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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

quarta-feira, novembro 26, 2014

# Trabalhar 110 anos para ganhar como um CEO português

http://observador.pt/especiais/quer-ganhar-tanto-como-o-seu-chefe-trabalhe-110-anos/

Os colaboradores da Sonae e da Jerónimo Martins têm de trabalhar mais
de um século para conseguirem um rendimento igual ao que os seus
presidentes executivos levaram para casa em 2013.

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sexta-feira, novembro 21, 2014

# Costa Rica é muito mais feliz que a Suiça...

http://www.dailymail.co.uk/health/article-2842403/Revealed-happiest-countries-world-contented-life-head-Costa-Rica-Vietnam-Norway-UK-fares-better-Spain-Australia.html?ito=social-twitter_mailonline#v-3893881734001

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segunda-feira, novembro 17, 2014

# Há 35,8 milhões de escravos em todo o mundo

JOANA GORJÃO HENRIQUES
17/11/2014 - 14:05
http://www.publico.pt/mundo/noticia/escravos-em-todo-o-mundo-sao-358-milhoes-1676528?page=-1

Com as mesmas estimativas de 2013, Portugal ocupa o décimo lugar entre
167 dos países com menor índice de escravatura, e é o 11º entre os
europeus. O Brasil é um dos países elogiados pelo combate ao trabalho
forçado e escravo no Índice Global da Escravatura 2014.

29,8 milhões, o número da vergonha da escravatura no século XXI

Depois de no ano passado ter estimado a existência de 29 milhões de
escravos modernos em todo o mundo, o Índice Global da Escravatura 2014
apresentou esta segunda-feira novas estatísticas: são 35, 8 milhões.

Os novos números representam uma subida de 20% em relação ao primeiro
relatório de sempre sobre a escravatura, divulgado em 2013, mas não
indicam, porém, uma subida do número de escravos, sublinha a Walk Free
Foundation, uma instituição que luta pela erradicação da escravatura,
e autora do relatório. Esta "subida" deve-se a uma melhoria na
precisão e no rigor da metodologia usada e no facto de estarem agora a
ser revelados casos de escravatura moderna em locais onde estava
escondida. O índice de 2014 inclui mais cinco países do que o
anterior: Taiwan, Sudão do Sul, Coreia do Norte, Kosovo e Chipre.

O termo escravatura moderna é usado de diferentes maneiras em
diferentes países, e é inclusivamente alvo de debates. Para o
relatório, escravatura moderna implica o controlo ou posse de uma
pessoa, retirando-lhe a sua liberdade individual, com intenção de a
explorar. Inclui tráfico de pessoas e trabalho forçado.

Com os mesmos dados do ano passado, 1400 escravos, Portugal ocupa o
décimo lugar entre 167 dos países com menor índice de escravatura, e é
o 11º da Europa. Cinco países - Índia, China, Paquistão, Uzbequistão
e Rússia - concentram 61% do total de escravos estimados. O pior país
em termos de prevalência da escravatura é, como em 2013, a Mauritânia,
com 4% da população em situação de escravatura, mas em termos
absolutos é a Índia que bate os recordes com 14,3 milhões estimados. O
Uzbequistão vem a seguir à Mauritânia, algo que se deve a uma
imposição de trabalho forçado do próprio governo na apanha de algodão,
e que está documentado por várias organizações, dizem no relatório.

O Qatar foi um dos países que "subiu" no ranking entrando no top ten
dos países com maiores índices de escravatura: tem agora 1,4% da
população em situação de escravatura (e os autores acham que esta é
uma estimativa conservadora). A presença no top ten do Paquistão,
República Democrática do Congo, Sudão, Síria e República Centro
Africana é um reflexo do impacto da guerra na escravatura moderna,
interpreta a Walk Free.

Já em relação à Mauritânia, a escravatura é algo difícil de erradicar
porque está integrada na sociedade e é perpetuada pela tradição, passa
de geração em geração e faz parte do sistema social, escrevem.

