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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

quarta-feira, maio 30, 2012

# O tempo digital e o seu frenesim

por ANSELMO BORGES
Enigma maior é o tempo. Lá está Santo Agostinho: "O que é o tempo?
Como são o passado e o futuro, uma vez que o passado já não é e o
futuro ainda não é?" E o presente? Mal dizemos "agora" e já caiu no
passado. "Se, portanto, o presente, para ser tempo, tem de cair no
passado, como podemos dizer que algo é, se só pode ser com a condição
de já não ser?"As culturas experienciam o tempo, cada uma a seu modo:
nas tradicionais, o tempo privilegiado é o passado - lá está o mito do
paraíso perdido; na modernidade, privilegiou-se o futuro - o passado é
simplesmente o ultrapassado, a caminho da realização das utopias.
Por causa das novas tecnologias, sobretudo ao nível dos média -
telefona-se, navega-se na Web, lê-se documentos ao mesmo tempo que se
envia mensagens -, a vivência do tempo actual é a do tempo
concentrado, do "curto prazismo" e até do imediatismo cumulativo. Aí
está o tempo chamado digital ou numérico, que nos dá a sensação de
quase simultaneidade e ubiquidade: pense-se na comunicação quase
simultânea para todo o mundo.
Afinal, o que se encurtou mesmo foi o espaço, que não pode ser
separado do tempo: no mesmo dia, uma reunião no Porto, outra em Paris,
uma terceira em Londres, com regresso ao Porto. Mas é sobretudo a
computação que nos dá a possibilidade de contacto quase instantâneo
com todo o mundo. Tudo é mais rápido - leio em Philosophie Magazine:
num século, a velocidade de comunicação aumentou 107%, a dos
transportes pessoais 102%, a do tratamento da informação 1010%.
Fazemos muito mais coisas em muitíssimo menos tempo.
Vem então a pergunta da semana passada, aqui: porque é que todos se
queixam da falta de tempo, em vez de aumentar o tempo livre?
Resposta do sociólogo Hartmut Rosa: com os transportes e a Internet
também se acelerou a vida social e entrámos numa lógica infernal de
competição, de tal modo que somos devorados pelo produtivismo e
consequente consumismo. A aceleração acabou por tornar-se "o
equivalente funcional da promessa religiosa de vida eterna".
Impôs-se-nos a multiplicação constante e frenética das experiências e
das actividades, numa corrida sem fim. Isto tem consequências também
na economia? É evidente que sim. Investir implica uma vivência do
tempo longo: quanto tempo leva para se receber os frutos do
investimento? Assim, "o marketing substituiu a deliberação política,
com a finalidade de lucros especulativos", escreve o filósofo B.
Stiegler. A velocidade tecnológica foi posta ao serviço da guerra
económica: em vez do investimento, a especulação. Antepondo o fazer ao
ser, somos melhores e mais felizes? Não há, pelo contrário, a sensação
generalizada de cansaço e de stress?
Precisamente porque "vivemos num tempo completamente descontínuo,
disperso. Sem calendário, sem liturgia, sem ritual, já não conhecemos
ritmo. Já não há tempo que permita o recolhimento do pensamento.
Multiplicou-se a dispersão inerente ao mundo do quotidiano", observa a
filósofa Françoise Dastur.Afinal, mesmo se já há empresas que promovem
cursos de meditação ou semanas de retiro num mosteiro, é para que os
funcionários se tornem mais competitivos, no regresso ao trabalho.
As pessoas vão para a cama - a duração média do sono baixou duas horas
desde o século XIX - com o sentimento de culpa, pois não acabaram a
lista dos afazeres.Voltando a Hartmut Rosa, a aceleração tornou-se o
novo modo da nossa alienação social: ao contrário das Igrejas, que, se
criaram sentimentos de culpa nos fiéis, ofereciam alívio aos pecadores
- podiam confessar-se, Jesus morreu para libertar dos pecados -, "a
nossa sociedade da aceleração produz culpados sem remissão nem
perdão". Não é, portanto, de uma nova relação mais atenta e serena com
o tempo que precisamos? "Deixemos que as nossas vidas sejam guiadas
por aquilo que eu chamo momentos de ressonância": o contacto com a
natureza, passeando; escutando a grande música, a alma corresponde, o
mesmo podendo acontecer com um grupo de amigos; diante do mar, é como
se o mundo respondesse e as suas ondas fossem a respiração do mundo.
in DN

