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PENSANTES

Outros pensamentos, ideias e palavras que nos fazem pensar...

segunda-feira, julho 28, 2014

# Ir de férias com sentimentos de culpa e para pensar no trabalho...

Sete em cada dez jovens têm uma sensação de vazio ao ir de férias

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/sete-cada-dez-jovens-tem-uma-sensacao-vazio-ao-ir-ferias/pag/-1

Estudo inédito em Portugal mostra uma geração que pensa não precisar
de parar para repor energias. E sente culpa por poder fazer falta

Enquanto uns sonham meses por elas, outros sentem que não precisam de
parar para carregar as baterias e ficam desconfortáveis ao pensar que
poderão fazer falta no seu local de trabalho ou sobrecarregar os
colegas. O fenómeno do sentimento de culpa por ir de férias começou a
ser diagnosticado nos EUA e há dados em Portugal que mostram que nem o
clima torna os jovens portugueses imunes a esta aparente viragem
psicológica. Um inquérito feito este ano pela Associação Portuguesa de
Psicologia da Saúde Ocupacional (APPSO) a uma amostra de 3619
trabalhadores revela que sete em cada dez representantes da geração
milénio - nascidas entre 1982 e 1993 - dizem sentir um vazio ao ir de
férias. Entre os mais velhos inquiridos apenas 4% confessa esta
sensação. Já o descanso só é sinónimo de liberdade e bem-estar para
14% dos jovens contra 89% dos mais velhos. E só 6% dos mais novos vê
nas férias a hipótese de repor energias, contra 73% dos mais velhos.

Com números tão expressivos, eles devem andar por aí mas não são
fáceis de apanhar quando toda a gente parece estar em modo de último
sprint antes das benditas férias. Num grupo de amigos, emergem uns
quatro candidatos (pensando nos workaholics). Dois falham: adoram o
trabalho mas "férias são férias" e desligam completamente. Outros
dois, contudo, não têm a mesma visão retemperante e não hesitam em
classificar de "abominável" a ideia de tirar "férias por férias", por
exemplo para ficar deitado na praia ou à beira da piscina.

Não lhe chamariam culpa, mas o facto é que estão satisfeitos a
trabalhar e só planos que impliquem actividade é que os fazem tirar
alguns dias. Desde que começou a trabalhar, Miguel, de 30 anos, tira
no máximo metade dos dias de férias a que tem direito na farmácia em
Lisboa. "Para carregar baterias estou melhor a trabalhar, só o faço
quando tenho alguma coisa planeada", conta. E neste rol de actividades
de lazer não entram semanas de papo para o ar. "Não consigo", diz.
"Temos de contribuir para o PIB."

José, engenheiro de 37 anos, também não se lembra de férias desse
género. Tem 40 dias por gozar e a única vantagem que vê numas férias
sem planos é poder repor o sono, mas chegam poucos dias. "Geralmente
tiro mais dias no Natal." Sem família própria, conta que se sente mais
integrado no trabalho, onde os projectos e prazos de entrega acabam
por exigir dos funcionários alguma flexibilidade. "Neste momento temos
um deadline até ao final de Agosto. Algumas pessoas tinham férias e
desmarcaram."

O QUE SE PASSA Perceber os porquês desta mudança de opinião em relação
às férias acaba por ser um exercício de especulação que cruza factores
pessoais e geracionais. Para José, só terá este sentimento em relação
às férias quem gosta do que faz ou tem responsabilidades. Já Miguel
sublinha que o motiva estar a ser útil, a produzir seja o que for,
mais do que parado. "Quando tiro uma semana, ao terceiro dia já começo
a pensar se está tudo bem, se estou a fazer falta", diz.

No estudo da APPSO, a que o i teve acesso, a preocupação com a
produtividade é latente: 81% dos inquiridos da geração milénio disse
encarar as férias como "um tempo de improdutividade com complicações
profundas na sua actividade." Entre os mais velhos, são apenas 12% os
que manifestam esta sensação. A discrepância prossegue: oito em dez
jovens trabalhadores dizem que quando são obrigados legalmente a tirar
tempo de férias sentem que não o queriam fazer, contra um em dez dos
trabalhadores mais velhos.

A mudança no calendário para constituir família será uma das
explicações - hoje a idade média dos portugueses no primeiro casamento
ronda os 30 anos e os filhos vêm mais tarde. Para Miguel e José, não
terem família própria é uma explicação plausível para não terem
necessidade de tirar mais dias. No estudo da APSO, a despreocupação
com questões familiares também é visível. Só 20% vê nas férias uma
oportunidade para rever os planos quanto à vida pessoal e familiar,
contra 45% dos trabalhadores de outras gerações. Por outro lado, os
mais novos aceitam mais as férias como uma oportunidade para pensar na
vida profissional (42% partilha esta opinião) do que os mais velhos.
Só 15% pensa nas férias como uma forma para pensar no que vai fazer no
trabalho.

Para João Paulo Pereira, director-executivo da APPSO, na base deste
sentimento está algo mais transversal, independentemente mesmo do
sucesso ou do cargo. "A geração milénio organiza-se mais a si mesma e
por isso as férias são um momento em que sentem menor produtividade",
diz o psicólogo e coacher. "São uma geração muito mais voltada para o
trabalho como forma de prazer e por isso mesmo o termo férias e o que
elas representavam está fora da sua linha de pensamento do que é
exercer uma actividade laboral."

Há cinco anos que a APPSO recolhe indicadores sobre esta matéria e
João Paulo Pereira adianta que os sentimentos de ligação ao trabalho
têm vindo a aumentar em todos as faixas etárias, mas de forma mais
expressiva nas gerações mais novas: aumentaram 25% os que colocam em
causa o período de férias contra uma subida de 2% nos outros
trabalhadores. O medo de perder o trabalho parece ser outro motivo
para esta reticência em parar, que por vezes leva a descompensações
emocionais, diz o psicólogo, neste momento a acompanhar três casos de
pessoas para quem as férias eram acompanhadas de sentimentos de
culpabilização. Excesso de cansaço e incapacidade de organizar de uma
forma mais equilibrada o trabalho são alguns motivos para procurar
ajuda.

