Cidades na Ásia e na África terão Expansão Equivalente a uma China e um EUA juntos
   
  NAÇÕES UNIDAS, Nova Iorque, 27 de junho de 2007 — A humanidade terá que passar por uma "revolução do pensamento" para lidar com a duplicação das populações urbanas na África e na Ásia até 2030, adverte o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). 
  
  No novo relatório lançado hoje, Situação da População Mundial 2007: Desencadeando o Potencial do Crescimento Urbano, a organização afirma que, ao longo dos próximos 30 anos, a população das cidades africanas e asiáticas dobrará, acrescentando 1.7 bilhão de pessoas — mais do que as populações da China e dos Estados Unidos juntas.  
  
  "O destino das cidades da África, da Ásia e de outras regiões moldará nosso futuro comum," afirma a Diretora Executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid. "Devemos abandonar uma mentalidade contrária à urbanização e agir agora para iniciar um esforço global articulado no sentido de ajudar as cidades a desencadear seu potencial para fomentar o crescimento econômico e resolver os problemas sociais."  
  Para aproveitar as oportunidades potenciais, os governos devem preparar-se para o crescimento que está por vir. "Se esperarem, será tarde demais," ela diz.  "Essa onda de urbanização é inédita. As mudanças são grandes demais e rápidas demais para permitir que os planejadores e formuladores de políticas simplesmente reajam: na África e na Ásia, o número de pessoas vivendo nas cidades aumenta em aproximadamente 1 milhão, em média, a cada semana. Os líderes precisam ser proativos e adotar uma visão de longo prazo para explorar integralmente as oportunidades que a urbanização oferece."  
  De acordo com o relatório, a partir de 2008, mais da metade dos atuais 6.7 bilhões de habitantes do planeta viverá nas cidades. Embora as mega-cidades (mais de 10 milhões de habitantes) continuarão a crescer, a maioria das pessoas viverá nas cidades de 500.000 habitantes ou menos.  
  Até 2030, a população urbana aumentará para 5 bilhões, ou 60% da população do mundo. Globalmente, todo o crescimento futuro da população ocorrerá nas cidades, quase todo na Ásia, na África e na América Latina. Na Ásia e na África, isso sinaliza uma mudança decisiva do crescimento rural para o urbano, alterando um equilíbrio que perdurou por milênios.  
  A urbanização — o aumento da parcela urbana da população total — é inevitável, segundo o  relatório, e pode ser considerada um desenvolvimento positivo. Nenhum país na era industrial conseguiu atingir um crescimento econômico significativo sem a urbanização.  
  
  O Relatório sobre a Situação da População Mundial 2007 alega que, embora a maioria dos novos habitantes urbanos será pobre, eles devem ser parte da solução. Ajudá-los a atender suas necessidades — de habitação, atenção à saúde, educação e emprego —também pode desencadear o potencial dos moradores urbanos para promover o crescimento econômico.  
  "A batalha dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio para reduzir a extrema pobreza pela metade até 2015 será ganha ou perdida nas cidades do mundo em desenvolvimento," afirma a Sra. Obaid.  "Isso significa aceitar os direitos das pessoas  pobres de morar nas cidades, e trabalhar com a criatividade delas para enfrentar  os problemas potenciais e gerar novas soluções."  
  Com freqüência, os governos nacionais e municipais reagem ao crescimento urbano tentando desencorajar, impedir ou mesmo reverter a migração, afirmam os autores do relatório — apesar do fato de que a migração pode até ser benéfica. Mas é uma política fracassada, que resultou em menos casas para os pobres e maior crescimento das favelas. Também limita as oportunidades para que os pobres urbanos melhorem suas vidas e contribuam plenamente para suas comunidades e bairros.  
  De acordo com o relatório, as prefeituras e os planejadores urbanos devem priorizar o atendimento das necessidades de habitação dos pobres urbanos. Devem oferecer a propriedade segura de lotes com infra-estrutura básica, incluindo abastecimento de energia, água e saneamento. As pessoas que vivem em comunidades pobres devem ter acesso à educação e à atenção à saúde, e devem ser incentivadas a construir suas próprias casas.  
  A maior parte do crescimento urbano resulta do crescimento vegetativo, e não da migração. Para reduzir o ritmo do crescimento, os formuladores de políticas devem apoiar  intervenções como iniciativas de redução da pobreza, investimento no empoderamento das mulheres, educação —particularmente das mulheres e meninas — e saúde, incluindo serviços de saúde reprodutiva e de planejamento familiar.  
  A metade da população urbana tem menos de 25 anos de idade. O suplemento sobre a juventude, Crescendo no Meio Urbano, conta as histórias de 10 jovens que migraram para a cidade ou que estão crescendo nela. Destaca também as necessidades especiais dos jovens — educação e atenção à saúde, proteção contra a violência, emprego e  integração à sociedade em geral. O atendimento dessas necessidades ajudará muitos jovens a escapar de uma vida na pobreza.  
  Os formuladores de políticas e os planejadores precisam aproveitar o potencial das cidades para melhorar as vidas de todas as pessoas.  Três iniciativas se destacam:  
  •	Aceitar o direito dos pobres à cidade, abandonando as tentativas de desencorajar a migração e impedir o crescimento urbano. As prefeituras devem trabalhar em estreita colaboração com organizações de pessoas pobres urbanas, incluindo organizações de mulheres. 
  •	Adotar uma visão ampla e de longo prazo do uso do espaço urbano. Isso significa, entre outras coisas, oferecer lotes com infra-estrutura básica para habitação, planejar antecipadamente para promover o uso sustentável do espaço, tanto dentro das cidades quanto no entorno delas.  
  •	Iniciar um esforço internacional integrado para apoiar estratégias em prol do  futuro urbano.         
   
