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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

quarta-feira, julho 25, 2018

# Pensamentos soltos

"Os media sociais deram a legiões de idiotas o direito a falar, quando
dantes apenas se pronunciavam num bar, após um copo de vinho, sem
prejudicar a comunidade. Nessa altura, eram imediatamente calados, mas
agora têm o mesmo direito à palavra que um Prémio Nobel. Vivemos a
invasão dos imbecis. A Internet promoveu o idiota da aldeia a detentor
da verdade".
Umberto Eco (1932-2016)

"Uma hora de trabalho, hoje, paga 300 dias de luz de leitura; uma hora
de trabalho em 1800 pagava 10 minutos de luz de leitura".
Matt Ridley

"De forma a motivar a força de trabalho, o rácio entre os mais e os
menos bem pagos numa empresa deveria ser inferior a 20:1"
J.P. Morgan (1837-1913), fundador do banco homónimo e símbolo maior do
capitalismo americano.

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# Afinal, não há “orfanatos” cheios de crianças para adotar em Portugal

https://observador.pt/especiais/afinal-nao-ha-orfanatos-cheios-de-criancas-para-adotar-em-portugal/

19 Julho 2018 Observador

É um dos mitos que o livro "Adotar em Portugal — um guia para futuros
pais" procura desmontar: afinal, o número de crianças para adoção é
muito inferior ao número de candidatos a pais.

O livro nasce de uma experiência pessoal: Ana Kotowicz, jornalista do
Observador, é mãe de duas crianças, adotadas no ano passado. Em
"Adotar em Portugal — um guia para futuros pais", a autora procura
traçar um caminho pelas várias fases do processo, entre regras,
burocracias, dúvidas e, às vezes, mitos. Como o mito dos orfanatos
cheios de crianças à espera de serem adotadas, desmontado no capítulo
"As crianças institucionalizadas". É um excerto dessa parte que aqui
publicamos. O livro já está à venda e é apresentado esta quinta-feira,
em Lisboa.

"No nosso imaginário coletivo, as crianças à espera de serem adotadas
são órfãs. Foi isso que vimos durante muitos anos em filmes e livros,
seja em 'Annie' ou 'Oliver Twist'. E isto não podia hoje estar mais
longe da verdade.

Esqueça a ideia de orfanato. Para começar, a esmagadora maioria das
crianças que se encontram em instituições têm pais biológicos vivos
mas, por um motivo ou por outro, foram retiradas à sua família pelo
Estado. Quem são estas crianças que estão longe das suas famílias e
entregues à guarda do Estado?


Todos os anos, desde 2004, o Instituto da Segurança Social publica o
relatório CASA – Caraterização Anual da Situação de Acolhimento das
Crianças e Jovens, com a caraterização destes menores. Em 2016, último
ano de que se conhecem dados, havia pouco mais de oito mil crianças
institucionalizadas (99 eram órfãs). Nota importante: estar
institucionalizado não é sinónimo de estar à espera de ser adotado.
Pelo contrário, deste total só 830 crianças esperavam por uma nova
família. E quem são essas oito mil crianças?

"São sobretudo crianças a partir dos 12 e até aos 18 anos, com maior
incidência dos 13 aos 15. É o que predomina no sistema. Ou seja, mais
de metade delas estão fora do jogo, estão fora das condições legais
para serem adotadas (menores de 15). Algumas estão na fronteira, com
12/14 anos, mas sabemos que é muito difícil serem adotadas. E este é o
nosso sistema nacional de acolhimento. É o grosso da coluna",
explica-nos uma fonte que pede o anonimato e que há dezenas de anos
trabalha no mundo da adoção. "O que se passa com as restantes? Temos
uma predominância de crianças cujo projeto de vida é o regresso à
família."

Portanto, a maioria das crianças institucionalizadas são maiores de 12
anos, idade que poucos candidatos a adotantes procuram, e entre as
mais pequenas o projeto de vida de grande parte delas passa por
reencaminhá-las para a sua família de origem, seja a nuclear ou a
alargada.

Se há um regresso, quer dizer que houve uma saída. Vamos então
perceber o caminho que uma criança faz desde que é retirada aos pais
biológicos.

Normalmente, a criança que chega a uma instituição para ser acolhida
já estava sinalizada como menor em risco e teve outras medidas de
proteção antes de ali chegar. Há motivos para suspeitar de negligência
e risco de vida para a criança e a Segurança Social acompanha a
situação de perto. Se, em algum momento, os alarmes soam e a criança é
retirada aos pais, ela não é simplesmente colocada numa lista de
menores em situação de adotabilidade.

A primeira prioridade do Estado é manter a criança junto da família
biológica. Se os pais não estão capazes de cuidar dela, procura-se uma
alternativa na família alargada: avós ou tios que possam fazê-lo,
enquanto se ajuda os pais a ter condições para receberem os seus
filhos de volta.

Se não existe esse familiar, então os menores ficam temporariamente à
guarda do Estado, mas sempre na perspetiva de voltarem a ser
integrados na família biológica. "A instituição é o fim da linha, a
lei assim o determina e a prática também. Há um conjunto de outras
medidas que não passam pela institucionalização: apoio junto de pais,
familiares, pessoas idóneas. Estas medidas em meio natural de vida
predominam no nosso sistema."

No Reino Unido, por exemplo, é o contrário. Enquanto que em Portugal
85 a 90% das medidas são em meio natural de vida – e apenas o resto em
acolhimento –, no sistema britânico vê-se o oposto e a esmagadora
maioria das medidas aplicadas passam pela institucionalização das
crianças. "Em Portugal leva-se muito a sério a preservação familiar e
a responsabilidade parental, dois princípios da lei de proteção de
menores."

Diz-nos o CASA que em 2016, 4276 crianças tiveram alguma medida
aplicada em meio natural de vida antes do primeiro acolhimento. Por
isso, explica-nos a mesma fonte, isto faz com que as crianças cheguem
mais tardiamente ao sistema de acolhimento – porque se tenta a
manutenção na família. E tenta-se demais? "Tenta-se o suficiente que
cada situação exige tendo sempre em conta o princípio que nos norteia,
que é o superior interesse da criança. É o princípio mais elementar de
todos, e o superior interesse da criança não deve permitir que o
interesse do adulto se sobreponha."

E apesar de admitir que poderá haver algumas situações em que se
poderia ter desbloqueado a criança para adoção mais cedo, também diz
que há situações que surpreendem pela positiva: recuperação de laços,
um familiar afastado que aparece e que não sabia que a criança estava
a viver aquela situação. E integrar a criança na família alargada é
sempre preferível a encaminhá-la para a adoção. "O regresso à família
é sempre o primeiro objetivo. A criança tem direito à família, seja
biológica ou adotiva, mas a sua é a que vem em primeiro lugar." E é só
nesse momento, quando todas as hipóteses de regresso à família
biológica estão esgotadas, que se avança para uma das restantes duas
hipóteses: preparar o jovem para seguir um caminho independente
(depois da maioridade) ou encaminhá-lo para a adoção se for menor de
15 anos. Se for esse o caso, o processo vai agora ser decidido nos
tribunais.

É feita nova investigação para que o juiz possa decidir que encaminhar
o menor para a adoção é no seu melhor interesse. Se isso acontecer, a
guarda é retirada aos pais – que também são ouvidos durante o processo
de instrução, bem como membros da família alargada – de forma
definitiva e a criança ficará a aguardar por uma nova família. A
partir deste momento, a família biológica perde quaisquer direitos
sobre o menor e todas as ligações são cortadas de forma irreversível.
Em alguns casos, poderá manter-se o vínculo com irmãos.

Mesmo que a criança permaneça numa instituição, a família biológica
perde o direito de visitá-la. E estes menores, os que não esperam o
regresso à família ou que não vão ser autonomizados, fazem parte "do
quadradinho dos 10%", as cerca de 800 crianças que todos os anos
esperam ser integradas numa nova família.
Uma assistente social, que prefere o anonimato como acontece com a
maioria das técnicas que entrevistei para este livro, contou-me uma
dessas histórias dramáticas. No dia em que o tribunal decretou a
medida de adotabilidade para um menor que estava à guarda da
instituição onde ela trabalhava, era também o dia de anos da criança.
Quando chegou a comunicação, a família biológica estava já dentro da
instituição com um bolo de aniversário para fazer a festa.

