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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

sábado, outubro 26, 2013

# Mundo caminha para regimes ditatoriais apoiados nas tecnologias, defende académica portuguesa

"Estamos numa tremenda crise, que não sabemos muito bem onde vai dar"

A "tremenda crise" de segurança que se vive hoje em dia no mundo está
a transformar as democracias em ditaduras, ao abrigo de exceções que
estão a destruir os valores ocidentais, defendeu hoje a académica
portuguesa Irene Pimentel.

Em declarações à agência Lusa no Tarrafal, norte da ilha cabo-verdiana
de Santiago, onde participa na primeira conferência internacional
sobre a Rota dos Presídios no Mundo Lusófono, a historiadora
portuguesa alertou para os perigos de as excessivas medidas de exceção
estarem a destruir a democracia.

"Estamos numa tremenda crise, que não sabemos muito bem onde vai dar.
O grande problema é que as próprias democracias, que não podemos dizer
que são ditaduras, têm exceções, estabeleceram regimes de exceção para
determinadas categorias, como terroristas ou bombistas, criando
administrativamente uma nova legitimidade e uma nova lei,
completamente fora da lei da democracia", advertiu.

Salientando o "caso típico" de Guantanamo, a "prisão" norte-americana
localizada em Cuba, Irene Pimentel criticou o facto de ainda
existirem, nos dias de hoje, campos de concentração que estão a
perverter a democracia e liberdade dos cidadãos.

A professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa, que dissertou sobre "O Sistema
Concentracionário na Europa e no Mundo", realçou que, em nome de
"eufemismos" ligados, por exemplo, à Lei Patriótica ("Patriot Act")
norte-americana, se possa prosseguir com a tortura.

"Há aquela frase célebre de (António Oliveira) Salazar: «Uns safanões
a tempo para que os temíveis bombistas não provoquem perda de vidas
humanas, de mulheres e crianças». Com esse argumento, atualmente, está
a dar-se cabo da democracia. Quando estamos a fazer exceções em
democracia, estamos a dar cabo dela", sublinhou.

Questionada pela Lusa sobre para onde então se caminha, Irene Pimentel
respondeu que poderá estar-se a caminhar para "novas ditaduras",
diferentes das que se conhecem, "porque não há referências e os
contextos são diferentes", salvaguardando ainda que a tecnologia
atualmente ao dispor ajuda "tremendamente" ao processo.

"Estamos em transformação, sem quase darmos por isso, de uma
democracia para ditaduras. Por exemplo, hoje em dia, não é preciso na
Europa, ou em Portugal, instaurar a censura tal como ela existia na
ditadura. Basta controlar os «mass media», pôr os jornalistas a
ganharem pouco, a estarem disponíveis para tudo, etc, e, de repente,
temos um pensamento único, sob a capa da pluralidade", avisou.

Recuando no tempo, e comparando com os campos de concentração
portugueses nas antigas colónias em África, Irene Pimentel sublinhou
que a lógica atual não é de extermínio, como o que se passou na
Alemanha nazi, mas de neutralização dos opositores, tal como o Estado
Novo fez, primeiro, com os antifascistas, entre 1936 e 1954, e,
depois, com os nacionalistas, em Angola, Cabo Verde, Guiné e
Moçambique.

"Não creio que eram campos para matar, mas se as pessoas morressem não
vinha grande mal ao mundo. Era sobretudo neutralizá-los, afastá-los,
para que não houvesse mais interferências", disse, admitindo que o
caso do campo da Machava, em Moçambique, foi mais longe na eliminação
física dos opositores.

"Mas nada se pode comparar com os campos de concentração da Alemanha
nazi, sobretudo depois de 1941, com Dachau, Buchenwald e Auschwitz",
frisou, lembrando a "fase de extermínio", sobretudo de judeus.

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/mundo-caminha-regimes-ditatoriais-apoiados-nas-tecnologias-defende-academica

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segunda-feira, outubro 21, 2013

# A justiça e a igualdade no planeta dos macadps

Como escreveu Orwell, alguns animais são mais iguais do que outros...

Nesta sociedade, ainda não percebemos que um bom canalizador é igual a um
bom director. Um bom pedreiro é igual a um bom advogado...

Faz pensar:
http://www.youtube.com/watch?v=GjrDabyMmL8

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# No maior supermercado britânico metade do pão vai para o lixo

ANA RUTE SILVA 21/10/2013 - 11:22

Nas lojas da Tesco, a segunda maior cadeia de supermercados do mundo,
metade do pão vai para o lixo. Cerca de 40% das maçãs têm o mesmo
destino. Tal como 68% dos pacotes de salada pronta a consumir. E um
quarto das uvas. Uma em cada dez bananas são deitadas fora.

O gigante britânico divulgou os números pela primeira vez e delineou
uma estratégia para tentar travar o desperdício alimentar, fenómeno
que nos países industrializados ultrapassa as 1300 milhões de
toneladas, o suficiente para alimentar 925 milhões de pessoas que
passam fome todos os dias, de acordo com dados da Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Uma boa parte do desperdício (35%) acontece em casa dos consumidores
e, pelas contas da Tesco, as famílias do Reino Unido desperdiçam o
equivalente a 700 libras (828 euros) por ano em comida. No total, nos
primeiros seis meses de 2013, foram desperdiçadas 28 mil toneladas de
comida não só nas lojas, como também nos centros de distribuição da
cadeia. São produtos que nem sequer chegam à prateleira.

Uma das medidas para inverter a tendência passa por acabar com
promoções do género "pague um leve dois" nas saladas de pacote. No
caso do pão, a Tesco vai reduzir as dimensões das embalagens em 600
lojas para adequar o stock e informar os clientes sobre a melhor forma
de aproveitar as sobras. Prepara-se, ainda, para retirar a data de
validade nos produtos frescos.

"Temos todos a responsabilidade de travar o desperdício de comida e
não há uma única solução para o problema. Pequenas mudanças podem
fazer uma grande diferença, como armazenar fruta e vegetais da forma
correcta. As famílias estão a desperdiçar 700 libras por ano e
queremos ajudá-las a não gastar esse dinheiro", disse Matt Simister,
director comercial da Tesco, num comunicado divulgado na página
oficial da empresa.

O combate ao desperdício alimentar chegou a outras empresas de
distribuição, pelo menos, em alguns países europeus. A alemã Edeka
começou recentemente um projecto-piloto para vender produtos frescos
que não obedecem às normas em termos de tamanho e calibre. Também na
Suíça, a Coop lançou a "Ünique", uma gama de legumes disformes e, por
isso, geralmente rejeitado, mas 60% mais baratos.