  O kit completo para a mídia do Relatório sobre a Situação da População Mundial  2007 está disponível no endereço www.unfpa.org/swp 
  
  
  CRESCIMENTO URBANO –  UMA QUESTÃO CRUCIAL DE DESENVOLVIMENTO NO SÉCULO XXI 
  27 de junho de 2007 
  MENSAGEM PRINCIPAL
  O Crescimento Urbano maciço é  Iminente.  A urbanização oferece muitas oportunidades importantes.  Para explorá-las, precisamos de abordagens novas e proativas. 
  •	Recente aumento de interesse pela urbanização. 
  •	Ênfase de outros atores nos problemas  atuais. 
  •	Nossas vantagens comparativas?  Cenários  futuros. 
   
  PORTANTO – POR QUE O CRESCIMENTO URBANO É TÃO IMPORTANTE?  
  •	Escala, velocidade e localização do crescimento urbano. 
  •	Dos atuais 3.3 bilhões para quase 5 bilhões de moradores urbanos em 2030. 
  •	Deste aumento, 80% na Ásia e na África. 
  •	Os moradores de favelas já somam um bilhão. 
  •	O futuro está sendo decidido AGORA!  
  •	Os pobres são a maioria dos novos habitantes urbanos. 
   
  SURPRESA!  NÃO SÃO  AS MEGA-CIDADES 
  •	Mais da metade do crescimento urbano ocorrerá nas cidades "menores". 
  •	Ao mesmo tempo, com a descentralização, a governança se torna cada vez mais local. 
  •	Mais fácil lidar com as cidades menores, ou seja, maior flexibilidade. 
  •	Mas... as necessidades são maiores nas cidades menores. 
  •	É aqui que os doadores podem ajudar mais. 
   
  PERGUNTA CHAVE:  A URBANIZAÇÃO É UM BENEFÍCIO OU UMA AMEAÇA? 
  •	A  urbanização é – POTENCIALMENTE  – um importante aliado social, demográfico, econômico e ambiental. 
  •	Precisamos de uma mudança cultural:  se a população fosse mais dispersa,  haveria uma melhora significativa?  NÃO!  
  •	Precisamos aprender a explorar as vantagens urbanas:  isto requer melhor governança. 
   
  ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DA URBANIZAÇÃO GLOBAL 
  •	A  pobreza é cada vez mais um fenômeno urbano. 
  •	Mas a solução para a pobreza  reside nas áreas urbanas: elas concentram vantagens. comparativas, crescimento econômico, competitividade no cenário global. 
   
