# Estado assume créditos que o BPN deu a Duarte Lima (44 milhões) e Vítor Baía (4 milhões)
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O Estado vai assumir os créditos que o BPN concedeu a Duarte Lima e a
Vítor Baía. No caso do ex-deputado estará em causa um crédito de 44
milhões de euros dado pelo BPN ao Fundo Homeland e que levou à
detenção do advogado. No caso do ex-guarda-redes trata-se de terrenos
rústicos, contas a descoberto e livranças por pagar, no valor de
quatro milhões de euros.
Segundo o DN, dos 2,5 mil milhões de crédito malparado retirado do
BPN, 601,4 milhões de constam em quatro escrituras assinadas num
cartório do Porto, em 2010, e três assinadas dias antes da venda do
BPN ao BIC, contendo alguns créditos concedidos já depois da
nacionalização.
No caso do ex-líder da bancada social-democrata, o caso remonta à
aquisição de terrenos em Oeiras através da Homeland (fundo especial de
investimento imobiliário), que levou à detenção de Duarte Lima. Os 35
terrenos adquiridos foram registados por um valor a rondar os 50
milhões de euros, mas uma avaliação posterior disse não valerem mais
de 18 milhões de euros. Os terrenos foram avaliados com base com base
no desenvolvimento de um projecto imobiliário destinado à habitação,
serviços e equipamento, tendo a "desvalorização resultado do facto de
parte dos terrenos estarem em Área de Reserva Agrícola Nacional".
A aquisição dos terrenos, financiados através dos participantes do
Fundo (um deles filho de Duarte Lima) e de um empréstimo bancário (não
pago) levantou suspeitas à PJ. As suspeitas reforçaram-se quando uma
das famílias que venderam os terrenos foi notificada para pagar 3,5
milhões de euros por uma propriedade que tinha sido vendida por 1,5
milhões de euros. Mais tarde, apareceu a justificação, os terrenos
tinham sido escriturados por 20 milhões de euros através de um
advogado com plenos poderes. Agora é o Estado que terá de recuperar o
dinheiro, e o valor dos terrenos não chega para cobrir a dívida.
No caso de Vítor Baía, a empresa pública Paravalorem, um dos veículos
criados para acomodar os activos do banco, assumiu a responsabilidade
da cobrança de pelo menos, duas empresas do ramo imobiliário detidas
pelo ex-jogador da selecção nacional. A Suderel- Gestão Imobiliária SA
com uma conta descoberta de 33 mil euros, deve cerca de dois milhões
de um empréstimo concedido há quatro anos. No caso da Cleal (gerida
por um sócio de Baía, ao qual o ex-atleta moveu agora um processo por
burla) deve agora 2,3 milhões por um crédito concedido em 2008.