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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

terça-feira, dezembro 31, 2013

# Facebook está morto para os adolescentes

Os mais novos preferem redes sociais como o Twitter, o Instagram, ou o
Snapchat WhatsApp.
Carolina Reis 17:00 Domingo, 29 de dezembro de 2013

"Morto e enterrado ". É assim que os adolescentes veem o Facebook.

Um estudo da Universidade College de Londres revela que os mais
jovens estão a abandonar o site em detrimento de outras redes sociais
consideradas mais "fixes", como o Twitter, o Instagram, ou o Snapchat
e o WhatsApp.

"O Facebook não está apenas a perder utilizadores entre os
adolescentes. Está, basicamente, morto e enterrado", garante Daniel
Miller, responsável pela investigação, ao jornal "The Guardian".

A principal razão para este afastamento dos adolescentes é o facto de
os pais terem passado a usar o Facebook como uma forma de estarem em
contacto com a família. "Dantes os pais estavam preocupados com o
tempo que os filhos passavam na rede social, mas agora são eles que
lhes dizem para lá ficar, o que deixa os adolescentes confusos",
explica Miller ao "L'Express".

Este estudo foi realizado durante 15 meses em oito países da União Europeia.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/facebook-esta-morto-para-os-adolescentes=f848166#ixzz2p3UcWXrO

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sexta-feira, dezembro 27, 2013

# 61% portugueses favoráveis ao trabalho a tempo parcial

Segundo o inquérito realizado pela Netsonda em todo o país, 61% dos
inquiridos mostrou-se favorável ao trabalho a tempo parcial e 70%
afirmaram que aderiam a esta medida

Seis em cada dez inquiridos num estudo promovido pela Associação
Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN) mostraram-se favoráveis ao
trabalho a tempo parcial, um número que sobe para 92% no caso de
famílias com três ou mais filhos.

A realização do estudo foi motivada pelo anúncio do Governo de querer
instituir o trabalho a tempo parcial com compensação remuneratória,
através de verbas comunitárias, explica a associação em comunicado.

Segundo o inquérito realizado pela Netsonda em todo o país, 61% dos
inquiridos mostrou-se favorável ao trabalho a tempo parcial e 70%
afirmaram que aderiam a esta medida.

Nas famílias com três ou mais filhos, 92% disseram concordar com esta
medida e 88% disseram que aderiam ao trabalho a tempo parcial.

Por outro lado, 46% dos portugueses consideraria ter mais filhos, na
sequência da aplicação desta medida.

A grande maioria dos inquiridos (88%) vê o trabalho a tempo parcial
como um meio para um melhor exercício da maternidade ou paternidade,
85% consideram que aumenta a qualidade de vida e 63% pensam que
aumenta a produtividade, com a melhoria dos níveis de motivação.

Dos inquiridos que disseram que aderiam a esta medida, 52% aceitaria
uma redução no salário.

O estudo refere que 45% dos inquiridos gostava de reduzir o horário de
trabalhão em duas horas e 40% utilizariam a medida até os filhos
completarem 12 anos.

As mulheres manifestam-se mais adeptas desta medida do que os homens,
tanto no caso de não terem filhos ou de terem um ou dois filhos (75%
das mulheres, contra 65% dos homens), como nas famílias com três ou
mais filhos (93% das mulheres versus 79% homens).

De acordo com o inquérito, as mulheres estão mais dispostas do que os
homens a aceitarem uma redução de salário.

Para o sucesso da medida, os inquiridos mencionam a existência de
filhos com necessidades especiais como um fator de relevância
acrescida na aplicação da medida (88%), bem como a garantia de que o
benefício não possa ser utilizado para receber a compensação e
trabalhar noutro local (75%).

Foram ainda referidos como fatores críticos do sucesso da medida a
idade e o número de filhos, para a aferição das horas que seja
possível reduzir. Estes indicadores aparecem pontuados com maior
relevância nas famílias com três ou mais filhos.

Os inquiridos consideram que devem ser acautelados alguns riscos, como
o despedimento (referido por 48%), a estagnação na carreira (36%) e a
discriminação no trabalho (34%).

O estudo foi realizado entre 09 e 21 de outubro de 2013, tendo sido
feitas 304 entrevistas online junto do Painel Netsonda e 1.031
entrevistas aos associados da Associação Portuguesa de Famílias
Numerosas.

Segundo o estudo, "existe convergência entre os dois targets em todos
os indicadores analisados".

"As famílias com mais filhos são mais preponderantes na valorização da
medida quanto às consequências da melhoria do exercício da
maternidade/paternidade e da qualidade de vida e o Painel Netsonda
mostra-se mais preponderante na possibilidade de ter mais filhos em
consequência do incentivo ao trabalho a tempo parcial", acrescenta.

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/seis-cada-dez-portugueses-favoraveis-ao-trabalho-tempo-parcial/pag/-1

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# Re-imagining Work

Faz pensar e muito! :)

http://www.youtube.com/watch?v=G11t6XAIce0

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# Famalicão é umas das economias mais fortes do país

Famalicão lidera ranking exportador da região norte com 1,6 mil milhões de euros

Em Vila Nova de Famalicão são produzidas algumas marcas de referência
internacional, como são os casos dos pneus Continental, das máquinas
fotográficas Leica, do vestuário Salsa ou dos botões Louropel

O presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, congratulou-se hoje
com o reforço da liderança daquele concelho no ranking exportador da
região norte, em 2012, atingindo um volume de cerca de 1,6 mil milhões
de euros.

Em comunicado, emitido após a publicação do Anuário Estatístico da
Região Norte 2012 do Instituto Nacional de Estatística (INE), a Câmara
de Famalicão sublinha que em 2012 as empresas do concelho exportaram
mais 200 milhões de euros do que no ano anterior.

Com aquela performance, Famalicão assumiu-se como o terceiro município
mais exportador do país.

"Estes números espelham não só a força da atividade económica
famalicense, como também o arrojo, o empreendedorismo e a inovação dos
nossos empresários, que apesar das circunstâncias menos favoráveis
mantêm um índice de produtividade elevado", sublinhou Paulo Cunha.

Em Vila Nova de Famalicão são produzidas algumas marcas de referência
internacional, como são os casos dos pneus Continental, das máquinas
fotográficas Leica, do vestuário Salsa ou dos botões Louropel.

Paulo Cunha realçou o trabalho destas empresas já consagradas, mas não
deixou de referenciar com particularidade os projetos empreendedores
mais recentes e de natureza ainda familiar, que iniciaram já processos
de expansão internacional.

Entre estes, contam-se as compotas em bisnagas "Meia Dúzia" e a "Casa
Grande Chocolatier".

Ao nível da região Norte, o segundo lugar do ranking exportador é
ocupado pelo Porto, com 1,3 mil milhões de negócios, seguido da Maia,
com 1,2 mil milhões de euros.

Em termos nacionais, o primeiro e segundo lugares voltam a ser
ocupados por Lisboa e Palmela, respetivamente.

Entretanto, o trabalho do INE confirmou também Famalicão como umas das
economias mais fortes do país em termos absolutos, posicionando-se
como a sexta maior economia entre os 86 municípios que compõem a
região Norte.

Famalicão produziu um volume de negócios global na ordem dos 4,3 mil
milhões de euros, sendo a segunda maior economia do Minho, logo a
seguir a Braga.

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/famalicao-lidera-ranking-exportador-da-regiao-norte-16-mil-milhoes-euros

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sábado, dezembro 21, 2013

# 62% dos casamentos realizados em 2012 foram civis

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/grande-maioria-dos-casamentos-realizados-2012-foram-civis/pag/-1

Por um lado, o casamento religioso deixou de ser predominante,
representando apenas 38% dos casamentos em 2012

A grande maioria (62%) dos casamentos realizados em Portugal em 2012
foram civis, o que traduz "mudanças culturais profundas" na sociedade
portuguesa, segundo o relatório do Observatório das Famílias e das
Políticas de Família (OFAP).

Em 2012 realizaram-se 34.423 casamentos (menos 1.612 do que em 2011),
número que já inclui os casamentos entre pessoas do mesmo sexo (266 em
2012), permitido desde 2010.

Segundo o relatório, "a diminuição da nupcialidade é um indicador de
mudanças profundas na formação do casal", que se acentuaram ao longo
da última década.

Por um lado, o casamento religioso deixou de ser predominante,
representando apenas 38% dos casamentos em 2012.

Em contrapartida, aumentou de "forma expressiva" os casamentos civis,
que passaram de 9% em 1960 para 62% em 2012, traduzindo "mudanças
culturais profundas" na sociedade, relativas não só aos rituais de
formação do casal, como também à substituição do casamento enquanto
sacramento religioso pelo casamento enquanto contrato social".

Dados do relatório indicam que, entre 2000 e 2012, a percentagem de
casais que vive junto antes de casar aumentou de 13,3% para 49,6%, o
que também revela "mudanças profundas no sentido de um maior
experimentalismo na conjugalidade, a par do declínio do casamento como
momento institucional de transição no percurso de vida".

"A experimentação da coabitação conjugal tornou-se um valor
fundamental, cada vez mais aceite", principalmente entre os mais
jovens.

