiatra Bessa Peixoto, os dados referem-se ao período compreendido entre 1996 e 2000 e são muito semelhantes aos restantes países do Mediterrâneo, contrastando com os do Norte, Centro e Leste europeu, que revelam taxas mais elevadas.

O presidente da SPS falava, citado pela Lusa à margem das 12¦ Jornadas de Saúde Mental do Algarve, que começaram ontem e se prolongam até amanhã onde foi lançado o livro "Comportamentos Suicidários em Portugal".

A obra, editada pela SPS, reúne contributos de 27 especialistas portugueses, entre médicos, enfermeiros, sociólogos, psicólogos e outros profissionais.

De acordo com o psiquiatra, se no continente europeu a taxa de suicídios diminui de Norte para Sul, em Portugal continental passa-se o inverso, com os suicídios a registarem-se mais nas regiões do Sul. O fenómeno pode ser explicado pela solidão e desertificação próprias do Sul, a par de uma maior religiosidade no Norte, que funciona como um factor protector, observa Bessa Peixoto.

Apesar de serem as mulheres quem mais tenta o suicídio, são os homens que mais o consumam, sendo que os suicídios masculinos representam o triplo dos femininos uma média de 9,4 por 100 mil habitantes contra 2,8 nas mulheres.

Outro dado transversal na temática, refere Bessa Peixoto, é o facto dos idosos se suicidarem mais, não se podendo, contudo, traçar um "perfil" do suicida, já que o acto é originado por uma série de factores.

Durante as Jornadas vão debater-se temas diversos, que vão desde os distúrbios alimentares ao comportamento sexual.

#

Creio nos anjos que andam pelo mundo
 
Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,
 
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,
 
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
 
Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.
 
Natália Correia, Açores, 1923-1993.

sexta-feira, abril 21, 2006

# Bélgica aprova adopção de crianças por casais homossexuais

Unidos ou não pelo matrimónio
21.04.2006 - 10h13 AFP

O Parlamento da Bélgica aprovou ontem à noite um projecto de lei que autoriza a adopção de crianças por casais homossexuais.

Os senadores belgas estavam divididos quanto à proposta, mas acabaram por aprovar o projecto de lei com 34 votos a favor, 33 contra e duas abstenções. Os senadores socialistas e ecologistas votaram a favor; os liberais flamengos do VLD dividiram-se; e os liberais francófonos, os sociais-cristãos do CDH e do CDV e a extrema-direita votaram contra.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido na Bélgica desde 2003. Desde então já se realizaram mais de 2500 uniões homossexuais.

Depois da entrada em vigor da nova lei, os casais do mesmo sexo - casados ou não - estarão sujeitos às mesmas regras dos casais heterossexuais no processo de adopção de crianças. As crianças belgas e estrangeiras poderão ser adoptadas no país por casais do mesmo sexo.

A Inglaterra e o País de Gales aprovaram, em Dezembro do ano passado, uma lei que autoriza os casais solteiros e os casais homossexuais a adoptar crianças.

Também a Espanha e a Suécia aprovaram uma lei que permite a adopção de crianças sem restrições.

A Holanda - o país pioneiro na matéria - adoptou um texto legal em 2001 que permite aos casais do mesmo sexo a adopção de crianças (apenas de nacionalidade holandesa).

A Dinamarca (que foi o primeiro país a autorizar a união entre homossexuais, em 1985) autoriza a adopção de crianças por casais do mesmo sexo, mas apenas nas situações em que a criança seja filha de um dos membros do casal, nascida de relações anteriores.

# TV: Publicidade corresponde a 14:40 horas por dia.... fora auto-promoção dos canais

TVI emitiu quase metade
Canais generalistas emitiram mais de mil horas de publicidade entre Janeiro e Março
20.04.2006 - 11h28 Lusa
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1254659


Os quatro canais portugueses em sinal aberto transmitiram, entre Janeiro e Março, mais de mil horas de publicidade, com a TVI a emitir quase metade do valor total, segundo a Marktest.

A RTP1, o canal 2, a SIC e a TVI passaram um total de 1320 horas de publicidade comercial no primeiro trimestre do ano, ou seja, 172.529 peças publicitárias nos ecrãs dos quatro canais, segundo a empresa de audimetria.

