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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

terça-feira, março 31, 2015

# A vida como culto, como cultura e como cultivo

Vivemos vidas que não são nossas; respondemos a perguntas que ninguém
fez; queixamo-nos de doenças de que não padecemos; aspiramos a ideais
alheios e sonhamos os sonhos dos outros. Não há exagero, é mesmo
assim: quase todos os nossos projetos de felicidade são quiméricos. As
ideias que afirmamos acariciar não são nossas; as nossas aspirações
são as dos nossos pais e até nos apaixonamos por pessoas de quem, na
verdade, não gostamos. O que nos terá acontecido para sucumbirmos
diante desta impostura? Ando atrás de alguma coisa que, no fundo, não
desejo. Luto por algo que me é indiferente. Possuo uma casa que é
permutável com a do vizinho. Faço uma viagem e não vejo nada. Vou para
férias e não descanso. Leio um livro e de nada me inteiro. Ouço uma
frase e sou incapaz de repeti-la. Como é possível que não me comova
diante de um necessitado, que não responda quando me perguntam, que
olhe sempre para o outro lado e não esteja onde de facto estou?

Diante desta situação absurda, vou deter-me, vou pensar, respirar e,
se possível, nascer uma segunda vez. Não estou disposto a não dançar
quando ouvir a flauta, ou a não comer quando me oferecem um manjar, ou
a armazenar para amanhã quando há quem não tenha para hoje. Também não
estou disposto a pensar que sou o centro do mundo, nem a supor que o
meu é o melhor, nem a martirizar-me com problemas diminutos ou dores
imaginárias. É lamentável ter chegado a este ponto de inconsciência,
de idiotice, a este ponto de insensibilidade, a este extremo de
avareza, de soberba, de preguiça... O mundo não é um pastel que eu
tenha de comer. O outro não é um objeto que eu posso utilizar. A Terra
não é um planeta preparado para que eu o expluda. Eu não sou um
monstro de predador.

Por isso, decidi pôr-me de pé e abrir os olhos. Decidi comer e beber
com moderação, dormir o necessário, escrever unicamente o que possa
contribuir para tornar melhor quem o ler; abster-me da cobiça e nunca
me comparar com os meus semelhantes. Também decidi regar as minhas
plantas e cuidar de um animal. Visitarei os doentes, conversarei com
os solitários e não deixarei passar muito tempo sem brincar com uma
criança. De igual modo, decidi rezar as minhas orações todos os dias,
prostrar-me algumas vezes diante do que considero sagrado, celebrar a
Eucaristia: escutar a Palavra, partir o pão, repartir o vinho e dar a
paz. Cantar em uníssono. E passear, o que para mim é fundamental. E
acender a lareira, o que também é fundamental. E fazer as compras sem
pressa; saudar os vizinhos, mesmo que não goste da sua cara; fazer um
diário; telefonar regularmente aos meus amigos e irmãos. E fazer
excursões e tomar banho no mar pelo menos uma vez por ano, e só ler
bons livros ou reler aqueles de que gostei.

O que verdadeiramente conta é a pergunta sobre a virgindade
espiritual, sobre a pureza de coração ou sobre a inocência primordial;
todas as outras perguntas são falsas, são falsos problemas.

A meditação – ou deveria dizer, simplesmente, a maturidade? –
ensinou-me a apreciar o comum, o elementar. Por isso, viverei a ética
da atenção e do cuidado. E, assim, chegarei a uma velhice feliz, de
onde contemplarei, simultaneamente humilde e orgulhoso, o pequeno e
grande horto que cultivei. A vida como culto, como cultura e como
cultivo.

Pablo D'Ors
In "A biografia do silêncio", ed. Paulinas

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sábado, março 28, 2015

# E se Deus fosse mãe?

http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=4480785&page=-1

Anselmo Borges Diário de Notícias 28MAR2015

1- Os crentes sabem que Deus não é masculino nem feminino, pois está
para lá da determinação sexual. No entanto, é preciso tentar
representá-lo, figurá-lo, dizê-lo, pois aquilo de que nada se pode
pensar nem dizer não existe para nós. O que será sempre necessário é
ver nessas imagens apenas isso: imagens, que não podem ser reificadas,
já que apenas apontam para o Mistério último, para o Sagrado, do qual
se espera sentido, sentido último e salvação, sempre indizível, sempre
para lá de tudo quanto se possa pensar e dizer.