Filomena Chainho, directora de operações da Albenture Portugal,
empresa que trabalha em mediação laboral, confirma que o fenómeno está
presente mas muitas vezes só é notado quando existe um grande grau de
dependência. Nos últimos cinco anos de actividade em Portugal, recorda
apenas uma intervenção nesta área, solicitada por uma empresa que
tinha uma funcionária que permanecia demasiado tempo no trabalho por
receio de descurar as suas funções. "A quebra da rotina é benéfica e
mesmo com as empresas a exigirem cada vez mais, aquelas que são nossas
clientes são as primeiras a reconhecer que não conseguem tirar o
melhor partido de um funcionário cansado, mesmo quando ele não
demonstra esse cansaço."

Por agora, as empresas não parecem estar muito despertas para isso.
Como reagem os chefes de Miguel aos dias que ficam por tirar? "Acho
que ficam contentes", diz. José adianta que, ao reconhecer a exigência
feita aos trabalhadores, a empresa é flexível: permite acumular os
dias até darem jeito. Mas admite que existe um ambiente que olha um
pouco de lado quem é menos flexível ou sai mais cedo. "Há muita
pressão de fazer mais por menos e as pessoas acabam por ceder. Tenho
colegas na Alemanha e lá há muito maior controlo: se uma pessoa está
mais de dez horas a trabalhar no dia seguinte tem de ir logo ao
sindicato. Cá a flexibilidade é total e não há controlo nenhum."

Razões estudadas para tirar férias

Menos stresse
• Investigadores da Universidade da Califórnia compararam o ritmo
cardíaco de pessoas ligadas ao email do trabalho com outras que faziam
uma pausa de cinco dias. Verificaram que as primeiras têm ritmos
cardíacos mais intensos, o que sugere um stresse elevado pelo simples
facto de estar sempre a ter solicitações.

Prevenir ataques cardíacos
• Alguns estudos já ligaram uma maior incidência de ataques cardíacos
entre quem faz menos férias ao longo da vida. Um trabalho publicado no
ano 2000 após seguir 3000 homens que não fizeram férias durante cinco
anos apurou terem um risco 30% maior de doença coronária.

Menos depressão
• Um estudo com 1500 mulheres feito por uma clínica norte-americana
verificou que quanto menos férias tiravam maior era o risco de terem
uma depressão mais tarde.

Mais produtividade
• Investigadores de Tel Aviv concluíram que desligar é essencial:
quem vai de férias com o telemóvel atrás perde os efeitos do descanso
mais depressa. Quem desliga por completo, regressa mais produtivo.

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sexta-feira, julho 25, 2014

# Questões que se resolvem com diversão!

Excesso de velocidade
https://www.youtube.com/watch?v=iynzHWwJXaA

Deixar de usar escadas rolantes:
https://www.youtube.com/watch?v=SByymar3bds

Colocar o lixo na papeleiras:
https://www.youtube.com/watch?v=qRgWttqFKu8

Colocar o vidro no vidrão:
https://www.youtube.com/watch?v=zCt_MzsnIUk

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quinta-feira, julho 24, 2014

# Milhares de cristãos expulsos de cidades e as suas casas marcadas

Quarta-feira, 23 de Julho de 2014 Fundação AIS, 22-jul-2014

Monges expulsos do mosteiro de Mar Behnam, em mais uma ofensiva contra
os cristãos

Militantes jihadistas do Estado Islâmico (IS, anteriormente denominado
ISIS) invadiram, no passado domingo, Mar Behnam, um mosteiro do século
IV pertencente à igreja siríaca católica, perto da cidade
predominantemente cristã de Qaraqosq, e expulsaram os monges que aí
viviam.

"Não têm mais lugar aqui, têm que sair imediatamente", disseram os
militantes radicais sunitas, citados por um membro do clero que estava
presente no mosteiro.
No relato deste sacerdote, os monges tentaram ainda salvar algumas das
relíquias do mosteiro, mas os extremistas não o permitiram, tendo
abandonado o local a pé e apenas com as roupas que traziam vestidas.
Segundo a agência AFP, os monges caminharam vários quilómetros por uma
estrada até terem sido resgatados por combatentes curdos que os
levaram para Qaraqosh, localidade que tem acolhido grande parte dos
cristãos em fuga de Mossul.
Esta cidade, a segunda mais importante do Iraque, registou, neste
fim-de-semana, a partida de mais algumas famílias cristãs.
Os cristãos abandonaram as suas casas e tudo o que possuíam perante o
fim do ultimato imposto pelo IS para que se convertessem ao islamismo
ou pagassem um imposto especial que lhes garantiria proteção. Os que
não o fizessem teriam de "enfrentar a espada".
Esta intolerável violência foi também denunciada nas últimas horas por
D. Louis Sako, Patriarca católico caldeu de Bagdade, que lançou uma
mensagem "aos que têm uma consciência viva do Iraque", em que inclui
"os irmãos muçulmanos moderados", os que têm "a preocupação de que o
Iraque possa continuar a ser um país para todos os seus filhos", para
os "líderes do pensamento e de opinião", e para os "protectores da
dignidade dos seus humanos e da religião".
Nessa mensagem, a que a Fundação AIS teve acesso, o prelado faz uma
breve resenha dos acontecimentos no seu país, em especial em Mossul e
na região controlada pelos radicais do Estado Islâmico, sublinhando o
ultimato dado aos cristãos que os obrigou a abandonar todos os seus
haveres.
Por causa da versão extremista da lei islâmica que está a ser
implementada, "após a partida dos cristãos, as suas casas são
imediatamente confiscada tornando-se propriedade do Estado islâmico",
confirma D. Sako.
O Patriarca denuncia ainda a "violação" e "contradição" do "pensamento
islâmico" que está a ser imposto no Iraque e que vem deitar por terra
a "coexistência entre maiorias e minorias" religiosas laboriosamente
desenvolvidas ao longo de anos.
D. Louis Sako afirma que esta discriminação, que está a ser legalmente
imposta, "vai ser muito prejudicial para os próprios muçulmanos",
tanto agora como no futuro. "Se continuar a perseguição", diz, "o
Iraque vai enfrentar uma catástrofe histórica".
Entretanto, prosseguindo a campanha para o afastamento dos cristãos da
região, foi cortado o fornecimento de água potável nos distritos de Al
Hamdaniya, Bashika e Bartala, na região de Mossul, e habitados na sua
maioria por cristãos e muçulmanos xiitas.
Este corte foi justificado como um castigo aos cidadãos "infiéis" que,
por causa da sua religião, não juraram fidelidade a Abu Bakr al
Bagdadi, o líder máximo do auto-proclamado "califado islâmico" nas
regiões que o movimento controla no Iraque e na Síria.
Tal como já tinha acontecido com o Papa Francisco, esta situação de
perseguição religiosa à comunidade cristã motivou também uma posição
muito crítica do secretário-geral da ONU.
No domingo passado, Ban Ki-moon afirmou que a perseguição aos cristãos
em Mossul deve ser "considerada como um crime contra a humanidade" e
que os seus autores "devem prestar contas".