Meio milhão na Europa

Apesar de ser a região do globo com o menor índice de escravatura,
1,6%, a Europa continua a ter mais de meio milhão de escravos entre as
suas fronteiras - a maioria é para exploração laboral e sexual.
Islândia, Irlanda e Luxemburgo são os países europeus com menor
incidência de escravatura na Europa, enquanto a Bulgária, República
Checa e Hungria têm os níveis mais altos. A Turquia tem, porém, o
número absoluto mais alto, com mais de 185 mil.

O tráfico de seres humanos para a indústria da cannabis na Irlanda e a
mendicidade forçada em França são alguns dos casos mais recentes.
Cerca de 65% das vítimas de tráfico serão cidadãos da União Europeia,
70% das vítimas identificadas serão para exploração sexual e 19% para
exploração laboral. Continuam a existir situações de servidão
doméstica de cidadãos não-europeus nas casas de pessoal diplomático,
escrevem.

Uma das novidades do Índice deste ano é medir as respostas dos
governos à escravatura e a taxa de vulnerabilidade da população em
cada país relativamente ao problema.
Em relação à resposta governamental, Portugal está em 23º lugar no
ranking dos 167 países e em 17º no dos 37 países europeus. Já no
índice de vulnerabilidade está no 150º e em 24º no europeu (neste
caso, quando mais alta a posição, melhor). Para medir as respostas
governamentais ao problema foram usados cinco factores que devem estar
incluídos na luta contra a erradicação da escravatura, de acordo com a
Walk Free: identificação e apoio a vítimas, mecanismos de justiça
criminal adequados, coordenação e responsabilização do governo
central, combate às atitudes, sistemas sociais e instituições que
facilitam a escravatura, e subcontratação.


O Brasil, que neste índice aparece em melhor posição do que Portugal
ocupando o 14º lugar, é um dos países elogiados pelo relatório como um
dos três que está a fazer um esforço para prevenir o recurso ao
trabalho forçado e escravo nas cadeias de produção, ao lado dos
Estados Unidos e Austrália. Estes países fizeram um compromisso
público de combate à escravatura moderna nas suas cadeias de produção,
como a Austrália, ou tomaram passos decisivos para garantir
transparência como a criação da lista negra de empresas no Brasil em
que são publicados os nomes das empresas que lucraram com trabalho
forçado, escreve a Walk Free.

Quanto à vulnerabilidade da população à escravatura, ela baseia-se em
cinco factores: as políticas de combate à escravatura moderna, as
protecções dadas por direitos humanos, o nível de desenvolvimento
económico e social, o nível de estabilidade estatal e a extensão dos
direitos das mulheres e de níveis de discriminação.

O problema asiático

Tal como no ano passado, este índice de 2014 mostra que quase dois
terços da população escravizada está na região da Ásia-Pacífico.
Trabalho forçado, tráfico para exploração sexual e casamentos forçados
são as formas que a escravatura assume, e em países como a Índia e
Paquistão a população, por vezes famílias inteiras, são escravizadas
através de trabalho escravo na construção, agricultura, produção de
tijolos, etc.

Nesta região, a Índia, Paquistão e Tailândia representam quase 50% do
total da população mundial escravizada e isto "é um reflexo do facto
de muitos dos países no sudeste asiático terem a mão de obra
desqualificada que fornece a cadeia de produção de várias indústrias,
da comida à tecnologia".

"Há a ideia de que a escravatura é uma coisa de uma era passada. Ou
que só existe em países afectados pela guerra ou pela pobreza. Estes
dados mostram que a escravatura moderna existe em todos os países" ,
afirma Andrew Forrest, o fundador da Walk Free, citado no comunicado
de imprensa do relatório.

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# Um autarca comunista e um governo neoliberal

Este é um justo direito de resposta a um pensante de há dias.
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Bernardino Soares
14/11/2014, 22:13
http://observador.pt/opiniao/um-autarca-comunista-e-um-governo-neoliberal/

Connosco em Loures, o município vai ficando melhor; com o PSD e o CDS
no Governo, o país está cada vez pior.