O valor total de publicidade equivaleu a uma média diária de 1917 inserções nestes canais e representou um acréscimo de 5,9 por cento face ao trimestre homólogo de 2005.

A estação do grupo Media Capital emitiu 40,1 por cento do valor global, com 69.134 inserções, enquanto que na SIC passaram 60.965 peças publicitárias (35,3 por cento do total).

No caso dos canais públicos, a RTP1 registou 38.395 inserções (22,3 por cento do total) e a 2 passou 4035 peças comerciais, representando apenas 2,3 por cento do número total, uma vez que o canal tem limitações na transmissão de conteúdos publicitários.

A RTP1 foi mesmo o canal que registou a maior variação homóloga em número de inserções, com mais 17,2 por cento em comparação com o período homólogo do ano passado.

A publicidade comercial nos ecrãs destes quatro canais teve uma duração total de 1320 horas, um valor superior a 14 horas e 40 minutos em média por dia, o que significou um aumento 3,4 por cento face a igual período do ano anterior.

Em duração, a TVI emitiu 37,2 por cento deste valor, a SIC 34,8 por cento, a RTP1 26,6 por cento e a 2 1,4 por cento.

A análise da Marktest teve em conta todos os tipos de publicidade à excepção das auto-promoções dos canais no período compreendido entre 1 de Janeiro e 31 de Março de 2005 e de 2006.

quinta-feira, abril 20, 2006

# E depois da globalização?

2006-04-20, in Diário de Notícias - DN Economia

Organizado por George Modelski (Universidade de Washington) e Tessaleno Devezas (Universidade da Beira Interior), realizou-se no IIASA (International Institute for Applied Systems Analysis) em Laxenburg (Viena), nos princípios deste mês, um seminário de investigação dedicado à análise da globalização como processo evolutivo (www.tfit-wg.ubi.pt/globalization/).
O objectivo da reunião era perceber até que ponto se pode considerar a globalização como uma estrutura (ou um sistema, à escala internacional) que resulta da evolução histórica das comunidades humanas. Ou seja, se está sujeita, naturalmente, às suas regras e constrangimentos que se traduzem por uma ascensão, apogeu, declínio e queda inevitável.
Foi muito interessante constatar a influência da biologia no pensamento científico contemporâneo sobre a sociedade. É dominante a ideia de que qualquer conjunto de relações e interacções sociais que se desenvolve no tempo corresponde à ocupação de um "nicho ecológico" por uma população. Isto implica que a evolução social seja um processo de sucessivas camadas. Uma vez ocupado um certo nicho ecológico, ou seja, atingido um certo patamar de desenvolvimento, a sociedade reorganiza- -se e percorre um novo caminho até que um novo limite seja atingido. E assim por diante.
Comportam-se deste modo as transformações estruturais da economia no processo de desenvolvimento industrial (as ondas de Kondratieff), a introdução e uso de novas formas de energia, bem como a evolução dos meios de transporte. A análise de todos estes sistemas é suportada por sólida evidência empírica. Mas esta perspectiva pode aplicar-se a toda uma outra série de evoluções históricas, como Cesare Marchetti, um dos mais criativos investigadores do IIASA, não se cansou de nos provar (a visita à sua página é bem esclarecedora: www.cesaremarchetti.org) desde as revoltas contra a mecanização na agricultura à evolução da potência naval inglesa (com tempos característicos que variam de um mês a 500 anos).
A esta luz, a globalização da economia e das finanças corresponde a um nicho ecológico que será inevitavelmente preenchido no intervalo de duas gerações (50 a 60 anos, como aconteceu com a electrificação, ou com a produção em massa). A globalização, que emerge a partir da década de 1980, esgotará a sua energia criadora com toda a naturalidade nos anos 2030, isto é, não conseguirá prolongar o papel de vector de transformação que assumiu nos finais do século XX. E depois, o que se seguirá? Curiosamente, serão aqueles que inventarem o novo caminho que terão oportunidade plena de liderarem tecnológica e politicamente durante a maior parte do século XXI. Era bom que percebêssemos de que lado do mundo virão.