Dizem as regras que a partir daquele momento o contacto entre menor e
a família cessa de imediato. Mas o que aconteceu é que ninguém da
equipa da instituição conseguiu enviar aqueles pais para trás.
Fecharam os olhos, comemorou-se o aniversário e foi o último contacto
que a criança teve com aquela família.

Voltando aos números, das 8175 crianças institucionalizadas em
Portugal (69% tem mais de 12 anos de idade), mais de metade são
rapazes e 47% são raparigas. A fase correspondente à infância e
pré-adolescência (0 aos 11 anos) apresenta um peso de 30,5%, (2499),
segundo os dados do CASA.

O relatório analisa ainda as caraterísticas especiais de cada uma
destas crianças, como problemas de comportamento, toxicodependência,
problemas de saúde mental, debilidade mental, deficiência mental e
deficiência física. Os problemas comportamentais são os mais
manifestados e foram identificados em mais de duas mil crianças (2227)
que se encontravam, na sua maioria, no fim da puberdade/adolescência.
Mas, como o relatório ressalva, as causas que originam estas
dificuldades emocionais, apesar de geradas muito cedo na vida,
normalmente só se manifestam mais tarde e de forma evidente a partir
dos 12 anos.

Quer isto dizer que muitas das crianças que não têm problemas de
comportamento poderão vir a manifestá-los mais tarde. Destaque ainda
para o número de menores acompanhados em pedopsiquiatria ou
psicoterapia e que beneficiam de acompanhamento de saúde mental
regular: 3892 situações. Há ainda 1609 crianças a quem foi prescrita
medicação, o que corresponde a 20% das crianças em situação de
acolhimento.

Estas situações são muitas vezes despoletadas pelos contextos
familiares em que os menores viviam antes da institucionalização e que
deixam marcas profundas. As situações de perigo, ou seja, os motivos
que levaram à abertura de processos de proteção e ao acolhimento das
crianças também estão analisados no CASA. E porque uma criança pode
estar sujeita a mais do que um perigo, foram detetadas 18 895
situações de risco para as 8175 crianças.

A negligência sobressai nesta análise, representando 72% das situações
de perigo. Com um número bastante menor, seguem-se as situações de
maus-tratos psicológicos (8,5%), os maus-tratos físicos (3,4%) e os
abusos sexuais (2,8%). Importante referir que há várias formas de
negligência e aquela fatia dos 72% está partida em fatiazinhas mais
pequenas: falta de supervisão e acompanhamento familiar, ou seja, a
criança foi deixada só, entregue a si própria ou com irmãos menores,
por largos períodos de tempo (59%); exposição a modelos parentais
desviantes (32%) em que o adulto potencia na criança padrões de
condutas desviantes ou antissociais; e a negligência quer dos cuidados
de educação (31,6%) quer dos cuidados de saúde (29,1%).

Os maus-tratos psicológicos também têm subcategorias: violência
doméstica, exercício abusivo da autoridade, ignorar de forma passiva,
provação social, corrupção, depreciação ou humilhação, ameaça,
rejeição ativa.
Há ainda uma outra categoria, mais vaga, os outros perigos (13%), onde
encontramos 832 crianças com comportamentos desviantes, algo que o
CASA considera ser uma subcategoria "já que é sabido que na génese dos
comportamentos desviantes apresentados pelas crianças encontram-se os
demais fatores de perigo", como a negligência ou os maus-tratos. Estas
crianças, uma vez integradas numa nova família, precisam de quem seja
capaz de perceber a raiz dos seus problemas e ajudar os menores a
entender, transformar e alterar esses comportamentos."

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terça-feira, julho 24, 2018

# Há uma empresa onde se trabalha quatro dias por semana. E tudo melhorou

Video: https://youtu.be/KbxXrv4Fis4

https://observador.pt/2018/07/23/ha-uma-empresa-onde-se-trabalha-quatro-dias-por-semana-e-tudo-melhorou/

E se de repente lhe dissessem que ia trabalhar menos um dia por
semana, ganhar o mesmo e sem horas extra? Parece improvável, mas foi
mesmo isto que aconteceu aos 240 trabalhadores da empresa neozelandesa
Perpetual Guardian entre os meses de março e abril deste ano.

Tudo não passou de um teste a um novo modelo laboral, mas os
resultados são surpreendentes (e não enganam): em vez de haver uma
queda de produtividade, ela subiu, assim como o compromisso dos
funcionários. Os níveis de stress caíram 7%, a satisfação cresceu 5%e
o equilíbrio entre vida pessoal e profissional melhorou
significativamente.

"Era apenas uma hipótese teórica, algo que eu queria testar porque
queria criar um ambiente melhor para a minha equipa", explicou o
fundador da empresa, Andrew Barnes, à CNN. "Os resultados foram
excitantes. A produtividade subiu e os níveis de stress desceram. As
pessoas ficaram mais focadas", sintetizou Barnes, que garantiu ainda
que vai tentar convencer a administração a manter o teste a título
definitivo. "Porque não pagamos às pessoas com base no resultado do
seu trabalho? Porque estamos a pagar por dias no escritório?",
questiona ainda.

Passada a fase de testes, conduzida pela Universidade de Auckland, a
empresa que gere patrimónios e trata de aplicações financeiras só pode
estar satisfeita com os resultados. Barnes sublinha até que os
funcionários passaram menos tempo nas redes sociais e noutras
atividades não produtivas — um dos trabalhadores até garantiu ter
deixado de olhar para os emails da mulher sobre o apartamento que
ambos procuravam comprar. Além disso,78% dos funcionários relataram
ter um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional — um
acréscimo de 24% relativamente aos dados recolhidos em novembro do ano
passado.

O fundador conta que o objetivo era fazer com que os funcionários
pudessem dedicar mais tempo aos seus assuntos pessoais, estando
realmente focados no trabalho nas horas que passam no escritório.
Andrew Barnes sublinha ainda que o segredo do teste foi nada ter sido
imposto aos trabalhadores: a direção limitou-se a perguntar-lhes como
poderiam manter a produtividade com menos um dia de trabalho,
envolvendo-os no processo. Como todas as coisas boas têm o seu lado B,
havia uma contrapartida: a redução de horário não era um direito
adquirido e seria retirado se os resultados baixassem.
"Contratualmente não foram reduzidas horas. Se não mantiverem a
produtividade, tiramos de volta o presente", esclareceu. "Isto é um
presente, não é um direito. Se me derem a produtividade, eu dou-vos o
dia. É mútuo respeito".

Quando a redução de horas implica mais custos

Não exatamente na Nova Zelândia, mas noutros pontos do globo, outros
testes foram feitos para perceber até que ponto a produtividade pode
andar de mãos dadas com menos horas passadas à secretária. Em
Gotemburgo (Suécia), por exemplo, entre 2015 e 2017, o município
testou um horário de seis horas diárias no lar de idosos Svartedalen.
Os resultados foram mistos: por um lado, os 68 funcionários passaram a
trabalhar com mais saúde — o que reduziu os cuidados com saúde e as
faltas por doença — mas por outro, o município teve de gastar mais
dinheiro.

Como na altura explicou Daniel Bernmar, vereador responsável pelos
cuidados a idosos no município de Gotemburgo, a experiência está
"associada a custos mais elevados, sem dúvida" e "é demasiado caro
proceder a uma redução geral do horário de trabalho dentro de um
período razoável". Para manter o horário de seis horas diárias, a
câmara de Gotemburgo teve de contratar 17 novos funcionários — o que
se traduziu num custo adicional de 2,1 milhões de euros.

