/* Commented Backslash Hack hides rule from IE5-Mac \*/

PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

quinta-feira, setembro 28, 2006

# Unicef: morrem 1,5 milhões de crianças por ano por consumo de água insalubre

Unicef divulga estudo «Progressos para as Crianças: Um relatório sobre Água e Saneamento»
Morrem 1,5 milhões de crianças por ano
http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=b6d767d2f8ed5d21a44b0e5886680cb9&subsec=&id=bb6a83ef05bde1f668781f561f279ca1

Mais de 1,2 mil milhões de pessoas passaram a ter acesso a água potável desde 1990, mas o consumo de água insalubre ainda contribui para a morte de 1,5 milhões de crianças todos os anos. A denúncia da Unicef resulta dos resultados de um estudo divulgado ontem.
?Os progressos alcançados até à data no aumento do número de pessoas com acesso a água potável têm sido impressionante?, afirmou Ann Veneman, directora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância. Os dados do estudo «Progressos para as Crianças: Um relatório sobre Água e Saneamento» assinalam os progressos relativamente ao Objectivo de Desenvolvimento do Milénio n.º 7.
Entre 1990 e 2004, a cobertura global do abastecimento de água potável aumentou de 78 para 83 por cento e a cobertura global do saneamento subiu de 49 para 59 por cento.
No entanto, segundo Ann Veneman, ?estima-se que 425 milhões de crianças menores de 18 anos continuem a não ter acesso a um abastecimento de água melhorado e mais de 980 milhões não têm acesso a um saneamento adequado?.
?A água limpa e o saneamento são pré-requisitos cruciais para uma nutrição melhorada, a redução da mortalidade infantil e materna e o combate às doenças?, salientou.

--------------------

Afectada?
Escolarização
O relatório da Unicef assinala que ?as doenças relacionadas com a água e o saneamento podem afectar a escolarização das crianças?. ?As raparigas, em particular, podem ser demovidas de frequentar a escola pela necessidade de ir buscar água para as suas famílias?.

quarta-feira, setembro 27, 2006

# Autocensura...

Angela Merkel criticou a decisão
Opera de Berlim suspende obra de Mozart por receio de represálias
27.09.2006 - 15h50 PUBLICO.PT

A Ópera de Berlim suspendeu a representação da ópera de Mozart "Idomeneo" depois de o Gabinete Federal de Investigação Criminal do país ter advertido para o perigo de ataques devido ao conteúdo da obra, que propõe um mundo sem divindades. A chanceler Angela Merkel já criticou a decisão.

O tema da ópera de Mozart é o levantamento dos homens contra Deus e uma tomada de posição face às religiões. No epílogo da encenação que estava para ir à cena, Idomeneo, rei de Creta, entra no palco com um saco que contém as cabeças de Buda, Poseidon, Jesus e Maomé. De seguida, exibe-as ao público, colocando-as de forma vitoriosa sobre cadeiras.

"Temos de ter o cuidado de não nos deixarmos intimidar pelo medo e pela violência radical. A autocensura devido ao medo não é tolerável", disse Merkel em declarações ao diário alemão "Neue Presse", citadas pela edição online do El Pais.

Para a chanceler alemã, "a autolimitação só é verdadeiramente aceitável quando se trata de uma decisão responsável dentro de um verdadeiro diálogo entre as culturas, que seja completamente pacífico".

A directora-geral da Ópera de Berlim, Kirsten Harms, disse que em meados de Agosto recebeu um telefonema do ministro do Interior do governo regional berlinense, Ekhart Koertin, que a informou de uma chamada anónima com ameaças.

A suspensão da obra e a reacção da chefe do Governo alemão surgem num momento em que o país organiza, em Berlim, a primeira Conferência do Islão. Para o evento, que começa hoje, o Governo federal convidou as diferentes organizações muçulmanas do país.

# EUA divulgam relatório que associa guerra no Iraque ao aumento do terrorismo

Documento citado pelo The New York Times
EUA divulgam relatório que associa guerra no Iraque ao aumento do terrorismo
27.09.2006 - 11h48 AFP, PUBLICO.PT

A Administração dos Estados Unidos desclassificou hoje quatro páginas de um relatório confidencial dos serviços secretos, que tinha sido avançado pelo "The New York Times", onde se pode ler que a ofensiva no Iraque criou ressentimentos entre muçulmanos e alimentou o recrutamento de novos terroristas em todo o mundo.

