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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

sexta-feira, maio 28, 2010

# Em 2008 Portugal tinha a sexta maior rede de auto-estradas

00h30m ALEXANDRA FIGUEIRA
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1580210

Portugal era o sexto país, de um grupo de 20 europeus, com mais
quilómetros de auto-estrada paga, em 2008, diz o boletim anual da
associação europeia do sector, ASECAP. Nesse ano, o país era cruzado
por 1721 km de auto-estrada pagos. Não são considerados, nestes dados,
itinerários principais nem secundários, apenas as vias com perfil de
auto-estrada.

Ainda, o país contava em 2006 com sete auto-estradas de portagens
virtuais (SCUT, pagas pelo Orçamento de Estado), que somavam perto de
910 km, naquele ano.

A ASECAP fala apenas da extensão das vias existentes, sem levar em
consideração quer o número de habitantes quer a dimensão do
território. Assim, a Espanha (um país cinco vezes maior do que
Portugal) contava com 3334,5 km de auto-estrada, enquanto que a
Áustria ostentava 2104 mil quilómetros. Ainda maiores, três outros
países eram servidos por uma rede mais extensa do que a nacional:
Itália (5694 km), França (8522 km) e Alemanha (12 678 km).

Apesar da comparativamente grande extensão de auto-estradas, o número
de veículos a atravessá-las é dos menores da Europa. Em Portugal, por
dia, quase 21 mil veículos (automóveis ou camiões) atravessam as vias
nacionais. Só a Bélgica, Croácia Grécia, Holanda, Polónia e a
Eslováquia contam com um tráfego menor.

Por cá, uma parte significativa da população (2,3 milhões de
automobilistas) já conta com um sistema que permite pagar portagens
por via electrónica, mas apenas nas auto-estradas onde a Brisa
instalou o sistema de Via Verde. O sistema é, contudo, opcional e
complementado por 151 áreas de portagem, o quarto maior número entre
os países associados na ASECAP.

Refira-se, ainda, o grande número de estações de serviço existentes ao
longo das vias nacionais. A Irlanda, Noruega e Dinamarca não têm nem
uma.

quinta-feira, maio 27, 2010

# Populares reparam caminhos sem cobrar um cêntimo

Faltam ao emprego para trabalhar pela aldeia
Populares reparam caminhos sem cobrar um cêntimo
00h29m TERESA CARDOSO
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Viseu&Concelho=Moimenta%20da%20Beira&Option=Interior&content_id=1579362

"Um por todos, todos por um", é a palavra de ordem em Sever, Moimenta
da Beira, onde homens e máquinas estão a abrir e a reparar caminhos
agrícolas, sem cobrar um cêntimo, em nome do bem comum. É o regresso
às aldeias do trabalho em comunidade.

Chegam às oito da manhã, mangas arregaçadas para uma jornada que pode
ir até ao sol posto, e passam horas a carregar, a espalhar e a calcar
aterro em caminhos agrícolas onde mal passava um carro de bois. Não
olham para o relógio. Apenas param, quando o dia vai a meio, para
reconfortar o estômago por conta da Junta de Sever. No fim da jorna, a
saudação é a única moeda de troca.

"O mínimo que podíamos fazer pela dezena e meia de homens que se
juntaram neste desafio, era garantir-lhes o almoço. Até porque muitos
deles faltaram ao trabalho para estarem aqui com os seus tractores. É
um verdadeiro exemplo de cidadania", reconhece Marcelino Ramos
Ferreira, presidente da autarquia.

Poupança de milhares de euros

A ideia de apelar à solidariedade dos cidadãos partiu do autarca de
Sever e foi ditada pela escassez de recursos financeiros e pela
urgência em criar condições nos acessos para o transporte da maçã.

"Reuni com o pessoal num sábado, e na segunda-feira seguinte já o
grupo estava disponível", revela Marcelino Ferreira. Que voltou ontem,
com todos os voluntários, para mais uma jornada de reparação e
alargamento dos caminhos para os pomares. "Já temos transitáveis duas
dezenas de quilómetros", regozija-se.

