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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

quarta-feira, setembro 28, 2011

# Um Estado que proíbe a cruz na parede também não é neutro

Público, 2011-09-27 Entrevista de António Marujo a Joseph Weiler

Judeu convicto, especialista em Direito Constitucional, Joseph Weiler defendeu perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos o direito de a Itália ter crucifixos nas paredes das escolas e o direito da França a não os ter. E diz que esse pluralismo europeu é que é bom. Ganhou por 15-2


Tinha acabado cinco horas de aulas, pediu apenas um prato de batatas fritas, que foi petiscando enquanto conversava. Joseph Weiler, nascido em 1951, é um judeu convicto. O que não o impediu de defender a possibilidade de haver (ou não) crucifixos nas paredes das escolas. Virou a opinião do tribunal, dos anteriores 17 a favor de retirar os símbolos religiosos da parede, para uns claríssimos 15 contra. Apenas dois juízes mantiveram a decisão anterior. E adverte: nem a Itália nem a França são neutros em matéria religiosa. Mas ambos devem educar para o pluralismo.

Especialista em Direito Constitucional europeu, Weiler é professor da Católica Global School of Law, da Universidade Católica Portuguesa, e, por isso, vem a Portugal várias vezes por ano.

Tem publicado Uma Europa Cristã (ed. Princípia). E publicará, até final do ano, um livro sobre o processo que condenou Jesus à morte. Nele defende que "o sentido de justiça, na civilização ocidental, provém do julgamento de Jesus", explica ao P2. O Papa disse, no seu último livro, que os judeus não foram responsáveis pela morte de Jesus. Weiler, judeu, irá dizer o contrário. E explicar porquê.

Defendeu o crucifixo nas salas de aula italianas...


Tive uma vitória famosa, 15-2...

Defendeu essa posição como jurista ou como judeu e crente, em solidariedade com outra fé?

Depois da decisão, recebi centenas de emails. Muitos diziam "obrigado por defender o crucifixo". Muitos outros, vindos da comunidade judaica, perguntavam: "Como pode o filho de um rabi defender o crucifixo?" A todos, aos que me felicitavam ou que me condenavam, respondi o mesmo: "Não defendi o crucifixo. Defendi o direito da Itália a ser Itália e o direito de França, onde a cruz é proibida, a ser a França."

Ou seja, a possibilidade de leis diferentes...


Acredito no valor do pluralismo nas relações entre a Igreja e o Estado, que existe na Europa, onde temos vários modelos: o modelo francês, o britânico, o alemão, etc. Isso é parte da força da civilização europeia. A decisão da câmara, por 17 contra zero, dizendo que a Itália estava a violar a Convenção Europeia por ter uma cruz nas salas de aula, parecia-me tão drástica que forçaria todos a ser como França. Isso parecia-me completamente contra o pluralismo e tolerância que existe na Europa.

E escreveu o editorial no European Journal of International Law...

Sim. Dizendo que era uma decisão terrível. Como podia o tribunal decidir que a tradição na Grã-Bretanha, na Alemanha, em Malta, na Grécia ou na Dinamarca era contra os direitos humanos e a Convenção Europeia de Direitos Humanos? Perguntaram-me se queria ir ao tribunal. Concordei, com uma condição: seria pro bono, não queria que dissessem: "Olha o judeu, por dinheiro até é capaz de defender a cruz". [ri] Decidi fazê-lo, porque acreditava que era a atitude certa.

Não foi só a Itália a defender essa posição.


Oito estados intervieram, convidando-me. A Itália defendeu a própria posição. O facto de ser judeu é irrelevante. Sou constitucionalista praticante e tal parecia-me errado, no âmbito da Convenção Europeia de Direitos Humanos. Há duas coisas mais importantes, que me parecem erradas, no âmbito da Convenção e que me ajudaram a reagir: estou verdadeiramente cansado do argumento, repetido à exaustão, de que o Estado é neutro, em matéria religiosa, quando não permite o crucifixo na parede.

E não é assim?


Tentei convencer a câmara de que esse é um argumento errado. Se o Estado quer que a cruz esteja na parede, não é neutro. De certa maneira, é tomar uma posição sobre a importância do cristianismo na identidade do país. Ou seja, há algo na identidade do país que se quer valorizar com a cruz na parede e essa não é uma posição neutral.