O último relatório sobre as "Estimativas de Informação Nacional", parcialmente divulgado ontem pelo jornal "The New York Times", aponta para o aumento da ameaça terrorista contra os Estados Unidos por causa da guerra no Iraque.

O documento, intitulado "Tendências do terrorismo mundial: implicações para os Estados Unidos", é fruto das análises das 16 agências de informação e serviços secretos da Administração norte-americana.

Furioso com a fuga de informação, o Presidente George W. Bush desmentiu o teor da notícia do jornal norte-americano, sublinhando que o texto citado apenas "criava confusão para o povo americano" e que a desclassificação do relatório permitiria à opinião pública "tirar as suas próprias conclusões" relativamente às opiniões das agências de serviços secretos.

Hoje, entre os excertos tornados públicos pelo director nacional de Informação norte-americano, John Negroponte, lê-se: "O conflito iraquiano tornou-se uma 'causa célebre' para os jihadistas, alimentando um profundo ressentimento contra a presença americana no mundo muçulmano e suscitando simpatizantes para o movimento jihadista a nível mundial".

"A jihad no Iraque cultiva uma nova geração de dirigentes e agentes terroristas" e a rede terrorista Al-Qaeda "explora a situação no Iraque para atrair novos recrutas e doadores" lê-se no mesmo relatório.

Da leitura das quatro páginas desclassificadas retira-se também a ideia de que parece ser necessário manter a presença militar norte-americana no Iraque: "Se os jihadistas que saem do Iraque sentirem que fracassaram, acreditamos que menos combatentes serão encorajados a prosseguir o combate".

As considerações dos documentos passam também pela ideia de que o Irão e a Síria são os Estados mais activos no patrocínio do terrorismo, mas que muitos outros países serão incapazes de evitar que os seus recursos sejam explorados por terroristas.

Sentimento anti-americano está a crescer

Os peritos afirmam também que o sentimento anti-americano é um facto e está a crescer, bem como a antipatia pela guerra no Iraque. A lentidão das reformas democráticas na região é outro factor que contribui para o aumento do extremismo no mundo muçulmano, de acordo com o documento. Para além disso, vários grupos vão usar cada vez mais a Internet para comunicar, treinar, recrutar e obter apoio para as suas acções.

A notícia do "The New York Times", publicada ontem, gerou uma intensa troca de acusações entre a Administração e o Partido Republicano e os democratas, a menos de seis semanas das eleições intercalares para a recomposição da Câmara de Representantes e de metade do Senado. Baseados nas asserções do documento, os democratas acusaram a Administração de estar "distraída" com a guerra no Iraque e de estar a comprometer o combate ao terrorismo e a protecção da segurança nacional.

A oposição criticou hoje a desclassificação parcial do relatório e defendeu a sua publicação numa versão mais alargada, embora "preservando a segurança".

terça-feira, setembro 19, 2006

# I know what i'm here for

What a life, a trick of light
Then everything returns to the sea
You can have whatever you want
But are you disciplined enough to be free?

Turning love into a chore
Promises come cheap, dear reader
Another page, another door
Follow, follow me

I know what I'm here for
Hanging on through late December
I know what I'm here for
Follow, follow me
Follow me

Moving on, I don't belong
My life turned into a mall
Every line is in the song
Follow me out of the fall

What an actor, what a show
Just going through some holy motions
The band is sharp, but the singer's slow
Everything must go

I know what I'm here for
Hanging on through late December
I know what I'm here for
Follow, follow me
Follow me

Follow me (x8)

Souvenirs, polygraph tests
Photographs fresh from the wreck
What a poster saint he'll make
In one take, one take

I know what I'm here for
Hanging on through late December
I know what I'm here for
Follow, follow me
Follow me

James

quinta-feira, setembro 14, 2006

# In evolution, Americans are big non-believers

Sun, 13 Aug 2006 18:27:48 -0700
http://ryz.gnn.tv/headlines/10494/In_evolution_Americans_are_big_non_believers

Summary:
Jon Miller, the professor who authored the study, said religious fundamentalism in the United States has fueled skepticism in evolution.

?When you compare the U.S. to Europe, it?s clear we?re way out in right field by ourselves,? said Mr. Miller. ? There is a different protestant movement in this country, one that often rejects science. It?s different than that of Europe and certainly of Canada.?