O autarca admite que se o serviço fosse pago, o investimento era
incomportável para a junta.

"Contando que cada um dos 16 tractores custa 240 euros por dia, em
dois, teríamos desembolsado cerca de oito mil euros. Sem contar as
retroescavadoras da Junta e da Câmara e ainda a mão de obra", explica
Marcelino Ferreira.

Outro factor de sucesso é a disponibilidade dos proprietários na
cedência de terreno. "Sem essas faixas, não poderíamos, em alguns
casos, avançar. Chegamos a deitar muros abaixo com o seu
assentimento", enfatiza.

Os caminhos arranjados permitem que a fruta chegue sã às cooperativas.
"Os atrelados podem transportar 14 palotes de maçã, cada um com 400
quilos, que se for entregue pisada sofre uma penalização de 10 a 15%",
explica um dos homens que, como os demais, é produtor de maçã.

"Esta união de esforços fomenta o espírito de comunidade. O povo sabe
que está a cuidar dos seus interesses e pode contar com os meios
municipais", congratula-se José Eduardo, presidente da Câmara de
Moimenta da Beira.

segunda-feira, maio 24, 2010

# Mão-de-obra tailandesa salva morangos do litoral

Mão-de-obra tailandesa salva morangos do litoral
Portugueses recusam trabalhar. Dos 100 mandados pelo Centro de
Emprego, só um aceitou
00h30m ZULAY COSTA
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1576868

Não falta quem deseje provar os morangos cultivados junto ao mar desde
Mira à Vagueira, mas colhê-los da terra é outra história. Não fossem
tailandeses e toneladas ficavam por apanhar. Dos 100 portugueses
mandados pelo Centro de Emprego, só um aceitou.

foto fernando timóteo/global imagens
Mão-de-obra tailandesa salva morangos do litoral
Tailandeses ganham, no mínimo, 550 euros líquidos por mês na plantação
de morangos de Praia de Mira


Vítor Rodrigues, que há oito anos explora 20 hectares em Videira
Norte, na freguesia de Praia de Mira, apenas conseguiu suprir as
dificuldades em conseguir mão-de-obra para a colheita dos morangos,
que decorre por esta altura, recorrendo a trabalhadores vindos da
Tailândia, a quem paga, no mínimo, 550 euros líquidos por mês por 40
horas de trabalho semanais. Há dois anos, chegou a perder 70 toneladas
por não ter quem retirasse o fruto da terra. No ano passado, contactou
uma empresa de trabalho temporário e adicionou uma dezena de
tailandeses à equipa de funcionários fixos. Os braços extra
revelaram-se essenciais para salvar as 550 toneladas de produção.

Este ano, são 20 os homens tailandeses que aceitaram meter mãos na
terra e por isso ficaram alojados em instalações pré-fabricadas.Irão
reforçar a equipa composta por 20 portuguesas que, durante todo o ano,
asseguram a plantação e colheita da Fragarte.

Metade com atestado médico

"Produzimos morango o ano inteiro, ainda que dê prejuízo, para
tentarmos assegurar trabalho menos sazonal para as pessoas. Se fosse
só na época alta, seria complicado arranjar tantos trabalhadores. Para
a época alta conto com os tailandeses, senão seria complicado",
justifica Vítor.

"Todos os anos temos dificuldades em arranjar trabalhadores para a
época alta. Pedimos e o Centro de Emprego reencaminha cerca de 100. Só
que, depois, metade não aparece e o resto vem com atestado médico a
dizer que não pode ou tem um impedimento qualquer. Eu preferia ter só
trabalhadores portugueses, porque há tanto desemprego no país mas
penso que será uma questão de mentalidade, as pessoas preferem ficar
em casa a receber do Estado em vez de meterem as mãos na terra",
critica Vitor Rodrigues. Da centena de trabalhadores encaminhados pelo
centro de emprego, ficou apenas uma mulher.

Mas os trabalhadores tailandeses, a quem elogia a capacidade de
trabalho, trato e perspicácia, apesar de terem de comunicar por gestos
uma vez que eles não falam português, trouxeram outra vantagem. "Desde
que eles chegaram, o absentismo dos portugueses diminuiu", diz.