Mas quando o Estado, como em França, proíbe a cruz, não está a ser neutro. Porque não há uma parede nua, vazia. Qualquer coisa pode ser colocada na parede: se amanhã houver uma maioria comunista, podem dizer que em todas as escolas tem que haver uma foice e um martelo.

Podem?


Sim, e não há nada na Constituição que o impeça: pode ter uma fotografia de Karl Marx na parede, pode ter um sinal de paz, uma posição ecológica... De facto, em todas as escolas primárias de França, está escrito: Liberté, egalité, fraternité - o slogan mobilizador da Revolução Francesa.

Eu gosto disso, mas não é neutral. Se for monárquico, não é neutro, seguramente. Qualquer símbolo é permitido nas paredes: Karl Marx e Groucho Marx; o sinal de paz, a foice e o martelo, o símbolo "nuclear não". Há apenas um que não é permitido: a cruz, um símbolo religioso. Como é que isso é neutro?

Nem a estrela de David nem o crescente islâmico...


Sim... As crianças podem ir para a escola e usar uma t-shirt com uma fotografia de Che Guevara, podem ter escrito Love and Peace, podem ter um insulto a George Bush, qualquer posição política ou ecológica, podem levar o triângulo cor-de-rosa pelos direitos dos gays. A única coisa que não podem levar é a cruz, a estrela de David e o crescente.

Nem podem vestir o chador...

Não... Isso não é ser neutro, é dar uma mensagem clara às crianças: tudo é permitido, excepto um símbolo religioso.

Na minha arguição, não disse que a França viola a Convenção Europeia por ter essa regra. Na tradição europeia, o Estado laico é uma opção respeitável. Mas não pretendam que seja neutro. Ele diz que tudo é permitido, excepto a cruz ou a estrela de David, e está a dar uma mensagem sobre religião.

No sistema italiano, apesar da cruz, há um dever educacional de respeitar os ateus e outras religiões. No sistema francês, onde se proíbe a cruz nas paredes mas se permite tudo o resto, há o dever de explicar aos estudantes que, apesar de se permitirem todos os símbolos excepto os religiosos, se deve ensinar o respeito pelos crentes. Nenhum dos sistemas é neutro. Em ambos está implícita uma espécie de preconceito. E em ambos é tarefa do sistema educativo contrabalançar as coisas para que a escola não ensine o preconceito mas a tolerância.

Esse era o seu primeiro argumento...


O segundo era: acreditamos na autodeterminação como direito fundamental. Acreditamos no direito de os britânicos serem britânicos e de os irlandeses serem irlandeses. A razão por que temos a Irlanda independente da Grã-Bretanha, em 1921, é porque os irlandeses são diferentes dos ingleses.

Como podemos imaginar a identidade irlandesa sem o catolicismo? No preâmbulo da Constituição irlandesa, diz: "Acreditamos que o Divino Senhor Jesus Cristo é a fonte de todo o dever, justiça e verdade." Isto é o que são os irlandeses. O que vamos dizer-lhes? Não permitimos um sentido de nacionalidade que tem um tal conteúdo religioso?

O que é bonito na Europa, mesmo apesar da Constituição irlandesa, é que não há discriminação por causa da religião. Um judeu pode ser primeiro-ministro. Como um muçulmano ou um ateu. E aceitará que é impossível falar da identidade irlandesa sem o catolicismo e a cruz. Para o bem e o mal.

Mas é possível também que as sociedades mudem?


Mas compete às sociedades mudar. Na minha arguição - que é curta, eu só tinha 20 minutos -, dizia que, se um dia os ingleses decidirem deixar de ter o Anglicanismo como religião oficial, podem fazê-lo. Não é um país religioso, a maior parte dos britânicos não é religiosa. Mas faz parte da sua identidade.

Os suecos mudaram a Constituição e decidiram que a Igreja Luterana deixaria de ser a religião estabelecida no país. Mas foram eles que definiram a sua identidade sueca, não foi Estrasburgo. Não compete a Estrasburgo dizer que eles não podem ter uma cruz na bandeira. Eles deixaram de ter a Igreja oficial mas mantiveram a obrigação de o rei ser um luterano. O símbolo do Estado tem que ser um luterano.

Na sua arguição, afirmou também que este é um conflito entre o direito individual e o Estado. No caso italiano, tratou-se precisamente de uma mãe ofendida pela presença da cruz...