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# Mais respeito pelo alojamento local

https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/mais-respeito-pelo-alojamento-local-9332903

Ana Jacinto 12 Maio 2018

Muito se tem falado nos últimos tempos sobre o alojamento local (AL),
raramente com o conhecimento e a lucidez que esta matéria merece. Por
força dessa, digamos, falta de conhecimento, o alojamento local tem
sido frequentemente visto como uma "nova ameaça" por parte de vários
quadrantes. Por um lado é injustamente atacado pelos arrendatários que
temem perder as suas habitações, por outro sofre as investidas de
outros tipos de oferta de alojamento turístico que veem nele uma
concorrência que consideram desleal.

Ora, não assiste razão, nem a uns nem a outros. Vamos então por
partes, para que se identifique convenientemente o problema, pois só
desta forma será possível entendê-lo sem enviesamentos.

É inquestionável que nos últimos anos se tem registado um aumento da
procura de imóveis para serem reconvertidos em AL, levando a um
aumento significativo dos preços de venda, consequência lógica das
leis do mercado da procura e da oferta. Mas a possibilidade, e até
facilidade, de os proprietários poderem "chamar a si" os seus imóveis
(leia-se despejo dos inquilinos) e colocá-los no mercado, nada tem que
ver com o AL. Este efeito adveio única e exclusivamente de uma
alteração ao regime do arrendamento urbano, em 2012 que, de uma
assentada, liberalizou rendas e despejos, e cujos efeitos mais
negativos ainda estão por acontecer, como tantas vezes a AHRESP tem
vindo a alertar.

Temos assim que, mais tarde ou mais cedo, com ou sem alojamento local,
este era um cenário mais que previsível, pelo que não se "culpe" e
"castigue" o AL por um problema que não foi ele a criá-lo e não se lhe
atribua responsabilidades em matéria de políticas de habitação, cuja
função é do Estado.

Por outro lado, devemos reconhecer o efeito extremamente positivo que
o alojamento local trouxe consigo, ao reabilitar centenas, ou mesmo
milhares, de imóveis que se encontravam degradados ou devolutos. Dos
estudos que a AHRESP realizou, surge a clara conclusão de que a
maioria dos imóveis estavam desocupados antes de serem convertidos em
AL. Em Lisboa, por exemplo, grande parte dos edifícios da Baixa
estavam devolutos. Aqui sim, o alojamento local é o grande
responsável, mas pela reabilitação urbana e por um novo dinamismo,
especialmente nos centros históricos das cidades, com impacto em todo
o comércio e em toda a restauração.

Um outro aspeto, não menos importante, tem que ver com os efeitos
positivos que esta atividade tem tido na nossa economia, e que não
pode ser descurado. Em 2016, o AL já representa 1% do PIB nacional,
tendo criado oito mil postos de trabalho, só na Área Metropolitana de
Lisboa.

Mas passemos então à análise relativa à atividade propriamente dita.

Desde logo, se analisarmos convenientemente este fenómeno, na sua
vertente, digamos, menos positiva, podemos circunscrevê-lo a apenas
duas das 159 cidades do nosso país: Lisboa e Porto e nessas cidades
falamos apenas de duas ou três freguesias.

Este é um aspeto extremamente importante por duas razões: por um lado
para a nossa estratégia de atuação futura, por outro para chamar a
atenção para o facto de o alojamento local contribuir para o
crescimento significativo da taxa de ocupação em muitas regiões do
nosso país, tradicionalmente com menor procura de turistas.

O alojamento local, ao contrário do que muitos creem, não é um
fenómeno novo. Todos nós nos recordamos das pensões, dos motéis e das
residenciais que existiam até não há muitos anos. Hoje o conceito
evoluiu, qualificou-se, modernizou-se e assumiu a dimensão que hoje
conhecemos, mas ele sempre existiu.

Reconhecemos, no entanto, que há sempre margem para se melhorar e que
há problemas que foram surgindo, advenientes do crescente
desenvolvimento desta atividade mas, convenhamos, este "problema bom",
que por certo muitas das nossas cidades desejariam ter, deve ser
tratado com medidas específicas, aplicáveis às cidades (freguesias)
onde tal acontece, e não estabelecer-se medidas legislativas gerais
com vista a dificultar, ou mesmo impedir, o acesso e desenvolvimento
da atividade, com prejuízo para todos. É no interesse das distintas
regiões que não se pode tratar igual o que é diferente.

Verdadeiramente importante é uma oferta de alojamento turístico de
qualidade, desde o grande grupo hoteleiro até ao apartamento que é
utilizado pelo particular para incrementar o seu rendimento. E é aqui
que deve estar centrado o nosso foco, o foco de todos aqueles que se
preocupam em manter e melhorar a qualidade da experiência que
proporcionamos a todos aqueles que nos visitam.

Por tudo isto, a AHRESP alerta para a necessidade de um debate sério e
justo, e pede mais respeito pelo AL, pelo papel fundamental que já
ocupa no turismo e na economia nacional, que não deve ser
comprometido. Exige-se mais respeito pelo alojamento local.

Secretária-Geral da AHRESP

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segunda-feira, julho 16, 2018

# O que falta em Portugal para termos mais filhos?

https://observador.pt/especiais/o-que-falta-em-portugal-para-termos-mais-filhos/

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# Find Your Passion’ Is Awful Advice

https://www.theatlantic.com/science/archive/2018/07/find-your-passion-is-terrible-advice/564932/

A major new study questions the common wisdom about how we should
choose our careers.

OLGA KHAZANJUL 12, 2018

Carol Dweck, a psychology professor at Stanford University, remembers
asking an undergraduate seminar recently, "How many of you are waiting
to find your passion?"

"Almost all of them raised their hand and got dreamy looks in their
eyes," she told me. They talked about it "like a tidal wave would
sweep over them," he said. Sploosh. Huzzah! It's accounting!

Would they have unlimited motivation for their passion? They nodded solemnly.

"I hate to burst your balloon," she said, "but it doesn't usually
happen that way."

What Dweck asked her students is a common refrain in American society.
The term "Follow your passion" has increased ninefold in English books
since 1990. "Find something you love to do and you'll never have to
work a day in your life" is another college-counseling standby of
unknown provenance.

But according to Dweck and others, that advice is steering people wrong.

"What are the consequences of that?" asked Paul O'Keefe, an assistant
professor of psychology at Yale—NUS College. "That means that if you
do something that feels like work, it means you don't love it." He
gave me the example of a student who jumps from lab to lab, trying to
find one whose research topic feels like her passion. "It's this idea
that if I'm not completely overwhelmed by emotion when I walk into a
lab, then it won't be my passion or my interest."

That's why he and two co-authors—Dweck and Greg Walton of
Stanford—recently performed a study that suggests it might be time to
change the way we think about our interests. Passions aren't "found,"
they argue. They're developed.

In a paper that is forthcoming in Psychological Science, the authors
delineate the difference between the two mind-sets. One is a "fixed
theory of interests"—the idea that core interests are there from
birth, just waiting to be discovered—and the other is a "growth
theory," the idea that interests are something anyone can cultivate
over time.

To examine how these different mind-sets affect our pursuit of
different topics, the authors performed a series of studies on college
students—a group that's frequently advised to find their passion in
the form of a major or career path.

First, students answered a survey that would categorize them as either
"techy"—slang for interested in math and science—or "fuzzy," meaning
interested in the arts or humanities. They also filled out a survey
determining how much they agreed with the idea that people's core
interests don't change over time. They then read an article that
mismatched their interests—a piece on the future of algorithms for the
fuzzies, and a piece on Derrida for the techies. The more the
participants endorsed a "fixed" theory of interests, the less
interested they were in the article that mismatched their
aforementioned identity as a techy or fuzzy.

The authors then repeated a similar procedure, but they had students
read first about either the fixed theory of interests or the growth
theory. Again, those who learned that interests are fixed throughout a
person's life were less captivated by an article that mismatched their
interests.

The authors believe this could mean that students who have fixed
theories of interest might forgo interesting lectures or opportunities
because they don't align with their previously stated passions. Or
that they might overlook ways that other disciplines can intersect
with their own.