Em Portugal, de acordo com o Projecto de Estudo e Reflexão sobre
Desperdício Alimentar, são desperdiçados um milhão de toneladas de
alimentos por ano (o equivalente a 17% da produção total).

http://www.publico.pt/economia/noticia/no-maior-supermercado-britanico-metade-do-pao-vai-para-o-lixo-1609819

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quarta-feira, outubro 16, 2013

# Em desenvolvimento humano, Portugal está em 30º em 122 países

Saúde é a área em que Portugal está mais bem colocado em relatório do
Fórum Económico Mundial

CATARINA GOMES 16/10/2013 - 00:22

Das quatro áreas analisadas, a saúde e o bem-estar da população é
aquela em que Portugal está mais acima na lista de 122 países em que
foi analisado o "grau de desenvolvimento humano": em 23.ºlugar. Já a
educação é onde está mais abaixo no ranking, em 34.º lugar, revela o
relatório "Índice do Capital Humano", produzido, pela primeira vez,
pelo Fórum Económico Mundial. Feita a média, Portugal surge em 30.º
lugar a nível mundial.

O Fórum Económico Mundial, uma organização internacional independente
com sede na Suíça, pretende com o documento influenciar decisores em
todo o mundo – "em governos, universidades empresas, e instituições de
sociedade civil" – para que se empenhem na melhoria destes
indicadores. A organização é conhecida pelos seus encontros anuais na
localidade suíça de Davos, onde junta alguns dos mais influentes
líderes da economia mundial.

Ao todo, para avaliar o chamado "grau de desenvolvimento humano"
tiveram em linha de conta 51 indicadores. Os dados recolhidos provêm
de organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, a
Unesco, a Organização Internacional do Trabalho, o Banco Mundial,
assim como indicadores produzidos pelo próprio fórum, entre outras.

A explicar o facto de a saúde ser a área em que Portugal mais se
destaca está, por exemplo, a mortalidade infantil que é, tal como é
reconhecido há vários anos, um dos indicadores onde o país mais
evoluiu, o que coloca o país em 8.º lugar. O número de mortes abaixo
dos 60 anos por doenças não transmissíveis é, a seguir, o indicador
mais positivo na área.

Na área da Saúde e bem-estar, os indicadores mais negativos são a
percentagem de obesidade na população adulta, que coloca o país
bastante abaixo na lista (em 71.º), bem como os níveis de stress, em
que estamos em 96.º lugar. Ainda assim, o pilar da saúde, que inclui
também a qualidade dos serviços de saúde, a acessibilidade, a
esperança de vida e os anos de vida saudáveis, é onde Portugal se sai
melhor, revela o documento feito em colaboração com a consultora
Mercer.

No extremo oposto, surge a Educação. E aqui a taxa de conclusão do
ensino secundário e a qualidade da Educação Científica e em Matemática
são os indicadores mais negativos (surgimos em 49.º e 63.º,
respectivamente). Nesta área, um dos indicadores mais positivos é, por
exemplo, a taxa de conclusão do ensino primário, em que Portugal ocupa
o 18.º lugar.

É também analisada a força de trabalho e emprego e aqui a taxa de
desemprego no geral e a taxa de desempregados jovens, em particular,
são os indicadores com piores posições neste ranking, na área laboral
(82.º e 71.º no segundo caso).

Já a facilidade em encontrar trabalhadores qualificados colocam
Portugal num 4.º lugar – é aliás o indicador em que fica tão alto na
tabela, sendo produzido a partir de um questionário feito pelo próprio
Fórum Económico Mundial este ano, em que se perguntava se para as
empresas é "muito fácil" ou "muito difícil" "encontrar trabalhadores
com as capacidade adequadas às suas necessidades de negócio".

O relatório analisa também uma quarta dimensão a que chama "envolvente
externa". E aqui tem-se, por exemplo, em linha de conta a percentagem
de pessoas que usam telemóvel e Internet (50.º e 43.º lugar,
respectivamente).

De entre os dez países que ocupam o top ten, oito são europeus. A
Suíça está no topo, seguida da Finlândia. Singapura, em terceiro
lugar, é o único pais asiático no cimo, muito graças aos seus bons
resultados na educação. No fim do ranking estão, em 118.º lugar, o
Mali, seguido do Burkina Faso, da Guiné-Conacri, da Mauritânia e, no
final de todos, o Iémen.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/saude-e-a-area-em-que-portugal-esta-mais-bem-colocado-em-relatorio-do-forum-economico-mundial-1609189

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sexta-feira, outubro 11, 2013

# Para 65% dos portugueses, o trabalho não traz satisfação...

E você, está satisfeito com o seu emprego?

ANA RUTE SILVA 11/10/2013 - 16:26

Em Portugal, 65% dos trabalhadores estão desmotivados e não se sentem
evolvidos na actividade da empresa.

Fraco envolvimento dos trabalhadores nas empresas tem impactos
económicos, diz estudo

Para 65% dos portugueses, o trabalho não traz satisfação. Desmotivados
e distantes dos objectivos da empresa, não sentem qualquer ligação
emocional à actividade do negócio, nem estão focados na criação de
valor. Apenas 19% dos trabalhadores sentem o contrário.

O clima económico não ajuda a inverter os dados, divulgados esta
semana pela consultora norte-americana Gallup, que entrevistou 230 mil
trabalhadores de 142 países, em 2011 e 2012. Mas entre as 19 economias
da Europa Ocidental, Portugal até não está mal posicionado. Em média,
66% dos trabalhadores europeus não se sentem ligados à empresa; 14%
estão satisfeitos. Já a nível global, apenas 13% dos funcionários
questionados se sentem comprometidos com os objectivos do seu
empregador.

Os elevados níveis de desemprego na Europa ajudam a explicar os
resultados do estudo, institulado State of the Global Workplace:
Employee Engagement Insights for Business Leaders Worldwide. "Os
reduzidos níveis de confiança nos mercados de trabalho locais podem
levar muitos trabalhadores a continuarem num emprego que não os
motiva, em vez de procurarem outras oportunidades", lê-se no
documento.

Em apenas sete dos 19 países europeus o número de trabalhadores
comprometidos com o seu emprego ultrapassa o dos que a consultora
designa por "activamente distantes", ou seja, pessoas com uma visão
muito negativa e até hostil da empresa. Neste grupo, estão 16% dos
inquiridos portugueses; a média entre as economias da Europa Ocidental
é de 20%.