O artigo de Alexandre Homem Cristo, publicado há dias no "Observador",
que estrategicamente intitulou "O comunista neoliberal" tem objetivos
muito claros. Procura convencer-nos de que a política de PSD e CDS é
inevitável, engrossando a estratégia em curso de branqueamento do
Governo.

Alexandre Homem Cristo diz que "perante graves dificuldades
financeiras o executivo municipal tem levado a cabo um exigente
trabalho de contenção orçamental"; tal como o Governo, afirma. Mas as
diferenças são abissais.

Se não vejamos.

Uma parte significativa da nossa dívida a fornecedores e de curto
prazo – é esta que está muito elevada – foi por nós renegociada; são
mais de 8 milhões de euros. O Governo recusou sempre renegociar a
dívida e preferiu cortar nas reformas e nas prestações sociais.

Reduzimos os custos com o fornecimento de serviços externos ao
município e conseguimos que essa poupança seja em 2015 pelo menos da
ordem dos 2,5 milhões de euros; o Governo preferiu cortar os salários
dos trabalhadores da administração pública, em vez de o fazer nas PPP.

Não aumentámos a carga fiscal nem as taxas municipais e vamos mesmo
diminuir ligeiramente o IMI para 2015 e mais um pouco em 2016; o
Governo aplica o "enorme aumento de impostos" sobre trabalhadores e
reformados.

Nos serviços prestados, designadamente abastecimento de água,
saneamento e resíduos não aumentámos as tarifas (nem no valor da
inflação), baixando mesmo algumas outras taxas; aumentámos a
iluminação pública e com isso pagámos mais uma "pipa de massa" à EDP,
penalizada ainda com 23% de IVA, que o Governo não reduz, apesar do
que prometeu à associação de municípios. Já o Governo aumentou tudo o
que podia aumentar: eletricidade, combustíveis, taxas moderadoras,
para além dos já referidos impostos.

Em Loures não só combatemos as privatizações – caso da EGF/Valorsul –
como conseguimos impedir, com uma negociação séria e um acordo com a
Câmara de Odivelas, a entrega a privados do abastecimento de água
naquele concelho, com consequências gravosas para as populações e para
a sustentabilidade dos serviços municipalizados. Já o Governo
privatiza tudo o que serve o apetite dos privados: correios, EDP, REN,
TAP, transportes, etc., etc..

Em Loures investimos este ano 1,5 milhões de euros em equipamentos
escolares, aumentámos o apoio às escolas e às famílias, há mais 4
salas de jardim-de-infância da rede pública, diminuíram as turmas em
regime duplo de 91 para 54, entre outras medidas. O Governo corta
sucessivamente no orçamento da educação e tratou a colocação de
professores e educadores da forma desastrosa que se conhece.

Em Loures precisamos de investimento. Por isso, para além do trabalho
com as empresas, estamos a preparar um empréstimo para investimentos
indispensáveis (e com uma vida útil muito para além do prazo do
empréstimo) no plano das infraestruturas escolares, da reabilitação
urbana, do apoio social ou da rede viária. É uma opção sustentada na
real capacidade financeira da Câmara e com a garantia que acabaremos o
mandato com menos endividamento do que no início. O Governo nem faz
investimento nem diminui a dívida e confunde com investimento privado
a entrega de empresas públicas ao capital, em regra estrangeiro.

Em Loures acordámos o horário semanal das 35 horas com todos os
sindicatos e estamos a melhorar as condições de trabalho o que se vai
refletir na qualidade dos serviços prestados à população. O Governo
tem os funcionários públicos e os direitos dos trabalhadores em geral
como inimigos principais.

Em Loures incentivamos a participação da população; fizemos no
primeiro ano de mandato mais de 50 sessões públicas com evidentes
benefícios para o acerto das opções tomadas. O Governo foge da
participação e do povo e só sai à rua quase em segredo e pela porta
dos fundos.

É preciso também lembrar que as dificuldades do município de Loures
não se devem apenas à gestão do executivo anterior; devem-se também e
muito à política do Governo. Desde 2010 perdemos 13,5 milhões de euros
na participação nas receitas do Estado; o Governo quer retirar-nos
ainda 4,4 milhões de euros com o FAM, mais o que nos cobra em excesso
por diversas vias com destaque para o IVA nos combustíveis, na
eletricidade ou nas refeições escolares.