Sent by: Bruno Martinho

# Después de un tiempo... [versão completa]

Después de un tiempo, uno aprende la sutil diferencia entre sostener una mano y encadenar un alma, y uno aprende que el amor no significa acostarse y una compañía no significa seguridad, y uno empieza a aprender...
....que los besos no son contratos y los regalos no son promesas, y uno empieza a aceptar sus derrotas con la cabeza alta y los ojos abiertos, y uno aprende a construir todos sus caminos en el hoy, porque el terreno de mañana es demasiado inseguro para planes... y los futuros tienen una forma de caerse en la mitad.
Y después de un tiempo uno aprende que si es demasiado, hasta el calor del sol quema. Así que uno planta su propio jardín y decora su propia alma, en lugar de esperar a que alguien le traiga flores. Y uno aprende que realmente puede aguantar, que uno realmente es fuerte, que uno realmente vale, y uno aprende y aprende... y con cada día uno aprende.
Con el tiempo aprendes que estar con alguien porque te ofrece un buen futuro significa que tarde o temprano querrás volver a tu pasado.
Con el tiempo comprendes que sólo quien es capaz de amarte con tus defectos, sin pretender cambiarte, puede brindarte toda la felicidad que deseas.
Con el tiempo te das cuenta de que si estás al lado de esa persona sólo por acompañar tu soledad, irremediablemente acabarás no deseando volver a verla.
Con el tiempo entiendes que los verdaderos amigos son contados, y que el que no lucha por ellos tarde o temprano se verá rodeado sólo de amistades falsas.
Con el tiempo aprendes que las palabras dichas en un momento de ira pueden seguir lastimando a quien heriste, durante toda la vida. Con el tiempo aprendes que disculpar cualquiera lo hace, pero perdonar es sólo de almas grandes.
Con el tiempo comprendes que si has herido a un amigo duramente, muy probablemente la amistad jamás volverá a ser igual.
Con el tiempo te das cuenta que aunque seas feliz con tus amigos, algún día llorarás por aquellos que dejaste ir.
Con el tiempo te das cuenta de que cada experiencia vivida con cada persona es irrepetible.
Con el tiempo te das cuenta de que el que humilla o desprecia a un ser humano, tarde o temprano sufrirá las mismas humillaciones o desprecios multiplicados al cuadrado.
Con el tiempo comprendes que apresurar las cosas o forzarlas a que pasen ocasionará que al final no sean como esperabas.
Con el tiempo te das cuenta de que en realidad lo mejor no era el futuro, sino el momento que estabas viviendo justo en ese instante.
Con el tiempo verás que aunque seas feliz con los que están a tu lado, añorarás terriblemente a los que ayer estaban contigo y ahora se han marchado.
Con el tiempo aprenderás que intentar perdonar o pedir perdón, decir que amas, decir que extrañas, decir que necesitas, decir que quieres ser amigo, ante una tumba, ya no tiene ningún sentido.
Pero desafortunadamente, sólo con el tiempo.

Jorge Luis Borges

Sent by: Flora Cousso

quarta-feira, abril 19, 2006

# Después de un tiempo...

Después de un tiempo,
uno aprende la sutil diferencia
entre sostener una mano
y encadenar un alma,
y uno aprende
que el amor no significa acostarse
y una compañía no significa seguridad
y uno empieza a aprender?
Que los besos no son contratos
y los regalos no son promesas
y uno empieza a aceptar sus derrotas
con la cabeza alta y los ojos abiertos
y uno aprende a construir
todos sus caminos en el hoy,
porque el terreno del mañana
es demasiado inseguro para planes?
y los futuros tienen una forma de caerse
en la mitad.
Y después de un tiempo
uno aprende que si es demasiado,
hasta el calorcito del sol quema.
Así que uno planta su propio jardín
y decora su propia alma,
en lugar de esperar a que alguien le traiga flores.
Y uno aprende que realmente puede aguantar,
que uno realmente es fuerte,
que uno realmente vale,
y uno aprende y aprende?
y con cada día uno aprende.