"A severidade da crise da dívida e as medidas de austeridade em muitos
destes países ajudam a explicar a avaliação que os inquiridos fazem da
sua vida", continua o relatório. Quando questionados sobre a
satisfação com a vida em geral – numa escala de zero a dez -, os que
se sentem motivados no emprego escolhem pontuações mais elevadas. A
nível global, estes trabalhadores têm 1,6 vezes mais possibilidade de
sentir que estão a evoluir a nível profissional e pessoal, do que os
que são "activamente distantes". Neste ponto, 25% dos portugueses
indicam estar num momento de ascensão. Mas 61% sentem dificuldades e
14% dizem mesmo que estão a "sofrer".

Alemanha com um "sério problema de gestão"
A Gallup garante que a insatisfação laboral e o fraco envolvimento dos
trabalhadores têm impactos económicos. Nos Estados Unidos, a ténue
ligação à empresa custa entre 450 a 550 mil milhões de dólares por ano
(entre 331 mil milhões e 405 mil milhões de euros). Na Alemanha, que
merece um capítulo autónomo neste estudo, os números rondam os 112 mil
milhões e os 138 mil milhões de euros. A consultora diz mesmo que ao
país de Angela Merkel tem um "sério problema de gestão", onde 61% dos
trabalhadores não se sentem comprometidos com a empresa.

"As empresas [alemãs] não estão a conseguir criar uma cultura que vá
ao encontro das expectativas e necessidades dos seus trabalhadores",
lê-se no relatório. Uma das causas são os critérios usados para
promover funcionários e a forma como os gestores (não) motivam e
inspiram. "As empresas têm de entender que conseguir o envolvimento
dos trabalhadores implica talento e promover pessoas sem competência
para gerir prejudica os trabalhadores, as empresas e os lucros",
escreve a Gallup, sedeada em Washington.

http://www.publico.pt/economia/noticia/e-voce-esta-satisfeito-com-o-seu-emprego-1608833

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# Kuwait cria testes médicos para detectar homossexuais nos aeroportos

Restantes países do Conselho de Cooperação do Golfo também aderiram à
medida que visa impedir a entrada de homossexuais nesses países

O Kuwait e outros estados do golfo pérsico preparam-se para realizar
"raios –x" aos passageiros com o objectivo de detectarem aqueles que
são homossexuais e impedir a sua entrada nos seus territórios.

Segundo o jornal "Al Rai", citado pelo britânico "The Independent", o
director de saúde pública, do Ministério da Saúde do Kuwait, afirmou
que os testes médicos de rotina aos visitantes estrangeiros vão passar
a ser feitos nos aeroportos da região, mas desta vez também para
determinar a sua orientação sexual.

Assim, refere o mesmo responsável, os centros que já realizavam esse
tipo de exames de saúde aos estrangeiros que entravam no país vão
tomar medidas mais restritas que irão "ajudar a detectar homossexuais
e a impedir a sua entrada" no Kuwait ou em qualquer outro país que
integra o Conselho de Cooperação do Golfo.

No Kuwait a homossexualidade em idades inferiores aos 21 anos é punida
com pena de prisão, estando proibidas quaisquer manifestações públicas
em todos os países pertencentes àquele conselho de cooperação.

Já no Irão, Arábia Saudita e Iémen a homossexualidade é completamente
ilegal e punida com a pena de morte.

http://www.ionline.pt/artigos/mundo/kuwait-cria-testes-medicos-detectar-homossexuais-nos-aeroportos

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# Ir ao encontro do que se perde

As grandes alterações não se fazem sem custo. A somar a ganhos há
sempre perdas, crepúsculos antecipados, parcelas omitidas, ausências e
silêncios que depois pesam. Isso parece inevitável. A questão é saber
como lidamos com o que se perde. Com que grau de consciência
observamos a vida, a nossa e a dos outros. E se nos conformamos ou não
com lógicas implacáveis de substituição, ousando, pelo contrário,
dinâmicas de reconhecimento e de reintegração, Talvez a utopia mais
necessária esteja aí. Talvez a utopia não seja simplesmente uma
pergunta feita ao futuro, mas sim uma interrogação sobre o modo como
os nossos passados, remotos e próximos, podem ser convocados para um
presente que aceite o risco da inteireza como lugar possível da sua
reinvenção.

Imaginemos, por um momento, o processo complexo que foi a adaptação
das sociedades orais à escrita. Em "Fedro", de Platão, há um curioso
debate que o ilustra. O que é tido como o mitológico inventor da
escrita, o deus egípcio Theuth, garante ali entusiasticamente que ela
tomará os homens mais sábios e lhes desenvolverá a memória O rei
Thamus, que o escuta, contraria esse otimismo, defendendo o oposto:
que a escrita produzirá esquecimento. Os homens deixarão de exercitar
a memória por causa da confiança nos carateres escritos, e não vão
eles próprios praticar a lembrança interior. E conclui: «Tomar-se-ão
muito informados e terão a aparência de quem sabe de várias coisas,
quando na verdade serão ignorantes e de difícil convívio».

Hoje ninguém duvida dos benefícios da escrita e de que ela constituiu
uma alavanca histórica de primeira grandeza. As sociedades orais,
contudo, haviam desenvolvido formas de sabedoria, em parte perdidas,
que seria importante recuperar. Um exemplo importante tem a ver com a
arte de contar. Somos uma sociedade de leitores/recetores mais do que
de narradores, e esse desequilíbrio sente-se. A maior parte do
conhecimento que produzimos está infelizmente desligado da
experiência. O narrador, porém, toma aquilo que narra da experiência e
transforma-a em experiência para aqueles que escutam a sua história.

Num dos seus livros, Martin Buber conta esta hístóría inesquecível: «O
meu avô estava já paralisado. Um dia pediram-lhe para contar uma
história, uma história que ele tivesse vivido com o seu mestre. Então
ele contou como esse homem santo que era o seu mestre tinha o costume
de saltar e dançar enquanto rezava. E ao contar isto a meu avô
levantou-se, e o relato envolveu-o de tal maneira que ele começou a
saltar e a dançar para mostrar como o seu mestre fazia. Desde esse
instante ficou curado».

Hoje voltamos a habitar uma grande alteração: da escrita passamos para
a eletrónica. E não se trata só de tecnologia. Estamos a inaugurar uma
nova forma de organização da experiência humana, menos estática do que
a escrita, muito mais instantânea, global, acessível, envolvente. Não
é por acaso que tem como grande metáfora a rede. Porém, há dimensões
importantes que ficam ame­çadas e passamos a ter prova disso no nosso
dia a dia. Profetizou McLuhan: «Na era do funcionamento em circuito,
as consequências de qualquer ação ocorrem ao mesmo tempo do que esta».