Alexandre Homem Cristo referiu que no balanço do primeiro ano
afirmámos que a nossa maior conquista foi a recuperação da
credibilidade do município. Ora aí está outra grande diferença; é que
se há coisa que este Governo não tem é credibilidade.

E mais uma para acabar. É que connosco em Loures, o município vai
ficando melhor; com o PSD e o CDS no Governo, o país está cada vez
pior.

Presidente da Câmara de Loures

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quarta-feira, novembro 12, 2014

# Corações ao mar

José Luís Nunes Martins
ionline 2014.11.08

Buscar a interioridade com a mesma determinação dos que vivem nos
mares. São duros. Resistem. Humildes, reconhecem que grandes serão
apenas os mares, as dores e o amor

A vida é dura. As adversidades sucedem-se e só uma vontade persistente
consegue ter paciência para sofrer, e para lutar, sem desistir.
Remando, sempre e em cada dia, contra as decisões, marés e sortes que
nos afastam do que somos.
A experiência constrói-nos. Se, por um lado, vamos aprendendo como
vencer os medos que nos tentam anular, também as feridas destas
guerras vão sendo cada vez mais fundas e dolorosas.
Devemos perseverar tal como os pescadores que a cada noite se lançam
ao mar, deixando o conforto para trás, trocando a certeza da derrota
pela procura de uma vida digna, com rumo, significado e valor. Para
voltar a fazer o mesmo em cada noite seguinte. Os problemas nunca se
vencem todos de uma vez. Há sempre mais um... Tantas vezes, sem sequer
uma breve bonança entre tempestades...
Esta vida é um palco onde se cruzam o heroísmo e a cobardia. Quase
nunca as coisas são o que parecem. Há heróis e há cobardes. E, se há
quem, em busca de elogios e louvores, exiba os seus feitos à multidão,
também há muitos que, na solidão do caminho da esperança, dobram os
cabos do desespero sem que quase ninguém dê conta. Também é verdade
que quase ninguém sequer acreditaria que é possível... males tão
grandes... heróis tão humanos quanto... divinos.
O tempo é dor, mas ele também a consome a atenua. É preciso ter a
coragem de ter paciência... aprender a sofrer sem entregar a
esperança. Nunca cedendo à vontade de largar este mundo e ir para
longe... de si mesmo.
O desafio de uma vida feliz é o de sermos nós próprios, através de uma
esperança profunda que se faz força paciente.
Há quem escolha sentir o peso enorme de um céu negro em cima de si...
e há quem sempre acredite e sinta as estrelas, mesmo quando os seus
olhos não as podem ver, mesmo quando tudo parece apontar para que
tenham sido engolidas pelos buracos negros da nossa angústia.
Devemos estar abertos e atentos ao muito que nos ultrapassa.
Respeitando, sempre, mesmo o que não compreendemos. Buscar a
interioridade com a mesma determinação dos que vivem nos mares. São
duros. Resistem. Humildes, reconhecem que grandes serão apenas os
mares, as dores e o amor.
O possível alarga-se. Há forças que surgem apenas quando se esgotam
todas as outras. Cada homem, na sua vida concreta, tem problemas
sérios que o tentam destruir de forma pessoal e íntima. É aí, longe do
mundo exterior, longe de qualquer possibilidade de mentira, que se
deve acreditar e lutar. Que devemos ser mais fortes que o medo. É aí,
nesse mar que nos embala e sacode, que nos sussurra e nos grita, que
devemos lutar pelo céu. Porque, afinal, a maior tragédia é querer
desistir... é desistir de querer.
A dor talvez seja uma espécie de exame prévio à sinceridade do coração
de cada homem. Não há vidas banais, embora haja vidas cinzentas porque
esvaziadas de esperança, esvaziadas de cor. É sonhando que suporto as
desgraças, que me supero na realidade e teimo em ser feliz mesmo
quando tudo parece desilusão. É lutando que sou força... e é amando
que levo a luz a quem vive sem cor.
A alegria mais profunda é a de quem, apesar dos sofrimentos, das
aparências e das impaciências, ama. Nos mares de lágrimas e por entre
mil tormentas. Acreditando que não há impossíveis nem absurdos!
Os pescadores não se fazem ao mar para si mesmos. Vão por quem amam.
Por aqueles a quem querem todo o bem. Na verdade, sabem que só é nosso
aquilo que damos. Aquilo que formos capazes de entregar, sem esperar
nada em troca. Isso sim, é nosso. É o que somos!