Nun - a letra que marca as casas dos cristãos nas zonas ocupadas pelo
Estado Islâmico no Iraque
http://o-povo.blogspot.pt/2014/07/nun-letra-que-marca-as-casas-dos.html

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terça-feira, julho 22, 2014

# A natalidade e a ornitologia

Helena Matos | Observador | 20/7/2014

Com cada filho transformado em atestado de que somos cultos,
inteligentes, tolerantes, emocionalmente equilibrados e sei lá que
mais não admira que se complexifique e tema cada vez mais a
maternidade

Primeiro eram as cegonhas. Por mais improvável que tal possa parecer,
houve um tempo em que a versão oficial para o aparecimento das
crianças, nomeadamente se a criança em causa fosse um irmão mais novo,
estava no bico das cegonhas.

Perante tal explicação qualquer criancinha minimamente clarividente
objectava de imediato que ser transportado no bico da cegonha era um
grande risco mas os adultos que se afanavam em torno dos bebés e não
deixavam ninguém mais tocar-lhes, particularmente os irmãos mais
velhos, pareciam indiferentes ao facto de o início das nossa vidas ter
começado aos tombos no bico de uma cegonha que também ninguém
explicava como não nos trocavam na hora das entregas, não nos magoavam
com os seus afiados bicos e de que forma nos alimentavam durante tal
agónico percurso.
Nos tempos em que as cegonhas traziam os bebés, explicação que estava
restrita aos meios urbanos dos anos 50 e 60 do século passado (nos
meios rurais, as crianças rodeadas de animais e irmãos por todos os
lados esta ficção ornitológica causava no mínimo um sorriso
escarninho) os casais começavam a contentar-se com o cavalinho: em
1960, cada mulher portuguesa tinha em média três filhos. Em 1979 esse
valor já estava muito próximo dos dois filhos por mulher. Dez anos
depois, em 1989, o Índice Sintético de Fecundidade, ou seja o número
médio de crianças vivas nascidas por mulher em idade fértil (dos 15
aos 49 anos de idade), era de 1,58.

Dirão algumas boas almas (e diziam os nossos argutos pais, fartíssimos
de tanta pergunta sobre o tráfego internacional de bebés no bico das
cegonhas) que tal se deveu a uma preocupação com o cansaço das
cegonhas. Fosse por isso ou talvez mais prosaicamente porque a memória
recente da pobreza vigente nas famílias numerosas, donde provinham
muitos dos pais dessa geração, a par da divulgação da pílula e da
adopção de um estilo de vida mais urbano, os levava a ver na redução
do número de filhos a garantia de uma vida melhor, a verdade é que foi
certamente por uma razão poderosa, pois embora a natalidade
continuasse a descer nas décadas seguintes nunca mais o faria de forma
tão acentuada.
Podia presumir-se que a fúria científica traduzida em ilustrações,
fotos e descrições detalhadas subordinadas ao tema "Como se fazem os
bebés", que didacticamente sucedeu ao tempo obscurantista das cegonhas
que traziam os bebés de Paris (cegonhas essas que entretanto tinham
deixado de ser exploradas no transporte aéreo dos bebés e se haviam
tornado uma espécie ameaçada de extinção), nos tinham liberto para
sempre desta bizarra ligação ente os bebés humanos e essa classe de
animais vertebrados, bípedes, endotérmicos, ovíparos mais conhecida
como aves. Mas não. Rapidamente entrámos na bem mais constrangedora
época em que entre os filhos dos humanos e os pintos de aviário não
existe qualquer diferença: se não nascem em número suficiente é porque
não se forneceu q.b. às suas mães. Luz, calor e ração no que aos
pintos respeita. Abonos e apoios no que aos filhos dos sapiens sapiens
concerne.