terça-feira, maio 29, 2012

# Redes sociais não, obrigado

Pedro Afonso, Médico psiquiatra, Público,15-03-2010

Ninguém pode ficar indiferente ao enorme sucesso das redes sociais da Internet,
contando já com milhões de utilizadores. Mas que riscos e consequências estarão
ligadas a esta nova forma de relacionamento social virtual? Sem cair em
estereótipos, e em fundamentalismos redutores, julgo que há uma tendência neste
recente instrumento de relacionamento humano introduzido pela Internet.
Neste caso parece existir uma busca pela auto-valorização e uma necessidade
exibicionista de atenção e admiração. Esta última característica torna-se bem
visível pela forma como se arrecada "amigos", aos milhares, como se fossem
troféus de caça social. Portanto, na amizade, desvalorizou-se a
qualidade para se
dar a primazia à quantidade, o que não é mais do que um reflexo da sociedade de
consumo nas relações sociais.
As relações sociais virtuais da Internet são bastante diferentes das
relações sociais
reais. Alimentam-se fantasias e cada um mostra aquilo que tem de melhor: a
beleza, o êxito, as férias fantásticas, os momentos de felicidade,
etc. Habitualmente
o indivíduo promove-se na rede social como uma pessoa de sucesso, expondo as
suas vitórias e ocultando propositadamente os seus fracassos. É nesta imensa
revista cor-de-rosa, irreal e fantasiosa, que as pessoas se relacionam
umas com as
outras, evitando as regras da verdadeira rede social, bem mais
complexa e difícil.
Seja como for, parece não existirem dúvidas de que se criou um certo consumismo
social, sem esforço, e acessível a alguns toques no teclado do
computador. Porém,
as redes sociais da Internet, no sentido em que são redes virtuais e menos
complexas, podem surgir como uma forma de resistência à aquisição de uma
verdadeira aprendizagem social, promovendo a regressão e a imaturidade.
A amizade criada no mundo real demora tempo a consolidar-se e passa por
diversas provas que nada têm a ver com as pseudo-amizades do mundo virtual. Por
essa razão, nenhum relacionamento através do computador substituiu a
experiência da presença humana: a troca de olhares, a expressão
facial, os gestos,
o tom de voz, etc.
As redes sociais favorecem o empobrecimento do relacionamento social - criandose
novas formas de solidão - porque as relações pessoais reais são mais ricas e
profundas.
Não se pode discutir as redes sociais da Internet sem falar em segurança. Por
diversas vezes, as polícias têm alertado para os perigos de se divulgarem
informações pessoais na rede. Por exemplo, uma vez colocada uma fotografia
pessoal na rede social, ela poderá ficar na Internet para sempre,
perdendo-se por
completo o seu controlo. Curiosamente, este fenómeno reflecte um paradoxo.
Numa altura em que se investe cada vez mais em segurança, através da
videovigilância, alarmes, etc., na Internet as pessoas expõem-se cada vez mais,
abrindo as portas da sua vida privada, sem reflectir nos perigos que isso
representa.
Importa sublinhar que as redes sociais reflectem o que há de melhor e pior na
natureza humana, com a diferença de possibilitar aos indivíduos perturbados
psiquicamente - que existem em largo número em todas as sociedades - actuarem
facilmente dissimulados, diminuindo a possibilidade de serem
detectados. As redes
sociais tornam-se assim uma ferramenta útil para as mais vis maquinações. Um
magnífico caldo de cultura para que várias mentes perigosas possam florescer e
movimentar-se facilmente na cobardia do anonimato, encorajados pela diminuição
dos vários mecanismos de prevenção e segurança de que a sociedade dispõe.
Espantosamente, milhões de pessoas passam cada vez mais tempo nesse mundo
virtual agarrados obsessivamente ao computador. Este é um sinal preocupante de
desumanização da nossa sociedade uma vez que esta emigração maciça para o
mundo virtual pode revelar-se como um início de psicose colectiva: como esta
realidade não é conveniente, as pessoas refugiam-se noutra imaginária.
O crescimento vertiginoso das redes sociais demonstra que o Homem, outrora
sonhador, com ideias e valores, está a capitular. Desistiu de lutar por uma
sociedade melhor, cedeu ao facilitismo, e renunciou viver neste mundo. Por tudo
isto, adaptando um slogan antigo, talvez valesse a pena dizer: redes
sociais não,
obrigado.

quinta-feira, maio 24, 2012

# TED talk: middle class is the job creator

Faz pensar...
http://www.youtube.com/watch?v=bBx2Y5HhplI

quarta-feira, maio 23, 2012

# Lista dos 10 mais próximos da bancarrota: Ilinóis e Califórnia desalojam Hungria e Espanha

Apesar do agravamento da probabilidade de incumprimento da dívida
espanhola e húngara, os dois países europeus saíram do grupo dos de
maior risco em virtude da entrada em força de dois estados da
Federação norte-americana.

Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt)
13:04 Terça feira, 3 de abril de 2012

Surpresa matinal. Dois dos estados da Federação norte-americana com
maior risco de insolvência, o Ilinóis e a Califórnia, reentraram,
hoje, no grupo dos 10 candidatos a bancarrota, de onde andavam
afastados desde que a crise da dívida da zona euro ocupou a ribalta.
Em virtude da entrada para 8º e 10º lugar por parte dos dois estados
dos EUA, a Hungria e a Espanha saíram daquele "clube".

No caso de Espanha a situação de risco num horizonte de cinco anos até
se agravou hoje de manhã, com a probabilidade de incumprimento a subir
de 31,84%, no fecho de ontem, para 31,92%, agora ao final da manhã,
segundo dados da CMA DataVision. Também as yields (juros) das
obrigações espanholas (OE) estão em alta em todas as maturidades. Os
juros das OE a 10 anos subiram para 5,43%. O ministro das Finanças do
governo de Madrid disse hoje de manhã que o seu país atravessa "um
momento crítico" e que "está no limite".

No fecho, o risco espanhol subiu para 32,25% e retomou o 10º lugar do
"clube", com a saída da Califórnia. Os juros das OE continuaram a
subir durante a tarde em todas as maturidades, fechando em 5,45% no
prazo a 10 anos.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/clube-da-bancarrota-ilinois-e-california-desalojam-hungria-e-espanha=f716656#ixzz1viAq0nZU