"If passions are things found fully formed, and your job is to look
around the world for your passion—it's a crazy thought," Walton told
me. "It doesn't reflect the way I or my students experience school,
where you go to a class and have a lecture or a conversation, and you
think, That's interesting. It's through a process of investment and
development that you develop an abiding passion in a field."

Another reason not to buy into the fixed theory is that it can cause
people to give up too easily. If something becomes difficult, it's
easy to assume that it simply must not have been your passion, after
all. In one portion of this study, the students who thought interests
were fixed were also less likely to think that pursuing a passion
would be difficult at times. Instead, they thought it would provide
"endless motivation."

Dweck, one of the paper's authors, has previously studied different
types of mind-sets as they relate to intelligence. People who have a
growth mind-set about their own intelligence tend to be less afraid of
failure, according to her research, because they believe smarts are
cultivated, not inherent. Interests are related to, but distinct from,
abilities, the study authors told me: You can be interested in
something but not very good at it. "I've been playing guitar for 25
years, but I can't say that my abilities have gotten that much better
in the past 10 years," O'Keefe said.

Dweck told me that "find your passion" has a laudable history. "Before
that, people were saying, 'Find your genius,' and that was so
intimidating. It implied that only people who were really brilliant at
something could succeed," she said. "'Find your passion' felt more
democratic. Everybody can have an interest." But this study suggests
that even the idea of finding your "true" interest can intimidate
people and keep them from digging further into a field.

The authors also had students learn about either fixed or growth
theory and then exposed them to a new interest: Astronomy. First, they
had them watch a video made by The Guardian for a general audience
about Stephen Hawking's ideas. It was easy to understand and
entertaining. Then the authors had the students read a highly
technical, challenging article in the academic journal Science about
black holes. Despite saying just moments ago, after viewing the video,
that they were fascinated by black holes, the students who were
exposed to the fixed theory of interests said they were no longer
interested in black holes after reading the difficult Science article.
In other words, when you're told that your interests are somehow
ingrained, you give up on new interests as soon as the going gets
tough.

This study was a preregistered replication, meaning the authors stated
at the outset what their hypothesis and methods would be. This process
is meant to prevent p-hacking, a shady data practice that has cast a
shadow over many psychology studies in recent years.

K. Ann Renninger, a professor at Swarthmore College who was not
involved with the study, has researched the development of interests
and said that "neuroscience has confirmed that interests can be
supported to develop." In other words, with the right help, most
people can get interested in almost anything. Before the age of 8, she
said, kids will try anything. Between the ages of 8 and 12, they start
to compare themselves with others and become insecure if they're not
as good as their peers at something. That's when educators have to
start to find new ways to keep them interested in certain subjects.

Though the authors didn't examine adults, they told me their findings
could apply to an older population as well. For example, people's
interest in parenthood tends to escalate rapidly once they have a
real, crying baby in their house. "You could not know the first thing
about cancer, but if your mother gets cancer, you're going to be an
expert in it pretty darn quick," O'Keefe said.

A different study done on adults' views toward passions suggests that
people who think passions are found tend to pick jobs that fit them
well from the outset. They prioritize enjoyment over good pay. People
who think passions are developed, meanwhile, prioritize other goals
over immediate enjoyment at work, and they "grow to fit their
vocations better over time," the authors of that study write. "In
conclusion," they add, "people who have not found their perfect fit in
a career can take heart—there is more than one way to attain passion
for work."

How to cultivate a "growth" mind-set in the young,
future-psychology-experiment subjects of America? If you're a parent,
you can avoid dropping new hobbies as soon as they become difficult.
(Your kids might take note if you do, O'Keefe said.)

Beyond that, there's not a clear way to develop a growth mind-set
about interests, other than knowing that it's a valid way to think,
and that your passion might still be around the corner.

"We're just trying to pull the veil back on the hidden implications of
things like, 'find your passion,'" Walton said. "Is that really how
things work? A little bit of knowledge is power."

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sexta-feira, julho 13, 2018

# Can you super-charge your baby?

http://www.erikvance.com/wp-content/uploads/2018/06/Baby-Toys-Final.pdf

Hundreds of toys promise to help babies read, learn, do math and walk
earlier than expected — many without scientific backing
By Erik Vance

When Seth Pollak's son was a year old, he and his wife, Jenny Saffran,
took a trip to the Babies "R" Us store near their home in Madison,
Wis. They wanted to buy a teething ring— nothing special, just a
frozen band to numb the baby's gums. Passing through the bears and
bicycles, they found the correct display. They pulled a pricey package
off the shelf, which read, "Promotes oral motor and language
development."

IN BRIEF
So-called educational toys make myriad claims about helping babies
read, learn, do math and walk early, but little science backs them up.
Even if babies do make early advances, research fails to show that a
jump leads to any long-term advantages. Fast-paced video and TV
imagery can hamper a baby's ability to understand the pace of the
world, leading to attentional problems.
The greatest benefit from play comes from interacting with another
human being—so parents should be present and not stress out.

HIGHLIGHTS
$4 BILLION North American educational toy market
$2.8 BILLION Global education apps market for ages 0–4
7+ DVDs owned by the average 18-month-old

The couple had never heard of oral motor development, but it sounded
important. Typical parents— worried about their child falling
behind—might have bought the product without thinking. But Pollak and
Saffran are not typical parents. "My wife is one of the world's
leading experts in language development, and we are both Ph.D.s in
developmental psychology," Pollak explains. "We are looking at this,
and we're like, 'What the hell? How in the world does chewing on a
cold thing promote language?'" There is little evidence to say it
does. And the claim is just one example of the disconnect between the
research and marketing of child development. Every parent wants his or
her baby to have an early jump on life. Shouldn't toys be part of
that? If your baby plays with the right gizmos during the right
developmental window, the sales pitch goes, she or he could become
smarter, more coordinated and more successful than other babies. But
the very idea that the purpose of a toy is to give your baby an edge
"fundamentally misunderstands what's happening in development," says
Alison Gopnik, a columnist and leading child psychologist at the
University of California, Berkeley. Even if experts could devise such
products, "we would have defeated the whole point of childhood,"
which, she asserts, is for the child to build himself or herself.
Whether it is a black-and-white mobile that supposedly catches a
baby's eye or a caterpillar that teaches your toddler to code,
American toys that promote child development are rampant.

But do they work? According to Gopnik and many developmental
psychologists, there is a gaping hole between products and research.
Too often toys come with claims based on either questionable science
or none at all. Yet the North American educational toy market is
estimated at more than $4 billion in 2018 and is grow ing rapidly,
according to research firm Technavio. Experts say that is because of a
deep insecurity in American parents. Has their daughter breast-fed too
long? Not long enough? Is their son in the right preschool? If babies
are not crawling, walking, talking, reading and even doing math early,
then they are doing it late. "Kids are surrounded by a panicked, kind
of fearful culture. 'Oh, my God, you're falling behind,'" says Barbara
Sarnecka, a cognitive scientist at the University of California,
Irvine, who studies language and math acquisition. Although scientists
are fervently trying to understand how the human brain develops and
how to help babies and toddlers who are truly developmentally or
socially lagging, many toy makers seem to suggest you can supercharge
the average kid. Are there any findings that might support these
claims?