Essas representações são sempre condicionadas pelo espaço e pelo
tempo, pela cultura, pela sociedade, pela história, ao mesmo tempo que
condicionam elas próprias a história, a cultura, a sociedade, a visão
do mundo. Para dar um exemplo: se, no quadro da cultura ambiente
cristã, em vez de se rezar o pai-nosso se rezasse a "Mãe Nossa": "Mãe
Nossa, que estais no Céu, santificado seja o vosso Nome...", que
influência teria essa formulação da oração característica dos cristãos
na sua visão do mundo humano e do próprio cosmos, na sua vivência das
relações entre homens e mulheres, na economia, na educação, no
exercício do poder?

2- Precisamente sobre esta problemática e a partir do meu último livro
- Deus ainda Tem Futuro? - organizei, recentemente, em Lisboa, um
debate subordinado ao título em epígrafe - E se Deus fosse Mãe? - com
a presença da escritora Lídia Jorge e da deputada Maria de Belém -
Guilherme d"Oliveira Martins presidiu.

Tanto Lídia Jorge como Maria de Belém estiveram de acordo. É preciso
descobrir os lados maternos de Deus, descobrir Deus como ser fusional
do masculino e do feminino: são dois géneros nos quais, mais do que
"diferenças", há "percentagens" de sensibilidades. Infelizmente, não
há palavra para dizer Deus como masculino e feminino ao mesmo tempo -
Ele também não é neutro, pois não é uma coisa, um isso -, a gramática
é imperfeita. Sim, Deus é ultragénero, mas precisa de uma
representação ao mesmo tempo masculina e feminina. Na figuração humana
de Deus, precisamos das duas vertentes, masculina e feminina, que se
completam e acrescentam, pois o todo é mais do que a soma das partes.
Esse é o Deus da Bíblia, onde aparecem traços femininos, como a
Sabedoria de Deus, que é feminina. A teóloga feminista, Isabel
Gómez-Acebo, chamou a atenção para estes traços: um grande útero, no
qual, na imagem da romã com muitos grãos, estávamos já todos desde
sempre; um grande ventre aconchegador; Deus como imanência, que
partilha a nossa dor, alimenta como a mãe no aleitamento e nos acolhe
na morte. Que Deus seja então o grande Pai e a grande Mãe! Deus é um
Deus amoroso, Pai e Mãe, que, mesmo que não responda, ouve.

3- Significativamente, a primeira grande representação do Mistério, do
Sagrado, foi no feminino: o culto da Grande Deusa ou da Deusa-Mãe,
ligada à fecundidade e à fertilidade, que dá a vida - tive o
privilégio de contemplar, há anos, em Viena, a famosa Vénus de
Willendorf (24 000 a. C.).

Como se passou para o patriarcalismo religioso, que faz que na quase
totalidade das religiões a mulher seja de facto oprimida? Tudo se
transforma com a sedentarização. Como escreve Frédéric Lenoir, "a
evolução da religião segue a das sociedades que se tornam um pouco por
toda a parte patriarcais entre o terceiro e o segundo milénio antes da
nossa era, quando os povoados crescem e se tornam grandes cidades,
reinos e impérios. A partir do momento em que as sociedades se tornam
patriarcais, onde o homem domina, onde os sacerdotes são
maioritariamente homens, também o Céu se vai masculinizar."

Não há dúvida de que Jesus contribuiu decisivamente para a emancipação
feminina. Também São Paulo reconheceu a radical dignidade de homens e
mulheres e refere nomes de apóstolas - na Carta aos Romanos, por
exemplo, escreve: "Saudai Andrónico e Júnia que tão notáveis são entre
os apóstolos." No entanto, a Igreja Católica é hoje a última grande
instituição machista no Ocidente. Sem uma rápida conversão, ela, que,
sucessivamente, desde o século XVIII, foi perdendo os intelectuais, os
operários e os cientistas, os jovens, acabará por perder as mulheres.

4- Como Frédéric Lenoir também estou convencido de que muitos dos
"disfuncionamentos" das nossas sociedades estão ligados ao
"desequilíbrio" entre o feminino e o masculino na humanidade. Também
na Igreja.

Mas, aqui, há quem pergunte: as mulheres no poder não acabam por
mimetizar os homens? Pense-se em Thatcher e Merkel. Como lidam as
mulheres com o poder? É este que as masculiniza ou a questão é o
próprio poder? Lídia Jorge e Maria de Belém responderiam: há maneiras
de exercer o poder no feminino, o que se passa é que, uma vez que o
não podiam exercer, foram obrigadas a arranjar defesas, precisaram de
afirmar-se historicamente.

