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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

quarta-feira, setembro 26, 2007

# Salários disparam em Lisboa

Salários disparam em Lisboa
JN.pt
Trabalhadores da região Norte continuam a ser os mais mal pagos
Alexandra Figueira

No espaço de um ano, o salário médio em Lisboa aumentou 63 euros, de longe a maior subida de todo o país. Um lisboeta trabalhador por conta de outrem ganhava, no final do segundo trimestre deste ano, 937 euros, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística. No outro extremo, a região Norte, cada pessoa levava para casa 647 euros - mais 11 euros do que um ano antes. Em pior situação estão os algarvios, já que o salário médio tem mergulhado. Em doze meses, perderam 47 euros na folha de vencimentos.

As melhorias salariais devem-se aos aumentos negociados todos os anos, mas também ao perfil produtivo de cada região. Uma cidade onde a maior parte das pessoas tenham qualificações elevadas e empregos bem remunerados apresentará valores salariais médios superiores aos de outra em que o mais comum seja o trabalho pouco qualificado, cujos salários são forçosamente mais baixos. Este facto ajuda a explicar as diferenças de vencimento entre os habitantes de Lisboa e o resto do país, sobretudo atendendo a que aí se situa uma parte significativa dos funcionários públicos e dos quadros das grandes empresas, adiantou Amável Alves, dirigente da CGTP para matérias laborais.

E a capacidade de atracção de mão-de-obra qualificada por parte da capital é cada vez maior, acrescentou Couto dos Santos, vice-presidente executivo da Associação Empresarial de Portugal (AEP). "O país está cada vez mais centralizado, no que toca à tomada de decisões, ao investimento e à atracção de recursos humanos e de elites". A perda de jovens qualificados preocupa especialmente a AEP. "Os bons técnicos saídos das universidades do Norte vão trabalhar para o estrangeiro ou para Lisboa. Aqui ficam os recursos pouco qualificados", cujo salário é inferior, disse.

Se as decisões do Governo contribuem para a disparidade salarial, entende Couto dos Santos, também os líderes da região têm responsabilidade. "Não há união nenhuma, as elites estão concentradas nas suas paróquias e rapidamente se deixam levar para Lisboa e se calam".

Outra razão para a disparidade salarial entre as regiões é o desemprego. É natural que uma região com maior número de desempregados e onde seja mais difícil encontrar um lugar no mercado de trabalho tenha salários mais baixos.

O facto de haver muitas pessoas a tentar preencher os poucos empregos disponíveis diminui o poder negocial dos trabalhadores face às entidades patronais, reconheceu Amável Alves. Ora, a região Norte continua a ter a maior taxa de desemprego do país, com uma diferença de 1,5 pontos percentuais face à média nacional - a maior diferença de que há memória.

segunda-feira, setembro 24, 2007

# Guerra em outsourcing?

Empresas privadas de segurança actuam num vazio legal
A quem respondem os comandos civis que fazem a guerra em outsourcing?
24.09.2007 - 12h25 Clara Barata Publico.pt

Estão no Iraque mais de 160.000 funcionários de empresas privadas que fazem da guerra o seu trabalho. São tantos, ou talvez até mais, do que os soldados norte-americanos. E a quem têm de prestar contas estes civis que fazem a guerra em outsourcing? Na verdade, actuam num vazio legal, que lhes garante a impunidade — mesmo quando acusados de actos que levariam um militar a um tribunal marcial, como acontece com os comandos da Blackwater, que esta semana andaram nas manchetes.

A maioria destes 160.000 trabalhadores das 177 empresas presentes no Iraque asseguram funções de apoio ao exército (limpeza e refeições, por exemplo), ou de reconstrução de infra-estruturas (a Bechtel, à qual esteve ligado o vice-Presidente Dick Cheney, assegurou contratos para refazer esgotos e sistemas eléctricos, por exemplo).

Diz a imprensa americana que entre 20.000 e 50.000 desses trabalhadores — os números são muito incertos, porque Washington os mantém em segredo — é que serão especialistas em segurança, como a Blackwater, que trabalha para o Departamento de Estado.

A Blackwater tem cerca de 1000 comandos no Iraque, que garantem a segurança do pessoal diplomático dos EUA. E foi no cumprimento dessa missão que o Governo iraquiano os acusa de terem morto 11 civis na semana passada — incluindo uma mulher e o bebé que trazia ao colo.