Em muitos casos, temos um conflito entre diferentes direitos fundamentais. O hino nacional inglês é uma oração: "God Save the Queen", dá-lhe vitórias e glórias. Na escola, canta-se o hino nacional. E se houver um estudante que diz "sou ateu, não creio em Deus e não quero cantar uma oração"? O direito individual estará comprometido se a escola forçar esse estudante a cantar o hino nacional e se o ameaçar de expulsão. Ninguém pode ser forçado a fazer um acto religioso, uma oração, mesmo quando não acredita...

Pode ser um republicano...


Claro, não tem que dizer "Deus salve a rainha". Isso eu aceito. Mas não aceito que esse estudante ou a sua mãe digam que mais ninguém deve cantar o hino. É um compromisso simpático: ele tem o direito de ficar em silêncio, os outros o direito de cantar. E todos têm direito à liberdade religiosa.

A minha mãe cresceu no Congo Belga. A única escola para brancos era um convento católico. Os pais dela fizeram um acordo com as freiras: cada vez que elas dissessem Jesus, a minha mãe diria Moisés. É um bom compromisso.

Não podemos permitir que a liberdade de [ter ou não] religião ponha em causa a liberdade religiosa. Temos que descobrir a via média. E essa é dizer não, se alguém quiser forçar outro a beijar ou a genuflectir perante a cruz. Mas, se houver uma cruz na parede, direi aos meus filhos que vivemos num país cristão. Somos acolhidos, não somos discriminados. A Dinamarca tem uma cruz na bandeira, a Inglaterra e a Grécia igual. Vamos pedir que, por causa da liberdade religiosa, tirem a cruz das bandeiras? Absurdo!...

É por causa disso que fala de argumentos iliberais?


Sim, porque o ponto de vista liberal é, muitas vezes, iliberal. As pessoas falam de liberdade religiosa, mas, de facto, muitas vezes é cristofobia. Não é neutralidade, é antes porque não gostam do cristianismo e da Igreja. Sei porquê: a Igreja tem uma história complicada...

É também por causa disso?


Claro. Compreendo, mas não devemos mascarar os factos. Vivemos numa sociedade em que algumas pessoas são religiosas, outras não. A questão é como vivemos juntos. Não podemos pretender que, se negarmos todas as religiões no espaço público, isso é neutro. É o que faz a França, mas não é o único modo de o fazer.

Então deveria ser possível ter uma cruz na sala de aula e educar os estudantes para o pluralismo?


Absolutamente. Seria uma lição de pluralismo. Porque diríamos: apesar de ter uma cruz na sala de aula ou uma cruz nas bandeiras, permitimos que um primeiro-ministro seja muçulmano ou judeu. A Itália teve primeiros-ministros, generais e ministros judeus.

Na Grã-Bretanha, o chefe de Estado é o chefe da Igreja, há uma Igreja de Estado, o hino nacional é uma oração. Quem diria que o país não é tolerante? É o país de eleição para muitos muçulmanos emigrantes. O facto de haver uma identidade religiosa e uma prática de não-discriminação é um sinal de uma sociedade pluralista e tolerante.

De certa maneira, a Grã-Bretanha com a cruz é mais pluralista e tolerante do que a França, sem a cruz. Porque na Grã-Bretanha, apesar de afirmar a identidade religiosa do Estado, é não discriminatória em todos os aspectos da vida. Financia escolas anglicanas, mas também católicas, judias, muçulmanas e seculares. Os países laicos financiam escolas seculares, mas não escolas religiosas. Quem é mais tolerante e pluralista?

Evocou a herança cristã da Europa, debatida a propósito da Constituição Europeia. Se ela tivesse avançado, também devia referir a herança judaica e muçulmana e a Revolução Francesa?


Deveria ter uma referência às raízes cristãs.

E judaicas e muçulmanas. Na Península Ibérica, por exemplo...


Na Europa, também há vegetarianos. É uma questão de grau. Temos que mencionar judeus, muçulmanos, baha"ís? Eu também falaria de raízes judaicas e muçulmanas na cultura hispânica. Mas, na Europa, a maior parte é cristã. Não falaria de raízes cristãs no Egipto, mesmo havendo uma minoria cristã no país.

De um ponto de vista cultural, o cristianismo jogou um papel decisivo na definição da civilização europeia. Para o bem e para o mal. As raízes cristãs são também a Inquisição, judeus queimados. Quando eliminamos as raízes cristãs, obliteramos também a memória das coisas más que a cristandade fez.

