/* Commented Backslash Hack hides rule from IE5-Mac \*/

PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

quinta-feira, abril 30, 2009

# Harvard Aids expert says Pope 'correct' on condoms and spread of HIV

The head of Harvard's Aids Prevention Centre says condom use does not lower HIV infection rates

Last week Benedict XVI incurred the wrath of AIDs campaigners and criticism from the Governments of France and Germany for saying, en route to Africa, that AIDS could not "be overcome by the distribution of condoms." In comments condemned as "scary" and "alienating" by members of the International Planned Parenthood Federation, Benedict XVI lauded monogamy as a way to combat the spread of AIDs. He said that condom distribution risked exaggerating the spread of the virus.

Edward C. Green, director of the AIDS Prevention Center at the Harvard Center for Population and Development Studies said this week: "The best evidence we have supports the Pope's comments."

In an interview with the National Review Online, Mr Green said: "We have found no consistent associations between condom use and lower HIV-infection rates, which, 25 years into the pandemic, we should be seeing if this intervention was working."

He said condom distribution could lead to "risk compensation", meaning that, once furnished with condoms, people were more likely to engage in riskier sexual behaviour.

Today, this claim was disputed as "ludicrous" by Michael Bartos, chief of the UN AIDs Aids Prevention Unit in Geneva

"It is like saying that sales of mosquito repellent are higher in places where people are more likely to get mosquito bites," he said. "If people are using condoms more in areas where they are more likely to get HIV, that is positive."

He said there was no "empirical evidence" to show that greater availability of condoms led to an increase in risky sexual activity

Mr Green claimed that reducing "concurrency" or the custom of engaging in two, usually long-term sexual relationships at the same time was the key to successfully combating AIDS. He said: "The best and latest empirical evidence indeed shows that reduction in multiple and concurrent sexual partners is the most important single behavior change associated with reduction in HIV-infection rates (the other major factor is male circumcision)."

In an interview with The Times today, Mr Bartos said: "One thing that accounts for the very high AIDs transmission rate in South Africa is the low rate of male circumcision and the high rate of concurrent partnerships."

He added: "Condom messaging needs to be more refined and needs to take into account the reality of people's lives. However it is a false opposition to say [that it is a case of] either condoms or concurrent relationships or male circumcision." Condoms and programmes tackling concurrency and male circumcision, which can reduce the transmission of the HIV virus by up to 60 per cent, were both needed, Mr Bartos said. "Concurrency is a factor but not the master explanation for the spread of AIDs."

However, a leading author on the fight to combat AIDs today backed Mr Green's theory. Dr Helen Epstein, author of The Invisible Cure, Why We Are Losing the Fight Against AIDS in Africa, said that concurrency can "give rise to a vast interlocking network of stable sexual relationships that serves as a virtual superhighway for HIV, placing at risk large numbers of people who may think they are safe because they are not typically "promiscuous". For example, some men have two girlfriends or two wives, (or a wife and a girlfriend) with whom they sleep regularly. One or both of those women may have another regular partner – and those men may have other regular wives or girlfriends – and so on."

A molecular biologist who has co-designed an AIDs prevention programme based on combating concurrency in partnership with the non-profit organisation Population Services International in Mozambique, Dr Epstein added: "In Africa most HIV transmission takes place in long term relationships. People use condoms in casual relationships, and with prostitutes, but that accounts for a relatively small part of the epidemic in the "AIDS epicentre" of East and southern Africa ."

She said the importance of reducing concurrency had been proved by Uganda's successful "Zero Grazing" AIDs prevention campaign, promoted in the late 1980s by its Government. "The tone was pragmatic, not moralistic, and this helped de-stigmatize the epidemic, and brought everyone into the campaign, including community and church groups, women's groups, the media and ordinary people. As a result, sexual norms began to shift in favour of fewer sexual partnerships and more consistent condom use in casual sex."

While she wished the Catholic Church would change its ban on condoms, Dr Epstein highlighted the role the Church could play in promoting collective change of sexual behaviour.

She said: "The [ Uganda ] program was based on a very African process of community mobilization, collective action, compassion and mutual aid. These are things the Church has always been good at. Indeed, the Church is often much better at promoting collective action than the public health community, which tends to take a more individualistic approach."

sexta-feira, abril 17, 2009

# As aparências iludem... ou a TV tem muito para aprender

A desempregada Susan Boyle não é nenhum modelo de beleza, mas teve
coragem para enfrentar o júri ferino e a platéia debochada do programa
"Britain's got talent", no último sábado.
Recebida com risos e desconfiança, por conta de sua aparência, ela
calou a todos quando começou sua interpretação de "I dreamed a dream",
do musical "Les miserables".
O vídeo de cinco minutos e pouco, com o antes e depois de sua
apresentação é atualmente o maior sucesso do Youtube - até agora de
manha de 6ª feira , já havia sido visto mais de 3.2 milhões de vezes.
- Qual é o seu sonho? - perguntou o apresentador Simon Cowell, que
também costuma maltratar candidatos do outro lado do Atlântico, no
"American idol".
- Tentar ser uma cantora profissional - respondeu Susan, de 47 anos,
com um sorriso no rosto, diante de assobios do público e caretas
irônicas dos jurados.