By Scott Roberts
Republished from Globe And Mail
Results of the study are concerning and paint a grim portrait of American science education
It?s a statistic that would have Charles Darwin turning in his grave ? more than one third of Americans don?t believe in evolution, according to a new study.

After tabulating surveys that covered 34 countries, researchers at the University of Michigan have found that U.S. citizens are much less likely to accept Darwinism than Europeans and the Japanese.

The study, published in Friday?s issue of the journal Science, found that in countries like Iceland, Sweden, Denmark and France, at least 80 per cent of adult believe that humans evolved from other species. In Japan, 78 per cent of adults believe in evolution.

But in the U.S. only 40 per cent of adults believe whole-heartedly in evolution, while 39 per cent called it ?absolutely false? in the 2005 survey, which questioned 1,484 Americans and more than 33,000 people worldwide.

The study?s authors say that after decades of debate it seems the American public is more confused than ever on the issue of evolution. Over the past 20 years, the number of Americans unsure about their stand on evolution has tripled from 7 per cent in 1985 to 21 per cent in 2005.

# Berço afegão ou outro berço...

O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para as Mulheres indica que a esperança média de vida de uma mulher afegã é de menos 20 anos do que a de uma mulher que viva noutros locais do mundo. A taxa de mortalidade de mães e bebés na altura do parto continua a ser muito elevada.
Fonte: publico.pt

segunda-feira, setembro 11, 2006

# Working conditions in China

MORE THAN 1,000 WORKERS RIOT AT FACTORY PRODUCING TOYS FOR MCDONALD'S,
US-based labour rights group reports

http://www.china-labour.org.hk 


Over 1,000 workers rioted over poor working conditions at a factory in
Guangdong province which produces toys for McDonald's and other firms,
according to a New York-based labour rights group.

The incident began on 22 July when workers at the Hengli Factory in Dongguan
City protested over meagre wages, the lack of public holidays and poor
living conditions, the China Labor Watch (CLW) said. The protest began in
the workers' dormitories and evolved into a riot that stretched into Sunday,
with more than 1,000 workers joining in.

It took more than 100 regular local policemen and those from the riot squads
as well as factory guards to control the situation. Many people were injured
and dozens of workers were arrested, according to CLW.

An official at the Hong Kong-based Merton Co Ltd, which owns the factory,
said there had been an incident but refused to comment on the specific
allegations. "It's not convenient for us to reveal any information," said
Yammie Chiu, a secretary at the company. "This type of incident has never
happened before."

According to CLW's investigation, employees at the factory typically work 11
hours a day, six days a week, and rack up to 70 hours of overtime a month.
This violates China's labour law, which stipulates that the normal working
week is 40 hours - and anything in excess of that is overtime - and 35 hours
of overtime a month.

The factory deducts salary if workers refuse to work overtime and does not
pay workers for taking national holidays, vacation days or sick leave,
according to the group. Overtime is not paid at the rate of 1.5 times the
regular rate as required by the law, it said. There is no base salary for
workers, who are paid on a piece rate basis. Salaries range between 600 and
800 yuan (US$75 and US$100) per month. Workers told CLW that they must pay
250 yuan (31,25US$) for food and accommodation each month, and complained that the
factory's meals were poor. Merton also failed to provide workers with
adequate medical insurance or pensions.

Sources: China Labor Watch, Agence France-Presse (27 July 2006), Forbes.com
(27 July 2006), XFN-ASIA (27 July 2006)

sexta-feira, setembro 08, 2006

# Mulher em estado vegetativo responde a perguntas através da actividade cerebral

Estudo publicado amanhã na revista ?Science?
07.09.2006 - 19h09 Clara Barata PÚBLICO
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1269520&idCanal=35


O que se passa no cérebro das pessoas num estado vegetativo persistente? Será que conseguem sentir a presença dos familiares e amigos, será que percebem o que se passa à sua volta, embora pareçam ausentes? Esta dúvida faz sofrer muitas pessoas, e está na base de obras de ficção comoventes, como o filme ?Fala com Ela?, de Pedro Almodóvar. Cientistas britânicos e belgas tentaram perceber o que se passava no cérebro de uma mulher de 23 anos que estava num estado vegetativo há cinco meses, e tiveram uma grande surpresa: quando lhe pediram para imaginar que jogava ténis, activaram-se as mesmas áreas do cérebro usadas por voluntários saudáveis para imaginar o mesmo.