O relatório do inquérito sobre o incidente feito pelo Ministério do Interior iraquiano está pronto, e o Governo de Nuri al-Maliki gostaria de submeter os suspeitos à justiça iraquiana. Mas isso é pouco provável, reconheceu um porta-voz do Executivo à Reuters, porque isso criaria "um vazio de segurança" em Bagdad.

Falta ainda o relatório da investigação que o Departamento de Estado está a fazer sobre o incidente, e também o de uma comissão conjunta, de iraquianos e americanos. Com tanto relatório, apurar-se-á a verdade?

"Haver investigações separadas é um primeiro passo de gigante na direcção errada", dizia um editorial do jornal Los Angeles Times. "Se as investigações produzirem dois cenários, a justiça dará lugar à política, deixando muitas dúvidas na opinião pública iraquiana e norte-americana."

Até porque a justiça, no quadro actual, seria difícil. Continua em vigor a Ordem 17, herdada do tempo em que o Iraque era um território ocupado, sob administração norte-americana, pelo embaixador Paul Bremer. Garante imunidade aos trabalhadores das empresas contratadas em outsourcing por actos cometidos no Iraque. Não estão submetidos à justiça militar, como o exército. O Parlamento iraquiano poderia revogar esta lei, mas não o fez até agora.

O bater de pé do Governo iraquiano por causa da Blackwater está a ser lido pelos analistas como uma tentativa de mostrar aos cidadãos quem manda de facto no país. E a Blackwater é uma empresa de segurança particularmente detestada — até pelas outras firmas, que a acusam de arrogância.

Não é a primeira vez que a Blackwater se vê em apuros no Iraque. No Natal passado, um comando da empresa matou um segurança do vice-Presidente Adel Abdul Mahdi. Foi mandado de volta aos EUA, sem que se saiba que tenha sido julgado. E eram da Blackwater os quatro homens mortos e exibidos numa ponte em Falluja, em 2004, um evento brutal que marcou a viragem para a guerra sangrenta de emboscada.

As acções dos comandos da Blackwater indispõem os iraquianos contra a presença americana e acabam por criar problemas ao exército dos EUA. Há iniciativas legislativas no Congresso para que estas forças sejam submetidas à justiça militar, mas, até agora, não avançaram.

Será desta que a guerra privatizada entrará numa nova fase, para "conquistar os corações e os espíritos dos iraquianos"?

# Inquérito: 85 por cento das portuguesas usam contraceptivos

Inquérito: 85 por cento das portuguesas usam contraceptivos
24.09.2007 - 10h18 Lusa

Oitenta e cinco por cento das mulheres portuguesas em idade fértil e sexualmente activas utilizam métodos contraceptivos, indicam os dados mais recentes do Inquérito Nacional de Saúde, avançados hoje por Carlos Dias, do Observatório Nacional de Saúde.

Os indicadores sobre a contracepção em Portugal vão ser divulgados num colóquio que decorrerá amanhã e que pretende fazer o lançamento nacional do primeiro Dia Mundial da Contracepção, que passa a ser assinalado a 26 de Setembro.

Em Portugal, "85 por cento dos entrevistados usam métodos contraceptivos, enquanto 15 por cento não utilizam qualquer contraceptivo", disse à Lusa Carlos Dias, adiantando que os índices mais baixos de utilização de contraceptivos registam-se no Alentejo, onde 81,4 por cento das mulheres usam contraceptivos, em contraste com a zona centro, com mais de 87 por cento das mulheres a recorrerem a métodos contraceptivos.

O valor mais baixo de uso de contraceptivos mantém-se no escalão etário mais jovem — dos 15 aos 19 anos — e a mais elevada concentra-se nas faixas etárias intermédias — dos 25 aos 29 anos e dos 30 aos 34 anos.

Portuguesas usam "métodos modernos"

O director executivo da Associação de Planeamento para a Família (APF), Duarte Vilar, adianta que as portuguesas utilizam "métodos modernos, onde a pílula aparece com uma posição muito forte e central".