terça-feira, maio 22, 2012

# A aceleração do tempo e a sua falta

por ANSELMO BORGES

O tempo nunca ninguém o viu. Claro, não me refiro ao tempo
meteorológico, mas àquele tempo que nos faz envelhecer e morrer: um
dia já cá não estaremos. O tempo tem que ver com a finitude: é o modo
como o ser finito se vai fazendo.Há múltiplas experiências do tempo.
Ele há o tempo circular, cíclico - tudo vai e tudo volta -, e o tempo
linear, histórico e ascendente. Há o tempo entrecruzado: no presente,
está vivo o passado - ele é o futuro do passado -, como está presente
o futuro enquanto conjunto de projectos, de sonhos, esperanças e
expectativas.
Claro, há o tempo dos calendários e medido pelos relógios, e há o
tempo da duração interior, como reflectiu penetrantemente o filósofo
Henri Bergson: há o tempo mecânico, quantitativo, e o tempo da
consciência, qualitativo. E lá está o tempo irrequieto e enervante de
uma noite de insónia, que nunca mais passa, semelhante ao tempo
pastoso de uma conferência inútil e insana, que nos precipita para o
relógio vezes sem conta, perguntando quando é que aquilo acaba. Ah!,
mas também há o tempo sem tempo, o tempo de uma sinfonia, o tempo do
amor, o tempo da criação: aquele tempo a que se referia, por exemplo,
o filósofo Sören Kierkegaard, tempo de bênção, tocado pela eternidade.
Durante muito tempo, o tempo parecia estagnado, imóvel: o que é que
mudava? Com a modernidade, o tempo acelerou. Mais recentemente, por
causa das novas tecnologias, que nos permitem desenvolver várias
actividades ao mesmo tempo e estar em contacto com todo o mundo quase
simultaneamente, tudo se passa vertiginosamente, deu-se a "aceleração
do ritmo de vida", numa mudança não já apenas intergeracional, mas
intrageracional: pense-se nos casamentos e divórcios e, no que se
refere ao mundo do trabalho, nas mudanças de emprego e actividade:
para um americano com estudos superiores, onze vezes. Por isso, como
sublinha o sociólogo Hartmut Rosa, professor na Universidade
Friedrich-Schiller de Iena, o pai já não diz ao filho: "O meu mundo é
o teu", mas: "Presentemente, as coisas são assim, mas prepara-te para
a mudança." Aqui, precisamente, surge um paradoxo.
De facto, devido às novas tecnologias, que permitem fazer rapidamente
o que antes demorava imenso tempo - por exemplo, uma viagem que durava
oito horas faz-se agora em três, o que dá um ganho de cinco horas;
antes, uma carta demorava a escrever o tempo que agora basta para
escrever vários e-mails - deveríamos nadar em tempo. Ora, o que se
passa é que todos nos queixamos de falta de tempo: ninguém tem tempo
para nada, é o que se ouve a cada canto. Explicação de Hartmut Rosa: a
tecnologia, em vez de resolver o problema do tempo, só o agrava.
Porquê? "Com os carros ou a Internet é também a vida social que se
acelera. A torrente e a velocidade da actividade social aumentam."
Sim, é verdade que com o tempo da escrita de uma carta agora
escrevemos mais de dez e-mails.
Mas cada vez escrevemos mais e-mails e lemos mais ainda. É uma lógica
exponencial, que não é devida à tecnologia, mas a "uma lógica de
competição que nos é própria". Produzimos cada vez mais bens e
consumimos cada vez mais também, numa espiral sem fim. Há cada vez
mais opções e possibilidades e cada vez menos tempo para cada coisa,
cada interesse, porque "a única coisa que não podeis aumentar é o
próprio tempo".Afinal, que procuramos nesta corrida vertiginosa que
nos devora? A aceleração é "o equivalente funcional da promessa
religiosa de vida eterna. Já não acreditamos numa vida eterna: mesmo
os crentes duvidam do que se passa depois e concentram-se na vida
antes da morte. De repente, pomos o nosso desejo de eternidade na
multiplicidade das nossas experiências. Sabemos que vamos morrer, mas,
antes, há uma infinidade de experiências, de pessoas que queremos
conhecer, encontrar. A vida boa é definida pela riqueza das
experiências que podemos ter. Multiplicar por dois a velocidade
permite multiplicar por dois as experiências. É isso que de modo
difuso procuramos no prazer que pomos em multiplicar as nossas
actividades". Pergunta-se: e somos mais felizes?

# Cada aborto custa 700 ao Ministério da Saúde

Aborto. Estado gastou 45 milhões de euros desde que a lei entrou em vigor
Por Luís Claro, publicado em 22 Maio 2012 - 03:10 |
http://www.ionline.pt/portugal/aborto-estado-gastou-45-milhoes-euros-lei-entrou-vigor
Cada interrupção voluntária da gravidez custa 700 euros, em média. Em
2011 foram gastos 11,5 milhões de euros

Desde que a lei entrou em vigor, em meados de 2007, a interrupção
voluntária da gravidez (IVG) custou aos cofres do Estado quase 45
milhões de euros. Contas feitas, em média, cada aborto custa quase 700
euros ao Serviço Nacional de Saúde. Os números são revelados numa
resposta do Ministério da Saúde a deputados do CDS, que questionaram o
governo sobre os encargos da IVG para o sistema público de saúde.

É a primeira vez que o governo dá a conhecer dados sobre os custos do
aborto e a tendência aponta para gastos na ordem dos 12 milhões de
euros por ano. Só nos primeiros dois anos – 2007 e 2008 – os valores
foram inferiores. De acordo com os mesmos dados, as mulheres que
necessitam de intervenção cirúrgica são em número mais reduzido (cerca
de 30%) que as que recorrem ao método químico (através de comprimidos)
e representam também por isso um gasto menor.
No primeiro ano em que a legislação foi aplicada – só esteve em vigor
seis meses –, as interrupções voluntárias da gravidez custaram pouco
mais de 2 milhões de euros e no ano seguinte 7,5 milhões de euros.

Estes números traduzem uma subida no número de abortos no serviço
público (ou subcontratados a entidades privadas) a partir de 2009 e os
dados do Ministério da Saúde – provisórios em relação a 2010 e 2011 –
apontam para a realização de quase 64 mil abortos desde a entrada em
vigor da lei, após um referendo em que o "sim" venceu com quase 60%
dos votos.