Uma das coisas que nos arriscamos a perder é, assim, o distanciamento,
a margem de tempo e de liberdade tão necessárias à ponderação. A
expetativa é de que tudo flua sem pausas. Fala-se muito da urgência de
fazer uma gestão eficaz da informação. Urgente, porém, seria
reconhecermos que precisamos de tempo e de solidão para dormir sobre
os assuntos. Muitas vezes, a almofada é melhor conselheira do que o
ecrã.

José Tolentino Mendonça
In Expresso, 27.10.2013

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segunda-feira, outubro 07, 2013

# Perdão da Dívida

Frei Bento Domingues, O.P.

1. Tornou-se uma banalidade e um expediente moralista dizer, com
estilo enfático, que as nossas sociedades estão irremediavelmente
dominadas por imperativos de produção, produtividade e crescimento dos
lucros. Hoje, o poder não é militar, religioso ou ideológico, mas
tecno-económico. Os modelos e instrumentos que usa – servidos por
gráficos e mais gráficos, números e mais números - dispensam a
preocupação com as pessoas e os seus estados de alma ou de corpo.

Seja como for, num mundo onde tudo se compra e vende, parecerá
ridículo falar de "perdão da dívida", embora seja uma questão
inevitável, mesmo para Portugal. Persiste uma crença económica de
grande simplicidade que, de forma mais ou menos apurada, reza assim:
se cada um procurar apenas o seu interesse, consegue-se um mundo justo
e calmo, auto-regulado por essa mão invisível de que falava Adam Smith
(1723-1790). A experiência por ele evocada repete-se todos os dias:
não é da bondade do homem do talho, do comerciante da cerveja ou do
padeiro que esperamos o almoço, mas do interesse que todos eles têm em
fazer negócio. Com o dinheiro que ganho, compro o que permite a outros
garantir a sua subsistência.

Esta harmoniosa crença talvez funcionasse bem se toda a
criatura tivesse unhas, viola e escola, oportunidades iguais e saúde.
Para cada um se tornar providência de si próprio, parece que ainda
falta alguma coisa. Por isso, a solidariedade e o voluntariado não
servem apenas para alimentar a preguiça.

O próprio Séneca (4 a.C.- 65 d.C.), diante da mentalidade
mercantilista do seu tempo, lamentava que já não se perguntasse pelo
que as coisas eram, mas quanto custavam. Sublinhava, no entanto, que o
gesto capaz de manter o laço que une os seres humanos, enquanto
humanos, era o dom da gratuidade. Para Sócrates, só era digna de
crédito a palavra que não se exercesse como um negócio. Aristóteles
não era menos avisado: o dinheiro não tem filhos e a moeda não serve
apenas para marcar o preço das coisas. Como intermediário, mostra que
nós existimos em relação complementar, não destrutiva, uns dos outros.

2. Max Weber escreveu, em 1904, uma obra célebre, "A ética protestante
e o espírito do capitalismo". Situando a condição cristã na gestão da
criação confiada por Deus aos seus filhos, a Reforma protestante
parecia libertar e santificar o espírito empreendedor.

João Calvino (1509-1564) autorizou o empréstimo com juros, proibido
até então pela Igreja Católica, mas praticado pelos judeus, durante a
Idade Média, a principal actividade financeira que lhes era
autorizada. Ao romper com este tabu no seio do cristianismo, o
reformador de Genebra afastou o entrave ao desenvolvimento da livre
empresa. A sua reflexão integrava os interesses do conjunto da
economia: o dinheiro, na sociedade, religa as pessoas entre si; parado
é estéril, mas o empréstimo, com juros, coloca-o em circulação. O
dinheiro é tão produtivo como qualquer outra mercadoria.

Calvino é acusado de ter libertado os demónios da busca selvagem do
lucro, mas ele tomou algumas precauções – sem dúvida insuficientes -
para defender os pobres dos usurários. O empréstimo, para o consumo do
necessitado, deve ser sem juros e sem esperar o reconhecimento do
devedor.

Diante das derivas que fazem da Reforma a religião do
dinheiro, o filósofo protestante, Jacques Ellul, cunhou uma fórmula
muito sugestiva: é preciso profanar o dinheiro. Lembra que importa
retirar ao dinheiro Mamon, de que fala o Evangelho, as suas promessas
ilusórias e reduzi-lo à sua função de simples instrumento material de
troca. Como realizar este empreendimento profanador? Numa sociedade
dominada pelo dinheiro idolatrado, J.Ellul convida os cristãos a
introduzir a esfera do dom e da gratuidade.

3. Não seria eticamente aceitável fazer despesas com o propósito de as
não pagar. Mas o "perdão da dívida", desde as épocas mais recuadas até
aos tempos mais recentes, nada tem de insólito. A própria Alemanha,
depois de guerras criminosas, beneficiou largamente desse gesto
ancestral.

Há 60 anos, 20 países, entre eles a Grécia, Irlanda e Espanha,
decidiram perdoar mais de 60% da dívida da Alemanha Ocidental. Segundo
uma análise de Éric Toussaint - historiador e presidente do Comité
para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo -, a dívida antes da
guerra ascendia a 22,6 mil milhões de marcos, com juros. A dívida do
pós-guerra foi estimada em 16,2 mil milhões. No acordo assinado, em
Londres, estes montantes foram reduzidos para 7,5 mil e 7 mil milhões
respetivamente. Isto equivale a uma redução de 62,6%. O historiador
alemão, Albrecht Ritschl, confirmou que existiu um perdão de dívida
gigantesco ao país, que no caso do credor Estados Unidos foi quase
total. Em 1953, os Estados Unidos ofereceram à Alemanha um haircut,
reduzindo o seu problema de dívida a praticamente nada (Cf. Dinheiro
Vivo 28/02/2013).

Pedir o perdão da dívida pode ter inconvenientes. Não lutar por ele, é
continuar com o país estrangulado. Na Eucaristia, os cristãos
confessam que é no perdão que Deus manifesta o seu poder. Demos essa
oportunidade a Angela Merkel.

06.10.2013

in Público

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# Fazer um jornal é...

Fazer um jornal é uma questão de distorcer as proporções
Bent Falbert (1947-…)
jornalista dinamarquês

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# Rússia relança programa de armamento e vai gastar 555 mil milhões de euros na próxima década

Rússia passa para a dianteira na nova corrida às armas e vai gastar
555 mil milhões de euros

Putin está determinado a devolver à Rússia o seu papel enquanto
superpotência militar, investindo o que o país tem e não tem para o
conseguir

Atarantados com a exportação de armas russas para a Síria, nos últimos
meses, os governos ocidentais deixaram-se encadear por um mero sintoma
de um quadro geral mais complexo e que aponta para um diagnóstico bem
mais alarmante: O apoio militar russo ao seus aliados é insignificante
face ao exponencial aumento dos seus gastos em armamento a nível
doméstico. Com o claro objectivo de alavancar o seu poder de fogo, as
renovadas ambições militares de Moscovo podem despoletar uma corrida
desenfreada às armas e fazer pairar sobre o globo a ameaça de um
conflito de proporções inimagináveis.