Jorge Luis Borges

Sent by: Luísa Cardoso

segunda-feira, abril 17, 2006

# Razões afectivas na origem da dependência do telemóvel

http://jn.sapo.pt/2006/04/17/sociedade_e_vida/razoes_afectivas_origem_dependencia_.html
Apenas seis pessoas aceitaram passar 24 horas longe do telemóvel

Catarina Abreu

A dependência do telemóvel está ligada à necessidade que o ser humano tem de estar em contacto permanente com as pessoas de quem mais gosta. Esta é a principal conclusão de uma tese de mestrado denominada "24 horas sem telemóvel", apresentada por Patrícia Dias na Universidade Católica de Lisboa.

"O telemóvel já faz parte do ambiente em que as pessoas estão inseridas e somos dependentes dele na medida em que é um veículo para estarmos em contacto com as pessoas de quem gostamos", explica Patrícia Dias.

A autora observou ainda que o que leva as pessoas a comprarem telemóvel é a pressão social. Esclarece que "mesmo que não se tenha interesse nesta tecnologia, o facto de toda a gente ter um telemóvel, faz com que as pessoas se sintam excluídas e pressionadas a adquirir um".

Uma outra conclusão que podemos encontrar neste estudo é que a utilização do telemóvel não é crescente e obedece a picos. "O facto de haver em Portugal uma taxa de penetração do telemóvel acima dos 100% e o princípio da utilização crescente desta tecnologia estão na base das imensas campanhas promocionais das operadoras móveis", explica Patrícia Dias.

Segundo a autora da tese, as pessoas quando compram o telemóvel usam-no mais ou menos consoante a sua trajectória de vida.

A autora do estudo argumenta que se houvesse uma utilização crescente do telemóvel, todos os que usam esta tecnologia tornar-se-iam cada vez mais dependentes dela, o que não acontece. As pessoas usam o aparelho "dependendo sempre de algumas circunstâncias se namoram ou não, ou se começaram num novo emprego que exige a utilização desta tecnologia".

Patrícia Dias afirma ainda que a dependência não está no uso excessivo do telemóvel, mas no facto de as pessoas sentirem a necessidade de terem o aparelho sempre por perto. A autora do estudo diz que "a maioria dos participantes fazia apenas duas ou três chamadas por dia, mas sentiam falta da sensação de estarem sempre contactáveis para as pessoas de que mais gostam".

Esta ideia vai de encontro a outra das conclusões do estudo, segundo a qual as pessoas usam o telemóvel mais para questões pessoais do que profissionais.

Patrícia Dias partiu dos pressupostos de McLuhan, um teórico da comunicação canadiano, para fazer este estudo. Este especialista diz que as tecnologias são uma "extensão do Homem" e funcionam como um meio do ser humano interagir com a realidade que o rodeia.

Para a pesquisa que deu origem a esta tese, a autora pediu a seis pessoas que ficassem 24 horas sem telemóvel. Patrícia Dias adiantou que "o objectivo inicial era que ficassem uma semana" sem esta tecnologia, mas ninguém aceitou essa condição. A autora da tese acredita que este comportamento é sintomático da dependência afectiva do telemóvel.

Com este estudo, Patrícia Dias quer ainda desmistificar a ideia de que a tecnologia, como os telemóveis, é nociva por causar dependências. Esclarece que "as tecnologias já fazem parte do ambiente das pessoas e estas usufruem delas para satisfazerem as suas necessidades de contacto permanente com os outros".

# Verdade

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade resplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Carlos Drummond de Andrade

De: http://portinhodeabrigo.blogspot.com/

quarta-feira, abril 12, 2006

# Hispânicos iniciam "movimento de direitos cívicos" nos EUA

Prosseguem as marchas e manifestações de milhões de pessoas contra a lei de imigração
12.04.2006 - 09h39 Rita Siza PÚBLICO Washington
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1253732&idCanal=17

Nos Estados Unidos, já lhe chamam o movimento dos direitos civis dos hispânicos. As grandes marchas e manifestações que trouxeram para as ruas das principais cidades norte-americanas milhões de pessoas em protesto contra a reforma da lei da imigração em debate no Congresso consagraram a voz política de uma parcela da população massacrada pelo estigma da imigração ilegal e pouco habituada a reivindicar.