Apesar do balanço positivo que faz da realidade portuguesa no uso de contraceptivos, Duarte Vilar destaca que existem mulheres que, embora sejam sexualmente activas e não queiram engravidar, não utilizam qualquer método de contracepção, daí a necessidade de se discutir "perspectivas de intervenção dirigidas por grupos específicos de mulheres".

O director executivo da APF alertou para casos de ruptura de "stocks" de métodos contraceptivos que são disponibilizados gratuitamente nos centros de saúde.

O responsável lembrou ainda que, apesar de a pílula comparticipada ser relativamente acessível nas farmácias, há muitas famílias com baixo rendimento familiar que podem não conseguir suportar esse gasto.

Os questionários do Inquérito Nacional de Saúde são referentes ao período de Fevereiro de 2005 a Fevereiro de 2006 e foram recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística, tendo sido questionadas mais de 41 mil pessoas.

sexta-feira, setembro 14, 2007

# Investigadores descobrem marcas da solidão nos genes

Estudo publicado hoje pela revista científica "Genome Biology"
13.09.2007 - 19h12 PUBLICO.PT

O padrão molecular dos indivíduos que ao longo da vida não desenvolveram relações de proximidade, considerados em solidão crónica, afinal é diferente do das pessoas sistematicamente incluídas em redes sociais. É como se a solidão fosse uma molécula ou deixasse uma impressão digital no organismo, diz o estudo publicado pela revista científica "Genome Biology".

Já se sabia que o envolvimento social de uma pessoa tinha efeito no seu estado de saúde mas não era certo que as doenças cardíacas, infecções virais ou o desenvolvimento de cancros, mais frequentes em indivíduos em determinados contextos sociais estivessem relacionadas com factores biológicos e não com condicionantes exteriores consequentes, como a falta de assistência física ou económica proporcionada pelas redes pessoais.

"O que este estudo revela é que o impacto biológico do isolamento social interfere com alguns dos nossos processos internos mais básicos, ao nível da actividade genética", disse Steve Cole, um dos investigadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), responsáveis pelo estudo. "Descobrimos que alterações na expressão genética das células do sistema imunitário estão directamente ligadas à experiencia subjectiva da distância social".

Os investigadores monitorizaram a actividade genética nos glóbulos brancos, elementos vitais no sistema imunitário. Dos 14 participantes em estudo, seis foram colocados no topo da "escala de solidão" (desenvolvida em 1970 pela UCLA) e os restantes obtiveram classificações subtancialmente inferiores.

Analisado o sangue dos participantes, descobriram 209 diferenças entre os dois grupos: as pessoas mais isoladas tinham 78 genes mais activos e 131 com menor expressão, o que reforçou a tese de uma alteração molecular nos indivíduos numa situação de solidão crónica.

"As diferenças que encontrámos não dependiam de outros factores de risco, como o estado de saúde, a idade, o peso ou o tipo de medicação. As alterações eram até independentes do tamanho objectivo da rede social de uma pessoa", disse Steve Cole.

A confrontação das funções destes genes com os problemas registados entre os indivíduos em isolamento social revelaram uma nova chave para o problema: entre os genes mais activos nos indíviduos solitários estavam alguns envolvidos no sistema imunitário, nomeadamente nas reacções inflamatórias. Os menos activos tinham papéis fundamentais nas respostas anti-virais e produção de anti-corpos.

"Estas descobertas fornecem novos alvos moleculares para o esforço de tentar travar os efeitos negativos do isolamento social", explicou o responsável.

Segundo os investigadores, esta diferença no padrão molecular reflexo da situação social de isolamento nos indivíduos pode vir a ser utilizada enquanto marcadores biológicos para se desenvolverem tratamentos de forma a reduzir os impactos negativos na saúde.

quinta-feira, setembro 06, 2007

# Portugal tem valores de criminalidade muito baixos....

Crime de homicídio registou decréscimo no primeiro semestre
http://jn.sapo.pt/2007/09/06/nacional/crime_homicidio_registou_decrescimo_.html

Paulo Martins

Onúmero de homicídios baixou substancialmente no primeiro semestre deste ano, face ao período homólogo de 2006. Em conjunto, a PSP e a GNR registaram 56 casos (menos 35), de acordo com o relatório sobre as principais tendências da criminalidade, ontem entregue ao Ministério da Administração Interna. Acrescentando as ocorrências daquela natureza participadas directamente à Polícia Judiciária, chega-se a 90. Bem menos do que as 127 assinaladas pelas três forças policiais entre Janeiro e Junho de 2006.