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# Why Islam Needs a Reformation

http://www.wsj.com/articles/a-reformation-for-islam-1426859626

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terça-feira, março 24, 2015

# De quantos amigos precisa?

http://observador.pt/2015/03/23/quantos-amigos-precisa/
23/3/2015
, 15:54 Autor Carolina Santos

"Poucos mas bons" é o que muita gente responde à pergunta sobre o
número de amigos que tem. Mas haverá um número ideal? A revista Time
dá a resposta.

Durante anos, foram vários os estudos que incidiram sobre os
benefícios da amizade. O que foi publicado na PLOS One chegou à
conclusão que os amigos protegem a nossa saúde tanto quantodeixar de
fumar e muito mais do que fazer exercício. Outros estudos mostraram
que as pessoas solitárias têm duas vezes mais probabilidades de virem
a morrer de doenças coronárias do que as que têm um círculo de amigos
consistente.

Para Debra Umberson, socióloga da Universidade do Texas, "as relações
sociais fortes são um apoio à saúde mental, e isso leva a um melhor
sistema imunitário, menos stress e menos ativação cardiovascular". A
socióloga salienta que o apoio emocional é apenas uma das formas, de
entre dezenas, com que os amigos podem proteger a sua saúde e aumentar
a sua esperança de vida.

Infelizmente, ao que parece, nem todos nós temos tantos amigos quanto
devíamos. De acordo com dados da General Society Survey, o número de
americanos que admite não ter nenhum amigo próximo triplicou nas
últimas décadas, sendo que a resposta mais frequente à pergunta
"quantos confidentes tem" foi zero. De entre os questionados, os
homens adultos são os que têm mais dificuldade em fazer e manter novas
amizades.

Numa era em que quase toda a gente tem centenas de amigos no Facebook
e no Twitter, e outros tantos seguidores no Instagram, as pessoas
parecem mais sozinhas do que nunca. A verdade é que essas "amizades"
não valem de nada no que diz respeito à sua saúde e felicidade. Ou
seja, o facto de ter mais amigos nas redes sociais do que a maioria
das pessoas não lhe dará uma saúde de ferro, nem o tornará mais feliz
— até porque muitas pessoas adicionam "amigos" que nem conhecem.

Abraçar os amigos é um antídoto contra o stress, a ansiedade, a
depressão e até a gripe.

As amizades vitais — aquelas pessoas com quem pode rir, chorar, contar
a sua vida e abraçar — são as que têm um maior impacto tanto na saúde
como na felicidade.Segundo Robin Dunbar, um psicólogo evolucionista da
Universidade de Oxford, cada pessoa precisa de três a cinco destas
amizades para melhorar o seu bem-estar.

O psicólogo tem dedicado grande parte da sua carreira a estudar a
amizade, e desde que começou a investigar o cérebro e os círculos
sociais dos primatas, apercebeu-se de que a dimensão do grupo de
amigos de um ser humano pode ser limitada pelo tamanho do seu
neocórtex (todas as áreas mais desenvolvidas do córtex). Dunbar chegou
ao número que define o limite cognitivo de pessoas com as quais um
indivíduo pode manter relações sociais estáveis, que ficou conhecido
como o "número de Dunbar".

Esse número — geralmente citado como 150, mas que pode variar entre os
100 e os 200 — é o tamanho aproximado de um círculo de amigos, que
pode incluir família. No fundo, estas pessoas são aquelas que
convidaria para uma grande festa em casa, e com as quais estaria à
vontade e se sentiria bem. De acordo com as pesquisas de Dunbar, o seu
cérebro não é capaz de manter uma conexão com mais de 150 amigos. E
dentro desse número, as suas amizades mas próximas, de entre família e
amigos, são as mais cruciais para a saúde mental e física.

No entanto, Dunbar acredita que um irmão ou irmã não oferecem os
mesmos benefícios do que um amigo próximo. Os irmãos mais depressa
estarão lá para si sempre que precisar de ajuda, mas os bons amigos
têm o dom de "incendiar" o seu sistema nervoso, libertando as afamadas
endorfinas, conhecidas por hormonas da felicidade e que também estão
presentes no chocolate. Ou seja: se estiver de dieta, aposte nas
amizades verdadeiras.