"Decidimos deixar de ser invisíveis", resumiu um dos manifestantes que se dirigiram às portas do Congresso para demonstrar a sua oposição às propostas legislativas que preconizam a criminalização da imigração (e do apoio a imigrantes) ou a construção de um muro ao longo da fronteira entre os EUA e o México. Este é um dos países que mais contribuem para o engrossar da população clandestina.

Há duas semanas que o movimento tem crescido, apanhando os agentes políticos de Washington de surpresa. Em dois domingos sucessivos, invulgares protestos pacíficos juntaram mais de meio milhão de pessoas na baixa de Los Angeles e de Dallas, respectivamente. E na passada terça-feira, em mais de cem cidades americanas, grandes e pequenas, centenas de milhares de pessoas marcharam naquele que foi classificado como o "dia nacional de acção pela justiça na imigração".

No Mall, o grande relvado fronteiro ao edifício do Capitólio, em Washington, foi inundado por manifestantes: muitos imigrantes, mas também muitos americanos solidários com uma nova causa nacional. Dirigindo-se à multidão, o senador democrata Edward Kennedy agradeceu a sua presença. "É tempo de os americanos voltarem a levantar a sua voz, desta vez pelo orgulho do nosso passado de imigrantes e pelo apoio ao futuro da imigração", declarou.

Latinos, asiáticos e árabes

Em Atlanta, berço do movimento dos direitos cívicos da população negra, a marcha compacta ocupou mais de quatro quilómetros. Em S. Francisco e Filadélfia, os comícios atraíram mais de dez mil pessoas. Em Los Angeles, o dia terminou com uma vigília à luz das velas participada por mais de cinco mil pessoas.

Em Phoenix, a polícia estimou a presença de mais de 100 mil pessoas num parque. Em Nova Iorque, os protestos concentraram-se junto ao edifício do City Hall - um coro de "latinos", mas também de asiáticos e árabes, ouviu as intervenções políticas dos senadores Hillary Clinton e Chuck Schumer ou do reverendo Al Sharpton, entoando depois hinos americanos como o célebre We shall overcome.

"Somos todos americanos" ou "Deixem-nos amar este país" eram algumas das palavras de ordem exibidas pelos manifestantes em faixas e cartazes. Ao contrário do que sucedeu com as primeiras vagas de protestos, mais ou menos espontâneas, as manifestações de ontem foram cuidadosamente organizadas: os percursos foram pensados com as forças policiais para não interferir com a vida das grandes cidades, e uma complexa logística foi encenada pelas dezenas de organizações não governamentais, sindicatos, grupos religiosos, associações de estudantes e outros agentes envolvidos no planeamento do dia de acção nacional.

Bandeiras nacionais

Mais significativamente, os manifestantes foram instados a deixar as bandeiras nacionais em casa e hastear apenas a americana "Star Spangled Banner", depois de muitos comentadores terem reagido muito negativamente à exibição de símbolos estrangeiros.

"Os políticos ignoram a população imigrante porque eleitoralmente somos inexistentes. Contribuímos para a economia e para a sociedade americana com os nossos impostos, o nosso trabalho, os nossos filhos, sem termos direito a representação. Mas um dia isso irá mudar", garantiu um dos manifestantes em Washington, envergando um cartaz onde se lia: "Hoje marchamos, amanhã votamos".

Em ano de eleições intercalares para o Congresso, a reforma da lei da imigração começa a destacar-se como um dos grandes temas capazes de determinar o desfecho da votação, a par da polémica permanência das tropas americanas no Iraque. O nervosismo eleitoral explica grande parte da resistência e até incapacidade dos políticos de Washington de lidarem com o assunto: a pressão da opinião pública combinada com a divisão entre os partidos (e particularmente no interior dos partidos) tem paralisado os legisladores, que têm de escolher entre um caminho mais radical assente na defesa das fronteiras ou uma via mais moderada que aceite a permanência, ainda que a título temporário, de milhões de trabalhadores clandestinos.

Depois da Câmara de representantes ter aprovado uma proposta de revisão da lei restritiva, o Senado tem-se esforçado por equilibrar o debate político. No entanto, uma tentativa de compromisso fracassou na semana passada, obrigando os legisladores a adiar a discussão da reforma da lei para depois das férias da Páscoa.