Contudo, a maior parte dos casais coabitantes ainda tende a casar
antes de ter filhos: em 2009, apenas 10% tinham filhos comuns
anteriores ao casamento, valor que, no entanto, é mais do dobro do
registado em 1995.

Na última década registou-se também um "aumento significativo" do
número de segundos casamentos e seguintes, que passaram de 13,2% do
total de casamentos em 2000 para 27,1% em 2012.

Sobre os divórcios, o relatório adianta que a tendência de aumento que
vinha a ser registada desde 1975, apresentou um ligeiro decréscimo em
2011 e 2012.

Também a forma como as pessoas se divorciam "mudou consideravelmente
nas últimas décadas, em grande parte devido a mudanças legislativas".

A percentagem de divórcios litigiosos" diminuiu de 37,9% em 1980 para
13,5% em 2000.

Em 2011, já após a mudança operada no código civil, 68% dos processos
de divórcio que deram entrada nas conservatórias do registo civil
foram "por mútuo consentimento", tendo os restantes seguido a via
judicial.

Destes últimos, 16,2% acabaram por resultar em divórcios "por mútuo
consentimento", 80% em "sem consentimento de um dos cônjuges" e apenas
4% em "litigiosos".

Por outro lado, a percentagem de crianças nascidas fora do casamento
mais do que duplicou ao longo da última década, passando de 22% do
total de bebés nascidos em 2000, para 46% em 2012, "o que espelha a
aceitação progressiva da parentalidade fora do casamento".

No entanto, adianta o relatório, "é de realçar um ligeiro aumento dos
nascimentos fora do casamento sem coabitação dos pais desde 2000, que
se fixa em 13% em 2012".

Esta tendência foi acompanhada pela diminuição acentuada do peso dos
bebés de mães adolescentes no total destes nascimentos: 9,5% em 2012,
face a 29,5% em 2005.

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quarta-feira, dezembro 18, 2013

# Dois terços do CO2 dos últimos 260 anos são de 90 empresas

Estudo avaliou em 914 mil milhões de toneladas a pegada das maiores
produtoras de combustíveis fósseis do planeta

A responsabilidade da pegada de carbono global é por norma imputada
aos países, mas Richard Heede quis desmitificar a ideia e traduzir em
números o papel das empresas na emissão de gases com efeito de estufa.
Ou melhor, a sua responsabilidade - que chega quase aos dois terços de
todo o dióxido de carbono (CO2) ou metano (CH4) lançados para a
atmosfera desde o início da era industrial. O investigador americano
concluiu que 63% das emissões globais entre 1751 e 2010 podem ser
atribuídas a apenas 90 empresas, que "processam combustíveis fósseis e
os transformam em produtos vendidos em todas as partes do mundo".

As contas traçam o rasto de carbono deixado pelas 90 empresas, todas
produtoras de petróleo, gás natural, carvão ou cimento. Só desde 1854
- ano do histórico de emissões mais antigo - foram responsáveis pela
emissão de quase 914 mil milhões de toneladas de CO 2 e gases com
efeitos equivalentes, como metano, óxido nitroso e ozono.

Todas "partilham com os consumidores de combustíveis fósseis a
responsabilidade pela destabilização do clima", disse ao i o director
do Climate Mitigation Services. E quase metade destas 914 mil milhões
de toneladas foi emitida a partir de 1984. Entre as 90 empresas
analisadas, 56 produzem crude e gás natural, 37 dedicam-se à extracção
de carvão e as restantes sete são produtoras de cimento. E várias até
operam ou vendem os seus produtos em Portugal: a britânica BP, quarta
empresa mais poluidora entre 1854 e 2010, com cerca de 35 mil milhões
de toneladas, é o caso mais notório.

Mais de um terço das entidades (31) da lista estão sedeadas em países
exteriores ao Anexo 1 da Convenção-Quadro da ONU para as Alterações
Climáticas. Ou seja, "uma parte substancial das emissões", lê-se no
estudo, tem origem fora dos estados desenvolvidos e tidos como mais
capazes de cortar nas suas emissões - casos da Venezuela, da Nigéria,
de Angola, da Malásia, da Líbia e do Kuwait.

A investigação desvenda números que talvez ajudem os produtores de
combustíveis fósseis a largar alguns argumentos mais comuns, que, diz
Richard Heede, utilizam para "desvalorizar" a sua pegada de carbono,
quando dizem que "fornecem um bem público valioso e a sua
responsabilidade termina na bomba de gasolina", exemplificou o
investigador, que lembra contudo que "os consumidores partilham
alguma" da culpa.

Em Portugal não existe qualquer listagem que atribua a fatia de
emissões causada por cada empresa a operar no país. Em 2005, porém, o
governo de José Sócrates criou o Inventário Nacional de Emissões
Atmosféricas (INERPA), hoje sob a tutela do Ministério do Ambiente,
Ordenamento do Território e Energia, que apenas calcula a fonte, em
termos de sector, das emissões de poluentes atmosféricos. De acordo
com o relatório mais recente - que compilou dados de 2011 -, a
Energia, os Resíduos e a Agricultura são respectivamente os sectores
que mais CO 2 produziram. Nesse ano o país emitiu à volta de 70
milhões de toneladas de gases com efeito de estufa.

http://www.ionline.pt/artigos/mundo/dois-tercos-co2-dos-ultimos-260-anos-sao-90-empresas/pag/-1

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# O desinteresse do amor

José Luís Nunes Martins ionline em 14 Dez 2013 - 05:00

Há cada vez mais gente sedenta de ser feliz, julgam até tratar-se de
um direito seu – resultante de um dever dos outros... acham que se é
feliz a receber...
O amor é um ato íntimo, original e singular. Uma força que se define
cada vez que se faz protagonista de uma vida concreta.
Amar não supõe reciprocidade. Será o nosso natural egoísmo que tende a
fazer-nos crer (e querer) que a felicidade passa por recolher o máximo
sem ter de entregar o mínimo. Quando a verdade é o rigoroso oposto
disso: feliz será quem dá tudo sem querer receber nada em troca. Amar
é abdicar de si, fazer-se uma abundante fonte de bem.
O amor não é universal nem frequente. Poucos são capazes de
compreender que o valor de uma existência é servir outra. Ser
instrumento. Entregar a própria vida em favor da realização da
felicidade de outra, sem contar perdas ou recompensas pelos seus
gestos.
Um dos principais equívocos a respeito do amor resulta da semelhança
que se encontra entre o (meu) egoísmo e o amor do outro (por mim)...
de facto, tendem estas duas tensões para um mesmo fim, há até aquilo
que parece ser uma espécie de sintonia perfeita, uma compreensão
plena... mas, na verdade, trata-se de um amor e um egoísmo. Um
felicidade e uma infelicidade, na ordem inversa à das aparências.
Há cada vez mais gente sedenta de ser feliz, julgam até tratar-se de
um direito seu – resultante de um dever dos outros... acham que se é
feliz a receber... e, assim, buscam em todas as fontes – e todas as
fontes lhe parecem pouco... definham de tanto desejo, sem se darem
conta que, afinal, ser feliz começa no dar... no talento divino de ser
dom na vida de outra pessoa.
Ninguém se ama a si mesmo. É preciso que nos abandonemos para que nos
possamos encontrar. É para o espaço entre o que sou e o melhor posso
ser que devo ir. Potenciando todos e cada um dos meus talentos.
Sendo... sempre no melhor sentido, naquele que vai de mim para o
outro.
Quando se estabelecem parcerias com contabilidade organizada, nas
quais se regista cada gesto, onde tudo não passa de uma espécie de
máquina de equilíbrios e jogos de cedências... aí, não há amor, a
exigência não é parte do amor – é a essência do egoísmo.
O amor é natural, não ao ser humano, mas ao ser divino. É pelo amor,
no entanto, que o homem se faz imagem e semelhança de Deus.
Muitos são os que não conseguem imaginar que alguém ame quem lhe quer
mal. Mas a maldade não se combate com a maldade... e é quem escolhe o
mal que mais precisa do amor para se salvar.
O amor não existe entre os seres humanos, no sentido de os atrair
mutuamente, brota de dentro de quem o escolhe, e acolhe, de forma
livre e consciente como sentido para a sua vida, levando essa pessoa
ao encontro de outra, ao melhor de si, ao melhor da outra. Mas o
propósito é o outro, a felicidade do outro... nunca a própria.
Pelo amor aproximamo-nos da perfeição, o caminho começa onde a
imaginação ocupa ainda os espaços vazios que a realidade não
preencheu... a pouco e pouco aprende-se que só o amor nos torna dignos
dele mesmo, e que é preciso sermos capazes de nos libertarmos a nós
próprios, das amarras dos nossos narcisismos, das garras das nossas
cobardias, para que cheguemos a ser quem podemos (e devemos) ser.
O amor une – o homem a Deus. Quebra os muros das incompreensões e
suplanta as montanhas da solidão. É uma vontade criadora, bondade
pura, generosidade de quem ousa sonhar os sonhos de outrem... num
caminho sempre solitário, por onde se sofre e se é feliz a cada passo.
Sem condições, exigências ou promessas.
Quando o amor é verdadeiro perdura, ainda que sem qualquer estímulo
para continuar...
O amor não exige nada, mas espera tudo!