EARLIER IS NOT BETTER

Marketing to parents' anxieties begins the moment sperm meets egg.
Expectant mothers must carefully manage nutrition, vitamins and stress
for fear that any mistakes might have lasting effects on their
children. Of course, your fetus needs the proper music. That's right:
the fast track to a prized life starts with music in the womb. There
are a number of products that come with speakers that attach to a
woman's belly to play music. One gadget, Babypod , goes a step
further: it is a bulb-shaped silicone speaker that is inserted inside
the woman's vagina. The product site says, "Our initial hypothesis
suggests that music creates a response which manifests as vocalisation
movements, as it activates the brain circuits that stimulate language
and communication. In other words, learning begins in utero." It is
true that babies learn while in the womb and that music is enriching
to young children. But there is no evidence that music enriches a
fetus. The creators of Babypod published a paper in the British
Medical Ultrasound Society's journal Ultrasound showing that fetuses
reacted more strongly to their product than to external speakers, but
it does not conclude that the reactions were positive or that this
strategy translated into smarter children. "I know of nothing out
there that says that this stimulation does anything for your baby,"
says Kathy Hirsh-Pasek, a developmental psychologist at Temple
University and president of the International Congress of Infant
Studies. Babypod did not respond to numerous requests for comment.
Hirsh-Pasek specializes in language acquisition in babies, which is a
huge research area and a rich target for claims. She says she displays
her least favorite toys marketed to anxious parents on a wall in her
office. Speaking is perhaps a baby's most important milestone and is
tied to later cognition and working memory. Studies show that babies
and young children have certain age windows during which these
abilities blossom. Some evidence suggests that how quickly babies
learn new words predicts later proclivity; loquacious children tend to
be loquacious in later childhood, too. But is earlier always better?
Scientists have tried to tie early speaking to intelligence for
decades. A 1982 study based in Ohio found early talkers often had
higher IQs later in life. Interestingly, however, the effect
disappeared when researchers controlled for cognitive problems and
socioeconomic status. This insight, Hirsh-Pasek says, is the crux.
Speaking early or late does not determine success; zip code does.
Poverty, food instability and violence create stress, and stress
delays speech and leads to academic disparity down the line. In many
stressful homes, infants simply are not spoken to enough and thus
suffer from a language gap that turns into a pervasive performance
gap. Yet many toy makers turn this situation into an unfounded
assumption: because lack of speech creates a deficit, extra speech
will pay dividends. Sarnecka says that is "just a fantasy—a fantasy
that's profitable." Mental stimulation for young children is like
vitamins—enough is important, but more is not better. Yet thousands of
apps for young children are available. And the average 18-month-old
has at least seven DVDs. "You think you've seen the worst, you know,
and then something else hits the market," Hirsh-Pasek says. "One of my
all-time favorites, of course, is Your Baby Can Read. To which I
answer, 'No, she cannot.'" Your Baby Can Read was a series of flash
cards, videos and books that purported to teach children from three
months to five years to read. The product was created by a researcher
named Robert Titzer, who claimed to have taught his two daughters to
read when they were babies. Conventional studies indicate babies
simply cannot understand the written word. Yet the company selling the
product offered impressive-sounding, though unpublished, studies and
charts, alongside glowing testimonials, including one about a
preschooler reading Harry Potter books. Hirsh-Pasek was not the only
one who noticed the aggressive advertising. The Federal Trade
Commission, which polices claims, opened two cases involving Titzer,
charging that companies he worked with were engaged in deceptive
practices. ftc lawyers reached out to Susan Neuman of New York
University to learn more. Neuman is an expert in language acquisition.
She had run a randomized controlled study comparing 61 babies who were
exposed to a reading program against 56 who were not and published the
results in the Journal of Educational Psychology. Based on 14
measures, such as speech processing, word learning, letter recognition
and reading with meaning, she found no difference between the two
groups. Well, almost none. Although the children using the program did
not advance beyond the others, their parents were convinced they had.
Titzer, for his part, told me he was never involved in marketing
decisions and would never have suggested toddlers can read Harry
Potter books. But he defends his product and says Neuman did not use
it correctly and asked inappropriate questions to test the babies'
learning. In the end, Titzer and the companies settled with the ftc in
2014 for $800,000. The ftc also promised much larger fines, should he
make similar claims again. He now runs Infant Learning Company, which
sells a set of DVDs, printed cards and books called Your Baby Can
Learn! The company also sells a kit called Your Child Can Read!; one
display line on the packaging says, "A Science Based Approach to
Learning." As for the marketing, Titzer says it has changed: "We have
babies looking at books. Everyone recommends that babies look at
books, so I don't see anything wrong with babies looking at books."
Dozens of studies indicate that many video learning programs fail to
show reliable results. Titzer insists that his products are measurably
superior and notes that he is working on a publication that vindicates
them. According to ftc lawyer Annette Soberats, who spoke with a
colleague who was involved in the Your Baby Can Read case, her agency
considers the matter closed.

FLASH CARDS + VIDEOS = MATH SKILLS
Of course, toys do not exist in a vacuum. There is some pressure from
consumers to make sure toys are educational, especially for the very
young, says Clement Chau, an expert in child development and a
director for toy company LeapFrog Enterprises. "I think there is a
tendency to say, 'I want my kid to go to Harvard, so I'm going to buy
them a toy from LeapFrog, and they will go to Harvard eventually,'" he
says. That viewpoint is unrealistic, but toys can be an integrated
part of learning, Chau adds. In the end, it is not clear that parents
can super charge their baby to boost his or her long-term abilities.
At least, that is what David Barner says. And he should know; he tried
like crazy to supercharge his daughter. Barner is an expert in the
development of math education for children. He knows math learning is
important for cognition and life skills. So he wanted his two-year-old
daughter to be a math whiz. He was never great at math himself—both he
and his wife preferred reading—but he saw its value. So for months he
spent time each day quizzing his child using products that utilize
flash cards, videos, games and comic books to teach math to toddlers
and preschoolers. In the end, although he delighted in watching a
young mind absorb math in real time, that is pretty much all he got,
while his daughter developed a distaste for math. Her true passion and
skill? Reading, of course. Speaking with his professional hat on,
Barner thinks parents have less impact on their kids than "things like
who your friends are, what school you go to, whether you have access
to good resources." Many analyses, such as an ongoing University of
Minnesota study with separated twins, also show that personality and
proclivities are surprisingly heritable. Barner's work has revealed
that many kids between three and five who can count and even seem to
do simple addition do not actually comprehend the principles of
numbers but use memorized tricks to get the right answers. Although
U.S. toddlers are intensely trained to count, they are quickly passed
in math skills by children in Asia.

GOING FOR GOLD
Not all parents want their little darling to win a Fields Medal for
mathematics. Some prefer Olympic gold. For that result, they look to
motor learning. "If my baby walked at 10 months instead of 13 months,
are they on a fast track to travel-team soccer?" asks Karen Adolph, a
child psychologist at New York University. "Does speeding up motor
skills have long-term effects?" Compared with language or math skills,
the motor-learning field is small, and many basic questions are still
wide open. But a few insights seem clear. The first is, shockingly,
that you can supercharge your baby's ability to sit, crawl and even
walk. In 1935 developmental psychologist Myrtle McGraw famously
trained one baby to swim, climb and roller skate while his twin
brother sat in a crib. But as soon as McGraw allowed the other brother
to play, he quickly caught up. "Practicing motor skills accelerates
motor skills in the short term," Adolph says. But there is "no
evidence that it does anything for the long term." If you want to
raise the next Usain Bolt or Nolan Ryan, early walking or throwing
probably will not matter. Such skills may, however, offer some
cognitive advantages; kids who can sit up can reach for things sooner,
and those who walk can explore their world earlier. Adolph says there
is another key difference between movement and cognition: the parents
she meets in the laboratory are far less worked up about motor
learning in their babies, which corresponds to the toy market as well.
No one is selling Your Baby Can Backflip. Some products, such as
little pushcarts and walkers, promise to help babies learn to walk,
but the marketing statements about that seem muted and secondary to
just having fun. If you give a baby a rattle, she or he will learn to
shake it. Is that the first step to becoming the drummer in a Rush
revival band? No. Adolph points to running cultures such as the
Tarahumara people of Mexico; they begin running at a young age, but
they do not walk or crawl especially early. She is now working in
Tajikistan, where babies are bound for most of the day. The practice
delays when they first walk, but her early evidence shows no
differences compared with how Western babies walk by preschool age.

