# Taxa de sindicalização teve segunda maior quebra da OCDE em quatro décadas
A proporção de sindicalizados face ao total de trabalhadores teve em
Portugal uma quebra de 35 pontos percentuais desde 1978, acabando por
convergir com média da OCDE.
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR 19 nov 2019, 08:26
Apenas a Nova Zelândia teve em 40 anos uma quebra maior no número de
sindicalizados
O número de sindicalizados em Portugal passou de 60,8% do total de
trabalhadores, em 1978, para apenas 15,3%, em 2016, segundo os dados
da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE),
citados pelo Negócios.
Apesar de as contas do jornal mostrarem que o problema é comum a quase
todos os países analisados, apenas a Nova Zelândia teve em 40 anos uma
quebra maior no número de sindicalizados entre os 25 países em que a
comparação é possível.
O relatório "Negociação coletiva no mundo do trabalho em mudança"
revela que a queda no conjunto dos países desenvolvidos foi bem menor
neste período — de 34% para 16% —, mas os dados referentes a 2016
também mostram que houve uma convergência. Os dados mais recentes são
ainda iguais aos de Espanha, mais baixos do que em Itália (34%) e mais
elevados do que em França (11%).
As taxas mais altas registam-se nos países nórdicos — Islândia (90%) e
Suécia (67%). Pelo contrário, no fim da lista, apenas 5% dos
trabalhadores estónios e 8% dos lituanos estão sindicalizados.
Se a conta for feita desde o início do século, como também fez o
Negócios, a queda do sindicalismo português continua a ser maior do
que a média da OCDE — 6,1% face a 4,6% —, mas é de menor dimensão do
que noutros 20 países.
O relatório justifica as quedas com a perda de importância da
contratação coletiva, a individualização das relações de trabalho e as
novas formas de trabalho, apontando um risco de "os trabalhadores
ficarem sem instituições representativas para ultrapassar problemas
coletivos e garantir um equilíbrio entre os interesses dos
trabalhadores e das empresas".
Os dados referentes a Portugal, que se baseiam na UGT e na CGTP — e
antes de 1990 em diferentes fontes administrativas — têm em conta os
setores público e privado. Divergem dos números oficiais do Governo,
que se baseiam em inquéritos às empresas, incluindo do Setor
Empresarial do Estado. A última atualização ao Livro Verde das
Relações Laborais aponta para um nível de representatividade de 8,3% ,
um número que tem sido contestado pela UGT e pela CGTP.
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