Sinalizando o seu empenho em ver a Rússia reassumir um papel não
apenas credível mas decisivo no plano diplomático e militar
internacional, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou já em 2012
que ao longo da próxima década o país vai gastar mais de 555 mil
milhões de euros na modernização do seu armamento. O que subjaz a este
esforço é, não apenas permitir a actualização do seu arsenal, mas
recuperar o prestígio da Rússia deixando para trás duas décadas de má
memória, sofrendo uma derrota atrás da outra em episódios como a
primeira guerra da Chechénia contra os seus diversos grupos
independentistas, em 1996, ou o humilhante desastre do submarino
Kursk, em 2000. Com o país na penúria, os soldados chegaram a ser
pagos em géneros, e muitas vezes não havia nada senão pepinos.

Com os orçamentos para a Defesa estagnados ao longo de vinte anos, o
rearmamento faz parte de um plano para transformar o exército numa
força profissional, que possa ombrear com os programas de Defesa
norte-americano e britânico, quebrando assim com a tradição de um
exército constituído de homens forçados a alistarem-se nas vésperas
das grandes batalhas contra as forças de Napoleão ou Hitler.

O argumento que mais tem sido usado a nível interno para defender o
crescente investimento na Defesa é o de que este conduz, em paralelo,
a um maior desenvolvimento económico do país. "A indústrial militar
funciona como uma locomotiva para o nosso avanço tecnológico",
explicou ao "Finantial Times" Vladimir Yakunin, presidente da
companhia ferroviária estatal da Rússia e um dos homens que integram o
círculo íntimo de Putin.

O que a enxurrada de capitais estatais no sector da Defesa veio
entretanto revelar é que a indústria militar está mal equipada para
responder a este impulso, e a entrega de 37 caças Su-35 teve de ser
adiada por dois anos, para 2016, devido a sucessivos atrasos no seu
fabrico. E no dia 2 de Julho, a explosão de um rocket Proton na rampa
de lançamento, que destruiu três satélites Glonass de-senvolvidos pelo
exército para orientar os seus sistemas de GPS, relançou os receios
sobre se a Rússia seria incapaz de repetir os impressionantes feitos
alcançados pela engenharia da era soviética.

O vice-primeiro-ministro para a indústria militar, Dmitry Rogozin,
garantiu que os muitos contratempos que estavam a enfrentar não punham
em causa as ambições de modernização. "Podemos assoar o nariz a um
lenço e lamentarmo-nos de que não somos mais que uns falhados,
incapazes de fazer seja o que for, insistindo que a geração dos nossos
pais é que era. Mas essa é a atitude errada. Para isso também podíamos
embrulharmo-nos num lençol e ir já em direcção ao cemitério."

Acontece que a reforma do exército significa ter de enfrentar o
problema do que fazer com um dos segredos mais sensíveis do Estado
russo, o Voenno Promyshlenny Kompleks - complexo industrial militar
dos fabricantes de armas estatais - que há décadas, primeiro ainda sob
a autoridade da União Soviética, têm gozado do estatuto de um Estado
dentro do Estado. Operando a partir de instalações secretas de alta
tecnologia, as empresas que controlam a indústria da Defesa na Rússia
assemelham-se a autênticos feudos e estão acostumadas a ditar as
regras do jogo.

O Kremlin está, por isso, ansioso por levar a cabo as reformas no
sector antes de abrir as comportas dos fundos estatais para os
fabricantes de armas, os quais nas últimas duas décadas subsistiram
praticamente só das exportações. Os fabricantes de armas russos
vinham-se focando de tal modo nos desejos dos seus compradores do
Médio Oriente que foram ao ponto de baptizar o último dos seus mísseis
de cruzeiro de Iskander, Alexandre em árabe.

Mas agora os traficantes de armas russos começam finalmente a dar
prioridade ao próprio Estado russo. No ano passado os gastos da Defesa
tinham já subido 25% e, este ano, Moscovo já fez despesas que deverão
ultrapassar as dos programas do Reino Unido e do Japão. Isto coloca a
Rússia como o terceiro maior comprador de armas do mundo, despendendo
mais de 50 mil milhões de euros, ficando atrás apenas da China (96,7
mil milhões de euros) e dos EUA, que gasta mais na Defesa (468,2 mil
milhões euros) do que os 10 países seguintes juntos.

Para alguns, a questão de como rearmar a Rússia não é, no entanto, a
questão mais premente, mas sim o porquê. Nos seus discursos, Vladimir
Putin tem insistido em referir, de forma bastante vaga, ameaças
externas, e fá-lo habitualmente assumindo um tom crítico face ao
Ocidente, exortando a que a Rússia faça mais para defender a sua
soberania. Mas, como explicou ao "Finantial Times" Alexander Golts -
especialista militar e sub-director do "Ezhednevny Zhurnal", um jornal
online - "a União Soviética levou muito a sério a possibilidade de um
ataque dos EUA, mas já ninguém no Kremlin acredita ainda que essa
ameaça se mantenha."

Muitos acreditam que a Rússia não pode arcar com os custos de uma
superpotência militar, especialmente quando não está sequer
identificada uma ameaça externa credível. Enquanto percentagem da sua
actual produção económica, os gastos na Defesa estão programados para
subir de 3,2% em 2013 para 3,8% em 2016. Isto é um aumento muito
superior ao de outros grandes mercados emergentes como a Índia (2,6%),
Turquia (2,3%) e a China (1,9%) - segundo um estudo do Renaissance
Capital, o banco de investimentos sediado na Rússia.

A oposição, tanto no interior do governo como fora, tem afirmado que
os aumentos prometidos durante a campanha de reeleição de Putin são
demasiado caros e que, para os cobrir, os fundos terão de ser
desviados de outras prioridades, como as necessidades urgentes de
investimento em infra-estruturas e na educação.

Alexei Kudrin, ex-ministro das Finanças de Putin - que renunciou em
2011 na sequência de uma desavença com base em despesas militares -,
disse: "Numa altura em que todos os outros países começam a cortar nos
gastos com a Defesa, a Rússia está a fazer o oposto. E, no entanto,
não temos nem as condições nem o dinheiro para aumentar estes gastos."