LEARN GRAVITY FIRST
Science-based investigations indicate that parents cannot supercharge
their babies. But that does not mean science has not generated advice
for what babies should play with. Play is incredibly important for
developing minds. Just as food nourishes the body, play promotes
language, cognition, spatial reasoning and other talents in ways
scientists are still trying to understand. And like food, sometimes
the simplest options can be among the best. For instance, blocks and
Legos pop up often in the scientific literature. Kids who build stuff
have better spatial reasoning and, in one controversial study, better
math skills. According to experts, there is nothing magical about
building; children simply benefit from toys such as balls, dump trucks
and ramps that teach them about the physics of gravity, shape and
movement. Watching a baby careen toward the floor or into a closed
door is terrifying, but these are just their physics experiments to
understand how gravity operates and whether two objects can occupy the
same space. Perhaps the most crucial experiments deal with the most
enigmatic of phenomena: time. It turns out that babies do not
understand time any better than they do gravity or inertia. And some
experts worry that if this learning is disrupted, a skewed view can
have long-lasting effects. Dimitri Christakis is a child psychologist
at the University of Washington, who directs a children's center at
Seattle Children's Hospital. He studies the effect of video screen
time on children, which is crucial as children increasingly use
tablets, phones and laptops. He has found that it is not the screen
that causes problems but the pace of the programming on it. Games and
cartoons that speed up the action or quickly switch scenes may affect
a child's "internal metronome," a mechanism that Christakis believes
develops in the first three years to help individuals understand the
pace of the world. If that pace is set too fast, it can lead to
attentional problems—a theory backed by studies in which he has
induced deficits in cognition and attention in mice. Christakis
compares older shows such as Mister Rogers' Neighborhood with modern,
frenetic cartoons or video products for infants such as those put out
in the past by Baby Einstein. He is concerned that not only are TV and
video games faster today but their consumers are younger. Hirsh-Pasek
agrees. Her lab has also shown that no matter how interactive a game
or show seems to be, it is not as beneficial as a live human
being—either in person or via a video phone call. The key for
nutritious play is another human who interacts at a normal pace. Chau,
the LeapFrog director, agrees that videos should not replace human
interaction but says they can be a part of a child's development.
Rather than playing with a real wedge or lever, a baby might do it on
a screen while she is not interacting with real people. But Christakis
worries screens could have lasting detrimental effects. By looking at
how parts of the brain used glutamate, a basic neurotransmitter
involved in learning and memory, he has found connections to cocaine
addiction in his attention-challenged mice. Overstimulation led to
more enjoyment of cocaine, less sensitization to it and ever more
hyperactivity. This is not to say that the same is true in humans or
that overstimulated kids will turn to drugs, but addictions rely on
reward networks in the brain and habit formation. To better understand
these ideas, Christakis is now studying screen addiction in children
as young as two years old. That would have been unheard of a decade
ago, and he says he has found it in almost 10 percent of his subjects.
"My fear is that we are going to see that go up and that we'll see it
start at a younger and younger age as more and more infants and
toddlers spend time" on screens, Christakis says. "These devices have
a lot of addictive features." Hidden danger can lurk behind certain
products, it seems. But even if educational products aimed at babies
may do no harm, there is a dearth of evidence that they convey
benefits in the long term. If you simply must buy some cool toy,
perhaps find one that you want to play with. Because experts agree the
time a baby spends with you—hearing you talk and watching you interact
with the world—is the best education she can get. Which brings us back
to Pollak and Saffran. Standing in front of the teething ring display,
they had to decide whether to try to increase their son's oral motor
development. They burst out laughing and put the ring back. "We went
to the grocery store, and we bought him a package of frozen bagels for
99 cents," Pollak says. "I took one out of the freezer and let him
chomp on that. It numbed his gums a little bit, and he stopped
crying."

M O R E T O E X P L O R E
Becoming Brilliant: What Science Tells Us about Raising Successful
Children. Roberta Michnick Golinkoff and Kathy Hirsh-Pasek. American
Psychological Association, 2016. The Gardener and the Carpenter: What
the New Science of Child Development Tells Us about the Relationship
between Parents and Children. Alison Gopnik. Farrar, Straus and
Giroux, 2016. Gwen Dewar's blog Parenting for the Science-Minded:
www.parentingscience.com

F R O M O U R A R C H I V E S How Babies Think. Alison Gopnik; July 2010.

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quinta-feira, julho 12, 2018

# Porque quer esta geração mudar toda a sua aparência?

[Ver fotos online]

https://observador.pt/2018/07/11/porque-quer-esta-geracao-mudar-toda-a-sua-aparencia/

Conceito importante: No ano 2000, nos EUA nos primórdios das redes
sociais, tinham sido realizados cerca de 780 mil botox e 650 mil
preenchimentos. Em 2017 os números são impressionantes: mais de 7
milhões de botox e quase 3 milhões de preenchimentos.

Helena Magalhães

Com cada vez mais rostos perfeitos na televisão, no cinema e, acima de
tudo, nas redes sociais, se se sente como peixe fora de água
provavelmente não é a única. O botox e os preenchimentos faciais
tornaram-se os procedimentos cosméticos não invasivos mais populares
nos últimos anos e o seu crescimento aumentou substancialmente entre a
geração millennial. Se em tempos eram vistos como formas de retardar o
envelhecimento e manter um rosto jovem à medida que os anos passam,
hoje são utilizados por mulheres (e homens também) cada vez mais novas
como forma de modificar a sua aparência em busca do rosto ideal. De
acordo com a The American Society for Aesthetic Plastic Surgery, o
número de mulheres americanas com idades entre os 19 e os 34 anos a
realizar procedimentos estéticos não invasivos aumentou 41%. Já no
Reino Unido, nove em cada dez intervenções estéticas são de botox e
preenchimentos faciais.

No relatório anual da American Society of Plastic Surgeons, o botox e
os preenchimentos estão no topo dos procedimentos não invasivos mais
realizados nos Estados Unidos durante o ano passado. No ano 2000, nos
primórdios das redes sociais, tinham sido realizados cerca de 780 mil
botox e 650 mil preenchimentos. Em 2017 os números são
impressionantes: mais de 7 milhões de botox e quase 3 milhões de
preenchimentos.

O Observador falou com a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica,
Reconstrutiva e Estética (SPCPRE) que nos explicou que em Portugal não
é possível ter acesso a números porque não existem estatísticas sobre
procedimentos estéticos, não há uma regulação e, como tal, não há
registos. É por isso que muitas destas intervenções estão a ser feitas
em cabeleireiros ou farmácias, muitas vezes sem ser pelas mãos de
médicos credenciados e que, como já escrevemos em 2016, colocam a
saúde em risco.

Ainda assim, a SPCPRE acrescenta que estas intervenções têm estado, de
facto, a aumentar exponencialmente em Portugal e que, nas jovens, o
preenchimento de lábios é a intervenção mais procurada, estando também
a haver um maior crescimento da rinomodelação em pessoas muito novas.

E a verdade é que basta navegar um pouco pelo Instagram para ver
jovens de pouco mais de 20 anos com os rostos alterados, os lábios
aumentados, as bochechas salientes e, porque vivemos na era da
exposição, muitas chegam a filmar-se nas clínicas durante a
intervenção e a recomendar estes procedimentos como impulsionadores de
auto-estima. Quase como um "photoshop" da vida real onde, por algumas
centenas de euros, se consegue um rosto perfeito.

Uma geração refém das opiniões dos outros

De acordo com a American Academy of Facial Plastic and Reconstructive
Surgery, as redes sociais, as selfies e as celebridades da "reality
TV" são as grandes influências que impulsionam esta geração a usar os
preenchimentos e o botox. E, de acordo com uma notícia da BBC, esta
nova realidade e padrão de comportamento ou de beleza já está a ser
apelidado de "efeito Kardashian" e "selfie mania".

A referência às irmãs Kardashian não é propaganda contra a famosa
família da televisão americana. Há mesmo quem culpe a cultura
Kardashian da beleza falsa e da fama rápida pelo aumento das
intervenções estéticas nas gerações mais novas e na obsessão em
replicar uma imagem que nem sequer elas têm na vida real. A revista
Harper's Bazaar escrevia no ano passado que os jovens estão a entrar
numa era narcisista graças à presença das celebridades nas redes
sociais que se mostram no seu "suposto" dia a dia com uma imagem
absolutamente irreal. E isto é prejudicial e, de certa forma, louco –
disse à revista Jean-Louis Sebagh, um dos mais reconhecidos médicos de
medicina estética na Europa. "Graças às redes sociais e tudo isto, as
jovens de hoje têm tantas inseguranças e problemas com a sua imagem.
Raparigas com 16 anos já andam a correr para as clínicas. Isto está
imparável."