A avaliação estatística confirma, de acordo com o secretário-geral-adjunto do Gabinete Coordenador de Segurança, a ideia de que o ano passado foi "anormal", no que diz respeito ao crime de homicídio. Paulo Gomes acredita que Portugal está, neste domínio, a regressar a patamares mais próximos do seu historial de criminalidade. Até porque os números, ainda não consolidados, podem sofrer um ligeiro decréscimo, na medida em que parte das mortes qualificadas numa primeira abordagem como homicídios, pela PSP e pela GNR, acaba por sair dessa categoria, uma vez efectuada a investigação, da responsabilidade da Judiciária.

O relatório, a que o JN teve acesso, revela uma diminuição de 3,5%, correspondente a 6674 casos, no total de crimes participados às duas forças de segurança dependentes do Ministério da Administração Interna. Pelo terceiro ano consecutivo, o total de participações no primeiro semestre é inferior a 200 mil, o que pode indiciar uma tendência.

Menos roubo na via pública

Seguindo um padrão comum a outros países europeus, a maior parte das participações (56%) insere-se na categoria de crimes contra o património. O facto de nesta categoria ocorrer uma diminuição, de 6,2%, repercute-se nos valores globais.

A redução - especialmente relevante no crime de roubo na via pública - é atribuída pelo secretário-geral-adjunto do Gabinete Coordenador de Segurança a uma "afectação mais racional e selectiva" das forças de segurança, que permitiu reforçar o policiamento (e a visibilidade dos agentes) em zonas consideradas mais sensíveis. Paulo Gomes salienta ainda o peso da condução sem habilitação legal no conjunto das participações. De notar que, entre os seis crimes mais participados - que em conjunto correspondem a 45% do total - aquele é o único que regista um acréscimo.

A criminalidade violenta e grave diminuiu 16,2%, no primeiro semestre. Como na GNR se verificou uma ligeira subida, trata-se de um efeito directo da quebra registada na área de influência da PSP - as zonas urbanas -, que abarca quase três quartos das ocorrências integradas nesta categoria.

A avaliar pelos números revelados pelo relatório, a situação mais preocupante será a do crime de extorsão, que subiu quase 40%. O roubo a tesouraria ou a estação de correio também foi mais praticado no período em análise. Qualquer destes crimes, no entanto, tem um peso residual, se comparado com o de roubo na via pública, que, absorvendo metade dos crimes desta categoria, baixou substancialmente (26,3%).

Daí que as boas notícias mereçam especial relevo. Além dos homicídios consumados, são detectáveis reduções nos crimes de rapto, sequestro e tomada de reféns, nas violações, nas ofensas à integridade física graves e, muito significativa, no roubo a instituições de crédito, que nos últimos dias voltaram a atormentar o país.

Porto não é tendência

Como o JN revelou na edição de ontem, no primeiro semestre do ano o número de roubos a bancos só aumentou no distrito do Porto, contrastando com o panorama nacional. As 15 ocorrências registadas estão bem longe das três de 2006. Paulo Gomes está convencido de que a situação não constitui uma tendência. Pelo contrário, é conjuntural e "muito delimitada no tempo".

Na sua óptica, deve-se à actuação de gangues, que cometem vários assaltos em pouco tempo, fazendo disparar as estatísticas. "A minha expectativa é que com a captura dos gangues e o seu desmantelamento, os valores baixarão para níveis mais normais". Mais próximos, portanto, do padrão nacional deste tipo de crime.

"Portugal tem, no contexto internacional, valores de criminalidade muito baixos, também em matéria de assaltos a bancos", assinala o "número dois" do Gabinete Coordenador de Segurança. A instalação de novos dispositivos nas instituições de crédito, como os sistemas de retardamento de abertura de cofres, a videovigilância e a ligação directa às autoridades policiais funcionam como dissuasores. Os assaltantes tendem, assim, a deslocar-se para alvos mais vulneráveis, que por sua vez reforçam a segurança. "É uma espécie de jogo do gato e do rato", sintetiza Paulo Gomes, lembrando os casos de farmácias ou gasolineiras que, ao investirem na prevenção, afastaram os criminosos.

quarta-feira, setembro 05, 2007

# Agricultor fica apenas com um terço do preço do seu produto

Estudo alerta para desequilíbrios na formação dos preços
05.09.2007 - 09h46 Ana Fernandes, PÚBLICO

Cada vez que o consumidor paga 1,40 euros por um quilo de pêra rocha, apenas 40 cêntimos vão para o agricultor que o produziu.