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# Viciados em telemóveis inteligentes (www.downsideapp.com)

Isabel Stilwell Ionline, 2013-12-14

Não precisamos de ser estúpidos para nos viciarmos em telemóveis
inteligentes.O Downside quer reabilitar-nos. A tempo do Natal.

Case Study - Dou por mim a acordar e a estender a mão para o
telemóvel. Dou por mim, num gesto automático, a clicar no Facebook
para ver se há algum comentário novo. Entro no comboio e, em lugar de
observar os outros passageiros, e de ir ouvindo e entrando nas suas
conversas - uma fonte constante de inspiração e divertimento -, vou
verificar se alguém me mandou um novo mail. E há dias em que a viagem
acaba sem que saiba se chove ou faz sol - dúvida que, diga-se de
passagem, já vi gente mais doente do que eu a resolver abrindo uma
aplicação de meteorologia, em vez de olhar lá para fora. Quando sou
obrigada a separar-me do objecto, sinto um nervoso miudinho do estilo,
"E se alguém me mandou um sms a dizer que o mundo acabou e eu não vi?"

Prevalência - 92% da população residente é cliente de um serviço de
telemóveis. A utilização efectiva é de 124 por cada 100 habitantes -
há, pelo menos, 24% de portugueses que têm dois telefones. E embora o
número de telemóveis activos tenha caído para o valor mais baixo desde
2010, convenhamos que 13 milhões é considerável. E tenderá sempre a
crescer. Segundo um estudo da Marktest de Abril de 2013, dos
utilizadores de telemóveis, 76% envia SMS, 13,8% acede neles às redes
sociais e 12,9% usam-nos para consultar emails. Por mês, o número
médio de minutos de conversação é de 147, e enviam-se 6,6 milhões de
mensagens. Os smartphones ultrapassam os telemóveis convencionais,
representando 55% do mercado.

Diagnóstico - Zach Mainen, que dirige o programa de Neurociência da
Fundação Champalimaud, em entrevista ao "Expresso" chamou a atenção
para como o nosso cérebro se vicia rapidamente em recompensas. E uma
mensagem de alguém de quem gostamos ou um comentário positivo no
Facebook é uma recompensa. Funcionam como pequenas doses de droga,
explicou. Mas o mais curioso é que, se o prémio lá estivesse sempre,
cansávamo- -nos rapidamente do jogo, porque o que nos torna
dependentes é o facto de só às vezes conseguirmos ganhar. Mainen diz:
"A forma de fazer alguém repetir um comportamento é torná-lo
aleatório. Se acontece de vez em quando, isso parece tornar o cérebro
mais ávido." Não é, no entanto, uma inevitabilidade, acrescenta, já
que podemos fazer escolhas.

Rehab - Não é precisa grande introspecção para perceber o que vai
acontecer se passarmos o tempo a interromper a nossa ligação à
realidade e às pessoas que fazem parte dela. Nem para entender como é
efémera a felicidade de um like, ou os comentários de gente que nunca
vimos mais gorda. O caminho da auto-análise, já agora, pode levar--nos
a perceber o que fazer para que as recompensas e as surpresas não
venham (maioritariamente) de um ecrã.

Medicamento - Tal como o tabaco, que nos maços anuncia que mata,
também quem vende iphones cria aplicações para salvar os utilizadores
do seu uso! Downside ( www.downsideapp.com), é um "jogo simples que o
vai levar a conversar outra vez". O trailer mostra um grupo de amigos
num bar, agarrados ao telemóvel, enquanto uma voz em off recomenda que
foquem a atenção em quem está na mesma sala. Depois, todos activam a
aplicação e colocam o telefone na mesa, com o ecrã para baixo. De
repente, um distrai-se e pega-lhe de novo. Perde e paga uma rodada,
mas o castigo é a escolha. Os criadores da app garantem que, à medida
que a conversa aquece, os participantes esquecem o telemóvel,
viciando-se uns nos outros. Comece já a treinar para o Natal.

Nota final - Se está em reabilitação, tenha cuidado com o tédio.
Recomenda-se que evite, por exemplo, comentadores a darem palpites
sobre o Tribunal Constitucional.

http://www.downsideapp.com/

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segunda-feira, dezembro 16, 2013

# Uma conversa com Deus - Tolentino Mendonça

Conversando com Deus não se dá pelo tempo...

TM - Como é que Deus se pode contar? Se é que se pode contar...
D- Falem de mim por aquilo que vos está mais próximo, é a melhor
maneira Oiçam as crianças e os poetas. Oiçam as montanhas, os oceanos.
Oiçam as árvores e as folhas de erva. Um poeta escreveu: «Creio que
uma folha de erva não vale menos do que a jornada das estrelas,/ E que
a formiga não é menos perfeita.../ E que o sapo é uma obra-prima para
o mais exigente,/ E que a vaca ruminando com a cabeça baixa supera
qualquer estátua,/ E que um rato é milagre suficiente para fazer
vacilar milhões de infiéis». Ele tem razão.

TM- Mas falar de Deus assim, dessa forma tão próxima, também confunde...
D - Gosto de observar a vossa irrequíetude. Nada vos parece
suficiente. Nada serve como definitivo. Pergunto-me, por vezes, se
isso é defeito ou feitio.

E chega a alguma conclusão?
(Rindo-se) Uma das vantagens de ser Deus é não precisar de chegar a
sítio algum, porque já estou em toda a parte.

Vê, essas facilidades dificultam-nos a compreensão. Os filósofos
escolásticos ensinavam que enquanto nós somos existências, Deus é
essência. É uma definição árdua, nem conseguimos bem imaginar o que
seja.
Mas eu venho ao vosso encontro. O profeta Isaías lembrou a meu
respeito: «Faço-me encontrar por quem não me procura». A verdade é que
não me conheceríeis se não tomasse a iniciativa de procurar-vos. A
sede que sentem sou eu quem a desperta A vossa fome de silêncio e de
encontro. A vossa carência de absoluto, o vosso desejo de amor...

Mas continua a separar-nos um abismo... Não podemos dar um passo nessa
direção. Não se caminha verticalmente.
E se lessem isso de forma positiva? Sou e serei para vós uma pergunta
infinita, um assombro interminável. Os místicos optam por bom caminho
quando recomendam: «Sossega, para onde corres? - O Céu está em ti,
procurar Deus noutro lugar, é nunca o alcançar». Ou então: «Sossega,
para onde corres? - o Céu está em ti!...»

Em nós? Muitas vezes sentimo-nos traídos nas nossas expectativas.
A religiosidade natural remete o homem para o divino através da
necessidade: o homem precisa de um Deus que lhe seja útil, que tenha
poder, que o proteja. Rapidamente, fico :reduzido a um ídolo, que
serve para garantir um funcionamento favorável do grande sistema do
mundo. Esse é um entendimento mágico.

Mas o sofrimento dos inocentes, os campos de extermínio, as
experiências de mal... Não deveríamos aí contar com Deus do nosso
lado?
Num dos seus romances, Elie Wiesel conta uma execução num campo de
concentração. Chamaram uns quantos inocentes e colocaram-nos
arbitrariamente perante o pelotão de fuzilamento. E alguém não resiste
e diz baixinho, entre os dentes: «Onde estás, ó Deus?" E terá ouvido a
voz sussurrada de um companheiro que lhe garante: "Deus está ali
mesmo, entre os fuzilados.»

Mas então como é que nos salva?
Quero citar um dos testamentos espirituais mais inspiradores do século
xx, assinado por Etty Hillesum, onde ela escreveu: «Torna-se-me cada
vez mais claro o seguinte: que tu, ó Deus, não nos podes ajudar, mas
nós é que temos de ajudar-te, e, ajudando-te, ajudamo-nos a nós. Sim,
meu Deus, quanto às circunstâncias ... é evidente que fazem parte
indissolúvel desta vida Também não te chamo à responsabilidade por
isso; tu é que podes mais tarde chamar-nos à responsabilidade. E, a
quase cada batida do coração, torna-se-me isto mais nítido: que tu não
nos podes ajudar, que nós devemos ajudar-te e que a morada em nós,
onde tu resides, tem de ser defendida até às últimas.»

O que diz é um escândalo.
Talvez seja, sim.

E...
A luta contra o Mal é possível e necessária, e ela passa pela
afirmação última do plano divino. É preciso trabalhar infatigavelmente
a possibilidade da Esperança

Mas como fazer isso?
Perante o Mal há tantas coisas que se desconhecem, para as quais não
há uma explicação, nem ninguém a pode dar. Mas será que para o Bem
tendes respostas? Não é ele também um enigma e um enigma aínda maior?
Tome-se o livro bíblico de Job. Job está cheio de razões, num protesto
aparentemente justíssimo contra mim. E o que lhe digo é de todo
inesperado: «Repara no hipopótamo que criei como a ti. É a obra-prima
de Deus.» Ao mandar Job olhar para o hipopótamo, pretendi abrir o seu
olhar, escancará-lo a tudo o que é grande e imenso, a tudo o que o que
vos escapa, mostrando-lhe que se o Mal não tem resposta, o Bem menos
ainda. O amor e o espanto, o riso e o dia, a alegria e a dança são sem
porquê. Porque fazemos então depender tudo de uma resposta para o Mal
se o Bem é igualmente um mistério, e um mistério infinitamente maior?

