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sábado, junho 03, 2023

# Estudo revela que 86% dos jovens portugueses estão viciados nas redes sociais

https://observador.pt/2023/05/30/estudo-revela-que-86-dos-jovens-portugueses-estao-viciados-nas-redes-sociais/

Um estudo sobre o impacto das redes sociais na saúde mental revelou
que 86% dos jovens portugueses admitem estar viciados nestas
plataformas, um valor superior à média europeia (78%).

Agência Lusa Texto 30 mai. 2023, 08:46 ANDREJ CUKIC/EPA

Um estudo sobre o impacto das redes sociais na saúde mental revelou
que 86% dos jovens portugueses admitem estar viciados nestas
plataformas, um valor superior à média europeia (78%), e 90% já as
utilizam desde os 13 anos.

O estudo divulgado esta terça-feira, desenvolvido pela Dove em
Portugal, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Brasil, Estados
Unidos, Canadá, inquiriu 1.200 jovens e pais em Portugal. Concluiu que
80% dos jovens preferem comunicar pelas redes sociais, em vez de
pessoalmente, e considera que estas são para os seus pares uma parte
de si mesmos. Admitem, também, ficar aborrecidos se não puderem aceder
às plataformas.

Dois em cada cinco jovens reconhecem que as redes sociais têm impacto
negativo na sua saúde mental "muito por culpa dos conteúdos tóxicos a
que assistem", nomeadamente incentivos à automutilação (25%) e 90% já
foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos, revela o estudo.

Cerca de metade (45%) observou conteúdos que incentivam comportamentos
de restrição ou distúrbio alimentar, 70% já consumiu informações que
os incentivaram a utilizar de forma excessiva filtros nas suas
fotografias e vídeos.

Três em cada quatro jovens viram conteúdos que mostravam "corpos
perfeitos e irrealistas" e dizem concordar que as redes sociais têm o
poder de os fazer querer mudar a sua aparência.

O trabalho agora conhecido é apoiado no lançamento de uma petição
internacional em colaboração com a Mental Health Europe, uma rede
europeia que trabalha na prevenção de problemas de saúde mental, que
pretende levar o tema da segurança 'online' dos jovens ao Parlamento
Europeu e legislar as redes sociais.

O estudo também analisou a visão dos pais sobre esta problemática,
tendo concluído que 48% se sentem culpados por não estarem a proteger
suficientemente bem os filhos daquilo que veem e ouvem diariamente
'online', 52% acredita que plataformas têm mais poder para moldar a
autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles enquanto pais e
40% confirma que os conteúdos têm impacto negativo na saúde mental dos
filhos.

Mais de 85% dos pais concorda que as redes sociais precisam de mudar
para darem uma experiência mais positiva aos adolescentes e que é
necessário adotar leis para responsabilizar as plataformas pelos danos
que estão a causar à saúde mental dos jovens.

Comentando à agência Lusa estes dados, o psicólogo Eduardo Sá afirmou
o estudo se limita "a tornar mais visível" aquilo que os pais,
professores e os técnicos que trabalham com adolescentes observam, que
é "um acesso franco, prolongado e ilimitado às redes sociais sem
qualquer tutela por parte dos adultos", que acaba por ter, em muitos
aspetos, "um impacto francamente prejudicial na sua saúde mental".

O porta-voz do estudo destacou o facto de os adolescentes reconhecerem
ser viciados nas redes sociais e que "não encontram ninguém que, de
alguma forma, os proteja ou regularize a sua relação com elas".

O estudo realça também o modo como os adolescentes comunicam entre si,
que já não é de "viva voz" como acontecia há uma geração, mas
fundamentalmente através do digital e das redes sociais em que são
expostos a uma realidade que deveria "dar que pensar".

Por outro lado, disse o especialista em Saúde Familiar e Educação
Parental o estudo "deixou claro" que aquilo que os adolescentes acham
que é a realidade e aquilo que as redes sociais lhes trazem como
realidade acaba por ser confundido para eles, o que traz "distorções
significativas na sua formação".

"[O impacto] que as redes sociais têm, muitas vezes, na deformação dos
adolescentes, acaba por ser uma espécie de droga (…) e com o
assentimento dos pais e com consequências que, nalguns casos, são
manifestamente graves".

"Eles acabam por ter contacto com conteúdos que são de uma toxicidade
absolutamente fora do vulgar sobre a beleza. E esses conteúdos são tão
massivos, tão imersivos, que quando eles se comparam com estes modelos
que lhes chegam, evidentemente, que não têm como não se sentir
piores", vincou, considerando ser "uma situação muito preocupante".

O psicólogo salientou o papel que os pais devem ter nesta matéria:
"Nós, os pais, somos muito demissionários, muito mais do que era
suposto, sem medirmos as consequências que tudo isto tem na saúde
mental dos nossos filhos que, a curto, médio prazo, acaba por ficar
comprometida e nós temos a obrigação de intervir de outra forma porque
fica aqui todo um vazio que acaba por ser prejudicial".

"Portanto, aquilo que me preocupa não são tantos os adolescentes,
somos nós na definição de um conjunto de regras que eles precisam de
ter para que o seu crescimento seja protegido", rematou.

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