O alerta foi dado ontem pelo Observatório dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-alimentares, que diz existir em Portugal um grande desequilíbrio na formação dos preços nas frutas e legumes.

Segundo os dados do Observatório - que se referem a 2005 embora a situação se mantenha em 2007 -, mais de 70 por cento do dinheiro que é pago pelos consumidores pelas frutas e os legumes fica no sistema de distribuição. O produtor recebe à volta de 30 por cento. O estudo incidiu sobre a pêra rocha, a maçã Golden Delicious, a cenoura e a couve-flor, que servem de amostra para o resto do sector hortofrutícola.

Esta tendência, refere Maria Antónia Figueiredo, presidente do Observatório, arrasta-se pelo menos desde o ano 2000 e nada indica que, num futuro próximo, venha a alterar-se.

A concentração da procura devido à presença de fortes grupos no sector da distribuição e a dispersão da oferta, com os produtores pouco organizados, explicam parte desta discrepância dada a fraca capacidade de negociação por parte dos agricultores. Mas há também uma fatia do dinheiro que serve para pagar todo o valor acrescentado que hoje têm os produtos alimentares.

Para Antónia Figueiredo "há uma desproporção entre o que o produtor recebe e o que o consumidor paga". Porquê? "As grandes superfícies estão cada vez mais concentradas, o que faz com que tenham um grande peso e o produtor não tem condições para ser mais reivindicativo."

"Há uma grande falta de organização entre os agricultores, pois apenas sete a oito por cento do que é comercializado é feito através de organizações de produtores", explica António Augusto, vice-presidente da Federação Nacional das Organizações Produtores de Frutas e Hortaliça (FNOP). "Os mercados estão mais exigentes e o agricultor individual, muitas vezes envelhecido, não tem manobra negocial, tem de vender logo porque não tem capacidade de armazenamento", exemplifica este dirigente que é também produtor de maçã.

Luís Vieira e Silva, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, nega que as grandes superfícies tenham nestes produtos grandes margens. "São modestas." Para este responsável, são os intermediários que ficam com as maiores margens, ou seja, "os grossistas e as organizações de produtores".

"As organizações de produtores são os próprios agricultores, o dinheiro é redistribuído", contrapõe António Augusto. Mas o preço é de facto mais elevado nas organizações de produtores (OP). Mas, mesmo assim, ainda fica longe do que o consumidor paga, sublinha Maria Antónia Figueiredo: "No caso da pêra rocha, por exemplo, se a distribuição comprar a uma OP, fica com 55 por cento do preço final, se comprar directamente ao produtor fica com 74 por cento."

terça-feira, setembro 04, 2007

# Composição para a escola...

QUERO  SER UM TELEVISOR

"Senhor, esta noite peço-te algo especial: transforma-me numa televisão.
Quero ocupar o seu lugar. Viver como vive a TV de minha casa.

Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao redor...
Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser
escutado sem interrupções nem questionamentos.
Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona.
E ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo que esteja
cansado.

E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de
ignorar-me.

E ainda que meus irmãos "andem à bulha" para estar comigo.

Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para
passar alguns momentos comigo.

E, por fim, que eu possa divertir a todos.

Não te peço muito... Só quero viver o que vive qualquer televisão!"
.........................................................................

Naquele momento, o marido de Ana Maria disse: "Meu Deus, coitado desse
menino. Já viste, como são esses pais?".

E ela olha: "Essa redação é do nosso filho"





     
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segunda-feira, setembro 03, 2007

# Remunerados...

"A remuneração média de cada membro de conselho de administração das empresas cotadas na bolsa [portuguesa] representa 31,5 mil euros/mês e uma grande parte (..) foram aumentados sessenta vezes mais que um trabalhador comum..."
António Vilarigues, PÚBLICO, 03-09-2007