Não há uma cidade na Europa sem uma catedral, onde o museu não esteja cheio de pintura sacra. E os direitos humanos não derivam apenas da Revolução Francesa, derivam da tradição judaico-cristã. Porque queremos negar isso? O que se vê no Prado, no Museu Gulbenkian? Madonna con bambino... Isso não é a Europa? É um absurdo.

É possível coexistir a laicidade francesa e outros modelos?


Claro, essa é a riqueza da Europa. A Europa lidera pelo exemplo, não pela força. Gostaríamos que por todo o mundo houvesse democracias pluralistas e tolerantes. Que possibilidades há de persuadir alguns países muçulmanos a abraçar o pluralismo se dissermos que a religião deve ficar na esfera privada?

Podemos dizer à Arábia Saudita: podem tornar-se uma democracia, reconhecer os direitos humanos e manter a vossa identidade muçulmana. Reparem no que se passa na Grã-Bretanha, reparem no pluralismo europeu: há um modelo francês, um britânico, um grego. Não somos apenas como os franceses.

Tem amigos entre os católicos conservadores, mas também defende os direitos dos homossexuais, o que não é simpático para esses católicos...


Que posso eu fazer? Vieram ter comigo, quando começaram a falar dos direitos dos homossexuais. A questão não era o casamento homossexual, mas porque têm os homossexuais de ser discriminados? Não há razão para isso.

Mesmo hoje, ensino os meus alunos como crente, mas digo-lhes: ninguém deve perder o emprego por ser homossexual, a ninguém deve ser negado alojamento por ser homossexual. Nos campos nazis, exterminaram os judeus e os homossexuais. Não posso esquecer isso.

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segunda-feira, setembro 26, 2011

# Rei da Arábia Saudita anuncia direito de voto às mulheres

25.09.2011 - 14:16 Por PÚBLICO
http://www.publico.pt/Mundo/rei-da-arabia-saudita-anuncia-direito-de-voto-as-mulheres-1513605

Mulheres sauditas estão impedidas de viajar, trabalhar ou conduzir
(Ali Jarekji/Reuters)
As mulheres sauditas vão poder votar e concorrer nas próximas
eleições municipais e passar a integrar o Majlis al Shura, um conselho
consultivo, anunciou hoje o rei Abdullah, da Arábia Saudita.

"Porque recusamos deixar à margem as mulheres na sociedade em todos os
papéis que cumprem a sharia ([ei islâmica)", avançou Abdullah,
"decidimos envolver as mulheres como membros do Majlis al Shura, a
partir do próximo mandato".

Poderão "ser candidatas" e votar no escrutínio para as próximas
eleições municipais, prometeu o rei saudita, durante a abertura deste
conselho este domingo em Riad

A dias das eleições municipais, que terão lugar na quinta-feira, a
promessa de Abdullah é uma resposta aos apelos há muito lançados pelos
activistas que reclamam mais direitos às mulheres, impedidas no país
de viajar, trabalhar, conduzir ou de serem operadas sem autorização
dos maridos.

As eleições municipais, as segundas na história do reinado de
Abdullah, e onde as mulheres estavam excluídas, terão lugar na
quinta-feira e vão eleger metade dos 285 lugares dos conselhos
municipais no país. A outra metade é designada pelo Governo.

O Majlis al Shura tinha recomendado que fosse concedido o direito de
voto às mulheres, mas não a concorrerem às próximas eleições locais,
cuja eleição decorre de quatro em quatro anos.

O anúncio foi interpretado pela jornalista da BBC Emily Buchanan como
uma reforma extraordinária na Arábia Saudita, escreve a estação
britânica, depois de o país ter vivido um longo debate que não tinha
resultado ainda em nenhuma decisão concreta.

quarta-feira, setembro 21, 2011

# 5 Principais Arrependimentos de Pacientes Terminais

Bronnie Ware trabalha com pacientes perto do fim da sua vida –
pacientes terminais. Neste post, ela escreve sobre os principais
arrependimentos que vieram à tona aos seus pacientes em seu leito de
morte. Os cincos principais seguem abaixo:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para
mim, e não a vida que os outros esperavam de mim.

Este foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que
sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos
sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não tinham honrado
a metade dos seus sonhos e morreram sabendo que era devido às escolhas
que fizeram, ou deixaram de fazer.

É muito importante tentar realizar pelo menos alguns de seus sonhos ao
longo do caminho.A partir do momento que você perde a sua saúde, é
tarde demais. Saúde traz uma liberdade que poucos percebem, até que já
a não têm mais.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.