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quinta-feira, novembro 06, 2014

# Acordos fiscais secretos entre Luxemburgo e multinacionais isentou-as em milhares de milhões de euros

6/11/2014, 6:53 Catarina Falcão
http://observador.pt/2014/11/06/acordos-fiscais-secretos-entre-luxemburgo-e-340-multinacionais/

Acordos fiscais entre o Luxemburgo e 340 multinacionais como a Apple,
Amazon, Ikea ou Pepsi, foram prejudiciais para outros países.
Investigação de 80 jornalistas revelou mais de 28 mil documentos.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação coordenou uma
investigação em 20 países, com acesso a documentos oficiais e
secretos, que mostrou que o Luxemburgo tem servido para centenas de
empresas multinacionais como a Apple, Amazon, Ikea ou Pepsi fugirem
aos impostos em vários países, servindo-se da assessoria da consultora
PricewaterhouseCoopers que negociava com o governo luxemburguês este
tipo de entendimentos.

Os acordos, firmados entre 2002 e 2010, representam milhares de
milhões de euros em receitas fiscais perdidas pelos Estados onde as
340 empresas investigadas reportam os seus lucros, segundo o ICIJ e os
seus órgãos parceiros, incluindo o Le Monde (França), The Guardian
(Reino Unido), Zeitung(Alemanha) e o Asahi Shimbun (Japão). A
investigação envolveu mais de 80 jornalistas que cruzaram informação
sobre negócios levados a cabo por estas empresas nos últimos anos com
os documentos fiscais obtidos no Luxemburgo. Estes documentos, segundo
o ICIJ, mostram "estruturas financeiras complexas que criavam reduções
fiscais dramáticas" para as empresas, beneficiando assim o Luxemburgo
que servia de plataforma para a quase isenção destas multinacionais.

Esta investigação é divulgada na mesma semana em que Jean-Claude
Juncker, ex-primeiro-ministro luxemburguês, tomou posse como
presidente da Comissão Europeia, dando força às críticas que alegam
que ele terá transformado o país num paraíso fiscal durante os seus
anos de governação – Juncker foi primeiro-ministro durante 18 anos,
até 2013, e antes disso foi ministro das Finanças. Após o seu discurso
aquando da investidura do novo colégio de comissários, Ana Gomes,
eurodeputada do PS, criticou o novo presidente dizendo que o seu país
"funciona desgraçadamente como um quase paraíso fiscal".

Apesar de se saber que o Luxemburgo tem um regime fiscal favorável
para as empresas, levando-as a instalarem-se ali para beneficiarem de
impostos mais baixos, esta investigação mostra que grandes
multinacionais chegam a pagar menos de 1% dos seus lucros em impostos
e que o governo do país foi conivente com a exploração por parte da
PricewaterhouseCoopers, em nome dos seus clientes, das lacunas na
legislação fiscal internacional – prejudicando muitas vezes os seus
parceiros europeus.

A investigação aponta negócios específicos, como por exemplo, a compra
por parte da Pepsi Bottling Group Inc., uma unidade da PepsiCo, JSC
Lebedyansky, o maior produtor de sumos da Rússia. A Pepsi terá usado
subsidiárias no Luxemburgo para fazer empréstimos a empresas irmãs que
permitiram reduzir os impostos pagos pela compra da empresa russa em
1,4 mil milhões de dólares. Pelo menos 750 milhões de dólares desta
transação passaram pelo Luxemburgo, antes de chegar às Bermudas. O
Luxemburgo agiu assim como um canal de redução dos impostos do
dinheiro transferido entre a Rússia e as Bermudas.