Teremos de aprender a amar sem ser por nada?
«A rosa não tem porquê./ Floresce porque floresce.» Teresa de Lisieux
dizia-me: «Ainda que não houvesse paraíso eu continuaria a amar-te, ó
Deus». Há que ultrapassar uma determinada conceção da religião
entendida como uma máquina de fabricar recompensas e castigos.

Estes dias perguntei a um amigo se queria dirigir-lhe alguma questão e
ele atirou esta: Deus, porque é que não existes?
Diz-lhe que o entendo bem Será sempre difícil falar de Deus e isso é bom.

Pode explicar?
Deus permanece em vós e o seu amor torna-se visível, mas também a Deus
nunca ninguém o viu.

Continuo sem perceber...
Não sou manipulável, domesticável por discursos e representações.
'Tanto crentes como não-crentes, bebem o silêncio de Deus nas próprias
mãos. Estou sempre a escapar-vos, sou sempre outro para lá do vosso
conhecimento.

Mas os crentes dizem tanta coisa...
E podem efetivamente dizer alguma coisa. Mas esse conhecimento é ainda
insuficiente, já que a realidade transcendente é irredutível a
qualquer sistema de pensamento. O mistério revela-se para lá de
qualquer conhecimento, para lá mesmo de qualquer ignorância. Guarda
isto para ti: há um momento decisivo em que a experiência crente se
constrói necessariamente num intransigente, desconcertante e ardente
oximoro, que é a sua figura por excelência: a fé é sede que
dessedenta, fome que sacia, vazio que enche de plenitude, escuridão
que brilha. Só mãos estendidas e vazias se avizinham ao mistério.

As nossas mãos podem tocar Deus alguma vez?
Recordo-me da oração que uma personagem de um romance de Clarice
Líspector faz, de joelhos, ao pé da cama: «Alivia a minha alma, faz
com que eu sinta que Tua mão está dada à minha.. , faz com que eu
tenha caridade por mim mesma pois senão não poderei sentir que Deus me
ama... amém" Isso acontece continuamente.»

O que é a fé?
A verdade não é algo externo, para descobrir com proposições frias e
impessoais, mas algo que experimentais no vosso interior, de maneira
pessoal. O que é a fé? Apenas isto: tratar a Deus por tu. Deixar de
falar de mim na terceira pessoa e falar comigo na segunda, como
presença que tens diante de ti.

Onde é que mora?
(Rindo) Moro onde me deixam. Há aquele homem que na sua oração me pede
que fosse a sua casa! «Gostava que viesses a minha casa.» Eu respondi:
«Está bem Amanhã irei a tua casa.» O homem saiu imediatamente,
arrumou, dispôs, virou, iluminou, poliu a sua casa, abriu as janelas
de par em par e, desde a aurora, colocou-se à entrada da casa. Sabia
lá ele quando é que Deus viria! Estava assim sentado quando, logo de
manhãzinha, veio um peregrino que caminhou a noite toda, as sandálias
sujas de lama, e vinha já a subir. Ele diz-lhe: «Alto!»
«Dá-me abrigo.» «Não posso.»
«Mas porquê? Tens o dever de acolher um peregrino.»
«Não quero. Hoje a minha casa é uma casa que Deus vai visitar.» E o
peregrino foi bater a outro lado.
A meio da manhã, aproximou-se sorrateiro um miúdo que viu umas belas
maçãs colocadas em cima da mesa posta e, pela janela, esticou um braço
para tentar apanhar uma O homem apanha-lhe o braço com vigor, e
diz-lhe: «Mas, então?»
«É só uma!»
«Não pode ser; estas maçãs são para Deus que hoje me visita»
Passaram umas horas e veio um irmão dele, de longe; um irmão que ele
amava e queria ficar em sua casa, mas ele mandou-o embora, porque
naquele dia estava à espera de Deus.
E quando chegou o crepúsculo, o homem sentiu-o como o mais duro da sua
vida, porque eu tinha-lhe prometido uma visita E ele esteve à espera
desde a aurora! Como ia ele agora encarar a noite, mais escura do que
nunca? Então ajoelha-se e chora toda a sua desilusão. «Como é que me
prometeste e não cumpriste? Porque é que me disseste que me
visitarias?»
Mas tive de responder-lhe:
«Por três vezes, hoje, tentei visitar-te e todas as vezes me disseste que não.»

Se dissermos que Deus é amor, ninguém se espanta. Mas às vezes
precisaríamos de dizer que Deus é humor.
Talvez tenham de levar mais a sério aquilo que o Salmo segreda: «O que
habita nos Céus, sorri.» Por mim, digo que me revejo na imagem do
Livro do Provérbios (Prov. 8,30-31) que apresenta assim a sabedoria
que emano: «A sabedoria divina está constantemente a brincar: a
brincar na terra e a alegrar-se com os homens.» Não é no conjunto de
tarefas tradicionalmente ligadas à sabedoria (julgar, pensar,
escrutinar, prever...) que encontrareis a sabedoria de Deus. É
infinitamente mais simples o meu programa: brincar, alegrar-me na
vossa companhia.

Então Deus sorri?
Há um provérbio árabe que diz isso: «Quando o homem pensa Deus sorri.»

Mas isso não será outra vez fazer pesar sobre os humanos a sua insignificância?
É precisamente o contrário. O que caracteriza a alegria é o facto de
ela não nos pertencer. É pessoalíssima, é completamente nossa,
identifica-se connosco, mas não nos pertence. A alegria atravessa-nos,
mas é sempre um dom. Até a alegria de Deus. Não posso, por exemplo,
dizer: daqui a um minuto vou-me rir. Não sei quando é que me vou rir.
A alegria é um dom na surpresa do encontro.

Mas há ou não obstáculos para chegar a Deus?
Não se esqueçam que todo o coração é uma soleira, uma porta
entreaberta. O grande obstáculo não é a fragilidade, mas a rigidez.
Não é a vulnerabilidade, mas o seu contrário: o orgulho, a
autossuficiência, a autojustificação, o isolamento, a violência, o
delírio de poder. «Os homens quando nascem são tenros e frágeis. A
morte torna-os duros e rijos. As ervas e as árvores quando nascem são
tenras e frágeis. A morte torna-as esquálidas e ressequidas. O duro e
o rígido conduzem à morte. O fraco e o flexível conduzem à vida.»

O que é realizar um caminho espiritual?
A palavra-chave é «relação». Pois o que é a aventura espiritual senão
isto mesmo: a construção inacabada e criativa que a vida faz da
relação? Talvez tenhamos para isso de aprender a desaprender.
Desaprender os labirintos, as teias, os modelos que sufocam e apenas
servem para fazer adiar o encontro.

O que é a confiança?
Lembro-me daquela história oriental: «Um discípulo foi ter com o seu
professor de meditação, cheio de tristeza, quase a desistir, e
confessa-lhe: «A minha prática de meditação é um fracasso! Ou me
distraio completamente, ou as pernas me doem, ou me entrego ao sono .»
«Isso passará», disse o mestre suavemente.
Uma semana depois, o mesmo estudante voltou à presença do mestre, mas
agora eufórico:
«A minha prática de meditação tornou-se maravilhosa! Sinto-me tão
vigilante e tão pacificado. É simplesmente extraordinário.»
O mestre respondeu-lhe com a mesma tranquilidade: «Isso também passará».

Deus é um nome invulgar. Que significa esse nome?
Será que tenho um nome?

Qual é a vontade de Deus?
A minha vontade é o amor. Que, como diz o poeta, que cada um viva «por
dentro do amor, até somente ser possível amar tudo,/ e ser possível
tudo ser reencontrado por dentro do amor».

E como desejaria que falássemos de si?
Que eu espero por todos e não abandono nunca ninguém.

Há vida depois da morte?
Há vida antes da morte?



Nota do autor: Quando me desafiaram a fazê-lo, comecei a construir
imediatamente uma estratégia: iria falar das conversas de outros com
Deus. Na tradição mística, por exemplo, abundam colóquios, êxtases,
arrebatamentos, visões... O meu plano era falar disso, escondendo-me
confortavelmente atrás desses exemplos. Mas percebi depois que não
tinha qualquer saída, pois esperavam que este texto fosse construído
com perguntas e respostas. A única coisa que considerei então sensata
foi arquitetar um texto em que as perguntas fossem respondidas dando
lugar a perguntas maiores. Foi o que tentei e não sei se consegui. É
mais fácil conversar com Deus sem outros ouvidos a ouvir.



José Tolentino Mendonça
In Expresso, 14.12.2013
14.12.13

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# E se a ciência não for isso que você pensa?