Kylie Jenner, Kim e Khloé Kardashian entre 2007 e 2017. Fotografias: Pinterest

Ao Observador, Vera Ribeiro, psicóloga clínica especializada em
sexologia, diz que esta "moda" provem de uma sociedade consumista que
segue os modelos via web ou redes sociais. "Falamos de uma geração que
fica na sombra dos equipamentos eletrónicos, que pode mudar de
identidade, personalidade, e agora de corpo… ficando cada vez mais
para trás aquilo que é a sua génese, o seu sentir, os seus verdadeiros
gostos e opiniões." E isto traz riscos para esta geração que, cada vez
mais cedo, vive refém das opiniões dos outros. Claro que é uma
característica da idade e transversal a todas as gerações: é a altura
da vida em que procuram integrar-se e encontrar o seu lugar. Mas se
antigamente esta necessidade de aceitação estava limitada a um círculo
pequeno de amigos e colegas da escola, hoje estende-se a uma dimensão
de pessoas virtuais que pode ser ilimitada tornando a pressão e a
necessidade de aceitação cada vez maior.

Hoje as raparigas são bombardeadas com com estas mensagens para
corresponderem a um certo padrão de beleza e Vera Ribeiro não tem
dúvidas: "Os riscos hoje são enormes, até porque é uma atitude muitas
vezes contagiante. Pode iniciar-se de uma forma social, pelos pares,
mas passa rapidamente a uma forma individual." É o não gostar de se
ver ao espelho e, agora, nas fotografias.

O poder das redes sociais na auto-estima

"O Instagram é a pior rede social para a saúde mental e bem-estar dos
adolescentes e jovens adultos", escreve a revista Time, abordando os
perigos associados a ansiedade, depressão, solidão e bullyingonde as
fotografias podem criar expectativas irreais e sentimentos de
inadequação e baixa auto-estima. Se, por um lado, as fotografias
altamente editadas, com filtros e retoques nas redes sociais mostram
corpos e rostos irreais mas que são vendidos como reais, por outro, os
jovens de hoje procuram cada vez mais ser desejados, aprovados e
validados pela sua aparência.

Já não é só a vontade de se sentir melhor na sua pele. Pequenas
mudanças podem melhorar a auto-estima de toda a gente – homens e
mulheres, em qualquer idade. Quer seja um aparelho nos dentes, uma
dieta, um aumento de seios, atenuar algumas rugas, endireitar um
nariz, mudar a cor do cabelo… todas as mudanças são válidas. Mas
falamos de uma geração que não tem motivações individuais mas sim a
vontade em seguir um padrão.

As redes sociais trouxeram para primeiro plano esta necessidade de
gratificação imediata onde a tendência é o "rosto Kardashian": grandes
lábios, bochechas salientes, sobrancelhas delineadas, levantadas e
maquilhagem pesada. Esta é a imagem de beleza ideal que, através das
redes sociais, se começou a proliferar pelo mundo. Numa ânsia de
mudarem tudo em si para corresponder a este padrão, as raparigas de
hoje estão a tornar-se iguais umas às outras.

Algumas raparigas consideradas "estrelas" do Instagram com milhares de
seguidores, todas com uma aparência idêntica, lábios preenchidos e a
imagem "Kardashian". Fotografias: Instagram

O Observador falou com David Rasteiro, especialista em cirurgia
plástica, reconstrutiva e estética, assistente hospitalar no Hospital
de São José em cirurgia reconstrutiva e que, este mês, vai abrir a Up
Clinic em Lisboa. Para o cirurgião, as redes sociais e a
universalização da informação tornou as intervenções estéticas e
plásticas amplamente democratizadas e acessíveis, o que faz com que
também haja uma população cada vez mais jovem, mais disponível e mais
independente a procurar mudar algumas coisas. "Falamos de uma geração
que é mais influenciável e que está mais alerta para estas
intervenções. E depois estamos hoje a viver um paradigma de beleza que
muita gente quer seguir. Enquanto a beleza própria de cada mulher é o
que a torna única, mesmo que se possam alterar algumas coisas para
melhorar a auto-estima, hoje quase que se vende beleza por catálogo.
Eu tento sempre informar as mulheres que chegam até mim porque muitas
vêm com expectativas irreais", explica David Rasteiro.

O cirurgião partilha que há mais jovens em Portugal a procurar algumas
intervenções, nomeadamente preenchimentos de lábios. E alerta que é
preciso compreender as motivações que estão por trás. "É preciso que
os médicos saibam aconselhar e alertar para a realidade, mesmo sabendo
que, se se recusarem a fazer, elas poderão ir a outro médico que lhes
vai dizer que sim. Eu procuro perceber as motivações, se a mudança que
pretendem se prende com a sua auto-estima, se há algo que elas
gostariam de mudar por uma vontade própria. Por vezes trazem
fotografias do que pretendem e dizem que gostavam de ser mais ou menos
assim. E essa não é uma motivação certa. Tento sempre explicar que
este mundo é muito fantasioso e que as fotografias enganam muita
gente. O trabalho de um médico passa sempre por alertar", destaca
David Rasteiro.

A perda de perspetiva do que é ou não bonito

No início do ano, a filha da cantora Ana Malhoa esteve envolvida em
polémica que gerou uma onda de críticas pelas suas fotografias e
vídeos com uma imagem alterada, lábios aumentados, feições diferentes
e, para muitos fãs, uma tentativa de ser igual a Kylie Jenner. A
revista Vidaspartilhou várias fotografias e escreveu que, perante as
críticas, India Malhoa de apenas 18 anos respondeu que era um ser
humano normal e que não tencionava parecer mais velha ou plástica mas
sim sentir-se bem consigo própria e ser cada dia mais feliz.

Pouco depois, a jovem fechou a sua conta de Instagram que entretanto
voltou a abrir mas já sem todas as fotografias que tinha. A verdade é
que há uma espécie de efeito bola de neve nesta geração de raparigas
que já nasceu com as redes sociais e que está desde sempre a ser
influenciada com mensagens de uma beleza irreal. A auto-estima acaba
por ser comprometida quando desde novas procuram ter a aparência que
acham "certa" e que numa rede social como o Instagram parece ser
aquela que é validada por likes e seguidores.

Vera Ribeiro explica que muitas vezes as lacunas já estão instaladas
desde muito novas, traduzindo inseguranças e uma auto-imagem lesada.
"Uma coisa é uma rapariga utilizar uma aplicação para ajustar a imagem
da fotografia pontualmente, outra coisa é alterar por completo as suas
características. Se existe a necessidade de mudar aquilo que somos é
porque não estamos bem na pele que vestimos", conclui a psicóloga.

A verdade é que as aplicações e os filtros não podem fazer muito
porque não trabalham IRL – in real life, na gíria americana. Então
chegou-se à popularização do rosto de boneca. Se em tempos o botox e
os preenchimentos eram para as mulheres de meia idade, hoje já há
raparigas com dezasseis anos a correr para as clínicas. Já não é tanto
uma questão de rugas mas, antes, de volume. Aumentar um pouco aqui, um
pouco ali, até se atingir este rosto de Barbie.

A modelo e atriz americana Nicola Peltz ganhou maior dimensão ao
namorar com o irmão das super modelos Gigi e Bella Hadid mas não é só
por isso que o seu nome se tornou conhecido. Nicola tem feito
manchetes nas revistas americanas pela mudança total de imagem no
espaço de quatro anos. Fala-se de cirurgia ao queixo, ao nariz e cada
vez mais preenchimentos nos lábios a acompanhar fotografias nas redes
sociais cada vez mais irreais. Na after-party dos Golden Globes deste
ano, foi dito que Nicola tinha os lábios mais injetados que alguma vez
tinham passado por aquela red carpet, fazendo referência ao facto da
atriz de apenas 23 anos, ao fim de tantas mudanças, já ter perdido a
perspetiva do que é ou não bonito.