Isto veio de todos os pacientes do sexo masculino que eu acompanhei

. Eles perderam o crescimento de seus filhos e o companheirismo do
parceiro. As mulheres também citaram este arrependimento, mas como a
maioria era de uma geração menos recente, muitos dos pacientes do sexo
feminino não tinham sido chefes de família. Todos os homens que eu
acompanhei se arrependeram profundamente de passar tanto tempo da sua
vida com foco excessivo no trabalho.

Ao simplificar o seu estilo de vida e fazer escolhas conscientes ao
longo do caminho, é possível não ter que precisar de um salário tão
alto quanto você acha. E criando mais espaço em sua vida, você se
torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades, mais adequado ao
seu novo estilo de vida.

3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.

Muitas pessoas resguardaram seus sentimentos para manter a paz com os
outros. Como resultado, tiveram uma existência medíocre e nunca se
tornaram quem eram realmente capazes de ser. Muitas desenvolveram
doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam,
como resultado.

Nós não podemos controlar as reações dos outros. No entanto, embora as
pessoas possam reagir quando você muda a maneira de falar com
honestidade, no final a relação fica mais elevada e saudável. Se não
ficar, é um relacionamento que não vale a pena guardar sentimentos
ruins. Você ganha de qualquer maneira.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.

Muitas vezes os pacientes terminais não percebiam os benefícios de ter
por perto antigos e verdadeiros amigos até a semana da sua morte

, e nem sempre foi possível encontrá-los. Muitos haviam se tornado tão
centrados em suas próprias vidas que tinham deixado amizades de ouro
se diluirem ao longo dos anos. Havia muitos arrependimentos por não
dar atenção a estas amizades da forma como mereciam. Todos sentem
falta de seus amigos quando estão morrendo.

É comum que qualquer um, em um estilo de vida agitado, deixe escapar
amizades. Mas quando você se depara com a morte se aproximando, os
detalhes caem por terra. Não é dinheiro, não é status, não é posse. Ao
final, tudo se resume ao amor e relacionamentos.Isso é tudo o que
resta nos dias finais: amor.

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.

Este é surpreendente. Muitos não perceberam, até ao final da sua vida,
que a felicidade é uma escolha. Eles haviam ficado presos em velhos
padrões e hábitos. O chamado "conforto". O medo da mudança os faziam
se fingir aos outros e a si mesmos, enquanto lá no fundo ansiavam rir
e ter coisas alegres e boas na vida novamente.

Vida é escolha. A vida é SUA. Escolha com consciência, com sabedoria,
com honestidade. Escolha ser feliz.

quarta-feira, setembro 14, 2011

# Maioria dos jovens já considera a leitura é importante para a sua vida pessoal - Em 4 anos subiu 20 por cento

Plano Nacional de Leitura
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/em-quatro-anos-ha-mais-20-por-cento-de-jovens-para-quem-a-leitura-e-importante_1511882
14.09.2011 - 10:10 Por Clara Viana

Foi no grupo dos 15 aos 24 anos que o gosto pela leitura mais cresceu
Foi no grupo dos 15 aos 24 anos que o gosto pela leitura mais cresceu

Avaliação do Plano Nacional de Leitura é hoje apresentada. Escolas
falam de "uma melhoria significativa" das competências dos alunos.


Há mais jovens a considerar que a leitura é importante para a sua vida
pessoal. Em 2007, entre os que tinham 15 a 24 anos, 30,6%
consideraram-na "muito importante". Em Março passado, neste grupo
etário, já eram 52,4% os que afirmaram o mesmo. Este aumento da ordem
dos 20 % regista-se entre o primeiro e o quinto ano de vigência do
Plano Nacional de Leitura (PNL), frisa-se no relatório de avaliação
externa daquele programa, que será hoje apresentado em Lisboa.