O Nobel de Medicina Randy Schekman critica a "tirania" das revistas
especializadas em pesquisas científicas

As publicações defendem a sua seriedade e reputação

El Pais Javier Sampedro 11 DEZ 2013 - 21:01 BRST
http://o-povo.blogspot.pt/2013/12/e-se-ciencia-nao-for-isso-que-voce-pensa.html

Nosso mundo é regido pela ciência numa medida maior do que pensamos.
Um governante pode considerar que sua raça —ou sua aldeia— é superior
às demais, mas não poderá defender essa tese sem uma ciência
independente e de qualidade que o apoie. Um magnata pagará um montão
de dinheiro para mostrar para as pessoas que sua pasta de dentes, sua
fonte de energia ou seus meios de comunicação são superiores aos
demais, mas fracassará se não puder exibir evidências científicas. Os
alimentos que comemos, a informação que lemos e os medicamentos que
engolimos dependem crucialmente de uma ciência solvente, honrada e
avaliada com critérios e transparência. Devemos temê-la?
O último vencedor do prêmio Nobel de Medicina, Randy Schekman, acha
que não. E não se enganem: a maioria dos premiados com esse tipo de
distinções científicas consideram a visita a Estocolmo como a maior
glória das suas vidas, ou simplesmente fazem turismo. Schekman
preferiu criar uma polêmica, e uma bem importante, se temos de ser
justos. Em uma coluna publicada por The Guardian, Schekman sustenta
que as revistas científicas de elite, especificamente Nature, Science
e Cell, distorcem o método científico ou, pior ainda, exercem uma
"tirania" sobre ele que não só desfigura a imagem pública da ciência,
mas também suas prioridades e seu funcionamento diário.
O premiado disse que não publicará mais 'papers' nesses veículos
Para reforçar seu ponto de vista, o prêmio Nobel —que recebeu ontem
seu prêmio na capital sueca— anunciou sua solene decisão de nunca mais
publicar nada na Nature, Science e Cell, as três revistas científicas
com maior índice de impacto, uma medida de sua influência em outros
cientistas. Schekman admite que publicou tudo o que pôde nessas três
revistas, incluindo os papers (artigos técnicos) que acabaram rendendo
a ele o prêmio Nobel. Mas, agora que já recebeu o que queria, não vai
mais usar os veículos.
Sua intenção é denunciar —com uma dose de autocrítica que deixou
saudades na classe política e noutras áreas— as distorções que essas
grandes editoras científicas exercem sobre o progresso do
conhecimento. Schekman denuncia que a admissão de um texto pode estar
sujeita a considerações da política científica, pressões ou inclusive
contatos pessoais.
Schekman fundou sua própria revista eletrônica, eLife, uma das
publicações científicas "abertas" que pretendem estimular uma nova era
na avaliação, apresentação e divulgação do progresso científico, ou
uma ciência três ponto zero.
Dois dos três objetivos prioritários de Schekman: as revistas Nature e
Science e o prêmio Príncipe das Astúrias de ciências. Mas há outro
laureado com o mesmo prêmio, o biólogo Peter Lawrence, da Universidade
de Cambridge, que não só apoia Schekman como vem sustentando posturas
semelhantes há mais de 10 anos. "Esse assunto vem de longe e foi
ficando pior nos últimos anos", disse ao EL PAÍS por telefone, de
Cambridge.
Ele quer denunciar as distorções editoriais sobre o avanço do saber
Lawrence e outros cientistas escreveram artigos nas revistas
científicas apresentado queixas contra os centros de decisão, mas não
conseguiram grande coisa, nem mesmo levar o tema para a opinião
pública. O cientista de Cambridge se confessa contente de que Schekman
aproveite seu prêmio Nobel para remar contra a corrente e tentar
emplacar o que considera uma boa causa. A autocrítica é inerente à
ciência: é o que melhora seus experimentos e teorias, e o que pode
melhorar suas formas, seu financiamento e sua comunicação pública.
"Muitos pesquisadores são plenamente conscientes de como a avaliação
do trabalho científico e sua avaliação pelos burocratas está matando a
ciência", diz Lawrence . "Claro que todos somos culpados de ter
representado nosso papel, assim admite o próprio Randy (Schekman); mas
é bom que ele esteja usando seu prêmio Nobel para expor suas opiniões,
e espero que isso incremente a percepção pública de por que a ciência
perdeu seu coração".
Lawrence escreveu um artigo de referência sobre este assunto há dez
anos, curiosamente na própria revista Nature. "Quando escrevi em 2003,
recebi quase 200 cartas, em sua maioria de jovens que sentiam que os
sonhos que os tinham levado a se converter em cientistas estavam sendo
solapados; o ponto principal, agora, é que os artigos científicos se
tornaram símbolos para o progresso na profissão científica, e os
verdadeiros propósitos de comunicação e registro estão desaparecendo".
Outro cientista relevante que apoia o protesto do Nobel Schekman é
Michael Eisen, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e
um dos fundadores de Public Library of Science (PLoS), a primeira e
principal coleção de revistas científicas publicadas abertamente, e
com uma vontade de transparência que os levou, por exemplo, a tornar
pública a identidade dos seus cientistas, ou reviewers, que revisam os
manuscritos e decidem sobre sua publicação.
O biólogo Peter Lawrence já está há 10 anos protestando contra isso
"O que Randy (Schekman) disse é importante", diz Eisen ao EL PAÍS. "Se
outros cientistas seguissem essa via, poderiam resolver muitos
problemas da comunicação científica em um só movimento". Mas o
pesquisador e editor não nutre grandes esperanças: "Falando como
alguém que já abandonou essas revistas (Nature, Science e Cell) há 13
anos, e que tem tentado convencer seus colegas para que façam o mesmo
desde então, temo que a estrutura de incentivos que Randy denúncia é
tão poderosa e onipresente que nem sequer a liderança de um prêmio
Nobel tão brilhante e respeitado poderá dissolvê-la".
Eisen não acha que um boicote a essas três revistas de elite sirva
muito. "Se realmente queremos arrumar as coisas", conclui, "precisamos
que todos os cientistas ataquem o uso das publicações para avaliar os
pesquisadores, e que façam isso sempre que tiverem oportunidade:
quando contratarem cientistas para seu próprio laboratório ou
departamento, quando revisarem os pedidos de financiamento ou quando
julgarem os candidatos a uma vaga".
Este jornal pediu a perspectiva dos editores de Nature, Science e
Cell, os principais objetivos dos alvos de Schekman. O que segue são
suas respostas.
"Se outros cientistas seguissem essa via algo poderia mudar", diz Michael Eisen
"Nossa política de aceitação não se rege por considerações de
impacto", diz a EL PAÍS Monica Bradford, editora-executiva da Science,
"mas pelo compromisso editorial de fornecer acesso a investigações
interessantes, inovadoras, importantes e que estimulem o pensamento em
todas as disciplinas científicas". A revista Science, segue explicando
Bradford, é mantida pela AAAS (Associação Americana para o Avanço da
Ciência, na sigla em inglês), que é uma organização sem fins
lucrativos, "e que trabalha duro para garantir que a informação
científica revisada por seus pares seja disseminada para o maior
público possível".
As revistas de primeira linha recebem tal quantidade de manuscritos a
cada semana que, por simples considerações materiais, têm que recusar
cerca de 90% desses trabalhos. A questão seria um mero dilema
editorial se não decidisse a carreira de qualquer cientista, sobretudo
os mais jovens, que dependem estritamente do número de publicações que
consigam com a sua pesquisa, e miram com mais ambição as grandes
revistas, de mais impacto. No que pese isso, Bradford assegura que "os
orçamentos para o número de páginas e os níveis de aceitação de
manuscritos estão nos seus níveis históricos habituais; temos uma
grande difusão, e imprimir artigos adicionais tem um grande custo
econômico".
Emilie Marcus, editora de Cell, comenta mais especificamente sobre o
desafio do Nobel Schekman. "Desde seu lançamento há quase 40 anos",
diz, "a revista Cell concentrou-se em uma visão editorial forte, um
serviço ao autor de primeira linha em sua classe com editores
profissionais informados e acessíveis, uma revisão por pares rápida e
rigorosa, conduzida por pesquisadores acadêmicos de primeira linha, e
uma qualidade sofisticada de produção".
"A razão de ser de Cell", prossegue Marcus, "é servir à ciência e aos
cientistas, e se não conseguimos oferecer esses valores a nossos
autores e leitores, a revista não prosperará; para nós isto não é um
luxo, mas um princípio fundamental".

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quinta-feira, dezembro 12, 2013

# As conquistas da crise

As conquistas da crise

Sol | 9 de Dezembro 2013| José António Saraiva

Os portugueses gostam muito de citar uma frase de John F. Kennedy no
seu discurso de posse como Presidente dos Estados Unidos: «Não
perguntes o que o teu país pode fazer por ti, pergunta o que tu podes
fazer pelo teu país».