?O estado vegetativo é uma das condições menos compreendidas e eticamente mais complicadas da medicina moderna?, escreve a equipa de Adrian Owen, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, num artigo publicado amanhã na revista ?Science?.

?Este termo descreve uma desordem que afecta os pacientes que saem de coma: parecem acordados, mas sem captarem o que os rodeia.? No entanto, estudos que usaram técnicas que permitem observar o cérebro em funcionamento mostraram que podem existir ?ilhas de função cerebral preservadas numa pequena percentagem de doentes?, escrevem os autores, para explicar por que tentaram esta experiência.

?Apesar de o diagnóstico depender de não existirem provas de comportamentos propositados para responder a estímulos externos?, a equipa tentou medir as eventuais respostas da doente ? que preenchia todos os critérios para se considerar que estava num estado vegetativo, apesar de ter preservados os ciclos de sono e vigília ?, interpelando-a directamente. Para isso, os cientistas usaram um exame denominado ressonância magnética funcional, através do qual se pode ver quais as áreas do cérebro activadas para responder a uma determinada situação, medindo alterações nos níveis de circulação sanguínea.

?Este café tinha leite e açúcar?

Primeiro, mediram-se as respostas neuronais da paciente a frases simples, como ?este café tinha leite e açúcar.? Depois, viram como reagia a barulhos sem sentido e frases em que se usavam palavras homófonas, em que era preciso distinguir o significado das palavras para compreender o que tinha sido dito. Os padrões de actividade cerebral da paciente foram comparados com o que se passava no cérebro de pessoas saudáveis expostas aos mesmos estímulos e surgiu a primeira surpresa: ?Foi observada actividade relacionada com o processamento da fala (...) equivalente à dos voluntários saudáveis.?

Mas, apesar de impressionantes, estes resultados não permitiam tirar conclusões inequívocas: ?Muitos estudos de aprendizagem implícita, bem como durante a anestesia e o sono, demonstraram que algumas funções cognitivas, como a percepção da fala e o processamento semântico, podem continuar na ausência de consciência.? Por isso, os cientistas fizeram uma segunda experiência.

Desta feita, pediram à paciente que imaginasse que estava a jogar ténis, e a passar por todas as divisões da sua casa, começando pela porta da frente. Mais uma vez, os seus padrões de actividade cerebral assemelharam-se aos dos voluntários saudáveis, e mantiveram-se durante cerca de 30 segundos.

?Estes resultados confirmam que, apesar de preencher os critérios clínicos para o diagnóstico de estado vegetativo, esta paciente retém a capacidade de compreender comandos falados e responder-lhes, através da actividade cerebral, se bem que não através da fala ou de movimentos?, escrevem os cientistas. Além disso, o facto de ela ter decidido colaborar com os cientistas mostra ?um acto claramente intencional, o que confirma para além de qualquer dúvida que ela estava consciente de si própria e do que a rodeava.?

Convém, no entanto, não tirar grandes conclusões deste estudo. Generalizar a partir de um só caso é demasiado, sublinha o especialista em imagens neurológicas Lionel Nacchache, num comentário publicado na ?Science?. Mas, pelo menos, sugere um método para tentar descobrir quais os pacientes que, apesar de parecerem não comunicativos, podem ter capacidades cognitivas residuais ? e dar-lhes meios para ?comunicarem os seus pensamentos, modulando a sua actividade neuronal?, escreve a equipa de Owen.



Ela está consciente?

Há uma pergunta que fica a ressoar: esta mulher está consciente? Lionel Nacchache, do Instituto Nacional da Saúde e da Investigação em Medicina (INSERM) francês procura responder, num comentário na ?Science?. Mas a resposta não é simples. ?Será possível determinar se uma pessoa está consciente baseando-se na análise dos padrões de actividade cerebral, em resposta a perguntas??
A capacidade de relatar os seus próprios estados mentais é a prova determinante da consciência. Mas, quando isso não é possível, há alternativas, analisando outros atributos da consciência, diz Nacchache: manutenção activa das representações mentais, processamento estratégico e comportamento intencional.
O facto de a paciente ter colaborado na experiência e manter os padrões de activação neuronal por 30 segundos (quando lhe pediram para imaginar-se a jogar ténis) são factores que jogam a favor de a dar como consciente ? embora não permitam desfazer as dúvidas. C.B.

segunda-feira, setembro 04, 2006

# Get a life...

Star Trek' e a religião sem fé
                                                                                                                                
Dia 8 celebra-se o 40.º aniversário da estreia da série de ficção científica Star Trek. As aventuras do capitão Kirk e Mr Spock merecem referência, não tanto pelo êxito televisivo, mas pela criação de um novo tipo de fãs, um curioso fenómeno do nosso tempo.