Em resposta, Alexander Pukhov, director do Centro para Análise de
Estratégias e Tecnologias do KGB, lembra que "o principal inimigo de
qualquer exército é sempre o Ministério das Finanças".

http://www.ionline.pt/artigos/mundo/russia-passa-dianteira-na-nova-corrida-armas-vai-gastar-555-mil-milhoes-euros

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sábado, outubro 05, 2013

# Empresa de genética pessoal patenteou método que permitiria fazer bebés “à medida”

Por Ana Gerschenfeld 04/10/2013 - 16:32

Cientistas alertaram para as potenciais implicações éticas da patente.
A 23andMe desistiu de explorar o método em situações reais.

Método patenteado permite maximizar as hipóteses de gerar filhos com
determinadas características físicas "desejáveis" Daniel Rocha

A 24 de Setembro, mais de cinco anos depois de ter submetido um pedido
de patente, a conhecida empresa norte-americana 23andMe, que fornece a
quem o desejar uma análise genética do seu ADN por uma centena de
dólares, patenteou um método que permite a "selecção de dadores de
gâmetas com base em cálculos genéticos". Por outras palavras, permite
maximizar as probabilidades de gerar bebés "à medida" que satisfaçam
os desejos dos pais.

Esta decisão do Gabinete de Patentes dos EUA foi esta quinta-feira
posta em causa por quatro especialistas de bioética num artigo de
opinião publicado na Genetics in Medicine, do grupo que publica a
revista Nature. Os autores do artigo consideram que as implicações
éticas desta decisão não foram devidamente acauteladas pelos serviços
encarregados da análise dos pedidos de patentes.

Essencialmente, trata-se de um programa de computador que a 23andMe
desenvolveu e que, a ser utilizado num banco de esperma, por exemplo,
permitiria aos casais que recorrem à inseminação artificial escolher o
dador em função das características físicas que gostariam de ver
reflectidas na sua descendência. Até certo ponto, isso já é feito nos
bancos de gâmetas – os dadores são seleccionados de forma a terem
certas características semelhantes aos dos futuros pais –, mas o
método da 23andMe leva para um outro patamar a precisão da avaliação
das probabilidades de a futura criança ser assim ou assado.

"É óbvio que seleccionar crianças na forma patenteada pela 23andMe é,
do ponto de vista ético, imensamente controverso", escrevem Sigrid
Sterckx, do Instituto de Bioética da Universidade de Gent (Bélgica), e
os seus colegas. [Ora], em momento algum, durante a análise do pedido
de patente, o funcionário responsável levantou a questão de saber se
as técnicas de geração de crianças customizadas podiam ser objecto de
uma patente." Para estes peritos, "um processo computadorizado de
selecção de dadores de gâmetas para conseguir ter um bebé com um
'fenótipo interessante' (…), na expressão da 23andMe, parece ter
implicações muito mais latas, uma vez que este processo também diz
respeito à selecção de traços não relacionados com doenças".

Bebés por catálogo

Há anos que a 23andMe oferece esta funcionalidade no seu site, em
jeito de brincadeira, aos seus clientes (entre os quais se inclui a
autora desta notícia), sob o nome de "calculador de traços herdados"
(Inheritance Calculator). Qualquer pessoa cujo ADN tenha sido
analisado pela empresa pode "cruzar" os seus genes com os de qualquer
pessoa do sexo oposto com que tenha "partilhado" os seus resultados
genéticos (o equivalente dos nossos amigos no Facebook). Surge então
uma lista de seis traços – percepção do sabor amargo, intolerância à
lactose, cera dos ouvidos seca ou húmida, cor dos olhos (castanho,
verde ou azul), desempenho muscular (fundista ou velocista) e rubor
facial devido ao álcool – e, ao lado, as probabilidades de os
hipotéticos filhos herdarem ou não estes traços dos seus "pais". Já
agora, um casal cujos dois elementos tenham feito a análise ao ADN
pode de facto ir lá ver o que os seus futuros filhos poderão herdar
nestes aspectos.

No enunciado da patente agora concedida, a 23andMe vai muito mais
longe. Há lá várias figuras elucidativas do que seria possível fazer,
que começam todas por "Prefiro uma criança com…" e com as opções acima
referidas e mais outras, desta vez relacionadas com doenças. Tais
como: risco (alto ou baixo) de cancro colorrectal, de doenças
cardíacas congénitas, esperança de vida mais alta, menor custo em
cuidados de saúde ao longo da vida, menor duração cumulativa das
hospitalizações. Mais abaixo, aparecem os códigos de uma série de
dadores possíveis, com as probabilidades associadas a todos estes
parâmetros que decorreriam da escolha do esperma de cada dador.

Hoje em dia, em Portugal, quando um casal recorre à doação de esperma,
seleccionam-se os dadores potencias com base numa série de
características genéricas: cor da pele, altura, grupo sanguíneo,
altura, cor dos olhos, cor do cabelo. "Mas ir ao ponto de haver um
catálogo é folclore e a prática médica deve abster-se disso para não
alimentar falsas expectativas" ao nível do natural desejo dos pais de
terem filhos perfeitos, disse ao PÚBLICO Alberto Barros, geneticista e
médico da Faculdade de Medicina do Porto e especialista da procriação
medicamente assistida.

"Escolher um bebé à medida parece-me chocante" acrescenta. "Como
médico e como pessoa, perturba-me imaginar um filho com uma fotografia
antes de nascer."

Alberto Barros diz-se "totalmente de acordo" com os autores do texto,
e considera que o futuro da genética vai levantar imensos problemas
deste tipo. "Vamos ser cada vez mais confrontados com situações que,
na maioria dos casos, não têm interesse médico."

Mesmo em relação às doenças genéticas, "tem de haver muita cautela e
critérios muito rigorosos de escolha do que vai ser estudado",
salienta o cientista. "Não pode ser o mercado a definir o que é uma
doença genética grave e quais os genes que é útil testar para evitar a
transmissão de doenças às gerações seguintes."

Entretanto, na passada segunda-feira, a 23andMe emitiu um comunicado
no seu site negando qualquer intenção de utilizar plenamente, no
futuro, o método descrito na patente. "Nunca tivemos a intenção de
explorar os conceitos discutidos na patente para além do nosso
Calculador de Traços Familiares Herdados e não temos qualquer plano
para o fazer", lê-se no comunicado. Na quarta-feira, a revista New
Scientist escrevia, por seu lado, que esta declaração surgiu na
sequência dos seus pedidos de informação junto da empresa – cuja
retractação poderá dever-se ao facto de o método ter sido considerado
"perigosamente próximo" do eugenismo ou a suspeitas de que talvez não
funcione tão bem como anunciado.