Sucede que muitos dos que citam esta frase não a transpõem para Portugal.
Todos os dias vemos gente nos ecrãs da televisão e nas manifestações
de rua a exigir tudo e mais alguma coisa do Estado.
É o centro de saúde que não pode fechar, as pensões de reforma que não
podem ser cortadas, as transferências para a RTP que não devem ser
reduzidas, os abonos de família que deveriam aumentar, as
transferências para as universidades que não permitem o seu
funcionamento, os cortes de salários que são ilegítimos, os subsídios
ao teatro e ao cinema que será criminoso retirar, etc.
As pessoas habituaram-se a ser lamurientas, a viver à sombra do Estado
e a queixarem-se do Governo por tudo e por nada.
Essa resmunguice virá do tempo de Salazar, em que o Estado era
todo-poderoso e omnipresente.
Mas essa época acabou - e os novos tempos exigem do país outra
resposta e impõem aos cidadãos outra atitude.
A sociedade civil tem de reagir, de mudar de hábitos; as pessoas têm
de deixar de contar com o Estado e devem assumir os seus próprios
destinos.
Não tenho dúvidas de que há gente a sofrer muito com a crise.
Sobretudo os desempregados, que sofrem materialmente e sofrem
psicologicamente - pois é uma violência uma pessoa não poder
trabalhar.
Mas a crise também tem tido as suas vantagens.
Logo à partida, verificou-se um recuo naquele que tem sido um dos
nossos principais problemas: a monstruosa despesa do Estado.
De facto, a despesa pública primária (isto é, excluindo os juros da
dívida) diminuiu consideravelmente em três anos (cerca de 10 mil
milhões de euros): era de quase 84 mil milhões em 2010, rondará os 74
mil em 2013.
Depois, a poupança das famílias aumentou, passando de 10% do
rendimento disponível em 2010 para 12% em 2013 - e isto, note-se,
apesar da queda dos salários.
E este aumento da poupança traduziu-se no reforço da liquidez dos bancos.
É certo que daqui também resultou a diminuição do consumo.
Mas, atenção: o consumo tem um lado perverso pois, se por um lado
anima o comércio, por outro estimula as importações, com consequências
negativas na balança comercial.
Assim, no período de 2010 a 2013, em virtude da queda do consumo, as
importações baixaram, passando dos 67,5 para os 64 mil milhões de
euros.
E a retracção da procura interna teve outro efeito positivo: obrigou
muitas empresas a voltarem-se para o exterior como meio de
sobrevivência.
São inúmeros os empresários que dizem: «Para me aguentar, tive de me
virar lá para fora e exportar».
Deste modo, verificou-se no mesmo período uma notável subida das
exportações, de 54 mil para 67 mil milhões de euros.
Foram 13 mil milhões de crescimento, ou seja, 25% em três anos. É obra!
E o aumento das exportações, associado à redução das importações,
proporcionou pela primeira vez em muitos anos um resultado positivo da
balança comercial - que passou de 13,3 mil milhões de euros negativos
para 3,2 mil positivos.
A crise também contribuiu fortemente para 'limpar' do mapa muitas
empresas ou instituições inviáveis (como algumas fundações), que
funcionavam artificialmente à custa de subsídios públicos.
O tecido empresarial está hoje mais saudável, pois as empresas que
sobreviveram são as que têm mais condições para viver por si.
A nossa competitividade também aumentou em alguns sectores, e isso é
determinante.
A competição faz-se hoje a nível global, os produtos são ou não são
competitivos no mercado - e, se não forem, não se vendem, as fábricas
que os fazem perdem clientes, e a prazo entrarão em crise e acabarão
por fechar.
Esta lei é inexorável.
Podem fazer-se todas as greves do mundo - mas nenhuma empresa fugirá a
esta lógica.
Outra enorme vantagem da crise foi reaproximar Portugal dos países do
Hemisfério Sul que falam português, dos quais nos afastámos após o 25
de Abril.
Tendo em conta a língua comum e um certo tipo de know-how, as nossas
empresas sentem-se mais confortáveis a operar em Angola, Moçambique ou
Cabo Verde do que na Suíça ou na Polónia; e com parte da nossa
emigração sucede o mesmo.
Por outro lado, essa reaproximação ao Sul contribuiu para diversificar
os mercados de exportação e conquistar novos clientes.
E tornou de novo Portugal mais central no mundo: deixou de ser
periférico na Europa para se recolocar na encruzilhada de três
continentes - a Europa, a África e a América.
Diminuição da despesa pública, ideia de que o Estado não pode dar tudo
aos cidadãos, fim de alguns subsídios, aumento da poupança, redução
das importações, aumento das exportações, fecho de empresas inviáveis,
mais competitividade, reaproximação aos países lusófonos, nova
centralidade - tudo isto é bom e foi precipitado pela crise.
Se não fosse a crise, muito do que já se fez ainda estaria por fazer.
E oxalá que algumas 'conquistas da crise' não venham a andar para trás
- como muitas vezes tem sucedido em Portugal com outras reformas.

http://o-povo.blogspot.pt/2013/12/as-conquistas-da-crise.html

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quarta-feira, dezembro 11, 2013

# Blasfémia punida com prisão em 39 países do mundo

Em 12 destes países - todos islâmicos -, as autoridades religiosas
podem condenar os ateus à morte pelo crime de apostasia (abandono de
uma crença religiosa)

A blasfémia leva à prisão em 39 países do mundo, incluindo seis
ocidentais, e os ateus incorrem na pena de morte em 13 países,
indica-se num relatório divulgado hoje sobre "Liberdade de
Pensamento".

De acordo com o documento da União Internacional de organizações
Humanistas e Éticas (IHEU, em inglês), a maioria dos países não
respeita os direitos dos não-religiosos (ateus, agnósticos,
humanistas, ou pensadores livres).

Este é o primeiro relatório que se foca especificamente nos direitos,
estatuto legal e discriminação contra pessoas que não professam
qualquer religião em todo o mundo.

Doze países em África, nove na Ásia e dez no Médio Oriente obtiveram a
pior classificação por "violações graves" contra os direitos dos
agnósticos. Alguns destes governos incitam abertamente ao ódio contra
ateus, ou deixam impunes, sistematicamente, crimes violentos contra
ateus.

Em 12 destes países - todos islâmicos -, as autoridades religiosas
podem condenar os ateus à morte pelo crime de apostasia (abandono de
uma crença religiosa).

Três Estados - Arábia Saudita, Irão e Paquistão - podem executar
"blasfemos". Em outros três Estados, islamitas, que atuam como
autoridades religiosas em algumas zonas, recorrem à 'sharia' (lei
islâmica) para castigar ofensas à religião, incluindo sentenças de
morte: na Somália as milícias 'Al-Shabaab', na Nigéria o movimento
Boko Haram e os outros grupos islamitas e no Afeganistão os talibãs.

No mundo ocidental, quatro países receberam uma classificação de
"grave" pela possibilidade de deterem pessoas por infração das leis
que proíbem a blasfémia e outras situações que atentam contra a
liberdade religiosa.

A Islândia aplica uma pena de prisão de até três meses, a Dinamarca de
até quatro meses, a Nova Zelândia, até um ano, a Polónia, de até dois
anos, a Alemanha, de até três anos, e a Grécia, de até três anos.

A sentença pode ser aplica num caso de "blasfémia a Deus", como na
Grécia, ou em situações de "insultos à fé de terceiros", no caso da
Alemanha.

Quanto aos Estados-membros da Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP), o relatório classifica a situação em Angola como
"discriminação grave", em Cabo Verde como "discriminação sistémica",
classificação que também é atribuída a Portugal.

Relativamente a Angola, o documento da IHEU indica que a Constituição,
outras leis e políticas protegem a liberdade de pensamento e
religiosa, tal como a liberdade de opinião e expressão.

A Constituição define o país como um Estado secular, que reconhece e
respeita diferentes grupos religiosos, livres para organizar a
realizar atividades, mas as organizações religiosas devem pedir
reconhecimento legal para poderem construir escolas e locais de culta.

Neste país de maioria católica, todos os 83 grupos religiosos
atualmente "legalizados" são cristãos. A minoria muçulmana de cerca de
90 mil pessoas não atinge o limite legal para se candidatar à
legalização.

A situação criou alguma tensão e, já no final deste ano, as
autoridades angolanas interditaram mesquitas ilegais, de acordo com o
relatório.

Em Cabo Verde, a Constituição define o Estado como laico e proíbe a
imposição de crenças e práticas religiosas, apesar de a maioria da
população ser identificada como católica.

De acordo com o documento, o governo concede privilégios à Igreja
Católica e não a outras religiões, como por exemplo, o direito a tempo
de transmissão gratuita na televisão pública de serviços religiosos.

O relatório não faz referência ao Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e
Príncipe, Moçambique e Timor-Leste.

Fundada em Amsterdão, em 1952, e com sede em Londres, a IHEU é a única
união mundial de mais de 100 organizações humanistas, racionalistas,
laicas, ateístas e de pensadores livres, presentes em mais de 40
países.

A IHEU é uma organização não-governamental (ONG) internacional com
estatuto especial consultivo junto das Nações Unidas e do Conselho da
Europa, e estatuto de observador para os direitos humanos na União
Africana.

http://www.ionline.pt/artigos/mundo/blasfemia-punida-prisao-39-paises-mundo/pag/-1

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# Uruguai tenta travar tráfico, legalizando canábis

É uma experiência pioneira de legalização das chamadas drogas leves.
Produzir, vender e consumir marijuana passa a ser legal no Uruguai.
Alexandre Costa

12:30 Quarta, 11 de Dezembro de 2013

"Nós vamos começar a nova experiência em abril. Envolve uma grande
mudança cultural em torno da saúde pública e da luta contra o tráfico
de droga", comentou a senadora e primeira-dama do Uruguai, Lucía
Topolansky, a propósito da legalização da produção, distribuição,
venda e consumo de canábis no país.