Prayat Chamnanprai, um tailandês de 43 anos (ver caixa) ladeia nos
campos com os restantes colegas e mal se distingue. As portuguesas não
os estranham. Celeste Carinha, 30 anos, da Barra de Mira, não teve
dificuldade em aprender a comunicar por gestos. Celeste já vai na
oitava campanha. Há muito que se dobra sobre os morangueiros, colhendo
frutos e transportando caixas. Não tem medo do trabalho,"gosto do
contacto com a terra".

Dez tailandeses na Vagueira

Também Paulo Pereira, co-proprietário de uma exploração na praia da
Vagueira, Vagos, tinha habitualmente dificuldade em conseguir
mão-de-obra para a colheita dos produtos no período de maior azáfama.
"São necessárias pessoas com alguma dedicação e sensibilidade porque
os frutos são delicados, não podem ser pessoas enviadas a contragosto,
como muitas vezes acontecia com as pessoas que me apareciam aqui
vindas do Centro de Emprego", refere.

Por isso, resolveu combater a sazonalidade do emprego, plantando
diversas culturas nos 30 hectares de terreno que possui, entre a ria e
o mar. "Apenas cinco hectares têm morangos, nos restantes temos outras
culturas e, assim, não saem os produtos agrícolas todos ao mesmo tempo
e temos trabalho para as pessoas sensivelmente o ano inteiro". Desta
forma, consegue trabalho diário para uma equipa fixa de 15
trabalhadores, residentes na freguesia da Gafanha da Boa Hora. A
auxiliar, nas épocas em que o trabalho é demais para os trabalhadores
fixos, empregamos "perto de dez tailandeses".

# 6% da população da cidade do Porto recebe RSI

Há mais crianças e velhos pobres no Porto
Situação social da cidade vai ser hoje debatida, com um diagnóstico de empobrecimento em cima da mesa
00h30m  DORA MOTA  http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1576866

O Porto é uma cidade com muitas famílias pobres com filhos nos primeiros anos da escola, com muitos velhos a viver sozinhos e quase um quinto da população a viver em bairros da Câmara. Hoje, segunda-feira, à noite, a Assembleia Municipal debate a situação social do concelho numa sessão extraordinária.

O apuro é do Diagnóstico Social do Porto - "Porto Solidário", relatório sobre a situação social do concelho elaborado pela Universidade Católica, por encomenda da Fundação Porto Social, a entidade municipal com a competência da acção social. O levantamento, realizado ao longo de dez meses, até Junho de 2009, revelou que a cidade está ferida pela pobreza e as suas conclusões irão sustentar boa parte do debate que, esta noite, será feito na Assembleia Municipal do Porto.

A sessão extraordinária foi pedida pelos partidos da esquerda - PS, BE e CDU - com o objectivo de suscitar a sugestão de medidas a tomar pelo poder municipal. Que o Porto está a perder habitantes não é uma informação nova - os censos de 2001 já revelaram uma quebra acentuada de população (13% em dez anos). Os números mais recentes, de 2008 (a média de 16 habitantes por dia que saem da cidade) já foram bandeira eleitoral da oposição de Rui Rio na corrida à Câmara.

Falta de espaços

Também que a cidade não tem suficientes espaços de acolhimento para os seus velhos e deficientes a Câmara Municipal já sabia. Mas o Diagnóstico Social revelou outras carências destas populações mais frágeis. Por exemplo, quehá mais analfabetismo e desemprego entre os cidadãos com deficiência que vivem no Porto do que no resto do país.

Tendo o concelho índices de envelhecimento e dependência "muito superiores" à média nacional, alberga um grande número de idosos pobres. Há na cidade 44654 pessoas com 65 anos ou mais e cerca de 15% delas pediram Complemento Solidário para Idosos, sendo 10 % beneficiários desta prestação social.

Quase 80% deles são mulheres. Por outro lado, as pessoas com mais de 65 anos são um quarto dos moradores nos bairros sociais e, em 14% das casas da Câmara, há um idoso a viver sozinho.