Os resultados do último Barómetro de Opinião Pública PNL, com um
inquérito desenvolvido em Março passado junto de uma amostra de 1257
indivíduos, mostram que é no grupo dos 15 aos 24 anos que se registou
um maior aumento entre aqueles que consideram a leitura "muito
importante" para a sua vida pessoal. A avaliação externa do plano é
feita por uma equipa do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia
do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, coordenada
por António Firmino da Costa. O primeiro estudo de avaliação foi
divulgado em 2008.

segunda-feira, setembro 12, 2011

# Population growth explained with IKEA boxes

http://www.gapminder.org/videos/population-growth-explained-with-ikea-boxes/

quarta-feira, setembro 07, 2011

# Principal razão para divórcio no Reino Unido é o fim do amor (e não as relações extraconjugais)

Inquérito anual junto dos advogados de família do Reino Unido

07.09.2011 - 15:21 Por Ana Gomes Ferreira
http://www.publico.pt/Mundo/sorry-darling-mas-ja-nao-gosto-de-ti_1510834
Perderam estatuto. Já não é por causa delas - as amantes - que a maior
parte dos casamentos acaba. E, nisto das rupturas, os homens
britânicos estão a ficar mais corajosos.

Um estudo realizado junto de 90 advogados especializados em família no
Reino Unido concluiu que é o fim do amor a principal razão para os
divórcios no país. Antes, eram as relações extraconjugais as
responsáveis pela maior parte das rupturas.

Em época em que a longevidade impera e nos dizem que é normal não
pensarmos no casamento como para toda a vida, sobretudo quando o amor
e o desejo acabam (o afecto pelo outro pode durar para sempre), os
britânicos não querem prolongar uniões estéreis e sem sentido. E
divorciam-se.

Por isso, 27 por cento dos advogados (ou firmas) inquiridas pela
empresa de consultadoria Grant Thorton (que há sete anos realiza,
anualmente, este inquérito; o agora divulgado diz respeito aos
divórcios de 2009) disseram que as principais razões dos seus clientes
são o fim do amor e o "fomo-nos afastando". É uma subida significativa
em relação a 2008, ano em que apenas seis por cento dos inquiridos
mencionaram a falta de amor.

"O caso típico é a relação ir saindo da lista de prioridades,
substituída pela pressão do trabalho, pelas questões financeiras ou
pelo que significa criar uma família", disse ao Daily Telegraph
Christine Northam, consultora da organização não-governamental Relate.
"As relações precisam de atenção e de tempo para crescerem, caso
contrário os casais vão-se afastando".

Razões muito válidas. Mas mais válidas do que ter amantes? O estudo dá
conta de um decréscimo nos divórcios devido a relações
extramatrimoniais (25 por cento, o que faz esta justificação perder o
primeiro lugar que mantinha desde o primeiro inquérito). Porém, o
perdão das infidelidades tem mais a ver com o decalque do
comportamento dos outros do que a convicção própria.

"Há um número crescente de celebridades que aceitam a infidelidade nos
seus casamentos ou relações. Esse comportamento pode estar a começar a
ter efeito nos casais, com mais casamentos a sobreviverem à
infidelidade", disse, também ao Telegraph, Louisa Plumb, da Grant
Thorton UK. Afinal, se as estrelas do futebol Peter Crouch, Ashley
Cole e Wayne Rooney ultrapassaram os affairs e fizeram por salvar os
seus casamentos, por que não havemos nós de fazer o mesmo?

Um motivo que as celebridades não invocam para o divórcio é o
dinheiro, mas cinco por cento dos advogados disseram que a ele se
devem as separações. Também há casais que mantêm uma união falhada
para não perderem qualidade de vida. Oitenta e dois por cento dos
inquiridos disseram que a recessão está a impedir as pessoas de tomar
a decisão e 54 por cento disseram que a perda de valor dos bens
(sobretudo das casas) também impede os casais de se separarem. Se no
passado a venda de uma casa permitia comprar duas, mais pequenas,
agora essa aritmética é impossível.

"Apesar de oficialmente a economia já não estar em recessão há mais de
um ano, ainda há indicadores claros de que a questão financeira é um
factor decisivo para decidir o momento do divórcio e da divisão de
bens", disse Geoff Mesher, da Grant Thorton UK, ao jornal The
Guardian.

E porque há sempre histórias feias quando se fala de divórcios, os
advogados revelaram que há casos em que um "já não gosto de ti" não
chega. Há quem queira passar mensagens mais claras, ou mais fortes,
não hesitando em liquidar todos os bens neste momento tão
desfavorável, aceitando perder dinheiro só para penalizarem o outro na
partilha.

segunda-feira, setembro 05, 2011

# Mais de um terço dos europeus sofre de doenças mentais

05.09.2011 - 12:33 Por PÚBLICO, Agências
http://www.publico.pt/Sociedade/mais-de-um-terco-dos-europeus-sofre-de-doencas-mentais_1510541

Depressão, Alzheimer, dependência do álcool e AVC estão no "top 4" das
doenças mais incapacitantes (Foto: Nacho Doce/Reuters)
Segundo um estudo recente, há quase 165 milhões de pessoas na Europa
a sofrer com problemas de saúde mental, tais como depressão,
ansiedade, insónias ou demências. As mulheres estão cada vez mais
deprimidas.