Os gastos do Estado com a interrupção voluntária da gravidez têm sido
um dos argumentos dos defensores do "não" à despenalização, mas os
números apresentados pela Federação pela Vida são muito superiores aos
do governo. Um estudo deste movimento apontava, em Fevereiro, para
gastos, directos e indirectos, na ordem dos 100 milhões de euros.

Ao certo ninguém sabia quanto custa aplicar a lei aprovada há cinco
anos e o CDS avançou, na anterior legislatura, com um requerimento,
entre outros, que questionava o governo sobre os encargos da
despenalização da IVG. Durante os mandatos de José Sócrates não houve
resposta e os deputados insistiram, em Janeiro, já com Paulo Macedo na
Saúde, e conseguiram por fim uma resposta.

O aborto voltou à agenda política pela mão do CDS, que quer avançar
em breve com um projecto de lei que acabe com a isenção das taxas
moderadoras para as mulheres que recorram aos serviços públicos para
IVG. O tema não é pacífico dentro da coligação, já que o PSD só admite
alterar a legislação para os casos reincidentes, que são uma minoria,
como o i noticiou ontem. De acordo com os últimos dados da
Direcção-Geral da Saúde, mais de 75% das mulheres que interromperam a
gravidez em 2011 fizeram-no pela primeira vez, o que faz com que as
diferenças entre os dois partidos não sejam uma nuance.

Já o PS contesta qualquer mudança nas isenções e, salvaguardando que o
projecto de lei ainda não é conhecido, acusa o CDS de estar a
preparar-se para limitar "o acesso a esta prática".
O deputado António Serrano avisa que os portugueses estão "massacrados
com taxas moderadoras e não faz sentido alterar o que foi uma opção
dos portugueses".

A intenção do CDS é retirar a IVG do estatuto de "excepção e
privilégio", explicou anteontem ao i a deputada Teresa Caeiro. No
fundo, os centristas querem que as mulheres que fazem abortos deixem
de ser beneficiadas com as isenções que se aplicam às mulheres que
querem levar a gravidez até ao fim.

segunda-feira, maio 21, 2012

# Pensamento de Reinhold Niebhur

Nada que valha realmente a pena fazer pode ser conseguido na duração
da nossa vida;
por isso, só a esperança nos salva.
Nada que seja verdadeiro ou belo ou bom faz totalmente sentido no
contexto da história;
por isso, só a fé nos salva.
Nada que possamos fazer, por mais virtuoso que seja, podemos conseguir
sozinhos;
por isso, é o amor que nos salva.
Lembremo-nos, então, que às vezes, é necessário discernir aquilo que
realmente interessa e que os frutos do nosso trabalho podem não ser
visíveis por muitos e muitos anos.

Reinhold Niebhur, "The Irony of American History"

sexta-feira, maio 18, 2012

# Anúncio que passa o razoável?

Anúncio da Crioestaminal é "chantagem emocional", diz Oliveira da Silva
18.05.2012 - 09:47 Por Graça Barbosa Ribeiro
http://www.publico.pt/Sociedade/anuncio-da-crioestaminal-e-chantagem-emocional-diz-oliveira-da-silva-1546614?all=1

O debate sobre um spot televisivo que desde o dia 11 promove a recolha
de células estaminais do cordão umbilical transbordou ontem das redes
sociais para a comunicação social.

Extremado – o presidente do Conselho Nacional de Ética para as
Ciências da Vida (CNECV), Miguel Oliveira da Silva, classifica-o como
"uma pouca-vergonha". O administrador da Crioestaminal, André Gomes,
diz que, "pelo contrário, o anúncio faz parte de uma campanha por uma
causa".

A imagem é de uma criança sentada naquilo que parece ser uma marquesa
de um gabinete médico. A interpelação, em voz off, é feita
directamente aos pais: "Há uma hipótese em 200 de um dia ser
diagnosticada ao seu filho uma doença cujo tratamento pode
encontrar-se nas suas células estaminais ou nas de um irmão, e que se
recolhem no sangue do cordão umbilical. Uma doença como a leucemia, um
linfoma ou um tumor sólido. Nesse dia, está preparado para responder a
esta pergunta?" E só então se ouve a criança: "Mãe, pai, guardaram as
minhas células?".

"Chantagem emocional, exploração dos sentimentos de culpabilidade dos
pais, publicidade desonesta, uma pouca-vergonha", resumiu Oliveira da
Silva, em declarações ao PÚBLICO. O presidente da CNEVE, que foi a
primeira personalidade pública a tomar posição sobre o assunto, no
Expresso, não está só. Manuel Abecasis, hematologista e director do
Serviço de Transplantação do Instituto de Oncologia de Lisboa, diz
reconhecer "toda a legitimidade às empresas com fins lucrativos para
venderem os seus produtos", mas critica "a publicidade enganosa" e "a
exploração das pessoas que estão prestes a ser pais e, por isso, muito
fragilizadas".

"As células estaminais do cordão umbilical continuam a ter aplicação
concreta e cientificamente fundamentada apenas no tratamento de
doenças do foro hematológico e isso acontecerá a uma pessoa em cada 20
mil das que criopreservaram", realça Manuel Abecasis. "O pior de tudo
é que não há só pessoas com posses e conhecimentos para optarem pelo
banco público ou pagarem mil ou 1500 euros a um privado. Para mais sem
informação científica rigorosa, o sentimento de ansiedade que um
anúncio destes cria na generalidade das pessoas é imenso", reforça
Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia.