Inquirida na quinta-feira pelo PÚBLICO acerca da eventual utilização
do método por terceiros, sob licença da 23andMe, uma porta-voz da
empresa respondeu-nos que "a 23andMe não irá licenciar o método a
terceiros no futuro". Explicação: "Quando o pedido de patente foi
submetido, houve quem pensasse que esta funcionalidade teria
aplicações potenciais nas clínicas de fertilidade, numa altura em que
o processo de selecção dos dadores se baseava tipicamente em
fotografias, história familiar e alguns testes genéticos limitados.
Muitas coisas mudaram nos últimos anos e a 23andMe não continuou nessa
via nem tenciona fazê-lo no futuro."

http://www.publico.pt/ciencia/noticia/empresa-de-genetica-pessoal-patenteou-metodo-que-permitiria-fazer-bebes-a-medida-1608096

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# Falso artigo científico aceite para publicação por mais de 150 revistas de acesso livre

Por Ana Gerschenfeld 04/10/2013 - 20:09

Uma autêntica golpada, concebida por um jornalista da Universidade de
Harvard, põe a nu um submundo de publicações científicas online que
não fazem nenhum controlo da qualidade científica dos artigos que
publicam.

Ao contrário das revistas em papel, pagas pelas assinaturas, as
revistas online de acesso livre são financiadas pelos autores dos
artigos WIKIMEDIA COMMONS/VMENKOV

Investigação científica

A operação foi meticulosamente planeada e a sua execução durou um ano.
Os resultados, revelados esta sexta-feira pela revista Science, falam
por si: em troca de pagamento por parte dos autores, dezenas de
revistas científicas de acesso livre mostraram-se dispostas a publicar
um artigo com falhas metodológicas graves e óbvias, cujo autor
concluia, saltando directamente do tubo de ensaio para a clínica, ter
descoberto um promissor novo medicamento contra o cancro.

O autor da cilada, John Bohannon, jornalista de ciência da
Universidade de Harvard (EUA), enviou a sua "descoberta", assinada por
um cientista fictício que trabalhava numa universidade fictícia, para
os editores de 304 revistas online de acesso livre especializadas em
investigação médica e áreas afins. Dessas, 98 recusaram o artigo – mas
157 aceitaram-no.

Recorde-se que, ao contrário das revistas com assinaturas pagas (como
a Science ou a Nature), as revistas de acesso livre (a mais conhecida
das quais é a PLoS ONE) são financiadas através do pagamento de uma
dada quantia pelo cientistas cujos artigos são aceites para
publicação.

Mais resultados: das 255 revistas que enviaram uma resposta de recusa
ou de aceitação, 60% fizeram-no sem dar qualquer sinal de que os
resultados tivessem sido submetidos a uma avaliação científica pelos
pares – a norma, em termos de controlo de qualidade, em qualquer
revista científica digna desse nome. E das 106 revistas que realizaram
de facto alguma avaliação, 70% acabaram por aceitar o artigo para
publicação.

"Qualquer revisor com conhecimentos de química acima do ensino
secundário e a capacidade de perceber um gráfico elementar deveria ter
detectado imediatamente as falhas do artigo", escreve Bohannon na
Science. "A qualidade das experiências é tão má que os resultados não
fazem qualquer sentido."

Nem todas as revistas que aceitaram o falso artigo podiam ser vistas
como publicações de vão de escada ou de duvidosa honestidade: entre
elas, houve publicações ligadas a gigantes da edição científica como a
Elsevier de Amesterdão ou a Sage de Nova Iorque. Bohannon refere em
particular o caso da Journal of International Medical Research, da
Sage, cujo director é professor de psicofarmacologia no King's College
de Londres – e que, sem exigir qualquer alteração do artigo, lhe
enviou uma carta de aceitação e uma factura de 3100 dólares. Pelo
contrário, a PLoS ONE esteve à altura do desafio: rejeitou o artigo em
duas semanas com base na sua falta de qualidade científica.

"Os resultados desta golpada revelam os contornos de um Oeste selvagem
emergente nas publicações académicas", salienta Bohannon. Embora perto
de um terço das revistas "apanhadas" por esta operação secreta tenha
sede na Índia (64 aceitações e 15 rejeições), os EUA vêm logo a seguir
no palmarés, com 29 aceitações e 26 recusas. "Mas mesmo quando as
editoras e as contas bancárias têm sede em países em desenvolvimento,
a empresa que em última análise recebe os lucros pode estar nos EUA ou
na Europa", faz notar Bohannon.

"Toda a gente concorda em dizer que o acesso livre é uma coisa boa. A
questão é como concretizá-lo", frisa um dos cientistas que acompanhou
todo o processo, citado por Bohannon.

http://www.publico.pt/ciencia/noticia/falso-artigo-cientifico-aceite-para-publicacao-por-quase-200-revistas-especializadas-de-acesso-livre-1608118

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sexta-feira, outubro 04, 2013

# Crianças precisam de correr riscos para se desenvolverem

ALEXANDRA CAMPOS 04/10/2013 - 00:00

Pediatra critica "cultura de segurança fóbica" que impede crianças de
brincarem fora de casa

Os boletins de saúde das crianças obrigam os pediatras a recordar aos
pais os riscos de acidentes, durante as consultas de rotina. Mas o
ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria Luís Januário
preferiu ontem destacar a importância de deixar as crianças correrem
riscos, durante o congresso nacional desta especialidade.

"Brincar fora de casa, na natureza, é insubstituível [para o
desenvolvimento das crianças]", sublinhou Luís Januário, no congresso
que decorre na Alfândega do Porto, em que criticou a actual "cultura
de segurança fóbica" e a "organização estereotipada dos espaços"
criados para o lazer dos mais novos. "Não se pode negar às crianças a
oportunidade de se envolverem em actividades de risco", defende.

O médico de Coimbra avançou mesmo com um exemplo da "cultura actual
para mimar o desenvolvimento infantil" que considera desajustada -
parques temáticos "como o Kidzania [onde as crianças brincam às
profissões, em Lisboa]". Ali, ironizou, "os adultos são tratados como
crianças e as crianças são tratadas como pequenos adultos". Lembrando
que "o ambiente adequado para brincar é um local não estruturado",
Luís Januário observou que "já não há crianças a brincar na natureza".
"O espaço de liberdade das crianças da geração actual em relação à
geração dos meus filhos mudou completamente. Contraiu-se o espaço de
circulação das crianças de uma maneira incrível", lamentou. E isso não
é uma inevitabilidade, defendeu, aludindo a um movimento que desde há
alguns anos tenta contrariar esta tendência, nos países do Norte e em
Inglaterra, as chamadas "escolas de floresta" (escola tradicional numa
zona onde ainda há floresta).