  CRESCIMENTO URBANO, SAÚDE REPRODUTIVA E CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO  
  •	A urbanização por si só é um fator poderoso de redução da fecundidade.  Além disso, os migrantes têm menos filhos. 
  •	O crescimento vegetativo  (não a migração) é o componente principal no crescimento urbano. 
  •	Se o crescimento urbano for muito rápido, o desenvolvimento social, o empoderamento e as políticas de saúde reprodutiva serão mais efetivos do que impedir a migração. 
  •	Na verdade, os serviços de saúde reprodutiva nas áreas urbanas pobres ainda são muito ruins. 
   
  URBANIZAÇÃO E AMBIENTE    
  •	A batalha para salvar os ecossistemas restantes será empreendida nas selvas urbanas!  
  •	Os impactos ambientais negativos das cidades se devem  a um padrão de civilização, não de urbanização. 
  •	A proteção da biodiversidade e de ecossistemas naturais depende da redução da densidade rural. 
  •	Onde e como as cidades se expandirão terá um impacto na mudança climática. 
  •	Muitas cidades, e especialmente a população mais pobre, serão afetadas pela mudança climática. 
   
  NECESSIDADE DE ATITUDE PROATIVA POR PARTE DOS FORMULADORES DE POLÍTICAS 
  •	A oposição dos  formuladores de políticas à urbanização é prejudicial para a redução da pobreza e a sustentabilidade. 
  •	É preciso antever e aceitar o crescimento urbano inevitável. 
  •	Introduzir uma postura proativa para aproveitar a urbanização. 
  •	Planejar para o futuro:  favorecer a densidade, o transporte de massa. 
  •	Prever as necessidades de terra dos pobres. 
  •	Uma dimensão espacial mais ampla exige visão, planejamento estratégico e dados de boa qualidade. 
   
  VISÃO E PLANEJAMENTO:  HABITAÇÃO PARA OS POBRES 
  •	A habitação é o aspecto mais crítico da inserção dos pobres nas cidades. 
  •	Necessidade proativa principal: oferecer terra com infraestrutura básica e posse segura. 
  •	Isto é possível, mas requer conhecimento técnico e uma mudança radical de atitude e de política. •	Advocacy  e conscientização são essenciais, mas dados e análise também são. 
   
  IMPORTÂNCIA PARA A AGENDA DO UNFPA:  FAZER DIFERENÇA (E OBTER VANTAGEM POLÍTICA!)  
  •	Transmitir e defender mensagens importantes para a formulação de políticas. 
  •	Apoiar o fornecimento de informações e análises essenciais  que realmente ajudarão os pobres. 
  •	Apoiar  uma agenda de empoderamento e saúde reprodutiva para a população urbana  pobre. 
   
  PRINCIPAIS MENSAGENS PARA A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS 
  •	O crescimento urbano é inevitável E potencialmente bom. 
  •	Lidar com o crescimento urbano requer uma atitude proativa. 
  •	Controles de migração e desocupações simplesmente não funcionam. 
  •	O crescimento urbano futuro  será composto de pessoas pobres. 
  •	O crescimento vegetativo é o componente principal do crescimento urbano. 
  •	É fundamental atender às necessidades de habitação da população pobre. 
  •	O crescimento urbano ocorrerá nas cidades menores, que precisam de mais ajuda. 
  •	A localização e a forma do crescimento urbano fazem uma enorme diferença para a sustentabilidade. 
  •	O campo da população pode oferecer subsídios técnicos fundamentais. 
   
  IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DAS MENSAGENS SOBRE FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS, EM TERMOS DE PROGRAMAÇÃO
  •	O diálogo de formulação de políticas do UNFPA pode melhorar sensivelmente com argumentos baseados em evidência. 
  •	Os avanços sociais, o empoderamento das mulheres e a melhoria dos serviços de saúde reprodutiva  nas áreas urbanas e rurais são a maneira mais eficaz de reduzir a taxa do crescimento urbano. 
  •	Planejar a expansão espacial das cidades (a fim de reduzir seus impactos ambientais negativos e atender às necessidades de habitação dos pobres) requer a promoção de dados e ferramentas sociodemográficas de ponta  (ex. SIG). 
  •	O apoio à melhoria da qualidade dos dados, assim como recursos técnicos e humanos, são essenciais para as cidades menores. 
   
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  Informações para a imprensa: 
  Fundo de População das Nações Unidas – UNFPA - (61) 8179 0225 - franca@unfpa.org