"As doenças mentais tornaram-se o maior desafio de saúde europeu",
refere Hans Ulrich Wittchen, director do instituto de psicologia
clínica e psicoterapia na universidade alemã de Dresden e principal
autor do estudo divulgado esta semana. Os números representam mais de
um terço (38 por cento) da população europeia e revelam ainda que
apenas um terço dos casos de desordens mentais estão a ser tratados
com terapia e medicação transformando as doenças mentais num pesado
fardo económico e social.

O investigador principal alerta que os poucos doentes que estão a
receber tratamento fazem-no já tarde e, por vezes, não beneficiam das
terapias adequadas. O estudo decorreu ao longo de três anos,
abrangendo 30 países europeus (os 27 estados membros da União Europeia
e ainda a Suíça, Islândia e Noruega) e uma população de 514 milhões de
pessoas. A equipa liderada por Wittchen avaliou a presença de mais de
100 doenças mentais, entre as quais a depressão, a dependência,
esquizofrenia e ainda procurou casos de desordens neurológicas como
epilepsia, Doença de Parkinson ou esclerose múltipla.

O estudo de Wittchen antecipa as piores expectativas da Organização
Mundial de Saúde e conclui que as doenças do cérebro, mentais ou
neurológicas são já as que mais contribuem para o peso das doenças na
Europa. No "top 4" das doenças mais incapacitantes surge a depressão,
demências como a Doença de Alzheimer, a dependência do álcool e os
acidentes vasculares cerebrais (AVC). Na lista das doenças mais
presentes na população europeia as desordens relacionadas com a
ansiedade obtêm uma fatia de 14 por cento, seguidas da insónia com 7
por cento e da depressão com 6,9 por cento. As desordens relacionadas
com hiperactividade de défice de atenção afectam 5 por cento da
população mais jovem e as demências envolvem um por cento dos cidadãos
entre os 60 e 65 anos e 30 por cento das pessoas com mais de 85 anos.

O último estudo em grande escala sobre saúde mental foi publicado em
2005, abrangendo apenas 301 milhões de pessoas, concluiu que 27 por
cento da população adulta europeia sofria de doenças mentais. Apesar
das diferenças metodológicas dos estudos que impossibilitam as
comparações, o estudo anterior ao de Wittchen referia que o custo
dessa má saúde mental para a economia europeia ascendia a 386 mil
milhões de euros por ano. A equipa de investigação de Wittchen ainda
não fez essas contas mas estima que o preço a pagar hoje é
"consideravelmente superior" ao de 2005.

Os investigadores referem que, para reparar os danos económicos e não
só, é prioritário detectar os problemas mais cedo e actuar mais cedo.
"As desordens mentais manifestam-se cedo na vida e têm um forte
impacto negativo mais tarde", avisa Wittchen, insistindo que apenas um
em cada três pessoas com problemas recebe algum tipo de tratamento e
notando que 90 por cento das desordens associadas à ansiedade
manifestam-se antes dos 18 anos.

O estudo, publicado pelo Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia,
nota ainda que as taxas globais de depressão nas mulheres duplicaram
desde 1970 (grande salto aconteceu nas décadas de 80 e 90, coincidindo
com a mudança de padrões sociais e estabilizou nos últimos anos).
Ainda assim, no caso da depressão, as taxas são 2,6 vezes superiores
nas mulheres em comparação com os homens. Os especialistas detectaram
mesmo alguns "momentos-chave" em que esta doença se manifesta mais
como, por exemplo, os anos férteis, entre os 16 e os 42 anos de idade
e, mais concretamente ainda, nos períodos após ter um filho, quando
têm de lidar com a dupla responsabilidade profissional e familiar.