Apesar de todos os benefícios para a saúde, evite olhar para os seus
amigos como um medicamento. Mark Vernon, filósofo e autor do livro The
Meaning of Friendship, faz um aviso: não torne os seus amigos em
"prestadores de serviços" porque essa não é a essência da amizade.
Qual é, ou como se cultiva? Vernon acredita que Ralph Waldo Emerson
deu o melhor conselho no que diz respeito a fazer e manter amizades
próximas quando disse que "a única maneira de ter um amigo é sendo
um".

Matemáticas à parte, a conclusão é clara: cultive as amizades
próximas, até porque é sabido que são cada vez mais raras.

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segunda-feira, março 23, 2015

# A questão da existência de Deus e do mal

https://www.facebook.com/video.php?v=849488401765749

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# Crise apagou 338 mil trabalhadores. Maioria ganhava até 600 euros

Miguel Pereira/Global I 22/03/2015 | 00:00 | Dinheiro Vivo
http://www.dinheirovivo.pt/emprego/interior.aspx?content_id=4467660&page=-1

Nos últimos seis anos, número de trabalhadores por conta de outrem
baixou para 3,6 milhões. É uma quebra de 8,5%. A grande fatia dos que
desapareceram das estatísticas tinha salários baixos. Reformaram-se ou
emigraram

No final de 2014, Portugal tinha 3,611 milhões de trabalhadores por
conta de outrem.

Nos últimos seis anos, mais de 330 mil trabalhadores por conta de
outrem deixaram de constar das estatísticas de emprego do INE. A
esmagadora maioria ganhava até 600 euros por mês. Explicação: o
impacto da crise nos sectores de baixos salários, nomeadamente na
construção, empurrou muita gente para a reforma ou para a emigração.

No final de 2014, Portugal tinha 3,611 milhões de trabalhadores por
conta de outrem. São menos 338 mil (-8,57%) que no final de 2008,
quando soaram os primeiros alarmes da crise financeira. Uma sangria
sobretudo nos escalões mais baixos de rendimento: desapareceram 505
mil pessoas com salários de 310 a 600 euros. São agora pouco mais de
1,2 milhões, um terço de todos os trabalhadores por conta de outrem.
Os escalões com salários mais altos contam até com mais trabalhadores,
particularmente no grupo dos 1200 a 1800 euros - são mais 167 mil.

Leia mais: Número de desempregados inscritos cai 13,8% em fevereiro

"Uma grande parte destas pessoas que desapareceu das estatísticas do
emprego pura e simplesmente emigrou. Muitos jovens mas,
principalmente, os trabalhadores da construção civil, tanto aqueles
que trabalhavam diretamente no sector como os que trabalhavam em
atividades afins, como imobiliário ou jardinagem" e tinham salários
baixos, justifica Francisco Madelino, antigo presidente do IEFP. A
maioria terá ido para Angola ou para o Brasil.

João Carlos Cerejeira da Silva partilha a mesma opinião. "O impacto da
crise foi mais duro nos sectores de baixos salários, nomeadamente a
construção civil, um sector marcado por muita informalidade em termos
de salários, e que foi muito afetado", diz o professor da Universidade
do Minho e especialista em política salarial.

Leia mais: Número de casais com os dois cônjuges desempregados cai
7,8% em fevereiro

A indústria, construção, energia e água contava, no final de 2014, com
menos 362 mil trabalhadores do que em 2008. "Só nos últimos três anos
emigraram 150 mil trabalhadores da construção, a maioria para países
da Europa, mas também para o Canadá, Angola e Moçambique", explica o
sindicalista Albano Ribeiro.

Outra razão para esta redução da força de trabalho é a passagem para a
reforma dos trabalhadores com mais anos, normalmente com menos
formação e salários mais baixos. "Há uma relação entre a estrutura
etária, as qualificações e o rendimento salarial", garante Cerejeira
da Silva. "Os indivíduos que passam para a reforma são, geralmente,
pessoas de baixas qualificações e que receberam baixos salários",
explica o professor.

A verdade é que, dos quase 5 milhões de indivíduos com 45 ou mais anos
que o INE contabiliza, só 475 mil têm o ensino secundário completo e
quase dois milhões têm o primeiro ciclo do ensino básico completo.

Começa, ainda assim, a notar-se uma recuperação do emprego. De 2013
para 2014, o número de trabalhadores por conta de outra aumentou em
700 mil indivíduos, ultrapassando 3,6 milhões. É de esperar que esta
tendência se mantenha? "Se, sendo muito otimista, o crescimento
económico chegar aos 2%, é de prever que haja, este ano, alguma
recuperação no emprego, mas ligeira, com novos contratos feitos com
níveis salariais inferiores aos salários médios praticados no
mercado", prevê o professor da Universidade do Minho, acrescentando
que "as regras de despedimento mais flexíveis poderão também
incentivar as empresas a fazerem contratações".