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quarta-feira, novembro 05, 2014

# The second richest man of all time was poorer than us

http://www.ft.com/intl/cms/s/0/2d1bb8ca-6412-11e4-bac8-00144feabdc0.html?siteedition=intl#axzz3I7OOADdz

John Kay

I would rather have antibiotics than gold plate, and I suspect
Rothschild would have felt the same

Nathan Rothschild was the richest man in the world when he died in
1836. A list compiled by Forbes magazine, ranks him as the second
richest man who ever lived – ahead of John D Rockefeller, and way
ahead of Mexican telecoms mogul Carlos Slim and Bill Gates of
Microsoft. (The richest was a Roman general who was the power behind
Julius Caesar's throne.) The figures used by Forbes are, of course,
adjusted for inflation.

But what does "adjusted for inflation" mean? Rothschild died of
septicaemia following an abscess, and in spite of buying the best
medical attention available in Europe at the time. He had never been
in a car, a train or an aircraft, nor visited the Taj Mahal, heard
recorded music, seen a film, made a phone call or used electric light.
Nor (despite the legends about the killing he made from inside
information) could he have heard about the outcome of Waterloo until
many hours after the battle was won. And he was dead at the age of 58
from an illness that could today be cured by an antibiotic costing a
few pence.

Was Rothschild really the second richest man in history? Was he, in
fact, richer than me? True, he could hire a fleet of carriages and eat
off gold plate; but I would happily trade both for still being alive ,
and I suspect that Rothschild would have felt the same.

The question is prompted by a considerably more mundane event.
Inflation in the eurozone has fallen to 0.3 per cent, arousing
concerns that there might actually be deflation in the months ahead –
and that Eurostat, Europe's statistics agency, will soon declare that
prices in Europe are lower than a year earlier.

That worry is premised on the existence of a qualitative difference
between inflation – that is, prices rising, even if slowly; and
deflation – prices falling, however swiftly. It is also premised on an
assumption that deflation is undesirable and that the goal should be
gently rising prices; and on the belief that we are able to tell which
state we are in.

Contemplation of the antibiotics not available in 1836 casts doubt on
all these premises. It is generally accepted medical costs rise faster
than general inflation – and in the US, where they represent more than
20 per cent of consumer spending, they have contributed significantly
to that general inflation. But medicine has become better – quite a
lot better, even if too late for Rothschild.

Price indices are compiled by measuring the changes in the cost of
buying a fixed bundle of goods chosen to represent the consumption of
an average household. But what the average household buys changes with
the arrival of new goods; and with changes in relative prices; as well
as with variations – good and bad – in quality. Antibiotics replace
leeches, carriages become more expensive, computers become more
powerful, and the service from a call-centre deteriorates. That is how
modern economies evolve and grow.

But price indices are ill equipped to cope with these changes. The
bundle of goods Rothschild bought in his day might now be
prohibitively expensive, even for him – the carriages, the plate – and
is certainly very different from the bundle of goods Mr Gates would
want to buy. The difference in consumption patterns of an average
household is more dramatic still.

There are techniques for measuring and incorporating quality
improvements, which are used for many consumer goods – but in the case
of medicine, it is the amount of attention received that has increased
rather than the price of treatments.

Overall, there are probably more upward than downward biases in the
way inflation is calculated. But to claim that we know that prices
have risen by 0.3 per cent in the past year implies a degree of
precision in our estimates to which we cannot lay claim nor
realistically aspire.

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terça-feira, novembro 04, 2014

# Perseguições religiosas graves ou moderadas em 81 países

Violência religiosa generalizou-se e está a aumentar, diz estudo

4/11/2014, 9:03 DANIEL DAL ZENNARO/EPA
http://observador.pt/2014/11/04/violencia-religiosa-generalizou-se-e-esta-aumentar-diz-estudo/

A violência cometida em nome da fé generalizou-se e está a aumentar,
conclui um relatório sobre liberdade religiosa, que regista
perseguições graves ou moderadas em 81 dos 196 países avaliados.