Rui Reis, investigador e presidente da Sociedade Portuguesa de Células
Estaminais e Terapia Celular, está no pólo oposto. Não "vê nada de mal
no anúncio" e critica "os médicos, que se esquecem de olhar para o
futuro". "A maior parte daquilo que hoje faz parte da nossa vida já
foi ficção científica e um dia – daqui a cinco, dez ou 20 anos – as
células estaminais da própria pessoa serão utilizadas no tratamento de
inúmeras doenças", diz.

João Malva, coordenador da equipa da Universidade de Coimbra que
procura descodificar a forma como as células estaminais neurais actuam
na reparação do cérebro, sublinha que não viu o anúncio, mas que, em
abstracto, pode afirmar que "a publicidade a um serviço deste tipo não
pode criar uma situação de chantagem emocional nem fugir ao rigor
científico". Sobre a aplicação das células diz que "o que hoje se pode
afirmar com segurança é que há imensas expectativas e poucas
certezas".

André Gomes, da empresa debaixo de fogo, afirma que "a causa da
Crioestaminal" é precisamente provocar este debate, na medida em que
"85% das células do cordão umbilical não vão para bancos privados ou
para o público, mas para o lixo". Garante que há estudos mais recentes
do que os citados pelos médicos, "que apontam para uma maior
probabilidade de necessidade de uso das próprias células" e realça
que, "apesar de querer promover as vendas, com esta campanha a empresa
tem como prioridade despertar consciências". "Se reparar, nunca se diz
para os pais escolherem a Crioestaminal", aponta, não se referindo ao
facto de o anúncio fechar com o logótipo e o nome da empresa e a
frase: "O futuro guarda muitos milagres".

Guardar ou dar?

A guerra entre os bancos privados de células estaminais e o Banco
Público de Sangue do Cordão Umbilical (Lusocord) não é nova e este
anúncio vem reacender outro debate: os pais devem pagar para guardar
as células estaminais do cordão umbilical para uso exclusivo da sua
família? Ou ganharão mais se defenderem a viabilidade do banco
público, onde as amostras de todos estão disponíveis para todos?
Manuel Abecasis e Luís Graça garantem que, se tivessem agora filhos,
dariam o sangue do cordão umbilical ao banco público, embora sublinhem
que, "naturalmente, cada um faz o que quer com o seu dinheiro" – "Até
queimá-lo", diz o primeiro. Rui Reis assegura que "todos os cientistas
que trabalham nos laboratórios, em investigação na área das células
estaminais, optam por fazer a criopreservação em banco privado". "As
potencialidades são imensas e as pessoas merecem ser alertadas para
isso, independente de algumas formas de alerta serem mais emocionais
que outras", defende.

No banco público, o processo de recolha, análise e criopreservação é
gratuito, mas as amostras ficam disponíveis para qualquer pessoa de
qualquer parte do mundo, ou seja, não há qualquer garantia de que, se
algum dia alguém precisar, ainda ali encontrará as suas próprias
células. Ontem, na página do Facebook do Lusocord, as vantagens desta
opção eram realçadas: "Contrariamente a outros, nós, se precisar,
estaremos cá! Sem pressões, prestações ou outras complicações".

Contactada pelo PÚBLICO, a directora do banco público, Helena Alves,
disse não ter sido a autora da mensagem, mas reiterou-a: "De facto,
estaremos cá, para olhar pelos doentes, todos os doentes, e não para
procurar o lucro". Disse-se ainda chocada com o anúncio da
Crioestaminal que, aconselha, "não deve agir como se estivesse a
vender chocolates".

André Gomes garante que "têm sido mais as críticas positivas que as
negativas e adianta que este anúncio faz parte de uma campanha. "Em
breve haverá novidades", promete.

quarta-feira, maio 16, 2012

# Inocente foi condenado à morte no Texas em 1986

Mais de 25 anos depois, relatório diz que inocente foi executado no Texas
15.05.2012 - 17:56 Por Rita Siza
http://www.publico.pt/Mundo/relatorio-diz-que-homem-inocente-foi-executado-no-texas-na-decada-de-80-1546203

Em Novembro de 1986, Carlos DeLuna, de 27 anos, foi considerado
culpado da morte de Wanda Vargas Lopez, uma mãe solteira de 24 anos,
que trabalhava numa bomba de gasolina de Corpus Christi, e condenado à
pena de morte. Mais de 25 anos depois, uma equipa de investigadores da
Faculdade de Direito de Columbia descobriu "erros grosseiros" no
processo e concluiu que a justiça do Texas executou o homem errado.

Para o professor James Liebman e cinco dos seus estudantes que
analisaram o caso nos últimos cinco anos, os eventos em Corpus Christi
são "emblemáticos de um monumental falhanço do sistema de justiça".
Uma investigação incompleta, uma acusação leviana, um julgamento
apressado, uma sentença irrevogável e a execução de um inocente –
"Tudo o que podia correr mal correu mal neste caso", resume o
académico.

O crime aconteceu numa noite de Fevereiro de 1983. Avisada da presença
de um homem perigoso empunhando uma faca, Wanda ligou para a polícia.
Quando chegaram à estação, os agentes encontraram a mulher esfaqueada.
Carlos De Luna foi detido 40 minutos mais tarde, com base na descrição
da única testemunha ocular.

Para Liebman, a rapidez de todo o processo terá sido uma espécie de
"compensação" pelo atraso na resposta à chamada de Wanda Lopez. "A
polícia poderia ter evitado o homicídio e não o fez", especula o
professor.

Num artigo intitulado "Anatomia de uma Condenação Injusta", o
académico e a sua equipa reconstituíram todos os passos seguidos na
investigação, acusação e julgamento. O que encontraram, escrevem, foi
uma sucessão de "erros grosseiros e oportunidades perdidas que levaram
as autoridades a acusar Carlos DeLuna por um crime cometido por outro
indivíduo". A sua investigação, de 780 páginas, está disponível na
página da Columbia Human Rights Law Review desde ontem.