Salário estagnado desde 2011

Desde a chegada da troika a Portugal, em 2011, que o rendimento mensal
líquido se mantém praticamente inalterado. O ano passado não foi
exceção: o salário médio fixou-se nos 813 euros, valor muito próximo
dos 808 euros registados em 2011. Os serviços apresentam a média
salarial mais elevada, com 842 euros, seguindo-se a indústria e
construção, com 751 euros. Muito abaixo fica a agricultura, com uma
média salarial de 578 euros.

A diferença salarial entre homens e mulheres também pouco mudou.
Desempenhando funções idênticas e da mesma responsabilidade, com
qualificações semelhantes, as mulheres ainda ganham menos 20,4% do que
os homens em Portugal. Ou seja, se um homem receber, por exemplo, 700
euros, uma mulher no mesmo cargo receberá 557 euros.

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sexta-feira, março 20, 2015

# 26 gráficos que mostram como mundo está a muito muito MELHOR!

http://www.vox.com/2014/11/24/7272929/charts-thankful

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quarta-feira, março 18, 2015

# França consagra direito à sedação terminal

http://observador.pt/2015/03/17/franca-consagra-direito-sedacao-terminal/

17/3/2015, 19:10

Os deputados franceses aprovaram esta terça-feira a lei sobre o fim da
vida, que prevê a sedação profunda até à morte e o caráter vinculativo
dos testamentos vitais.

A medida conta com um grande apoio popular, segundo uma sondagem
divulgada este fim de semana

LUSA

Com 436 votos a favor, 34 contra e 83 abstenções, a Câmara Baixa do
Parlamento francês aprovou, esta terça-feira, a proposta de lei que
consagra o direito à sedação "profunda e contínua" no caso dos doentes
terminais, dando cumprimento a uma das promessas de Hollande, em 2012.
O passo seguinte é a votação no Senado.

A proposta de lei elaborada pelo deputado socialista Alain Claeys e
pelo conservador da UMP Jean Leonetti não autoriza a eutanásia ou o
suicídio assistido, mas permite uma sedação "profunda e contínua" até
a morte para os pacientes terminais que manifestem esse desejo bem
como seus representantes legais e torna obrigatórias as "diretivas
antecipadas".

O texto, apoiado pelo primeiro-ministro Manuel Valls, introduz assim
uma figura inédita até à data na legislação francesa e prevê também
que os "testamentos vitais" elaborados por pessoas que não querem ser
submetidas a tratamentos de suporte artificial de vida, designadamente
tratamentos mais agressivos, passem a ser juridicamente vinculativos
para os médicos, salvo em algumas situações de emergência. A validade
destes testamentos será ainda ilimitada, ao contrário do que acontecia
desde 2005 (com a Lei Leonetti), em que a validade era de três anos,
mas a pessoa podia a qualquer momento revogar este documento.

Em França a eutanásia é ilegal, mas Hollande prometeu, durante a
campanha presidencial de 2012, analisar a questão da "assistência
médica para terminar a vida com dignidade".

Os radicais de esquerda e os ecologistas queriam ter avançado para a
eutanásia e manifestaram desilusão, abstendo-se. "Tanto tempo para
chegar a esta solução dececionante", lamentou a deputada do partido
ecologista Véronique Massaunneau. Já os socialistas apoiaram o
governo, embora 120 deputados deste grupo parlamentar também sejam
favoráveis à eutanásia. A maior oposição à proposta de lei veio da
bancada da direita, escreve o El País.

Segundo uma sondagem divulgada este fim de semana, esta proposta de
lei que prevê a sedação profunda conta com um grande apoio popular
(96%). A sondagem revelou também que 80% dos franceses são favoráveis
a uma lei que autorize a eutanásia,segundo o espanhol ABC.

A ministra da Saúde, Marisol Touraine, que se batia há seis anos em
torno da promoção da "ajuda ativa a morrer" disse sentir-se
"confortável" com a votação de hoje. "Os grande avanços em matéria
social são os avanços partilhados e aceites por uma grande maioria da
população", declarou ao Libération.

A votação ficou marcada por um breve incidente. O Le Mondeconta que
voaram das tribunas para as bancadas papéis onde se podiam ler
mensagens como "Não à eutanásia". A jornalista do Le Monde fotografou
os papéis e publicou as imagens na sua conta do Twitter.