Porém, num relatório recentemente divulgado pela Comissão Europeia
sobre a saúde dos homens europeus os especialistas alertavam para um
preocupante sub-diagnóstico da depressão e outros distúrbios mentais
nos homens, argumentando que estes mais dificilmente pedem ajuda.

quinta-feira, setembro 01, 2011

# Perder a vida

Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder sua vida
por minha causa, há-de encontrá-la" (Mt 16, 25; Mc 8, 35; Lc 9, 24;
cf. Jo 12, 25). Esta frase marca a história.A primeira parte repugna a
todas as fibras do nosso ser; apesar disso, é manifesta a cada passo.
Todos nos esforçamos por ganhar a nossa vida, no amor, profissão,
arte, ciência ou prazer. E todos constatamos a cada momento a
incapacidade de o fazer. Mantemos o mito de que um dia seja possível,
apesar da evidência permanente da vacuidade. Isto é ainda mais patente
naqueles que parecem ter salvo a sua vida. Milionários, campeões,
governantes, estrelas de cinema, profissionais bem sucedidos são
considerados por todos como tendo atingido a felicidade. São eles quem
mais sofre a dupla maldição do sucesso.Ter êxito na vida traz dois
problemas graves. Primeiro, o sucesso é caro, raro e nunca perfeito.
São muitos os que se esforçam e poucos os que conseguem o que
pretendem; e mesmo esses nunca o realizam totalmente. Vemos aquilo que
obtiveram, não o que perderam e o que queriam sem conseguir. Os ricos
são sempre insatisfeitos.A segunda maldição é pior. Os que chegam
exactamente onde sonharam, enfrentam então a desilusão do sonho.
Porque aquilo que brilha tanto à distância rapidamente fenece ao
perto. Ao sucesso segue-se sempre o tédio, que alguns iludem na ânsia
viciante de novas campanhas. Esses vivem numa ilusão de vitórias até à
morte. Quem quiser ganhar a vida, perde-a mesmo.Como se pode viver
sabendo isto? Salvar a vida é a questão central de toda a existência,
aquilo que preside a cada passo do nosso quotidiano. Todos queremos
sempre ganhar a vida. Os outros animais têm o instinto da
auto-preservação; o ser humano, além disso, sente uma ânsia de mais e
melhor. Busca incessantemente algo que o ultrapassa. Constatar o
falhanço dessa tensão vital não a nega. Além de sobreviver, nós
procuramos um desígnio, um propósito, uma finalidade.Nesta questão
decisiva existem apenas duas alternativas razoáveis. Ou a realidade
não tem sentido, como dizem o budismo e as filosofias pessimistas, ou
então Aquele que fez as coisas também lhes deu um propósito. Criou-as
com um desígnio. Se esta segunda hipótese, a única aberta e positiva,
é verdadeira, então procurar a sentido da realidade e entregar-nos a
ele tem de ser a única forma real de ganhar a vida.Todas as filosofias
e religiões pretendem isso. Mas na história apenas um homem disse com
credibilidade ser Deus. Apenas uma pessoa assumiu ser pessoalmente a
resposta à questão vital: "quem perder sua vida por minha causa, há-de
encontrá-la". Os discípulos de Cristo, aqueles que Lhe entregaram a
vida, saíram de um cantinho miserável do Império Romano para o
revolucionar. Desde então, têm influenciado decisivamente toda a
história de todas as épocas e povos. Hoje representam um terço da
humanidade, o maior dos grupos que busca salvar a vida.Mas a eficácia
da resposta não se mede em termos históricos ou estatísticos. Eu tenho
essa pergunta hoje, aqui e agora. A resposta só é válida se me salvar.
Preciso insistentemente de saber como ganhar a minha vida. Aqui e
agora.Os santos, os que estão nos altares e os que vivem próximo,
testemunham a profunda alegria de perder assim a vida. Viver cada dia
de olhos no Céu, entregue ao Senhor do universo. Deixar os sonhos e
projectos pessoais e procurar o Bem. Não fazer o bem, mas buscá-lO,
encontrá-lO e deixar que Ele actue por nós. Viver aceitando tudo
aquilo que acontece como vindo do Bem e para o Bem. Aceitar o mal que
sofremos como aceitamos a vida e o mundo: como caminho para o Bem.
Basear a felicidade, não nos acontecimentos, mas na confiança. Na
fé.Não é fácil viver assim. Não é fácil perder a vida para a ganhar,
porque a cada momento ressurge a tentação de ganhar a vida por si
mesmo. Vivendo a vida, repugna perdê-la. Esta entrega tem de ser
renovada a cada instante. Aquela vida que perdemos hoje de manhã tem
de ser perdida outra vez agora. Por causa d'Ele. Até a salvar de vez.
JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN 2011-08-15
http://o-povo.blogspot.com/2011/08/perder-vida.html