Pelo seu lado, a Administração Bush tem mantido uma posição relativamente ambígua. O Presidente defendeu uma reforma "compreensiva" que contemple um programa de vistos de trabalho temporários, mas tem igualmente insistido na necessidade de endurecer a vigilância nas fronteiras.

"O Presidente tem falado muito no assunto sem dizer nada de específico", comentou a directora do National Immigration Forum, Angela Kelley. A posição da Casa Branca é especialmente complicada, porque uma defesa da via moderada, que objectivamente abre a porta à legalização e possível naturalização de milhares de ilegais, será sempre encarada como uma vitória política da ala liberal.

segunda-feira, abril 10, 2006

# Fome Zero mundial

Fome Zero mundial
http://www.lainsignia.org/2004/octubre/soc_004.htm

Frei Betto Linha Aberta. Brasil, outubro de 2004.

O velho Marx tinha razão: ainda não saímos da pré-história da humanidade. Somos 6,1 bilhões de habitantes nesta nave espacial chamada Terra, dos quais 4 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza. Vivem com menos de US$ 30 por mês. Desses, 1,2 bilhão estão abaixo da linha da miséria, dos quais 841 milhões estão ameaçados pela desnutrição crônica.
A cada 24 horas morrem de fome no mundo 100 mil pessoas, entre as quais 30 mil crianças com menos de 5 anos de idade. No dia 11 de setembro, a derrubada das torres gêmeas de Nova York completou três anos. Houve imensa comoção internacional. A cada dia a fome faz desabar 10 torres gêmeas repletas de crianças. Ninguém chora nem se comove. Por quê?

Dias 20 e 21 de setembro, por ocasião da abertura da Assembléia Geral da ONU, o presidente Lula lançará em Nova York o Fome Zero Mundial. Estará respaldado por cerca de 55 chefes de Estado, inclusive o papa João Paulo II.

Se a fome é o principal fator de morte precoce e vergonha para a civilização do século XXI, por que não provoca mobilização? Por uma razão cínica: ao contrário do terrorismo e da guerra, do câncer e de outras doenças, a fome faz distinção de classe. Só atinge os miseráveis. E, em geral, apoiamos campanhas em benefício próprio. Nem sempre demonstramos sensibilidade quando se trata de direitos alheios.

Lula aprendeu, com a história da escravidão no Brasil, que um problema social só encontra solução quando se transforma numa questão política. Durante mais de 300 anos a escravidão foi considerada legítima e legal. Mas pouco antes de 1888 ela passou a ser tratada como uma questão política. Veio, então, a sua abolição oficial (pois todos sabemos que ainda há, em nosso país, fazendeiros que mantêm trabalhadores em regime de escravidão).

O Fome Zero beneficia, hoje, milhões de brasileiros (as), entre os quais 5 milhões de famílias que recebem renda mensal do programa Bolsa Família. Por ser uma política pública não-assistencialista, e sim de inclusão social, atrai a atenção de outros países. Em função desse interesse já estive no Paraguai, na Argentina, no Peru, na Guatemala, na Itália, na Espanha e na ONU.

Há iniciativas semelhantes no Chile, na Argentina, no México e na Guatemala. Cresce a consciência de que a fome é um flagelo a ser imediatamente combatido. Devemos nos empenhar para que a pobreza, à semelhança da escravidão e da tortura, seja considerada crime hediondo, grave violação dos direitos humanos.

O presidente Lula quer evitar no exterior o que logrou no Brasil: que se pretenda combater a fome apenas com distribuição de alimentos. Se um país rico envia toneladas de comida às regiões mais pobres do mundo ele incorre em quatro erros: justifica seus subsídios agrícolas; destrói as culturas locais; aumenta a dependência dos beneficiários; e favorece os políticos corruptos que distribuirão os donativos. Já bastam o fracasso da Aliança para o Progresso, nos anos 60, e da Revolução Verde, na década seguinte, para sabermos por onde não ir.