Depois de décadas em que falar de natalidade implicava ser-se de
imediato catalogado como ultramontano – aliás a grande preocupação
mundial até há algum tempo era sim com a explosão demográfica e não
com a baixa da natalidade, ou já esquecemos os apocalipses anunciados
nesta matéria pelos consensualmente sábios do Clube de Roma? – a
demografia tornou-se um assunto política e mediaticamente urgente mas
tão só e apenas na medida em que passou a ser apresentada como um
capítulo até agora desconhecido do "Capital" de Marx, e que
resumidamente se traduz nisto: não nascem crianças porque não existem
apoios económicos às famílias para que se reproduzam.
Não sei o que é mais constrangedor, se esta concepção mercantil das
decisões mais íntimas e sérias da nossa vida, se a profunda ignorância
que ela, na sua visão redutora, revela da História e do mundo e de nós
mesmos enquanto espécie: poucos países da Europa terão tantas razões
quanto a Alemanha para confiar no futuro e contudo, em 2013, os
alemães e os gregos tiveram a mesma taxa bruta de natalidade. Isto
para já não falar dos abastados suíços que, não fossem os emigrantes a
assegurar um quarto dos nascimentos naquele paraíso do pleno emprego,
estariam candidatos a transformar-se na versão humana dos pandas que
nem nas condições ideais se reproduzem (segundos os biólogos que os
assessoram e estimulam nessas vãs tentativas já não vão lá nem com
vídeos pornográficos, seja isso o que for no que aos pandas respeita).

O cúmulo desta concepção da gravidez como resultado de programas de
apoio e não da decisão de duas pessoas é apresentar como ideal a
funcionalização das mães: ou seja, assegurar uma espécie de salário às
mães para que estas fiquem em casa até os filhos fazerem três anos. Ou
quiçá mais.
Desfeitas as ilusões do PREC de transformar os actores e os escritores
em assalariados estatais temos agora as mães candidatas a esse lugar.
Os promotores de tais ideias, para os quais o mundo ideal será aquele
em que, por uma razão ou por outra, todos dependamos do Estado, não se
interrogam sobre a sustentabilidade desta medida, muito menos sobre a
sua eficácia – nos países em que existe o resultado não foi o esperado
– e muito menos sobre o impacto que tal pode ter na vida das mulheres
e na sua decisão de terem ou não filhos: o facto de as mulheres que
têm filhos pequenos trabalharem, colocando os seus filhos em creches,
leva a que sejam consideradas más mães e como tal muitas mulheres
optam de facto por não ter filhos, o que demograficamente acaba por
ter um efeito perverso.

E por fim mas não por último, para muitas mulheres a maternidade não
só não é incompatível com o exercício de uma profissão como não se
sentiriam de facto melhores mães ficando em casa: jamais esquecerei o
dia em que umas alemãs me consideraram má mãe quando perceberam que
eu, que estava em reportagem na Alemanha, tinha filhos pequenos. Não
creio que tenham ficado satisfeitas com a minha explicação de que para
mim era bem mais importante, uma vez regressada a Portugal, abraçar,
beijar, zangar-me e tocar nos meus filhos como elas nunca faziam e
sobretudo nunca os deixar sossegadinhos e sozinhos nos carrinhos à
porta das lojas, como é usual nesses alegados paraísos das mães em
casa. Admito a diferença de opiniões mas não a superioridade moral de
nenhuma das opções. E temos de admitir que esta muito actual e
mediaticamente popular concepção da maternidade como algo de
transcendente, incompatível com o quotidiano ou com o exercício de uma
profissão tornou em muitos casos algo que era natural – ter filhos –
numa decisão quase excêntrica.

Ser pai e sobretudo ser mãe deixou de ser simplesmente ter filhos – e
o simplesmente é uma forma de dizer como bem sabe quem os teve – para
se transformar num preenchimento de requisitos materiais que abarcam
desde os mais variados e estranhos objectos até inscrições em escolas
de sucesso ainda a criança não foi gerada, passando invariavelmente
pela obsessão de garantir que haverá sempre dinheiro para garantir
tudo o que ela venha a entender precisar. É uma espécie de corrida
para se provar a perfeição: a gravidez, o parto, o dormir, o acordar,
a alimentação, a entrada na escola… transformaram-se em momentos
psicológicos que têm atrás bibliotecas de opiniões tão dogmáticas
quanto contraditórias mas sempre coincidentes num aspecto: caso tudo
seja feito como eles indicam a criança em questão tornar-se-á no mais
perfeito, feliz e bem-sucedido dos seres.

Com cada filho transformado num atestado de que somos cultos,
inteligentes, informados, tolerantes, emocionalmente equilibrados e
sei lá que mais não só não admira que cada vez se complexifique e
receie mais a maternidade, como também não surpreende que o país
esteja cheio de adultos que fazem de conta que são jovens, adiando o
mais possível o momento em que serão pais e mães – afinal o ideal de
vida que lhes foi transmitido é que não só tudo lhes é devido, como
que ter responsabilidades é mau – e de uns adolescentes filhos únicos
de pais que outrora seriam definidos como velhos. (Ainda se lembram
como na década de 70, para explicar a falta de jeito para os jogos, o
número anormal de abafos, o peso a mais ou o carácter enfermiço de
algum colega logo alguém mais informado explicava que tudo aquilo se
devia ao facto de ser filho único ou os pais já serem velhos, sendo
que o conceito de pais velhos na época corresponde directamente ao de
pais jovens de hoje?)
Versões ocidentais e populares do último imperador dos chineses, estas
gerações, cujas mães lhes carregam com a mala quando os vão buscar à
escola não vão eles cansar-se, viram cada brincadeira ser transformada
numa actividade didáctica e a sexualidade tornar-se numa disciplina
escolar devidamente supervisionada Essas crianças para quem a a
realidade é sempre um trauma e o virtual um mundo a explorar, são o
outro reflexo da baixa da natalidade e não certamente o seu lado menos
preocupante.
Moral da história: as cegonhas têm razão. Não no que ao transporte de
crianças concerne, mas sim na saudável determinação e optimismo com
que se adaptaram às mudanças do mundo e trocaram as árvores e os
campanários das igrejas pelas torres de electricidade para fazer os
seus ninhos. Ou aprendemos com elas ou acabaremos como os pandas.

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segunda-feira, julho 21, 2014

# O homem mais rico do mundo defende semana de trabalho de três dias

Sara Otto Coelho 21/7/2014, 8:46
http://observador.pt/2014/07/21/o-homem-mais-rico-mundo-defende-semana-de-trabalho-de-tres-dias/

Carlos Slim, que este mês destronou Bill Gates como homem mais rico do
mundo, defende que só deveríamos trabalhar três dias por semana. A
melhoria da produtividade é um dos argumentos.