Segundo argumentam na revisão do caso, os sinais de que a polícia
tinha prendido o homem errado eram evidentes desde o início. A
testemunha que identificou um hispânico disse que o homem tinha bigode
e barba de quinze dias, envergava uma camisa de flanela cinzenta e
fugira em direcção a Norte; DeLuna foi detido a leste da estação de
serviço, semi-nu (vestia uma camisa branca que foi encontrada sem uma
única pinga de sangue) e com a cara barbeada.

Mais importante, notou a equipa de Columbia, o verdadeiro responsável
pela morte de Wanda Lopez foi identificado por DeLuna aos seus
advogados. Tratava-se de Carlos Hernandez, um homem violento, que
andava armado com uma faca e com quem tinha estado num clube de
striptease na noite do crime. Hernandez, de compleição física
semelhante, entrara na estação de serviço para comprar cigarros. De
Luna fugiu quando o viu a lutar com a funcionária.

No entanto, os advogados de defesa desvalorizaram o relato como uma
"fantasia", chegando mesmo a classificar Carlos Hernandez como "um
fantasma". Mas não só Hernandez existia, como era conhecido das
autoridades, preso por vários roubos em lojas de conveniência e
ataques com facas. Um detective de Corpus Christi soube, semanas
depois do ataque, que Hernandez se gabava de ter matado Wanda Lopez.
Depois de ter sido preso pelo homicídio de outra mulher, constatou-se
que a faca era a mesma arma do crime na estação de serviço. Mas nenhum
destes factos foi tido em conta na defesa e na condenação de Carlos
DeLuna, que antes de ser executado por injecção letal em Dezembro de
1989, repetiu ao capelão da cadeia que o matavam por um crime que não
cometera.

# Bertrand Russell faz pensar

Um dos sintomas da aproximação de um esgotamento é a crença na
importância decisiva e insubstituível do próprio trabalho.
Bertrand Russell Conquest of Happiness (1930) cap. 5

terça-feira, maio 15, 2012

# Número de católicos diminui em Portugal

Conferência Episcopal divulgou estudo da Católica

Um estudo da Universidade Católica Portuguesa (UCP), apresentado em
meados de Abril, na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal
Portuguesa (CEP), revela uma diminuição, entre 1999 e 2011, da
população católica em Portugal, bem como um incremento da percentagem
referente às outras posições de pertença religiosa, destacando-se o
universo protestante (incluindo os evangélicos).
O trabalho foi desenvolvido pelo Centro de Estudos e Sondagens e
Centro de Estudos de Religiões e Culturas, junto de cidadãos
residentes em Portugal, com 15 ou mais anos. As entrevistas foram
realizadas aos feriados e fins-de-semana entre 8 de Outubro e 1 de
Novembro de 2011. O erro máximo da amostra com um grau de confiança de
95 por cento é de +- 1,6 por cento.
Usando as grandes categorias de posição religiosa utilizadas em 1999,
percebe-se que os católicos passaram de 86,9 por cento para 79,5 por
cento, enquanto nos crentes de outra religião houve uma subida de 2,7
para 5,7 por cento. As pessoas que se afirmam sem religião passaram de
8,2 para 14,2 por cento.
De acordo com a Universidade Católica, «globalmente, o crescimento
relativo dos sem religião em relação ao número de católicos é mais
pronunciado do que o crescimento do número dos pertencentes a outras
denominações religiosas».
Os dados apurados indicam que, com 79,5 por cento, os católicos são a
posição religiosa com maior representação. Seguem-se os protestantes
(incluindo os evangélicos) (2,3 por cento), os outros cristãos (1,4),
as Testemunhas de Jeová (1,3) e os pertencentes a outras religiões
(0,7). Há também 9,6 por cento de não crentes e 4,6 de crentes sem
religião.
A população católica é maioritariamente feminina (56,4 por cento).
Quanto à distribuição por escalões etários, o maior grupo de católicos
(23,1 por cento) tem 65 anos ou mais. Seguem-se os grupos 25/34 anos
(18,5 por cento), 45-54 anos (18 por cento), 35-44 anos (15,9 por
cento), 55-64 anos (14,2 por cento) e 15-24 anos (10,3 por cento).
Consoante a frequência de participação na Eucaristia, o estudo
apresentado na Assembleia Plenária da CEP agrupou os católicos segundo
a prática. Com 25,2 por cento, o grupo mais representado é o dos
católicos praticantes ocasionais (que participam na Missa até 1-2
vezes por ano). Os católicos observantes (que participam na Missa
todos os domingos e dias santos ou mais de uma vez por semana) são 23
por cento. Há também 15,4 por cento de católicos praticantes
irregulares (participam entre três e 11 vezes por ano na Missa), 14,5
por cento de católicos regulares (participam na Missa 1-2 vezes por
mês), 11 por cento de católicos militantes («os que à "prática
observante" acrescentam a pertença a um movimento da Igreja Católica
ou desenvolvem alguma actividade na paróquia») e 10,3 por cento de
católicos nominais (pessoas que «nunca» participam na Eucaristia).
Fazendo uma análise da distribuição geográfica, constata-se que o
conjunto formado pelos não crentes se concentra na região de Lisboa e
Vale do Tejo. Mais de metade desta população, mais concretamente 55,2
por cento, concentra-se nesta região. Esta é, segundo a UCP, «a região
que apresenta uma mais aprofundada diversidade quanto à pertença ou
não-pertença religiosa». Por outro lado, «a região Norte destaca-se
pelo facto de contribuir com o maior número de católicos para o total
da amostra», pois «43,6 por cento dos católicos estão nesta região». A
restante população católica distribui-se por Lisboa e Vale do Tejo
(28,1 por cento), Centro (20 por cento), Alentejo (4,9 por cento) e
Algarve (3,4 por cento).
Quanto à variável «dimensão da localidade», verifica-se que a
população católica é preponderantemente rural (44,1 por cento),
segundo-se aqueles que vivem em ambiente semiurbano (29,3 por cento) e
urbano (26,7 por cento). «A população pertencente a outras
denominações religiosas é sobretudo urbana e semiurbana».
A propósito do que sente quando pensa no futuro do país, conclui-se
que, entre os católicos, a maior parte (68,3 por cento) sente
preocupação/inquietação. A esperança/confiança é apontada por 22,8 por
cento das pessoas, a descrença por 6,7 por cento e a indiferença por
2,1 por cento.
www.apostoladodaoracao.pt