Para assistir click no link abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=RxPZh4AnWyk&NR=1

quinta-feira, abril 16, 2009

# Se...

SE tu podes impor a calma, quando aqueles
Que estão ao pé de ti a perdem, censurando
A tua teimosia nobre de a manter,

SE sabes aguardar sem ruga e sem cansaço,
Privar com Reis continuando simples,
E na calúnia não recorres à infâmia
Para com arma igual e em fúria responder,
- Mas não aparentar bondade em demasia
Nem presumir de sábio ou pretender
Manifestar excesso de ousadia,-

SE o sonho não fizer de ti um escravo
E a luz do pensamento não andar
Contigo num domínio exagerado,

SE encaras o triunfo ou a derrota
Serenamente, firme, e reforçado
Na coragem que é necessário ter
Para ver a verdade atraiçoada,
Caluniada, espezinhada, e ainda
Os nossos ideais por terra, - mas ergue-los
De novo em mais profundos alicerces
E proclamar com alma essa Verdade!

SE perdes tudo quanto amealhaste
E voltas ao princípio sem um ai,
Um lamento, uma lágrima, e sorrindo
Te debruçares sobre o coração
Unindo outras reservas à Vontade
Que quer continuar, e prosseguindo
Chegar ao infinito da razão,

SE a multidão te ouvir entusiasmada
E a virtude ficar no seu lugar,
SE amigos e inimigos não conseguem
Ofender-te, e se quantos te procuram
Para contar com o teu esforço não contarem
Uns mais do que outros, - olha-os por igual!,

SE podes preencher esse minuto
Com sessenta segundos de existência
No caminho da vida percorrido
Embora essa existência seja dura
À força das tormentas que a consomem,
Bendita a tua essência, a tua origem,

O mundo será teu,
E tu serás um Homem!

Rudyard Kipling
Em versos portugueses de António Botto
[versão original: http://www.kipling.org.uk/poems_if.htm]
Sent by: Ricardo Oliveira

segunda-feira, abril 13, 2009

# Cor e esperança...

"Como cada coisa tem a sua cor
cada coração tem a esperança.
Havemos de somar projectos,
palmilhar destinos,
desfiar preocupações...
Mas a esperança é o segredo
que nos faz sair de nós,
criar e recriar, crer!
Por causa da esperança
o comum não se esvazia,
nem o inesperado nos trava;
o difícil é olhado com coragem
e o tempo feliz vivido com humildade.
A esperança é persistente,
não desarma.
Como o fogo debaixo da cinza
sempre resiste.
A esperança é actuante,
não cruza os braços.
Tem a paciência impaciente
das sementes
que, em vez de lamentar
o escuro da terra,
desatam a crescer.
A esperança é a palavra
que traz dentro a confiança.
Somos pessoas de esperança?"
(José Tolentino Mendonça)

segunda-feira, abril 06, 2009

# Justiça: 14.900 pessoas cumprem trabalho comunitário para cumprir uma condenação

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1372852&idCanal=62
06.04.2009 - 09h11 Lusa
Mais 40 por cento das cerca de 14.900 pessoas que actualmente estão a
fazer trabalho comunitário para cumprir uma condenação executam-no em
substituição de uma pena efectiva de prisão.

Segundo dados do Ministério da Justiça (MJ) fornecidos à agência Lusa,
referentes a Março, das 14.868 pessoas (13.598 homens e 1291 mulheres)
que estão a cumprir trabalho comunitário, 6010 fazem-no em
substituição de penas efectivas de prisão até dois anos.

Em Dezembro de 2008, estavam 11.818 pessoas a executar trabalhos a
favor da comunidade, contra 11.098 em finais de 2007.

Desde a revisão do Código Penal (Setembro de 2007) é possível fazer
trabalho comunitário em substituição de uma pena de prisão não
superior a dois anos.

É ainda possível executar trabalho comunitário como "sanção
substitutiva da pena de multa, após o julgamento e a pedido do
condenado", como um "dever imposto no âmbito da suspensão da execução
da pena de prisão" ou como "pena substitutiva da prisão, no âmbito da
comutação da pena, total ou parcial, no processo de indulto".

O Trabalho a Favor da Comunidade (TFC) é também aplicado como injunção
no âmbito da suspensão provisória do processo, na fase pré-sentencial,
como obrigação aplicável a jovens delinquentes, entre os 16 e os 21
anos, ou como alternativa às sanções previstas no regime jurídico do
consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas.