O magnata de 74 anos já aplica uma redução laboral numa das suas
empresas, sem qualquer redução salarial.AFP/Getty Images

O multimilionário mexicano Carlos Slim defendeu, no encontro anual da
Fundação Círculo de Montevideu, no Paraguai, que os trabalhadores só
deveriam trabalhar três dias por semana. O homem mais rico do mundo,
que destronou este mês Bill Gates da lista da Forbes, alega que há
várias vantagens em ter quatro dias de descanso por semana,
nomeadamente mais saúde e produtividade para os trabalhadores.

Está na hora de uma "reforma radical", defendeu Carlos Slim. De acordo
com o Financial Times, o magnata das telecomunicações acha que a
semana de trabalho deveria ser de três dias, "talvez" com turnos de 11
horas. A benesse de mais tempo livre implicaria outra contrapartida:
em vez de se poderem reformar aos 60 anos, os trabalhadores teriam de
trabalhar até mais tarde – talvez até aos "74 ou 75″, diz Carlos Slim.

Já em 2012, numa conferência das Nações Unidas em Genebra, o
empresário de 74 anos já tinha falado sobre estas mudanças, que
resultariam em trabalhadores mais produtivos e saudáveis, ao mesmo
tempo que iria responder ao problema da longevidade e das reformas.

E não são só palavras. De acordo com o Financial Times, na empresa
Telemex, detida pelo empresário, os funcionários que entraram muito
jovens têm um contrato coletivo de trabalho que permite a reforma aos
50 anos. Neste caso, Carlos Slim instituiu um regime voluntário cuja
adesão dá direito a continuar a trabalhar pelo mesmo salário, mas com
menos um dia de trabalho por semana (neste caso quatro dias de jornada
laboral).

Aparentemente, a proposta de reduzir a semana de trabalho de cinco
para três dias não implica, portanto, redução salarial.

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# Preciso de ti para ser eu

O amor não é recíproco, é pessoal, nasce no mais íntimo da nossa
identidade. Não é metade de nada, é um todo. Precisa do outro como
fim, não como princípio
Ser quem sou passa por ser capaz de criar ligações ao outro, com o
outro e para o outro. Só há pessoas porque há relações. A minha
existência é constituída pelos caminhos que sonho, construo e
percorro, ao lado de outras pessoas que, como eu, sonham, constroem e
percorrem os seus caminhos. Vontades distintas, dinâmica comum.
Seguimos, cada um pelos seus princípios, cada um para os seus fins.
O amor leva o ser do seu autor ao ser do que é amado. Amar é ser e ser
é amar. Partilhar-se com o outro e com o mundo, num milagre de
multiplicação em que quanto mais se dá, mais se tem para dar, mais se
é.
Um pequeno erro na base leva a potenciais tragédias nas conclusões. Há
quem parta do princípio que o amor é recíproco. Ora, essa ideia
simples acaba por ser origem de enormes tragédias pessoais. O amor não
é recíproco, é pessoal, nasce no mais íntimo da nossa identidade. Não
é metade de nada, é um todo. Precisa do outro como fim, não como
princípio.
O amor é bondade generosa. É dar o bem. Dar-se. Conseguir ser fonte de
amor é o maior dos bens que se pode alcançar. Sonhar, criar e lutar
pela felicidade do outro é, por si mesmo, a maior de todas as
recompensas. Claro, muitos desistem assim que o primeiro espinho se
crava na planta dos pés…
O valor de alguém não depende do que lhe dão ou tem, mas do que é. O
outro pode inspirar-me, mas a minha felicidade passa pelo que sou
capaz de lhe dar… e não pelo que posso ou quero receber.
Criamos relações, construímos pontes, para não sermos ilhas. A nossa
verdadeira comunhão é mais profunda. As águas separam o mais evidente
do que somos, mas o fundo é o mesmo, como se fossemos montes de uma
mesma cordilheira e o mar tivesse inundado os vales.
O caminho de descoberta passa por se ser capaz de chegar ao íntimo… de
si mesmo, do outro e do mundo. Por se dar conta de que, afinal, no
fundo do ser, a nossa matriz é comum. Os outros são eus e eu sou o seu
outro.
Não é bom estar só. A solidão anula o ser. O amor une o que é, na
essência, da mesma natureza. Resulta da liberdade e responsabilidade
absolutas. Implica a capacidade de criar uma vida sem intervalos.
Nenhum mal perdura no tempo, porque a destruição se destrói a si
mesma. Só o bem é eterno. Porque se cria e renova a cada momento.
O que sou depende dos princípios que me movem e dos fins para os quais
a minha vontade tende. Serei o que escolher ser dentro de um conjunto
de determinações que me ultrapassam, mas que em ponto algum limitam a
minha liberdade e a minha responsabilidade.
Vivemos uns com os outros, seguimos juntos no espaço e no tempo…
escolhemos depois estar mais perto ou mais longe dos íntimos uns dos
outros.
Ninguém nasce de si mesmo e o ser humano, sendo o mais perfeito ser
terrestre, é também o mais carente. Precisamos muito uns dos outros.
Não é possível ser feliz sem os outros, menos ainda contra os outros.
A cada instante, tudo muda, mesmo quando toda a gente quer que
continue na mesma. As decisões devem renovar-se a cada passo, o amor
deve encontrar forma de se fazer real a cada dia, sob pena de passar,
e nós, passando com ele… nos fazermos apenas passado.
Longe de fechar, o amor abre aquele que ama ao outro, tornando-o
protagonista da criação. Cada um de nós está projetado para fora de
si, para os outros, para este mundo e para o céu. A nossa dignidade é
tanto maior quanto mais aberto estiver o nosso coração… para dar.
Preciso do infinito para ser eu.