Em ambiente festivo, centenas de pessoas, grande parte das quais
jovens, participaram terça-feira na "última manifestação com marijuana
ilegal", diante do congresso em Montevideo, capital do Uruguai,
enquanto dentro do edifício tinha lugar o debate e era aprovada a
legislação, pioneira em todo o mundo, em termos de regulamentação do
comércio das chamadas drogas leves.

A proposta de alteração legislativa do Governo esteve longe de reunir
consensos (a oposição defendia mesmo que a medida tivesse sido
submetida a referendo), acabando por ser aprovada no Senado por 16
votos a favor e 13 contra.

A legislação vai mais longe do que a existente na Holanda, onde a
venda de canábis é legal e a produção tolerada, ou mesmo da de alguns
Estados norte-americanos que desde 2012 autorizam a venda e consumo
para fins medicinais e recreativos.

Experiência será observada internacionalmente


Quando entrar em vigor, daqui a 120 dias, os uruguaios maiores de 18
anos vão poder ter até seis plantas de marijuana por ano em casa, ou o
equivalente à produção de 480 gramas, ou formar clubes para fumar a
droga, que poderão ter entre 15 e 45 membros e 99 plantas por ano.

Os consumidores de drogas registados também vão poder comprar até 40
gramas por mês de marijuana em farmácias, por menos de um euro a
grama, o preço aproximado ao praticado no mercado negro.

Uma instituição governamental irá estabelecer o preço e monitorizar o
programa que pretende acabar com o tráfico das chamadas drogas leves,
através da permissão da produção e do controlo estatal da venda.

A experiência será atentamente observada internacionalmente como uma
nova abordagem em relação às drogas.

"Isto não será um país de erva para todos"


Os estrangeiros ou menores de idade não poderão contudo comprar
marijuana no Uruguai.

"Isto não será um país de erva para todos", afirmou o Presidente José
Mujica, que apesar de ser contra o consumo da droga promoveu a sua
legalização, numa abordagem inédita contra o narcotráfico, admitindo
que caso seja mal sucedida a legislação volte a ser revista.

Com uma população de 3,5 milhões de pessoas, o Uruguai tem até agora
escapado ao alastramento do narcotráfico e à violência e restantes
crimes associados que tem tido consequências devastadoras em grande
parte da América Latina.

O consumo de marijuana já era permitido no país, mas o tráfico,
maioritariamente gerido por gangues que trazem as drogas do vizinho
Paraguai, estava a aumentar.

As autoridades estimam que existam 115 mil consumidores habituais da
droga no país.

"Nós estamos a pedir ao mundo que nos ajude nesta experiência",
afirmou o Presidente Mujica. "Os efeitos do tráfico de droga são
piores dos das próprias drogas", acrescentou.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/uruguai-tenta-travar-trafico-legalizando-canabis=f845627#ixzz2nBMcIzyY

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quarta-feira, dezembro 04, 2013

# Economista quer incluir direito à felicidade na Constituição

O Economista Feliz
D.R.
03/12/2013 | 17:53 | Dinheiro Vivo

Que o dinheiro não traz felicidade já diz o adágio popular. Mas o
economista e investigador Gabriel Leite Mota construiu toda uma tese
de doutoramento sobre a Economia da Felicidade - a versão que, segundo
o autor, "faz os economistas convencionais darem risinhos como
adolescentes quando ouvem falar de sexo, porque não sabem do que se
trata".

"O crescimento económico não é um fim, é apenas um meio", explica
Gabriel Leite Mota, que hoje deu uma palestra sobre o tema na
Faculdade de Economia da Universidade do Porto. "A economia não pode
ter só um fim materialista. O progresso económico só faz sentido se
promover a felicidade", apontou.

Recordando os dias em que teve "dificuldade em arranjar um orientador
de tese", por ser o primeiro a debruçar-se sobre o tema em Portugal, o
economista admite que "as empresas já começam a aperceber-se do
impacto da felicidade a vários níveis importantes, como a
produtividade" e que, também a nível de outras áreas científicas, "há
cada vez mais estudos e provas sobre, por exemplo, o benefício da
felicidade para a longevidade ou a saúde".

Leia também: Novo ranking de felicidade: País feliz é aquele onde
ninguém quer emigrar

"Ninguém é feliz se viver um ano inteiro sempre de férias, como
ninguém é feliz se viver sempre a trabalhar. Nenhuma das áreas da vida
é substituível ou conduz à felicidade por si só", alertou o
investigador.

A felicidade começa a ser encarada, também, do ponto de vista do êxito
e surgem cada vez mais, a nível internacional, índices de felicidade,
como o da Felicidade Interna Bruta ou a Base de Dados Mundial de
Felicidade. Gabriel Leite Mota diz que "é preciso construir teorias
económicas que expliquem as relações entre economia e felicidade" para
se poderem propôr novos indicadores de desenvolvimento. "Podemos
aconselhar políticas e, por que não, ajudar a desenhar Constituições",
rematou.

Como contribuito para acabar com "os risinhos de adolescentes",
Gabriel Leite Mota criou o Economista Feliz no Facebook.

http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO299438.html?page=0

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# Fruta Feia para Gente Bonita

http://www.jn.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=3557184&dossier=Economia%20Social

Frutas e legumes que eram lixo estão agora à venda mais baratos

Publicado em 2013-11-24

Gina Pereira

Cooperativa Fruta Feia quer acabar com o "ilógico" desperdício
alimentar pelo facto de os produtos não terem o calibre e o aspeto que
a grande distribuição exige

A ideia surgiu quando Isabel Soares, 31 anos, então a viver em
Barcelona, viu vários documentários sobre desperdício alimentar e
começou a questionar-se sobre a razão por que tanta fruta e legumes
eram deitados ao lixo, dados ao gado ou simplesmente ficavam a
apodrecer nas árvores e na terra.

No Natal passado, quando veio de férias, questionou diretamente um tio
agricultor da zona de Viseu e confirmou que havia muitas toneladas de
fruta e legumes que não eram escoados, simplesmente porque não
cumpriam os calibres estipulados pela grande distribuição.

A questão pareceu-lhe "ilógica" e começou a pensar que tinha de se pôr
um ponto final nisto. Quando se deparou com o anúncio do concurso
"Ideias de Origem Portuguesa", lançado pela Gulbenkian no início do
ano, pensou que essa podia ser uma boa oportunidade para dar o pontapé
de saída. E a conquista do segundo lugar no concurso (prémio de 15 mil
euros) permitiu-lhe (e aos três amigos com quem apresentou a
candidatura) começar a pôr de pé o projeto.

À caça de crowfunding

Com esse dinheiro, montaram a estrutura, compraram uma carrinha onde
vão buscar os produtos aos agricultores e estão a preparar uma página
na internet que tencionam que sirva como plataforma onde os clientes
façam as encomendas semanais.

Contudo, o arranque está orçado em 23500 euros e continuam à procura
de verbas: têm em curso uma campanha de crowfunding destinada a
conseguir mais 4500 euros e querem arranjar mais apoios. No entanto,
para já, só Isabel trabalha a tempo inteiro na cooperativa e ainda não
conseguiu tirar um mês de ordenado. As suas contas dizem que precisará
de 300 sócios para o poder fazer.

Já têm lista de espera

A cooperativa começou na semana passada a vender os primeiros cabazes
de fruta e legumes "feios", para já apenas no Intendente, em Lisboa.
São produtos de igual qualidade aos vendidos nos supermercados que só
não chegam às prateleiras porque não têm as dimensões que a grande
distribuição convencionou comprar. Tudo porque os consumidores se
habituaram a comprar legumes e fruta "bonitos", deixando de fora os
que têm outras dimensões e criando desperdício aos agricultores.

Para já, a Fruta Feia tem 12 produtores associados (maioria da região
Oeste), mas continua à procura de mais (particularmente de hortícolas)
para poder continuar a crescer e abrir mais delegações em Lisboa. E
depois, quem sabe, ao resto do país.

Tem 120 consumidores associados (e uma lista de espera que vai
crescendo à medida que o projeto se torna conhecido). Mas só poderá
aceitar mais sócios à medida que tenha uma diversidade de produtores
que lhe permita assegurar a distribuição semanal de alimentos em
cestas de três, quatro ou de sete, oito quilos, "a metade do preço do
supermercado", afirmam.

Na primeira semana, Isabel estima ter evitado o desperdício de 635
quilos de horto-frutícolas. E a quantidade irá aumentar à medida que
forem abrindo mais delegações, havendo já um potencial interesse da
Junta de Freguesia da Lapa. O objetivo é fazer a distribuição em
espaços cedidos (para evitar pagar aluguer e, com isso, aumentar o
preço dos produtos). E, a pouco e pouco, "conseguir mudar a
consciência dos consumidores ao ponto de deixar de haver fruta feia e
fruta bonita", dizem.

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terça-feira, dezembro 03, 2013

# Perspectiva de um não crente sobre a “Exortação apostólica" do Papa Francisco.

Francisco - o primeiro sucessor de Pedro ?

A notável Exortação Apostólica "Evangelii Gaudium" é um documento que
sai dos parâmetros habituais relativamente aos de natureza doutrinal
produzidos pela Igreja Católica, e constitui um desafio a mudanças de
atitudes e comportamentos de crentes e não-crentes, desafio que é de
saudar vivamente, pois não se apoia sobre qualquer perspectiva de
superioridade moral.