A edição de 2014 do relatório bianual da organização católica Fundação
Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) analisa a situação da liberdade
religiosa no período entre outubro de 2012 e junho de 2014 e concluiu
que esta "entrou numa fase de declínio grave".

A avaliação da AIS, cuja versão portuguesa será apresentada hoje na
Assembleia da República, confirma a "impressão inevitável", criada
pelas notícias sobre violência em nome da religião, de que "o terror
de inspiração religiosa não só está generalizado como está a
aumentar".

Afeganistão, República Centro-Africana, Egipto, Irão, Iraque, Líbia,
Maldivas, Nigéria, Paquistão, Arábia Saudita, Somália, Sudão, Síria,
Iémen, Birmânia, China, Eritreia, Coreia do Norte, Azerbaijão e
Uzbequistão são os piores países em matéria de liberdade religiosa.

Classificados como locais de perseguição religiosa "elevada", nos
primeiros 14 países as perseguições estão relacionadas com o
extremismo islâmico, enquanto nos restantes seis surgem ligadas a
regimes autoritários.

Oitenta e um dos 196 países(41 por cento) são identificados no
relatório como locais onde a liberdade religiosa é perseguida de forma
grave ou está em declínio e, em 55 destes (28 por cento), as condições
de liberdade religiosa pioraram em relação à avaliação anterior.

Outros 35 países (18 por cento) foram classificados como tendo
problemas "preocupantes" de liberdade religiosa, mas a sua situação em
matéria de liberdade religiosa manteve-se.

Nos restantes 80 países (41 por cento), nos quais se integra a quase
totalidade dos países lusófonos incluindo Portugal, não foram
encontradas "violações regulares ou sistemáticas à liberdade
religiosa".

Os progressos em matéria de liberdade religiosa registaram-se em
apenas seis países – Cuba, Emirados Árabes Unidos, Irão, Qatar,
Zimbabué e Taiwan – mas, mesmo nestes, foram insuficientes para
melhorar a sua situação face à avaliação anterior, considera o
relatório.

Os cristãos são o grupo religioso mais perseguido, mas o relatório
regista também perseguições a grupos minoritários muçulmanos e o
aumento das ameaças e violência sobre as comunidades judaicas em
algumas zonas da Europa ocidental.

O relatório assinala ainda o "declínio da tolerância, do pluralismo e
do direito à autodeterminação" religiosas, considerando que são
direitos "ameaçados em quase todo o lado".

No Médio Oriente, o estudo aponta além da perseguição das minorias
religiosas, o aumento dos estados uniconfessionais, o que está a
provocar "deslocações populacionais extremamente elevadas".

O estudo identifica também ameaças à liberdade religiosa nos países
ocidentais historicamente cristãos devido a divergências sobre o papel
público da religião e ao aumento da preocupação social com o
extremismo religioso.

"Os países da Europa Ocidental [...] estão a tornar-se mais parecidos
com as sociedades multiconfessionais e diversificadas do Médio
Oriente. Isto está a gerar tensões, tanto políticas como sociais",
adianta o relatório.

A AIS considera que o relatório identificou "tendências perturbadoras"
em matéria de liberdade religiosa e adianta que a responsabilidade de
combater a violência e a perseguição pertencem "em primeiro lugar às
próprias comunidades religiosas".

"A necessidade de todos os líderes religiosos proclamarem em voz alta
a sua oposição à violência de inspiração religiosa e de reafirmarem o
seu apoio à tolerância religiosa estão a tornar-se cada vez mais
urgentes", sustenta a AIS.