José Luís Nunes Martins
ionline 19 Jul 2014 - 05:00
http://o-povo.blogspot.pt/2014/07/preciso-de-ti-para-ser-eu.html

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domingo, julho 20, 2014

# Que tipo de Amor precisamos?

Vídeo da RSA

https://www.youtube.com/watch?v=fHwm5suS3Bw&list=TLZtamJ6p2cg0ujgaG8p6zfv0ootko1xoH

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quinta-feira, julho 17, 2014

# Juíz californiano declara a pena de morte inconstitucional

California Judge Declares The Death Penalty Unconstitutional, Calls
The System 'Completely Dysfunctional'

CHRISTINA STERBENZ JUL. 16, 2014, 5:31 PM
http://www.businessinsider.com/california-judge-rules-the-death-penalty-is-unconstitutional-2014-7

A California judge declared the death penalty unconstitutional on
Wednesday in a notable ruling, NBC Bay Area reports.

U.S. District Court of Orange Country Judge Cormac J. Carney, a George
Bush appointee, delivered the opinion.

Because of delays and inconsistencies, he said the entire capital
punishment system violates the Eighth Amendment, which prohibits cruel
and unusual punishment.

In Carney's mind, the death penalty can't serve as a deterrent to
crimes when the state administers the punishment to so few people.
While 900 prisoners have been sentenced to die in California since
1978, only 13 have actually been executed, he noted in his opinion.

These delays have transformed the death penalty, "deliberately
imposed" by juries, into a sentence "no rational jury or legislature
could ever impose: life in prison, with the remote possibility of
death," Carney writes. Therefore, the waiting-game the death penalty
forces prisoners to play violates the Constitution's ban against cruel
and unusual punishment.

Natasha Minsker, associate director of the ACLU of Northern
California, live-tweeted the decision from the court room. Carney
delivered some scathing quotes there, too.

Carney's decision came in response to a petition filed by Ernest
Dewayne Jones, a prisoner sentenced to die nearly two decades ago,
according to the Los Angeles Times. Jones was found guilty of the
first-degree murder of Julia Miller in 1995. Then, in 2003, a jury
denied his appeal for a retrial.

In overturning Jones' sentence, Carney noted that the prisoner waited
in "complete uncertainty as to when, or even whether, [his execution]
will ever come."

Attorney General Kamala D. Harris' office is reviewing the decision, a
spokesman told the Times.

Read more:http://www.businessinsider.com/california-judge-rules-the-death-penalty-is-unconstitutional-2014-7#ixzz37icFTqQU

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quarta-feira, julho 16, 2014

# Relatório das medidas para a natalidade em Portugal

Grandes ideias! É preciso agora criar o compromisso nacional!

http://o-povo.blogspot.pt/2014/07/por-um-portugal-amigo-das-criancas.html

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# As grandes variações no conceito da beleza pelo mundo fora

Esther foi retocada com Photoshop mais de 25 vezes. E ficou bonita?
Ver no link abaixo
http://www.estherhonig.com/#!before--after-/cvkn

CLÁUDIA BANCALEIRO 27/06/2014 - 12:56

http://www.publico.pt/tecnologia/noticia/esther-foi-retocada-com-photoshop-mais-de-25-vezes-e-ficou-bonita-1660734#/18

Desafio lançado a designers gráficos de mais de 25 países mostra
diversidade de opiniões individuais e culturais sobre a beleza.

O que é a beleza para um indivíduo e para a cultura do seu país? A
pergunta foi o ponto de partida para o trabalho Before & After de
Esther Honig, uma jornalista norte-americana que pediu a designers
gráficos de mais de 25 países que usassem uma fotografia sua, sem
qualquer edição de imagem, e a alterassem de acordo com os seus
padrões pessoais e culturais de beleza através do programa Photoshop.
"Tornem-me mais bonita", pediu Esther.

A fotografia da jornalista chegou a países como os Estados Unidos, Sri
Lanka, Índia, Chile, Reino Unido ou Vietname, através de uma parceria
com plataformas online de venda de serviços low-cost, com as quais foi
reunido dinheiro para pagar aos designers gráficos pelo seu trabalho —
foram pedidos valores entre os cinco e os 30 dólares, consoante eram
amadores ou profissionais.

"O Photoshop permite-nos alcançar os nossos padrões inatingíveis de
beleza, mas quando comparamos essas normas a uma escala mundial,
alcançar o ideal torna-se ainda mais evasivo", conclui Esther na sua
página online onde fala do trabalho.

A jornalista faz a observação com base nas imagens que lhe foram
devolvidas pelos designers gráficos e que mostram diferenças notórias
sobre o que consideraram ser uma Esther mais bonita aos olhos de um
asiático, europeu ou africano.

Por exemplo, comparando a fotografia original, onde a jornalista surge
de uma forma muito natural, sem maquilhagem e com o cabelo apanhado,
com a tratada no Photoshop nos Estados Unidos, a proposta feita é a de
uma mulher com olhos submetidos a uma cirurgia estética e um cabelo
muito volumoso. Também o Chile mostra uma jovem mais "artificial". Já
o Vietname, a Ucrânia e Israel apresentaram uma Esther "mais bonita"
muito próxima do original. Marrocos colocou um véu sobre a cabeça da
jornalista e a Índia escureceu a sua pele e sobrancelhas.

"[As fotografias] são intrigantes e perspicazes no seu próprio
direito; cada uma é um reflexo de ambos os conceitos pessoais e
culturais de beleza que dizem respeito ao seu criador", escreve Esther
Honig no seu site.


http://imagens2.publico.pt/imagens.aspx/858802?tp=UH&db=IMAGENS

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quinta-feira, julho 10, 2014

# O que recebemos em troca?

http://www.tafixe.com/2014/04/04/motivacional-2/este-video-explica-te-o-verdadeiro-sentido-da-vida-em-apenas-3-maravilhosos-minutos.php

Vale muito a pena... Esqueçam a publicidade no final.