A proposta é mobilizar recursos mundiais, dos quais o Brasil não será beneficiário, para não levantar suspeitas de advogar em causa própria. Esses recursos, supervisionados pela ONU, financiariam projetos de empreendedorismo, cooperativismo e desenvolvimento sustentável nas regiões mais pobres. Pois fome não se combate com donativos, nem apenas com transferência de renda. Precisa ser complementada por políticas efetivas de mudanças estruturais, com as reformas agrária e tributária, capazes de desconcentrar as rendas fundiária e financeira. Tudo isso amparado por uma política ousada de insumos e créditos às famílias beneficiárias, que devem ser alvo de um intenso trabalho educativo na linha de Paulo Freire, de modo a se tornarem protagonistas socioeconômicas e sujeitos políticos e históricos.

Eu tive fome e me deste de comer , disse Jesus encarnado na figura do pobre. Combater a fome é uma exigência evangélica, um imperativo ético, um dever de cidadania e solidariedade, para que possamos tirar a humanidade dessa pré-história em que bilhões de pessoas ainda não têm assegurado o direito animal mais elementar - comer.

(*) Frei Betto é escritor, autor e organizador, em parceria com outros autores, de Fome Zero (Garamond), entre outros livros.

# Spim

Internet used to push fast food to children, say campaigners
http://technology.guardian.co.uk/news/story/0,,1740360,00.html

Bobbie Johnson and Owen Gibson Monday March 27 2006 The Guardian

Health campaigners have warned that fast food giants are increasingly turning to the internet to circumvent moves designed
to curb advertising aimed at children.

A deal between McDonald's and Microsoft to produce a branded version of the popular MSN Messenger program containing advertisements for special offers at the hamburger chain has prompted complaints from consumer groups and MPs. They are also concerned that advertisers are turning to the internet and mobile phones
to reach beyond parental controls to target children.

"We are concerned about the way that foods high in fat, sugar and salt are marketed to children," said Michelle Smyth of Which?, the consumer watchdog. "The McDonald's deal with MSN Messenger shows that those ways are becoming ever more imaginative and innovative."

MSN Messenger is one of the world's most popular instant messaging programs, and is regularly used by more than 10 million people in Britain. Although MSN does not allow advertisers to target particular audiences, it does boast an estimated 800,000 users under the age of 18. A Guardian/ICM survey last year showed that young people predominantly used the internet to communicate with one another via messaging software, chatrooms and email. On average, they spend around
five hours a week doing so.

A McDonald's spokeswoman said that the company was not the only advertiser to use instant messaging. She said: "We are one of a significant number of companies offering Theme Packs on MSN. The Theme Packs are intentionally developed on an 'opt in' basis, where the user must deliberately select the icon themselves."

After so much bad press surrounding junk food the company is trying desperately to restore its image by giving more prominence to healthy eating options, boosting its advertising spend and sealing sponsorship deals with groups such as the England football team.

The popularity of instant messaging has given rise to the term
spim, a close relative of unwanted email spam. Unscrupulous advertisers have begun using the medium, often disguising their marketing messages as genuine conversations from strangers.

"I think other people will attempt to use new media to reach audiences," said Michael Nutley, the editor of New Media Age magazine. "If you're targeting young people, online is an obvious way to do it. But there has been a lot of movement recently to start applying the offline rules to online - regulators are finding that they're having to look more at this stuff, because people are complaining about it."

Copyright Guardian Newspapers Limited

sexta-feira, abril 07, 2006

# Na hora de pôr a mesa

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu.
depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu.
hoje, na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viuva.
cada um deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

José Luis Peixoto

Sent by: Flora

quarta-feira, abril 05, 2006

Os Pensantes passaram a GoogleGroup

Olá a todos, os Pensantes passaram a GoogleGroup, o que torna mais fácil de cada um gerir a maneira como recebem os mails (compacto diário, resumo diário ou cada mail individualmente como sempre se fez). Já estão todos adicionados automaticamente, se quiserem mudar as vossas opções basta irem ao link do grupo, que está na margem direita do blog. Os posts continuarão a ser moderados, enviem mais textos que vos tenham feito pensar. Convidem amigos, enviem os vossos textos e tornem o mundo mais pensante,

Um abraço Jorge Mayer

Ps - O blog mantem-se como sempre (além do melhor design dado pelo João Bateira) com todos os Pensantes trocados de forma a combater o stress de mails.