"A Associação Portuguesa de Segurança Infantil (APSI) anda há 21 anos
a chamar a atenção para o facto de não podermos pôr as crianças dentro
de redomas. Uma criança que não corre riscos não aprende os riscos que
pode correr [mais tarde]. Hoje, temos crianças superprotegidas na área
do brincar, não têm autonomia e não são responsáveis. São analfabetos
do corpo", comenta, a propósito, Helena Sacadura, da APSI.

Mas, se na área dos acidentes de lazer, os pais são muitas vezes
"superprotectores", na área rodoviária e doméstica "desvalorizam
muitas vezes os ricos e desprotegem", afirma. Fazem-no, por exemplo,
quando não usam cintos de segurança nos automóveis ou quando não
guardam substâncias perigosas em armários altos, em casa. Resultado?
Ainda há muitos acidentes que poderiam ser evitados. Apesar da redução
significativa na mortalidade por traumatismos e lesões dos 0 aos 19
anos verificada em Portugal nas últimas décadas, entre 2006 e 2010,
625 crianças e jovens até aos 19 anos morreram num acidente (INE) e
mais de metade destes casos aconteceram entre os 15 e os 19 anos de
idade. Os acidentes rodoviários foram responsáveis por dois terços do
total.

http://www.publico.pt/portugal/jornal/criancas-precisam-de-correr-riscos-para-se-desenvolverem-27192496

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quarta-feira, outubro 02, 2013

# Na Hungria, a lei torna criminosos os sem-abrigo

Governo húngaro define zonas proibidas aos sem-abrigo

O parlamento da Hungria aprovou na última segunda-feira uma lei que
permite às autoridades destruir as protecções dos sem--abrigo. A nova
legislação deverá entrar em vigor na próxima semana e conta com a
oposição dos activistas húngaros. Tessa Udvarhelyi disse à BBC que "os
sem abrigo sempre foram perseguidos pelas autoridades". Neste momento
há 10 mil pessoas a viver nas ruas ou em barracas. No entanto, estes
números são contestados pelas autoridades. Ferenc Kumin, porta-voz do
governo, afirma que há "muitos lugares disponíveis nas casas de
acolhimento, quer de dia quer de noite".

O executivo emitiu um comunicado há dois dias onde realça a
importância desta medida, qualificando-a como "do interesse das
pessoas sem abrigo". A razão da aprovação desta lei está relacionada
com questões de ordem pública e segurança, sendo intenção do governo
definir zonas proibidas aos sem-abrigo. Quem não respeitar esta norma
poderá ser condenado a trabalho cívico, ao pagamento de uma multa ou
mesmo ser preso. A nova lei húngara está a ser contestada, não só
internamente mas também fora do país. Como forma de proteger os
sem-abrigo, o governo introduziu uma série de medidas nos albergues. O
projecto é destinado a pessoas que não conseguem um lugar num abrigo
normal, contudo alguns manifestantes consideram que os albergues não
oferecem privacidade e que os deixam mais longe das pessoas com quem
se relacionam. Há muito tempo que a criminalização dos sem-abrigo
preocupa o mundo inteiro. A organização Human Rights Watch entende que
o governo de Viktor Orban desrespeita constantemente os direitos
humanos. Em 2012, os peritos das Nações Unidas mostraram a sua
preocupação relativamente a esta lei devido à pobreza extrema em que
vivem muitas pessoas.

http://www.ionline.pt/artigos/mundo/na-hungria-lei-torna-criminosos-os-sem-abrigo

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terça-feira, outubro 01, 2013

# Uma em cada oito pessoas sofre de fome crónica no mundo

http://www.ionline.pt/artigos/mundo/uma-cada-oito-pessoas-sofre-fome-cronica-no-mundo

Num relatório hoje divulgado, a ONU estima em 842 milhões de pessoas
subnutridas no período entre 2011 e 2013, menos 26 milhões do que no
período anterior (2010-2012)

Uma em cada oito pessoas sofre de fome crónica no mundo, revela hoje a
ONU, que reconhece uma melhoria nos últimos anos, mas pede esforços
adicionais e imediatos para se alcançar o primeiro objetivo de
desenvolvimento do Milénio.

Num relatório hoje divulgado, a ONU estima em 842 milhões de pessoas
subnutridas no período entre 2011 e 2013, menos 26 milhões do que no
período anterior (2010-2012).

A grande maioria das pessoas que sofrem de fome crónica, ou seja, que
não têm alimentos suficientes para uma vida saudável e ativa, estão
nos países em desenvolvimento, mas há 15,7 milhões a viver em países
desenvolvidos.

No relatório "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo", três
agências das Nações Unidas - o Programa Alimentar Mundial (PAM), a
Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Fundo
Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD) - alertam que são
necessários mais esforços para se alcançarem os objetivos de
desenvolvimento do milénio.

Segundo o objetivo número um, que visa erradicar a pobreza extrema e a
fome, o mundo comprometeu-se a reduzir para metade, entre 1990 e 2015,
a proporção de pessoas que sofre de fome no mundo.

"A dois anos do prazo, 38 países alcançaram a meta", escrevem os
líderes das três agências responsáveis pelo relatório, acrescentando:
"Estes sucessos mostram que, com compromisso político, instituições
eficazes, boas políticas, uma abordagem abrangente e níveis adequados
de investimento, podemos vencer a luta contra a fome".

O número total de pessoas com fome crónica caiu 17% desde 1990–92. Se
a taxa anual de declínio se mantiver até 2015, a prevalência da
subnutrição poderá ficar perto daqueles objetivos, definidos pela ONU
em 2000, mas alcançá-los "requererá esforços adicionais consideráveis
e imediatos", escrevem os autores do documento.

Na introdução ao relatório, os líderes das agências, José Graziano da
Silva (FAO), Kanayo F. Nwanze (IFAD) e Ertharin Cousin (PAM) deixam o
apelo: "Com um empurrão final nos próximos dois anos, ainda podemos
alcançá-lo".

Apesar dos progressos, o relatório alerta que há diferenças marcadas
na redução da fome. A África Subsaariana fez progressos modestos e
continua a região com a mais alta prevalência de subnutrição, com uma
em quatro pessoas (24,8%) a passar fome.

A Ásia ocidental não registou progressos, enquanto o sul da Ásia e o
norte de África revelam progressos lentos. O leste e o sudeste
asiático e a América latina foram as regiões com maiores progressos.

No sudeste asiático, a região com melhores resultados, o número de
pessoas com fome diminuiu de 31,1% para 10,7% desde 1990.

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# A vida vista por um Pequeno...

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