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segunda-feira, julho 07, 2014

# Uma alemã viveu um ano sem gastar um cêntimo e descobriu...

Greta Taubert viveu um ano longe da sociedade consumista

http://p3.publico.pt/actualidade/sociedade/12827/greta-taubert-viveu-um-ano-longe-da-sociedade-consumista

Jornalista alemã viveu um ano sem gastar um único cêntimo. Voltou à
vida habitual com competências novas, menos 20 quilos e a certeza de
que "não é possível não consumirmos"

Texto de Mariana Correia Pinto • 04/07/2014 - 17:34

Deixou o seu apartamento em Leipzig, a uma hora de Berlim, e mudou-se
para uma caravana na floresta. Durante um ano resistiu à sociedade de
consumo e viveu sem gastar um único cêntimo: plantou vegetais, caçou,
pescou, construiu mobília, conheceu todo o tipo de pessoas. A
competência mais importante em caso de emergência? "Encontrar pessoas
e comunidades que nos possam apoiar", respondeu ao P3 numa entrevista
feita por email.

A jovem jornalista "freelancer" de 30 anos quis sair da sua zona de
conforto e antecipar-se a uma provável falência do sistema económico
do mundo ocidental. "Porque havemos de esperar até que a miséria nos
force a agir?", questiona Greta Taubert. De regresso a Leipzig —
depois de comprar "collants", a primeira e mais saudosa compra que fez
— dedicou-se a finalizar o livro "Apocalypse Now!" e a espalhar a
mensagem: não podemos renunciar à sociedade de consumo, mas podemos (e
devemos) combater o hiper-consumismo.


Foi na casa dos seus avós, perante uma mesa cheia de comida, que
pensou dar início a este projecto. Como é que surge o "clique"?

Tudo começou numa tarde de domingo comum em casa dos meus avós. A
família reuniu-se à volta da mesa, que estava cheia de comida
deliciosa e bebidas: bolos de todo o género, sandes, salsichas, etc.
Não tinha necessariamente de haver fome para comermos, estávamos
sentados, a comer um universo de calorias, para mostrar que estava
tudo bem — connosco, com a família, com a nação. Mas enquanto tomava o
meu café percebi pela primeira vez que todos os membros felizes desta
família já tinham experienciado a falha de um sistema. Os meus pais
nasceram na RDA [República Democrática Alemã], formaram uma família,
tiveram empregos — até 1989, quando o muro caiu. Os meus avós eram
miúdos quando Hitler tentou construir o 'Reich de 1000 anos', que
(felizmente) terminou passados 12 anos. E os meus bisavós nasceram
durante uma monarquia. Três gerações, três ideologias, três
experiências limite. O que me tornou tão segura que este capitalismo
ocidental com todas as suas perversões — hiper-consumismo, recursos
finitos e desigualdades — deveria durar para sempre?


Qual foi a reacção da sua família quando comunicou o que ia fazer?

A minha família não entendeu por que razão eu queria sair da minha
zona de conforto. Eles experienciaram como era viver numa sociedade
onde há escassez de recursos e fome. Eu disse-lhes: a minha geração
nunca teve de lidar com nenhum problema existencial, nós não estamos
habituados a fazer trocas, não sabemos reparar coisas, plantar e
colher para ser auto-suficiente. Tudo o que sabemos é como ir ao
supermercado e comprar e isso torna-nos muito dependentes. É por isso
que consumimos e consumimos e consumimos. Porque essa é a base do
nosso sistema. Mas nós não podemos ir adiante com este
hiper-consumismo: a nossa avidez por novos bens cresce, mas os
recursos são limitados. Nós seremos confrontados com isso, mais cedo
ou mais tarde. Porque havemos de esperar até que a miséria nos force a
agir?

Como é que foi a preparação para embarcar neste ano sem consumismo?

Não houve propriamente uma preparação. Eu estava dominada pelo medo e
não conseguia decidir racionalmente qual era a melhor forma de me
manter em segurança. Eu queria sair da minha zona de conforto,
tornar-me mais independente, perceber o real valor da comida e bens,
conhecer pessoas que me ensinassem como usar as minhas próprias mãos e
cabeça. Queria libertar-me das amarras do capitalismo.


Plantou os seus próprios vegetais e fruta, fez o seu champô, o seu
desodorizante... O futuro pode passar por este tipo de abordagem?

Eu entrei numa dieta de compras. Deixei de comprar, fosse em
"shoppings" fosse na Internet. Em alternativa, tentei plantar os meus
vegetais, caçar, pescar, trocar, partilhar, construir a minha própria
mobília e por aí adiante. Isso foi muito desgastante porque eu era uma
completa ignorante neste tipo de competências. E ainda sou. É preciso
mais do que um ano para ganhar essas competências culturais com as
quais a maior parte das pessoas da minha geração na Alemanha não tem
qualquer ligação. Foi uma aventura "hardcore" que me fez pensar sobre
as minhas próprias habilidades para resolver até as mais pequenas
tarefas. Eu abandonei o meu apartamento e mudei-me para quintas
sustentáveis, onde vivi num caravana na floresta. Lá eu aprendi que a
mais importante habilidade em caso de emergência é: encontrar pessoas
e comunidades que nos possam apoiar.



Perdeu 20 quilos num ano. Como era a sua alimentação?

Muito resumidamente: não era assim tão má. Eu experimentei muita
coisa. No início vivia apenas com o que tinha no meu "kit" de
emergência. Depois comecei a perceber a quantidade de coisas que
podemos encontrar em parques urbanos e bosques. Plantei, juntamente
com 30 agricultores, os meus legumes, seguindo a ideia de uma
comunidade agrícola. Aprendi como viver apenas com ervas e frutas,
caçando e aproveitando as sobras dos supermercados. Eu não sei se a
perda de peso foi causada pela alimentação, maioritariamente
vegetariana, ou se foi pelo "stress".