Privilegia a atenção aos desprotegidos, nomeadamente os pobres, as
mulheres, e as crianças, apelando também a que os jovens possam ter um
maior protagonismo e que sejam chamados a participar mais activamente
na construção da sociedade.

Considera assim que até que não se melhorem radicalmente os problemas
dos pobres não se resolverão os problemas do mundo, e recorda serem
duplamente pobres as mulheres que sofrem situações de exclusão, maus
tratos e violência, apelando a que haja mais políticos que tomem
verdadeiramente a peito tais questões.

Recorda os mais fracos: "os sem-tecto, os dependentes de drogas, os
refugiados, os povos indígenas, os idosos cada vez mais sós e
abandonados" e os migrantes, relativamente aos quais se exortam os
Países "a uma abertura generosa".

Critica fortemente o sistema económico adoptado na maioria das
sociedades políticas actuais, que considera ser injusto logo de raiz,
fazendo prevalecer a lei do mais forte, de uma "nova tirania
invisível, por vezes virtual" de um "mercado divinizado", onde reinam
a "especulação financeira", a "corrupção ramificada", e a "evasão
fiscal egoísta".

No plano das relações com outras comunidades religiosas, lembra que
nesta época adquire especial importância a relação com os crentes do
Islão, pois "diante de episódios de fundamentalismo violento" há que
"evitar odiosas generalizações, porque o verdadeiro Islão e uma
adequada interpretação do Alcorão se opõem a toda a violência", e que
"o diálogo inter-religioso" é " uma condição necessária para a paz no
mundo" - sem esquecer igualmente a importância da troca de pontos de
vista entre crentes e não-crentes (como é o meu caso) .

No plano interno da Igreja Católica, e coerentemente com o que é
anteriormente referido, aponta-se como desejável uma comunidade
"ferida e suja por ter saído pelas estradas" em vez de uma Igreja
preocupada com o "pragmatismo incolor" da sua vida quotidiana e o
cuidado ostensivo da liturgia, lembrando que o cristianismo "não
dispõe de um único modelo cultural" e que o rosto da Igreja é
"multiforme", afirmando que não "podemos esperar que todos os povos,
para expressar a fé cristã, tenham de imitar as modalidades adoptadas
pelos povos europeus num determinado momento da história".

Não deixa de criticar o "individualismo pós-moderno e globalizado",
que "promove um estilo de vida que perverte os vínculos familiares",
concluindo que se alguém "conseguir ajudar pelo menos uma única pessoa
a viver melhor, isto já é suficiente para justificar o dom" da sua
vida.

Documento abrangente, não esquece o mundo global, a política, a
economia, a justiça, e os não católicos, apelando a que a Igreja
Católica mude grande parte das suas atitudes para poder assim aumentar
a sua autoridade moral para lutar pelos nobres princípios que acabo de
salientar.

A concluir, sentir-me-ia-me tentado a opinar que - embora não tenha o
conhecimento suficiente da História da Igreja Católica para poder
fundamentar tal afirmação - Francisco será o sucessor de Pedro que
melhor terá interpretado a doutrina atribuída a Jesus de Nazaré.

1. Dezembro.2013. Luís Costa Correia

(in www.costacorreia.com e costacorreia.blogspot.com )

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# UK has 75 percent of EU's millionaire bankers

01.12.13 @ 08:43

British bankers dominate EU rich-list

BY BENJAMIN FOX

BRUSSELS - More than 75 percent of Europe's banking millionaires are
based in the UK, according to a report by the EU's bank watchdog.

More than 2,700 UK-based bankers were paid more than €1 million in
2012, compared to a further 794 across the rest of the EU. Germany was
a distant second with 212, followed by France with 177. Ten EU
countries had no banking millionaires.

The data, contained in the London-based European Banking Authority
annual 'High Earners' report, reveal the extent of the UK's dominance
of the banking rich-list.

The report indicates that 2,188 high earners worked in investment
banking, with a mere 62 working in retail banking. A further 198
financiers worked in asset management and 266 in other business areas.
The average top banker raked in a total of €1.95 million.

The figures include payments to staff working for subsidiaries or
branches of any EU-parent institution based in another EU country, as
well as staff in branches of third country institutions.

The report also revealed striking differences across countries in the
proportion of pay made up of bonus payments. While most countries saw
an average bonus payment of between one and two times salary, the
average executive in France and the UK received a bonus four times
larger than salary.

Since the 2008-9 financial crisis, lawmakers have made repeated steps
to rein in bank pay, particularly by limiting bonus payments to
financiers, on the grounds that a rampant bonus culture encouraged
excessive risk-taking.

Earlier this year, MEPs and ministers agreed to cap bankers' bonuses
to the equivalent of their salary. Payments worth up to two times
salary will also be permitted but only on the basis of a vote by
shareholders.

The rules are set to be introduced next year and will apply to over
8,000 banks across the EU.

However, they are currently subject to a legal challenge launched by
the UK government in September.

The UK, which was alone in opposing the rules, has argued that limits
on pay would do nothing to make the financial sector safer and would
encourage banks to increase basic salaries.

http://euobserver.com/economic/122300#.UptcQEWzorQ.mailto

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segunda-feira, dezembro 02, 2013

# Teoria da relatividade essencial

Ionline 2013-11-30
José Luís Nunes Martins

A mortalidade dos que amamos devia levar-nos a amá-los com mais
verdade. Cada dia é um presente magnífico, mesmo para quem não o
reconhece

A vida exige ao homem um compromisso com a verdade. É fundamental para
a felicidade que se façam corretos juízos sobre cada um dos fragmentos
do nosso quotidiano. O ponto de vista é essencial à qualidade do
resultado final.
Ninguém está a salvo de perder os que ama, os bens que possui ou as
suas próprias capacidades...

Devemos refletir de forma séria sobre o que de mau pode ocorrer na
nossa vida, contemplar todos os infortúnios possíveis. As mortes e
perdas a todos os níveis.
Perspetivar todo o mal possível é uma decisão tão drástica quanto
eficaz, porque nos revela de forma evidente o que há de bom na nossa
vida e nos impele a tirar o possível e devido proveito de tudo isso!

A nossa habitual insatisfação leva-nos a um estado de necessidade
constante que, por mais alta e meritória que seja a conquista
alcançada, tudo acaba, logo depois, por nos parecer pouco... e é assim
que, pela lógica do desejo insaciável, nos deixamos demolir pelos
vazios que criamos em nós. Concentramos a nossa razão, emoção e alma
no que desejamos e não no que temos... e no que somos.
Muitos são os que tomam por seguro o que têm, sem consciência da
verdade de que nada é certo, de que tudo quanto temos hoje é uma
espécie de empréstimo da vida... que pode ter de ser devolvido a
qualquer momento, sem qualquer aviso prévio. A família, a saúde, os
amigos, a casa, os bens, os empregos, as nossas capacidades (andar,
ver, etc.)...

Quantos pais descobrem tarde demais o valor de um simples minuto de
brincadeira com os seu filho?

A solução é criar e alimentar um desejo pelas coisas boas que se
possuem e, assim, construir os fundamentos de uma alegria funda e
duradoura.

A mortalidade dos que amamos devia levar-nos a amá-los com mais
verdade. Cada dia é um presente magnífico, mesmo para quem, de tão
enfastiado consigo e com o mundo, não o reconhece.

É comum considerar-se miserável o que se contenta com o que lhe é dado
viver... mas, desgraçado será quem que se cega por tanto desejo e se
faz infeliz por opção.

Pensar na morte e nas perdas possíveis não é pessimismo nem tristeza.
Muito pelo contrário, esta interpretação da realidade cria as
condições para que possamos apreciar o pouco (muito) de que dispomos e
assim encontrar razões para sermos felizes. Sem nunca ter de viver a
tristeza profunda das grandes e justas culpas e arrependimentos dos
que só se dão conta do valor de algo depois de o perderem.

A tragédia é uma questão de tempo. Não é um se... mas um quando. A
responsabilidade passa por não fingir que é impossível.

Há cada vez mais gente apática. Como se sofressem de uma espécie de
sonambulismo crónico... julgam-se num nível superior de maturidade mas
não chegam sequer a ser infantis. Obrigam-se à insatisfação permanente
e passam o tempo atentos ao que não têm... julgam sempre que nada de
mal lhes vai acontecer na vida, mais, chamam mórbidos e deprimentes
aos que os alertam sobre a possibilidade e o dever de serem felizes.
Admiram o valor do que sonham, desprezam o que têm nos braços...

Há coisas pequenas que, afinal, são dádivas enormes, belezas sublimes
escondidas nas coisas mais vulgares... e tantos (tantos!) milagres e
paraísos dentro de pessoas que muitos julgam serem comuns...

O valor da vida é absoluto em qualquer espaço ou tempo. A referência
não deve ser o que se deseja, mas o bom que se pode perder. A
iminência da morte devia despertar-nos para a bondade da vida e
levar-nos a celebrar cada fragmento do que temos e... somos.

Apreciar o simples não é um falhanço mas uma graça. Neste mundo, nada
é comum, nada se repete, tudo é extraordinário.
Estamos muito perto do segredo de Deus.

http://o-povo.blogspot.pt/2013/11/teoria-da-relatividade-essencial.html

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