Todos os críticos, até os seus criadores, concordam que as primeiras viagens da nave Enterprise foram medíocres, sobrevivendo penosamente só três épocas (1966-69) na NBC. Apesar disso, geraram mais cinco séries (Startrek Animated 1973-74; The Next Generation 1987-94; Deep Space Nine 1993-99; Voyager 1995-2001 e Enterprise 2001-05) e dez filmes (Startrek: The Motion Picture 1979; The Wrath of Khan 1982; The Search for Spock 1984; The Voyage Home 1986; The Final Frontier 1989; The Undiscovered Country 1991; Generations 1994; First Contact 1996; Insurrection 1998 e Nemesis 2002).

Mais importante foi o fenómeno dos trekkies ou trekkers, fanáticos amantes da série que guiam a sua vida por esse mundo de ficção e se reúnem nas Star Trek conventions. Começando modestamente a 21-23 de Janeiro de 1972 no Hotel Statler Hilton de Nova Iorque, estes encontros tornaram-se um fenómeno mundial. Todos os fins-de-semana há um em algum ponto do planeta onde os fãs, mascarados de extraterrestres ou com uniforme estelar, discutem infindavelmente os detalhes dos episódios. O mercado de artigos da série valia há sete anos o equivalente a 50 mil milhões de dólares, metade do PIB português de então. Esta realidade já mereceu um filme (Trekkies, de Roger Nygard, 1997) e é o tema do livro do principal actor (Get a Life!, de William Shatner, Pocket Books, 1999).

Erigir um mundo de ficção como orientação para a vida, que muitos consideram alienação ou manipulação de massas, está longe de ser exclusivo do Star Trek. Outros filmes, jogos, bandas e sites, por isso chamados "de culto", geram a mesma realidade. Com a Internet a coisa explodiu. Shat-ner/Kirk fez uma excelente análise do fenómeno a 20 de Dezembro de 1986, como convidado do programa cómico Saturday Night Live. Numa paródia às referidas convenções, assediado pelas perguntas tolas da multidão de admiradores, o actor perdeu a paciência e gritou: "ARRANJEM UMA VIDA! Isto é só um programa de TV! Olhem para vocês! (...) Há um mundo inteiro lá fora! Quando tinha a vossa idade eu não via televisão! Eu VIVIA! (...) CRESÇAM, raios! É só um programa de TV!". Este sketch e o grito get a life!, uma espécie de "o rei vai nu", tornaram-se famosos.

O que está em causa é mesmo arranjar uma vida. O ser humano tem naturalmente a necessidade de entregar a sua existência a um ideal. A vida é para ser dada. Esta ânsia humana por algo maior que si próprio é tão natural como ter fome ou frio. Somos um ser insatisfeito, imperfeito, que busca sempre a felicidade e a regra do bem e do mal. Para a esmagadora maioria, há milénios que esse desejo se realiza na religião. A procura do sentido último supõe uma resposta. A perplexidade da humanidade supõe a existência da divindade.

No Ocidente, porém, os intelectuais recentes pretenderam alterar o problema. O deísmo iluminista considerou supersticiosos todos os cultos e o ateísmo positivista recusou o absoluto e o transcendente. Deste modo, a cultura moderna trata a busca da felicidade fechando-a num mundo exclusivamente humano. O homem continua a entregar a sua vida, mas a deuses terrenos. Liberdade, justiça, humanidade, raça, classe, ciência, progresso, natureza, prazer foram as propostas de filosofias, partidos e movimentos para substituir as religiões.

Os trekkers dão apenas mais um passo nesta fuga de Deus. Em vez de entregarem a vida a um princípio abstracto ou um propósito pragmático, dedicam-se ao que sabem ser mentira, um mundo de ficção em que realmente não acreditam. Depois de uma religião sem culto e uma fé sem deus, chega a religião sem fé.