60% de crianças com apoio

Para as famílias, a situação actual também é difícil. O número de crianças que frequentam o ensino pré-escolar e o primeiro ciclo que recebem o apoio social mais alto será prova disso (cerca de 60% dos meninos nos primeiros anos da escola está nos escalões A e B, havendo 30% de crianças em cada um deles).

O Diagnóstico Social revela especial inquietação com os duzentos adolescentes e crianças sinalizados como estando fora de qualquer percurso educativo na cidade, sendo "uma ferida social que urge combater". Os dados do Rendimento Social de Inserção (RSI) indicam também que há muitas famílias com crianças a viver em pobreza no Porto, já que um terço dos beneficiários tem menos de 18 anos. Segundo os dados daquele relatório, cerca de 6% da população da cidade recebe RSI (ler texto ao lado).

O elevado número de famílias monoparentais, com uma mãe sozinha na maior parte delas, é um factor de risco de pobreza - são dados de 2001, mas estima-se que 25% das famílias do Porto tenham um só progenitor presente.

A sensível situação dos bairros sociais adivinha-se pelos dados de emprego: apenas 27% dos seus moradores trabalham, estando 25 % reformados. Entre essa população, há ainda 21% de desempregados e 22% de pessoas não activas.

terça-feira, maio 11, 2010

# Pai de aluna condenado a pagar 10 mil euros a professora por injúrias

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação do pai de
uma aluna da Escola Secundária Anselmo de Andrade, em Almada, a pagar
uma indemnização de 10 mil euros a uma professora, por injúrias.

Os factos remontam a 7 de Março de 2001, quando, numa reunião naquela
escola, o encarregado de educação apelidou a professora de História da
Arte e Oficina de Artes de "mentirosa", "bandalho", "aberração para o
ensino" e "incompetente".

A reunião fora solicitada pelo encarregado de educação, alegadamente
para obter esclarecimentos acerca das muitas faltas da professora. Num
trimestre, a docente faltara onze vezes por ter fracturado uma perna.

Além daqueles insultos, o pai acusou ainda a professora de falta de
profissionalismo, de "mandar bocas" à filha, de terminar as aulas "10
minutos antes do toque e pedir aos alunos para dizerem aos
funcionários que estavam a sair de um teste" e de na véspera dos
testes dizer aos alunos "ipsis verbis" a matéria que iria sair.
Aconselhou ainda a professora a procurar tratamento psiquiátrico
"urgente".

A professora, com 20 anos de profissão, pôs uma queixa-crime em
tribunal, acabando o encarregado de educação por ser condenado pelo
crime de injúria agravada. A docente avançou também com uma acção
cível, pedindo uma indemnização de quase 19 mil euros por danos
patrimoniais e de 15 mil por danos não patrimoniais.

O tribunal decidiu fixar a indemnização em 10 mil euros, mas o arguido
recorreu, alegando que as expressões foram proferidas por "um pai
preocupado e protector", num contexto de "nervosismo e tensão". Alegou
ainda que "não era previsível que as suas palavras desencadeassem um
processo contínuo de sofrimento, stress e tristeza além do sentimento
de desvalorização pessoal e da dignidade e reputação" da professora.
Defendeu igualmente que as consequências das suas palavras para a
professora "devem mais ser consideradas como incómodos ou
contrariedades do que verdadeiros danos".

Mas o tribunal manteve a condenação ao pagamento de 10 mil euros,
considerando que a professora, face às "graves ofensas" de que foi
alvo, ficou afectada na sua dignidade e reputação, o que lhe veio a
causar um "rol de enfermidades", dele resultando "um quadro clínico de
acidente vascular cerebral, acompanhado de síndrome depressivo grave,
com oclusão da vista esquerda, com risco de cegueira". O STJ considera
mesmo que a indemnização de 10 mil euros "é um nada", já que "a dor de
alma é, sem receios de exageros, incomensurável".
11.05.2010 - 15:48 Por Lusa
http://www.publico.pt/Sociedade/pai-de-aluna-condenado-a-pagar-10-mil-euros-a-professora-por-injurias_1436646