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segunda-feira, novembro 03, 2014

# O comunista neoliberal

Alexandre Homem Cristo
http://observador.pt/opiniao/o-comunista-neoliberal/
3/11/2014
, 8:09


A conversão de Bernardino Soares à austeridade esclarece o equívoco
sobre a contenção orçamental ser uma opção ideológica. Se um comunista
governa tal neoliberal não há alternativa ao rigor orçamental

Loures é, hoje, uma espécie de Portugal dos pequenitos. Não é, de modo
algum, depreciação. É mesmo elogio: de acordo com o que se lê na
imprensa, perante grandes dificuldades financeiras, o executivo
municipal tem levado a cabo um exigente compromisso de contenção
orçamental. Um trabalho de igual mérito ao que o Governo do país
reclama. Sugere-se, assim, a quem não tiver a paciência para seguir os
debates nacionais sobre o Orçamento de Estado para 2015 (OE2015), que
acompanhe a discussão política neste município da Grande Lisboa. As
questões-chave são as mesmas. E as soluções austeras também. Apesar da
diferença: é que se o país é governado pela coligação de direita,
Loures é liderada por um comunista.

Mas as diferenças acabam aí. É, pelo menos, o que transparece no
discurso com que Bernardino Soares, ex-líder parlamentar do PCP,
assinalou o seu primeiro aniversário à frente da Câmara Municipal de
Loures, onde recupera para si a argumentação do Governo. E até a
oposição reage da mesma forma.

Bernardino Soares colocou a credibilidade no cimo das prioridades –
"podemos dizer que há um ganho, que não se mede em euros, nem em
estradas, nem em obras, mas que é a nossa maior conquista: a
recuperação da credibilidade". Orgulha-se de falar verdade – "ninguém
duvida que estamos próximos das pessoas e lhes falamos verdade".
Aponta o dedo às dificuldades financeiras – "é evidente que este ano
de mandato foi muito marcado pela difícil situação financeira – que de
resto se continuará a fazer sentir nos próximos anos". Acusa os
socialistas de fazerem a 'festa' com os dinheiros públicos – "o
executivo anterior fez a 'festa' e deixou cá a conta para pagar".
Cortou nas 'gorduras' orçamentais – "tomámos importantes medidas de
racionalização da despesa, eliminando despesas supérfluas – por
exemplo, nalgumas avenças e viagens –, procurando reduzir outras,
designadamente de funcionamento". E reconhece que não tem folga
orçamental para fazer o que gostaria – "a dimensão do problema faz com
que o município não tenha folga orçamental para dar resposta a
investimentos essenciais". A réplica da oposição (PS) é aquela que se
ouve em todos os debates quinzenais na Assembleia da República: "a
pretensa situação financeira do município serviu (…) de desculpa
fácil, para pouco ou nada fazer neste primeiro ano de mandato".

Não exageremos. É óbvio que o rigor orçamental de Bernardino Soares
seguirá opções de aplicação diferentes das de Passos Coelho. E é
evidente que algumas dessas opções relevam do que os distingue
ideologicamente. Mas qual é a margem para que essas diferenças sejam
mesmo significativas? Muito pouca. Afinal, quando não há dinheiro, não
há dinheiro. E não pode ser só coincidência que o discurso de
Bernardino pareça plagiado de qualquer um de Passos Coelho, Paulo
Portas ou até Vítor Gaspar.

É por isso mesmo que a conversão de Bernardino Soares à chamada
'austeridade' é duplamente interessante. Primeiro, ela esclarece um
grande equívoco: o de quem acha que a contenção orçamental é uma opção
ideológica. Não é. É uma imposição da realidade. E a palavra não é
aleatória, porque é precisamente essa a tecla em que tanto se carrega:
em 3 anos de legislatura, os cortes orçamentais valeram a Passos
Coelho dezenas de diagnósticos de irrealismo. Será também Bernardino
um irrealista?

Provavelmente, não. E aí está o segundo motivo de interesse. A
governação de Bernardino em Loures é a prova definitiva do grande
impasse político em que vivemos: se até um comunista tem de governar
como um neoliberal, não há mesmo alternativa ao rigor orçamental. Ou
seja, não há mesmo espaço para divergências políticas, para promessas
ou para combates ideológicos. Na oposição, cada um que diga o que
quiser. Mas, no poder, comunistas, socialistas e sociais-democratas,
todos serão "neoliberais" enquanto tiverem contas por pagar.

No fundo, é isto: depois da 'festa' vem sempre o rigor orçamental.
Governe quem governar. Bernardino está aí para o demonstrar. Não
admira, pois, que António Costa ande tão calado.

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