Actualmente, estão a ser cumpridas 15.772 penas e medidas de execução
na comunidade. Destas medidas, 2255 reportam-se à suspensão provisória
do processo, ou seja, o processo está suspenso enquanto a pessoa
cumpre a pena. Em caso de incumprimento, o arguido será julgado.

Em 2528 casos a multa foi substituída pelo trabalho comunitário, 645
pessoas foram condenadas a prestar serviço em prol da comunidade e
2231 prestam serviço em prol da comunidade enquanto cumprem a
liberdade condicional.

Segundo os dados fornecidos pelo MJ, o número destas penas e medidas
aplicadas tem subido, tendência que se deve, afirma o secretário de
estado adjunto e da Justiça, à alteração à lei Penal.

Entre as condenações que são substituídas por trabalho comunitário
constam, segundo o secretário de Estado Conde Rodrigues, "condução sob
efeito de álcool, injúrias ou ofensas corporais simples".

No entender de Conde Rodrigues, a conversão da pena de prisão em
trabalho comunitário "tem muito mais utilidade para a sociedade"
porque "a pena de cadeia para determinados crimes não acrescenta nada,
não ajuda a redimir a pessoa".

Porém, caso o condenado não cumpra a prestação de trabalho, ou se
cometer um novo crime, o tribunal pode ordenar o cumprimento da pena
de prisão determinada na sentença.

O trabalho pode ser prestado em câmaras municipais, juntas de
freguesia, Cruz Vermelha, Santa Casa da Misericórdia, Instituto
Português da Juventude, Instituto Nacional dos Arquivos Nacionais -
Torre do Tombo, associações de bombeiros, Jardim Zoológico, escolas e
hospitais, entre outras instituições.

sexta-feira, abril 03, 2009

# A paragem do autocarro

Os carros passam. As pessoas andam. O sol brilha.
Tudo parece normal. A vida num contínuo movimento.
No entanto, ela continua imóvel sentada na paragem de uma autocarro, qua não  a conduz a lado algum! Os seus olhos fixam o vazio. O stress do quotidiano anula a liberdade do seu interior.
Sim, ela parou naquele banco, no entanto, o rumo que vai escolher para aquele início de tarde, após uma angustiante e agitada manhã de trabalho, não a levará para mais uma rua, cujo nome se confunde com o das outras! O destino que ela quer alcançar é o de dar um pouco de paz, de descanso ao seu espírito torturado.
Sim, está paralizada num mundo de pessoas anónimas, de cópias, apressadas, umas das outras.
Todavia, dentro de si própria, ela tenta reencontrar-se com a sua identidade: a serenidade!...
Finalmente, esta aparece e ela recebe-a com carinho, cheia de saudades suas. Abraça-a com a intensidade, a espontaneidade de uma criança como se, de repente, tivesse feito uma amiga há muito desejada!
 
M. C., 1999

# Hay que buscarse un Amante...

Muitas pessoas têm um amante, e outras gostariam de ter um. Há também
as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente são estas
últimas que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes
ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia, pessimismo,
crises de choro, ou as mais diversas dores.
Elas contam-me que as suas vidas correm de forma monótona e sem
perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem
como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas
encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, já tinham estado noutros consultórios,
onde receberam as condolências
de um diagnóstico firme: "Depressão"... além da inevitável receita do
anti-depressivo do momento. Assim, depois de as ouvir atentamente, eu
digo-lhes que elas não precisam de nenhum anti-depressivo. Digo-lhes
que o que elas precisam é de um Amante!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem o meu
conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se
atreva a sugerir uma coisa destas ?!".
Há também as que, chocadas e escandalizadas, despedem-se e não voltam
nunca mais. Às que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu
explico-lhes o seguinte: Amante é "aquilo que nos apaixona". É o que
toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos, e é também
aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso Amante é o que nos
mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que
nos mostra o sentido e a motivação da vida. Às vezes encontramos o
nosso amante no nosso parceiro, outras vezes, em alguém que não é
nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e
sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica
ou na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na
necessidade de nos transcendermos espiritualmente, numa boa refeição,
no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso passatempo preferido...
Enfim, Amante é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos
afasta do triste destino de "ir vivendo". E o que é "ir vivendo"? "Ir
vivendo" é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem, é
o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos,
tomar remédios multicoloridos, afastarmo-nos do que é gratificante,
observar decepcionados cada ruga nova que o espelho nos mostra, é
aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol
ou com a chuva. "Ir
vivendo" é adiar a possibilidade de viver o hoje, fingindo
contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos
realizar algo amanhã.
Por favor, não se contentem com "ir vivendo". Procurem um amante,
sejam também um amante e um protagonista da vossa vida...
Acreditem que o trágico não é morrer, porque afinal a morte tem boa
memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver,
por isso, e sem mais delongas, procurem um amante.
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
"Para se estar satisfeito, activo, e sentirem-se jovens e felizes, é
preciso namorar a vida".

Texto: Dr. Jorge Bucay
Livro: "Hay que buscarse un Amante"