Nicola Peltz à esquerda em 2014 e à direita em 2018. Fotografias: Instagram

As modas mudam e os padrões de beleza também

Este é o grande perigo destas tendências. Muitas das raparigas que já
têm os seus rostos alterados ainda não têm a maturidade para
compreender o que estão a fazer e as consequências a longo prazo. O
que importa é a gratificação momentânea. Eu quero este queixo. Eu
quero estes lábios. Eu quero ficar assim nas minhas fotografias. Eu
quero ter likes. Eu quero ter fama. Se nos anos 90 todas as raparigas
queriam ser iguais às cantoras da girlband Spice Girls ou às atrizes
da série Beverly Hills, pintar o cabelo e fazer um piercing no umbigo,
estas eram mudanças inofensivas em busca de uma padrão de beleza
interpretado na altura como bonito e "na moda". Eventualmente quando a
moda passou, os cabelos voltaram à sua cor original e os furos no
umbigo acabaram por fechar.

Quando os "rostos Kardashian" deixarem de ser vistos como o tipo
beleza ideal, o que é que estas raparigas que começaram a aumentar os
lábios ou as bochechas numa idade tão nova vão fazer? Mesmo estes
procedimentos sendo temporários, cada vez que se aplica
preenchimentos, as bolsas debaixo da pele vão ficando maiores e a
precisar de mais e mais injeções para ficarem preenchidas. Com os
lábios, quando se para de os encher e a bolsa fica "vazia", podem
ficar caídos, enrugados, com pequenos nódulos e até deformados
indefinidamente. O risco está sempre presente.

E depois dos preenchimentos?

É essa a questão que se coloca. Como vai esta geração que começa desde
cedo a mudar toda a sua aparência saber lidar com as alterações
naturais do corpo ao longo dos anos? A estrela da televisão britânica
Charlotte Crosby é o melhor exemplo que podemos dar de alguém que já
falou abertamente sobre esta obsessão. Quando apareceu pela primeira
vez na televisão, no reality-show Geordie Shore em 2011, Charlotte era
apenas uma jovem igual a qualquer outra à procura de fama e dinheiro.

Mas à medida que o programa foi ganhando fama à escala mundial, também
as várias moradoras da casa Geordie foram mudando toda a sua aparência
ao ponto de ficarem totalmente irreconhecíveis. De acordo com o jornal
britânico Mirror, Charlotte afirmou que ficou viciada em botox para
ter sempre o rosto "camera-ready" a qualquer momento das filmagens.
Mas com o botox vieram os preenchimentos em todo o rosto, a cirurgia
ao nariz, o aumento de seios e mais e mais preenchimentos até aos dias
de hoje. "Agora eu sei o que é que as pessoas querem dizer sobre as
cirurgias e estas intervenções serem um caminho escorregadio",
confessou, afirmando que a sua vontade em mudar a sua imagem não para
e não consegue estar satisfeita.

Charlotte Crosby e as suas mudanças de 2011 até ao dia de hoje.
Fotografias: Pinterest e Instagram

David Rasteiro chama a atenção para os médicos, antes de começarem a
injetar uma rapariga, tentarem conhecer as suas motivações, o que as
incomoda no seu rosto e perceber se o que querem fazer é influência de
alguém ou para agradar alguém ou se aquilo que pretendem é melhorar a
sua auto-estima com pequenas alterações conscientes. "Há quem venha
com expectativas irreais de querer ter os lábios desta ou daquela
forma e os cirurgiões têm de ter o bom senso de saber aconselhar,
explicar que tudo tem de ser adaptado à estrutura óssea de cada mulher
e, acima de tudo, aplicado de forma gradual", conclui.

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segunda-feira, julho 02, 2018

# Number of Potential Migrants Worldwide Tops 700 Million

[Ver tabelas online]

https://news.gallup.com/poll/211883/number-potential-migrants-worldwide-tops-700-million.aspx

by Neli Esipova, Julie Ray and Anita Pugliese


WASHINGTON, D.C. -- After cooling off in the wake of the Great
Recession, worldwide, people's desire to migrate permanently to
another country showed signs of rebounding between 2013 and 2016.
Gallup found 14% of the world's adults -- which translates to nearly
710 million people -- saying they would like to move to another
country if they had the opportunity. This is up from 13% -- or about
630 million adults -- between 2010 and 2012.

Gallup's latest findings on adults' desire to move to other countries
are based on a rolling average of interviews with 586,806 adults in
156 countries between 2013 and 2016. The 156 countries represent 98%
of the world's adult population. The analysis period overlaps the
years of the European migrant crisis that began in 2015. The previous
findings were based on a rolling average of interviews with 521,182
adults in 154 countries between 2010 and 2012.

While still not back at the 16% Gallup measured worldwide between 2007
and 2009, the desire to migrate has increased in a number of regions
as global economic conditions have continued to slowly recover and as
conflict, famine and disaster have driven people from their homes in
some parts of the world. Desire increased the most in non-European
Union countries in Europe, in Latin America and the Caribbean, and in
the Middle East and North Africa.

Yet in other places, desire has not changed much at all. In all
regions of Asia, for example, the percentage of adults who would like
to move to another country permanently remained flat. The 10% of
adults in Northern America -- the U.S. and Canada together -- who
would like to migrate also was unchanged. And in sub-Saharan Africa,
where residents remain the most likely worldwide to express the desire
to migrate permanently, desire hovered near 30%.

In 31 countries and areas throughout the world, at least three in 10
adults say they would like to move permanently to another country if
they could. These countries and areas are found in every region except
Asia, Oceania and Northern America. In many of these populations,
desire to migrate has increased significantly, likely pushed higher
for a host of reasons -- for example, the civil war in Syria, chronic
high unemployment rates in Albania and Italy, and the Ebola outbreak
in Sierra Leone.

U.S. Still Top Desired Destination for Potential Migrants

The U.S. continues to be the most desired destination country for
potential migrants, as it has since Gallup started tracking these
patterns a decade ago. One in five potential migrants (21%) -- or
about 147 million adults worldwide -- name the U.S. as their desired
future residence. Germany, Canada, the United Kingdom, France,
Australia and Saudi Arabia appeal to at least 25 million adults each.
These same countries have been top desired destinations for the past
10 years. In fact, roughly 20 countries attract more than two-thirds
of all potential migrants worldwide.

While the number of potential migrants who say they would like to move
to the U.S. hasn't changed significantly from previous years, the
number who say the same about Germany has risen from 28 million to 39
million in the most recent analysis period. This increase coincides
with the height of Europe's migrant crisis between 2015 and 2016 --
during which Germany's Chancellor Angela Merkel promised there would
be "no limit" to the number of refugees her country would accept.

The United Kingdom, on the other hand, lost some of its appeal as a
desired destination, as immigration became one of the driving forces
behind the country's eventual "Brexit" in mid-2016. Approximately 35
million potential migrants named the United Kingdom as a desired
destination between 2013 and 2016, down from about 43 million between
2010 and 2012.

Bottom Line

After tailing off shortly after the Great Recession, the desire to
migrate inched back upward in a number of regions, likely reflecting
an improving economic climate that can make the idea of leaving one's
own country less risky to entertain. But it also could reflect the
increasing unrest in some parts of the world, where war, famine,
disaster and disease are making it impossible for people to stay.

In the most recent analysis period, the U.S. remained the top desired
destination for potential migrants, as it has for the past decade that
Gallup has been measuring these attitudes. It is possible that the
U.S. will lose some of its allure under the new Trump presidential
administration, which aims to make it tougher for migrants to come to
the United States and for existing migrants to stay. It is evident
from the changes in the numbers of potential migrants who would like
to move to Germany and the United Kingdom that a government's stance
and policy toward immigration can contribute to the country's being
more attractive or less attractive to potential migrants.

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