terça-feira, maio 08, 2012

# ACP processa ministros por gestão danosa nas SCUT

ACP processa Mário Lino e António Mendonça por gestão danosa nas
negociações de contratos de concessão das SCUT
Lusa http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/05/05/acp-processa-mario-lino-e-antonio-mendonca-por-gestao-danosa-nas-negociacoes-de-contratos-de-concessao-das-scut

O Automóvel Clube de Portugal (ACP) apresentou uma queixa-crime no
Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa contra os
ex-ministros das Obras Públicas Mário Lino e António Mendonça e o
ex-Secretário de Estado Paulo Campos por gestão danosa nas negociações
dos contratos de concessão das antigas SCUT.

Segundo o jornal i, a queixa foi apresentada ontem, sexta-feira. O ACP
considera que os três membros dos Governos de José Sócrates
contribuíram para a má gestão de dinheiros públicos e foram
responsáveis por prejuízos de milhares de milhões de euros.

A Associação acusa ainda Mário Lino, António Mendonça e Paulo Campos
de violar as regras da gestão racional e de agir com dolo de forma
consciente e deliberada.

A queixa cita relatórios do Tribunal de Contas que apontam para
indícios de gestão danosa na gestão das parcerias público-privadas.

segunda-feira, maio 07, 2012

# Investimento directo estrangeiro em Portugal cresceu mais de 270% em 2011

http://www.ionline.pt/dinheiro/investimento-directo-estrangeiro-cresceu-mais-270-2011

Por Daniela Teles Fernandes, publicado em 4 Abr 2012 - 17:45
Países Baixos, Espanha, França e Alemanha foram os países que mais
apostaram em Portugal. Empresas nacionais também investiram lá fora

Apesar da contracção da economia, as empresas internacionais continuam
a apostar em Portugal. O investimento directo estrangeiro registou um
aumento líquido de 272,5 % entre 2010 e 2011. Os dados divulgados pela
AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) dão
conta de que o ano passado o investimento externo em Portugal gerou um
resultado líquido de 7,4 mil milhões de euros, por comparação com os
quase 2 mil milhões originados em 2010. Em 2011, as empresas que mais
investiram em Portugal vêm dos Países Baixos, de Espanha, França, do
Reino Unido e da Alemanha.

A internacionalização tornou--se inevitável para muitas empresas
nacionais. A contracção da economia portuguesa é uma das razões que
explicam o crescimento do investimento directo de Portugal no
estrangeiro (IDPE), de 9,1 mil milhões de euros em termos líquidos em
2011, o que representou um crescimento de 260,7% face ao ano anterior.
Os principais destinos deste investimento foram os Países Baixos, que
ocuparam uma fatia de 73,2%, seguindo-se Espanha (9,2%), Brasil (3,6%)
e Angola (1,6%).

No guia da AICEP sobre "Aspectos a acautelar num processo de IDPE" são
destacados alguns casos de sucesso de marcas portuguesas cuja presença
no mercado externo se explica pelo investimento de uma cultura de
marketing e branding. Além das habituais PT, TAP e Galp, a Renova, a
Lanidor, a Nova Delta, a Continental Mabor, a Aerosoles, a Compal, a
Parfois e a Jerónimo Martins são alguns exemplos.

O i falou com o economista Paulo Borges, da AICEP, que justifica o
IDPE pelo facto de as empresas portuguesas "procurarem factores de
produção mais competitivos para a sua actividade e necessitarem de
aceder de forma vantajosa a novos mercados". Na sua opinião, este
aumento tem efeitos positivos e negativos. "Por um lado possibilita o
crescimento económico das empresas, mas por outro tem um impacto
negativo na economia portuguesa ao nível da redução de postos de
trabalho e obtenção de receitas fiscais." Relativamente ao IDE, mesmo
com a contracção da economia, o economista acredita que Portugal
continuará a atrair investidores externos, o que será um factor
preponderante para a retoma económica, que possibilitará a sua
convergência com os restantes países europeus". O IDE, além de
permitir a criação de emprego, permite a transferência de tecnologia,
a melhoria da formação do capital humano e ainda o aumento das
exportações. Na opinião de Paulo Borges, Portugal continuará a atrair
investimento estrangeiro devido "às alterações da legislação laboral,
caracterizadas por salários mais competitivos e existência de
mão-de-obra qualificada, boas infra-estruturas de transportes e um bom
índice de centralidade".