A cultura materialista quis transferir a religião do transcendente para o banal; os fãs passam-na do banal para o irreal. Os pensadores recentes levam-nos para um mundo material, onde o espírito humano é supremo; a TV de culto quer que cada um seja deus do universo que inventa, mesmo que não exista. As filosofias modernas afirmam que a vida pode ser feliz sem o Deus da justiça e misericórdia; os trekkies julgam ser felizes numa vida que não existe. Se alguns recusam o Juízo Final, porque não rejeitar a realidade original? Se Deus não é, porque é que alguma coisa há--de ser?

João César das Neves DN0600904

sexta-feira, setembro 01, 2006

# Evolution Less Accepted in U.S. Than Other Western Countries

Evolution Less Accepted in U.S. Than Other Western Countries, Study Finds
James Owen for National Geographic News
http://news.nationalgeographic.com/news/2006/08/060810-evolution_2.html

August 10, 2006
People in the United States are much less likely to accept Darwin's idea that humans and apes share a common ancestor than adults in other Western nations, a number of surveys show.

A new study of those surveys suggests that the main reason for this lies in a unique confluence of religion, politics, and the public understanding of biological science in the United States.

Researchers compared the results of past surveys of attitudes toward evolution taken in the U.S. since 1985 and similar surveys in Japan and 32 European countries.

In the U.S., only 14 percent of adults thought that evolution was "definitely true," while about a third firmly rejected the idea.

In European countries, including Denmark, Sweden, and France, more than 80 percent of adults surveyed said they accepted the concept of evolution.

The proportion of western European adults who believed the theory "absolutely false" ranged from 7 percent in Great Britain to 15 percent in the Netherlands.

The only country included in the study where adults were more likely than Americans to reject evolution was Turkey.

The investigation also showed that the percentage of U.S. adults who are uncertain about evolution has risen from 7 percent to 21 percent in the past 20 years.

Researchers from the U.S. and Japan analyzed additional information from these surveys in an attempt to identify factors that might help explain why Americans are more skeptical about evolution.

Led by Jon D. Miller, a political scientist at Michigan State University, the team reports its findings in tomorrow's issue of the journal Science.

American Culture and Evolution

The team ran a complex analysis of the statistics, testing for a causal link between aspects of U.S. culture and Americans' attitudes toward evolution.

The study identified three key influences on Americans.

First, the researchers found that the effect of fundamentalist religious belief on opinions of evolution was almost twice as much in the U.S. as in Europe.

Miller says the U.S. has a tradition of Protestant fundamentalism not found in Europe that takes the Bible literally and sees the Book of Genesis as an accurate account of the creation of human life.

After European Protestants broke off from the Roman Catholic Church in the 16th century, they retained a hierarchy that remained part of the university system, Miller says.

"In the United States, partly because of our frontier history, most of the Protestant churches are congregational?they don't belong to any hierarchy," he added.

"They're free to choose their own ministers and espouse their own beliefs."

That freedom also included the creation of their own Bible colleges for training ministers, Miller says.

"If you send them to a Bible college that teaches only the Bible, they'll come back preaching only the Bible," he added.

"There are very few European counterparts to that."

European Attitudes

Second, the researchers tested whether an American's political views influenced his or her view of evolution theory.

The team found that individuals with anti-abortion, pro-life views associated with the conservative wing of the Republican Party were significantly more likely to reject evolution than people with pro-choice views.

The team adds that in Europe having pro-life or right-wing political views had little correlation with a person's attitude toward evolution.

The researchers say this reflects the politicization of the evolution issue in the U.S. "in a manner never seen in Europe or Japan."

"In the second half of the 20th century, the conservative wing of the Republican Party has adopted creationism as part of a platform designed to consolidate their support in Southern and Midwestern states," the study authors write.

Miller says that when Ronald Reagan was running for President of the U.S., for example, he gave speeches in these states where he would slip in the sentence, "I have no chimpanzees in my family," poking fun at the idea that apes could be the ancestors of humans.

When such a view comes from the U.S. President or other prominent political figures, Miller says, it "lends a degree of legitimacy to the dispute."

A Natural Selection?

Third, the study found that adults with some understanding of genetics are more likely to have a positive attitude toward evolution.

But, the authors say, studies in the U.S. suggest substantial numbers of American adults are confused about some core ideas related to 20th- and 21st-century biology.

The researchers cite a 2005 study finding that 78 percent of adults agreed that plants and animals had evolved from other organisms. In the same study, 62 percent also believed that God created humans without any evolutionary development.

Fewer than half of American adults can provide a minimal definition of DNA, the authors add.