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sábado, março 14, 2015

# TEDTalk: Steven Pinker: The surprising decline in violence

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# Gráfico com a desigualdade no mundo desde 1960

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quinta-feira, março 12, 2015

# O que diria Keynes hoje?

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terça-feira, março 10, 2015

# Vídeo muito humano e que nos faz ver o que não se escuta...

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segunda-feira, março 09, 2015

# Dar o que temos é pouco

José Luís Nunes Martins
Facebook, 2015.03.07

Quem apenas dá o que tem dá sempre pouco. Cada um de nós é muito mais
do que aquilo que possui. Assim, mais do que dar o que temos, devemos
dar o que somos.
Quem dá o que é irradia o bem da sua existência, semeia-se enquanto
bondade… faz-se mais e melhor.
Há quem tenha tudo e não seja nada. Julgando que o seu valor está no
que possui, exibe os seus bens como se fossem condecorações...
desprezando não só o que é, mas, e ainda mais importante, o que
poderia ser.
Quanto às coisas materiais, será melhor merecer o que não se tem do
que ter o que não se merece… tal como é preferível ser credor do que
devedor.
Nunca é bom depender do que não depende de nós.
Hoje confundem-se desejos com necessidades. Na verdade, não são sequer
comparáveis, na medida em que os desejos buscam uma satisfação
inalcançável. Pois assim que se sacia um desejo, logo outro, maior,
toma o seu lugar. São vontades estranhas à nossa paz e capazes de
alimentar contra nós uma guerra sem fim. É importante que atendamos às
nossas verdadeiras carências, mas com o cuidado de afastar daí todos
os desejos que querem passar por elas.
Vivendo com o essencial, sobrará o suficiente para atender às
privações dos outros. Mas, perguntarão alguns, não se deverá poupar
para o que possamos precisar amanhã? Não. O amanhã trará mais e novas
necessidades, mas, da mesma forma, também nos fará chegar mais e
melhores formas de as suprir… E quem pode garantir que amanhã estará
por cá?
Só quem confia se dá, dando tudo, porque a sua esperança é maior do
que os seus medos. Só quem acredita constrói o amanhã como um tempo
melhor. Fazendo do seu presente um presente na vida dos outros.
Alguns dão pouco do muito que têm e, ainda assim, esperam que tudo
lhes seja retribuído, de uma forma qualquer... um sorriso, um
obrigado, ou até uma lembrança para muito tempo. Mas quem espera algo
da esmola que dá, está a trocar, não a dar. Tem uma necessidade que
não se esgotará nunca através do dinheiro ou de algo que seja
material… só a atenção que se consegue de forma gratuita pode superar
a fome de quem precisa de atenção.
Os verdadeiros sentimentos não se compram nem se trocam. Dão-se e… aceitam-se.
Outros dão o pouco que têm. Confiam… neles próprios e nos outros (cada
um de nós), acreditam mesmo que somos bons e que os ajudaremos quando
precisarem. Por isso dão, por isso se dão… por isso são bons.
É preciso uma coragem enorme para pedir, para receber, para aceitar e…
para viver assim… confiando na vida.
Não é fácil dar-se. Por vezes, dói. Muito. A indiferença e, tantas
vezes, a maldade atingem, de forma tão precisa quanto eficaz, aqueles
que de braços abertos oferecem o seu coração e o seu abraço… haverá
sempre quem se sinta ofendido por, dessa forma, a sua mediocridade se
tornar evidente, uma vez que ser melhor é afinal… possível.
É sempre bom dar, melhor ainda se for antes que alguém o peça. Afinal,
queiramos ou não, chegará o dia em que tudo quanto temos terá de ser
dado.
O que sou e posso ser depende apenas das minhas ações.
Existe um infinito de sonhos que se estende diante de mim… à espera
que eu seja capaz de escolher, construir e percorrer os caminhos que
me levarão ao melhor de mim. Essa é a minha missão. Dar ao mundo o
melhor que sou.
Afinal, o melhor de mim não é para mim.

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segunda-feira, março 02, 2015

# Prolongar a vida indefinidamente: morrer aos 75 ou ir mais longe?

Dois textos antagónicos para fazer pensar:

http://www.theatlantic.com/features/archive/2014/09/why-i-hope-to-die-at-75/379329/

http://www.huffingtonpost.com/david-geller/why-i-hope-not-to-die-at-_b_6005732.html

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