Em 2011 Portugal registou um descida do défice da balança comercial de
52,6% face ao ano anterior. Apesar de as importações terem aumentado
de 65,9 mil milhões de euros para 67,17 mil milhões de euros, as
exportações cresceram de 54,4 mil milhões de euros para 61,7 mil
milhões euros aproximadamente entre 2010 e 2011.

sexta-feira, maio 04, 2012

# 75% dos kayaks dos Jogos Olímpicos são feitos em Portugal por empresa nacional

Líder mundial na produção de caiaques e canoas de alta competição, a
M.A.R Kayaks - Nelo
http://boasnoticias.clix.pt/noticias_MAR-Kayaks-A-empresa-que-rema-contra-a-mar%C3%A9_10361.html

# A melhor água mineral do mundo é Portuguesa

A medalha de ouro em 2011, foi para a água que vem da Serra da
Estrela, a Glaciar Diamond.
http://ww1.rtp.pt/noticias/?t=Uma-das-melhores-aguas-do-mundo-e-engarrafada-na-Serra-da-Estrela.rtp&headline=20&visual=9&article=472589&tm=6
http://www.glaciarwater.com/

# Documentário: Os donos de portugal

A história do poder económico em Portugal, no séc. XX:
http://www.youtube.com/watch?v=OuzxncV9l3M
Muito interessante!

quinta-feira, maio 03, 2012

# 25% das 20.290 mulheres que abortaram em 2011 já tinham abortado anteriormente

Números de 2011 revelados pela Direcção-Geral da Saúde
Interrupções voluntárias de gravidez diminuem no SNS e aumentam no privado
03.05.2012 - 13:03 Por Andrea Cunha Freitas
http://www.publico.pt/Sociedade/interrupcoes-voluntarias-de-gravidez-diminuem-no-sns-e-aumentam-no-privado--1544509

Houve mais abortos em clínicas privadas em 2011 (Paulo Pimenta)
Em 2011 foram realizadas em Portugal 20.290 interrupções de gravidez, mais
0,8% do que em 2010 por todos os motivos e mais 1,2% por opção da
mulher até às 10 semanas

Os dados divulgados pela Direcção-Geral de Saúde (DGS) sobre as
interrupções voluntárias da gravidez (IVG) realizadas em 2011 em
Portugal revelam um aumento do encaminhamento para o sector privado
das mulheres que recorrem aos hospitais públicos. No total, 77% das
IVG (5071) realizadas em unidades privadas resultam de transferências
do Serviço Nacional de Saúde. Outros dados a registar são a subida no
número de mulheres desempregadas (mais 13,6% neste grupo) que em 2011
recorreram à IVG e o aumento das mulheres que fizeram mais do que um
aborto no período de um ano.

O relatório da DGS revela um aumento na ordem dos dez pontos
percentuais (de 35% para 45%) relativo ao número de IVG realizadas no
sector privado e que são resultado de um encaminhamento por unidades
hospitalares públicas, correspondendo a um total de 2973 mulheres. Já
os centros de saúde transferiram menos mulheres para o privado,
registando-se a este nível uma diminuição de seis pontos percentuais
(de 38% a 32%), para um total de 2098 mulheres.

Em 2011, 66,9% das IVG (13.253) "por opção da mulher foram realizadas
em unidades oficiais (Serviço Nacional de Saúde), o que constitui uma
diminuição de cerca de 2,6% relativamente a 2010". No sector privado
foram realizadas 6549 IVG, sendo que apenas 21 por cento das mulheres
procurou directamente as unidades privadas sem antes ter sido atendida
no SNS.

Nos casos atendidos em instituições do SNS, 48% decorreram de acesso
directo das mulheres à consulta hospitalar ("iniciativa própria"),
38,3% tiveram uma referenciação prévia dos cuidados de saúde primários
("encaminhamento do centro de saúde") e 5,7% decorreram de
encaminhamento de outras unidades hospitalares públicas", revela o
documento. Quando se consideram as IVG por todos os motivos,
verifica-se que 67,6% das intervenções em 2011 foram realizadas no
SNS.

Uma das principais mudanças em 2011 relativamente a anos anteriores,
assinalada no relatório, diz respeito a "uma alteração na distribuição
das mulheres no que respeita à sua situação laboral". "Assim, os
grupos correspondentes à categoria 'Desempregadas', com 19,4% do total
dos registos, assim como à categoria 'Agricultoras, Operárias,
Artífices e outras Trabalhadoras Qualificadas', com 19,0%, registaram
um aumento em relação aos anos anteriores. De facto, em anos
anteriores verificava-se um predomínio das categorias 'Trabalhadoras
não Qualificadas' e das 'Estudantes'".

Sobre os casos de repetições de IVG, os números — que mereceram duras
críticas dos especialistas — continuam a aumentar ainda que
ligeiramente, com mais 98 casos a somar ao ano anterior. "Entre as
interrupções realizadas durante 2011, 464 (2,3%) ocorreram em mulheres
que já tinham realizado uma IVG nesse ano", nota o documento.

Recorde-se que entre as interrupções realizadas em 2010, 362 (1,9%)
casos corresponderam a uma repetição no mesmo ano. Do total de
mulheres que optaram por fazer um aborto em 2011, 5130 já o tinham
feito uma vez e, destas, oito mulheres fizeram mais de dez
intervenções (o dobro do registado em 2010, com apenas quatro mulheres
nesta situação).

O relatório da DGS nota ainda que, tal como já aconteceu em anos
anteriores, as IVG por opção da mulher até às 10 semanas constituem
cerca de 97% do total das interrupções realizadas. O segundo motivo
mais frequente é "grave doença ou malformação congénita do nascituro",
com 405 registos (2% do total). Em Portugal, cerca de 64,7% de todos
os motivos de IVG ocorrem em mulheres com idades compreendidas entre
os 20 e os 34 anos, sendo o grupo etário dos 20-24 aquele em que foram
realizadas mais interrupções da gravidez por todos os motivos.