Que pessoas conheceu no último ano?

A experiência mais emocionante foi ver que não há um círculo fechado
de pessoas que procuram formas alternativas de viver e pensar.
Encontrei jardineiros, "hackers", "hippies", homens de negócios,
agricultores, anarquistas, artistas, bobos... E percebi que todos
tinham o mesmo desejo de se manterem unidos e resistentes a tudo o que
se está a passar. Nós temos de começar a perceber que o dinheiro e o
consumismo nos têm afastado uns dos outros.



O título do seu livro parece esperar o pior: "Apocalypse Now!" Porquê
esta escolha?

Porque eu comecei com uma perspectiva muito pessimista sobre a forma
como o mundo ocidental poderia lidar com a crise económica e sobre
como eu também me afundaria com isso. Mas quanto mais experienciei
mais descobri sobre a potencial alegria de uma nova sociedade. Eu
perguntei a mim mesma: porque hei-de esperar até que todo o sistema
falhe? Porque não experimentar novas formas de vida em comunidade
antes de tudo acabar? Nós temos o enorme luxo de ter a capacidade de
tentar. Devíamos usá-lo mais.

É um livro sobre sobrevivência à crise ou sobre sustentabilidade?

Nem uma coisa nem outra. É uma busca individual por resiliência, ou
seja: como resistir às muito prováveis perturbações causadas pela
prosperidade ocidental.

Qual foi a coisa mais importante que aprendeu?

Que nos habituamos a tudo. Precisamos de uma comunidade que nos ajude.
E que devemos ter sempre algumas nozes connosco.



O que fica por fazer?

Muita coisa. Ainda sou uma principiante, uma observadora, uma
estudante. A liberdade é um processo constante.



Quando iniciou esta aventura disse que queria testar se era possível
ser independente da sociedade de consumo. Qual é a sua conclusão?

Não é possível não consumirmos. Tudo o que fazemos está ligado à
sociedade de consumo. Mas podemos lutar contra o lado perverso disto:
o hiper-consumismo. Se fores habituado a plantar as tuas próprias
cenouras tu vais comê-las mesmo que não tenham a forma perfeita.
Quando constróis a tua própria cadeira, provavelmente cuidarás melhor
dela do que se comprares uma no Ikea por cinco euros. E quando
descobrimos a alegria da troca de bens e do upcycling começamos a dar
valor a uma série de coisas que considerávamos lixo.


Como foi voltar à vida "normal"?

Eu perdi a noção dessas categorias, do que é normal e do que não é
normal. Quem é normal? A pessoa que vive do que apanha no caixote do
lixo, ou a pessoa que atira alguma coisa para esse caixote? É normal
especular (financeiramente) com o espaço habitável, ou simplesmente
ocupá-lo?


Qual foi a primeira coisa que quis fazer depois desse ano?

Comprar "collants". É algo que rasga a toda a hora, não é reparável,
não pode ser trocado — este meu lado feminino provavelmente nunca
desaparecerá.


E agora, o que mudou na sua vida?

O medo desapareceu.

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# Cada vez morre menos gente nas estradas de Portugal (10% a menos no último ano)

Atropelamentos aumentaram 6% em 2013, mas com menos mortes

HÁ UMA HORA

Um total de 5.149 atropelamentos ocorreram no ano passado, mais 6% do
que em 2012, tendo provocado menos mortos e mais feridos, indica o
Relatório Anual de Sinistralidade Rodoviária de 2013.

PAULO CUNHA/LUSA

Autor

Agência Lusa

Tópicos

ACIDENTE RODOVIÁRIO
ACIDENTES DE TRANSPORTE
ESTATÍSTICAS (ACIDENTES E DESASTRES)

Um total de 5.149 atropelamentos ocorreram no ano passado, mais seis
por cento do que em 2012, tendo provocado menos mortos e mais feridos,
indica o Relatório Anual de Sinistralidade Rodoviária de 2013 hoje
divulgado.

Segundo o documento, disponível na página da Internet da Autoridade
Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), dos 5.149 atropelamentos,
4.775 foram de peões e 68 de animais, tendo o condutor fugido em 306
das situações.

O relatório adianta que os atropelamentos provocaram 95 mortos (menos
11 do que em 2012), 473 feridos graves (mais 41) e 4.970 feridos
ligeiros (mais 204, em relação ao ano anterior).

Os atropelamentos com fuga, menos cinco do que em 2012, provocaram
cinco mortes no ano passado (menos três), indica o documento,
acrescentando que 2.192 atropelamentos ocorreram no atravessamento de
passagens sinalizadas.

De acordo com o relatório da Segurança Rodoviária, a maioria dos peões
que morreu tinha mais de 60 anos, sendo a faixa etária com maior
número de mortos a partir dos 75 anos, com 25 vítimas mortais em 2013.

http://observador.pt/2014/07/07/atropelamentos-aumentaram-6-em-2013-mas-com-menos-mortes/

O documento mostra ainda que 76 por cento dos acidentes com vítimas
nas estradas portuguesas ocorreram dentro das localidades em 2013,
nomeadamente em arruamentos, que passaram dos 17.865, em 2012, para os
18.061, no ano passado.

O relatório realça ainda que, em 2013, se registaram 30.339 acidentes
com vítimas, dos quais resultaram 518 mortes no local do acidente ou
durante o transporte para o hospital, menos 55 do que em 2012.

De acordo com o documento, houve também 2.054 feridos graves, menos
seis do que em 2012, e 36.818 feridos ligeiros, mais 628 do que em
2012.

Em relação a 2012, registou-se um aumento de 1,6% de acidentes com
vítimas e uma redução de 9,6% de vítimas mortais e 0,3% de feridos
graves, como é referido no relatório.

A colisão foi o tipo de acidente mais frequente, representando cerca
de metade dos acidentes com vítimas ocorridos em 2013 (51%/15.369).

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